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ISSN 1514-3465

 

Prática do judô e promoção da saúde psicossocial 

em tempos de pandemia. Relato de experiência

Judo Practice and Promotion of Psychosocial Health in Times of Pandemic. Experience Report

Práctica de judo y promoción de la salud psicosocial en tiempos de pandemia. Relato de experiencia

 

Prof. Ms. Rodrigo Augusto Trusz

rodrigo.trusz@ufrgs.br

 

Graduado em Educação Física - Licenciatura Plena

pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Especializado em Motricidade Infantil (UFRGS)

Mestre em Ciências do Movimento Humano (UFRGS)

Doutorando do PPG em Ciências do Movimento Humano (UFRGS)

Aluno do intercâmbio Sport for Tomorrow 2019 – Judo in PE Schools

na Universidade de Tsukuba, Japão

Coordenador pedagógico do Projeto de Extensão Universitária Bugre Lucena,

Iniciação à Prática do Judô ESEFID-UFRGS de 2013 a 2021

Atualmente é professor da rede municipal de ensino de Porto Alegre

Professor do MBA Judô aspectos metodológicos no Brasil e Japão

e do Curso de Especialização ProPós Judô - Ludicidade

da CESUFI Educacional, ministrando a disciplina

Contribuição do Judô para o aprendizado de habilidades sociais

(Brasil)

 

Recepção: 02/03/2021 - Aceitação: 01/05/2022

1ª Revisão: 06/03/2022 - 2ª Revisão: 25/04/2022

 

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Citação sugerida: Trusz, R.A. (2022). Prática do judô e promoção da saúde psicossocial em tempos de pandemia. Relato de experiência. Lecturas: Educación Física y Deportes, 27(289), 156-171. https://doi.org/10.46642/efd.v27i289.3211

 

Resumo

    Este estudo apresenta um relato de experiência sobre o trabalho desenvolvido com crianças participantes de um projeto de extensão universitária de judô, em Porto Alegre, durante a pandemia da COVID-19, no ano de 2020. A orientação recebida dos órgãos de saúde para o cumprimento do distanciamento social como medida para conter a propagação da COVID-19 impactou significativamente a rotina das pessoas, uma vez que ficaram afastadas de suas atividades presenciais. O objetivo do trabalho foi ofertar uma proposta de ensino on-line de judô que, além de trazer os aspectos técnicos da modalidade, contribuísse para promoção da saúde psicossocial dos participantes, reduzindo os impactos do isolamento social. A turma observada foi composta por 20 crianças de ambos os sexos, com idades entre 8 e 13 anos, praticantes de judô há pelo menos 1 ano. Elas tiveram aulas de judô com duração de 45 minutos cada, três vezes por semana, entre os meses de junho e dezembro, ministradas através da plataforma Google Meet. Além da adaptação ao treinamento dos aspectos técnicos, foram propostos também momentos de conversa em cada encontro. Foi observado que todos os participantes apresentaram comprometimento com as aulas, mantendo bom nível de assiduidade, bem como dedicação para o aprendizado técnico em um formato diferente ao qual estavam acostumados. A experiência permitiu constatar que a prática do judô, mesmo no formato on-line, é possível, e assim, foi possível contribuir para a manutenção da atividade física e do aprendizado técnico, bem como para a promoção da saúde psicossocial dos participantes.

    Unitermos: Artes marciais. Atividade física. Crianças. Impacto psicossocial. COVID-19.

 

Abstract

    This study presents an experience report on the work developed with children participating in a judo university extension project, in Porto Alegre, during the COVID-19 pandemic, in the year 2020. The guidance received from health agencies for compliance of social distancing as a measure to contain the spread of COVID-19 significantly impacted people's routine, since they were away from their face-to-face activities. The objective of the work was to offer an online judo teaching proposal that, in addition to bringing the technical aspects of the modality, contributed to the promotion of the psychosocial health of the participants, reducing the impacts of social isolation. The observed group consisted of 20 children of both sexes, aged between 8 and 13 years, who had been practicing judo for at least 1 year. They had judo classes lasting 45 minutes each, three times a week, between June and December, taught through the Google Meet platform. In addition to adapting the technical aspects to training, moments of conversation were also proposed at each meeting. It was observed that all participants showed commitment to the classes, maintaining a good level of attendance, as well as dedication to technical learning in a different format to which they were used to. The experience showed that the practice of judo, even in the online format, is possible, and thus, it was possible to contribute to the maintenance of physical activity and technical learning, as well as to the promotion of psychosocial health of the participants.

    Keywords: Martial arts. Physical activity. Children. Psychosocial impact. COVID-19.

 

Resumen

    Este estudio presenta un relato de experiencia sobre el trabajo con niños y niñas participantes de un proyecto de extensión universitaria de judo, en Porto Alegre, durante la pandemia de COVID-19, en 2020. Las orientaciones recibidas de las autoridades sanitarias para el cumplimiento del distanciamiento social para contener la propagación del COVID-19 impactó significativamente la rutina de las personas, que se encontraron alejadas de sus actividades presenciales. El objetivo fue ofrecer una propuesta de enseñanza de judo online que, además de aportar los aspectos técnicos de la modalidad, contribuya promover la salud psicosocial de las y los participantes, atenuando los impactos del aislamiento social. El grupo observado estuvo formado por 20 niñas y niños de ambos sexos, con edades entre 8 y 13 años, que practicaban judo al menos hace 1 año. Las clases fueron de 45 minutos cada una, tres veces por semana, entre junio y diciembre, impartidas a través de Google Meet. Además de adaptar los aspectos técnicos a la formación, también se propusieron momentos de conversación en cada encuentro. Se observó que todos las y los participantes mostraron compromiso con las clases, manteniendo un buen nivel de asistencia, así como dedicación al aprendizaje técnico en un formato diferente al que estaban acostumbrados. La experiencia demostró que la práctica del judo, incluso en formato online, es posible y, de esta manera, se pudo contribuir al mantenimiento de la actividad física y del aprendizaje técnico, así como a la promoción de la salud psicosocial de las y los participantes.

    Palabras clave: Artes marciales. Actividad física. Niños y niñas. Impacto psicosocial. COVID-19.

 

Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 27, Núm. 289, Jun. (2022)


 

Introdução 

 

    No ano de 2020 a população mundial se deparou com o surgimento de um agente patológico que impactou significativamente o modo de vida de todos. Nomeado de Sars-CoV-2, esse agente patológico é um vírus, do tipo corona, e que causa a COVID-19, uma doença que atinge principalmente o sistema respiratório do indivíduo infectado (Ministério da Saúde, 2020). A principal medida de contenção da propagação do novo corona-vírus adotada pelos governos foi a prática do isolamento social. Entretanto, essa prática, extremamente necessária para a manutenção da saúde das pessoas, acaba impactando negativamente diversas áreas. Dentre todas as áreas, sem dúvida uma das mais afetadas é a da Educação. (Oliveira, e Souza, 2020; Pereira, Narduchi, e Miranda, 2020; Barreto, e Rocha, 2020)

 

    Existe uma mobilização de Governos, Instituições e Entidades responsáveis pelos sistemas educacionais na busca por propostas que viabilizem a oferta e continuidade dos estudos,utilizando modalidades alternativas de ensino enquanto durar o período de isolamento social (Lima, Guimarães, e Arruda, 2020; Silva, Pereira, Oliveira, Surdi, e Araújo, 2020; Barreto, e Rocha, 2020). Neste sentido, o ensino remoto emergencial foi a alternativa encontrada para que houvesse a continuidade do ensino. Apesar de todos os desafios e entraves, esse formato se tornou indispensável para minimizar os prejuízos do período de afastamento das aulas presenciais. Representa não apenas a viabilização da comunicação à distância, mas também agrega novas possibilidades de ensino/aprendizagem. (Godoi, Kawashima, e Gomes, 2020; Silva, Pereira, Oliveira, Surdi, e Araújo, 2020; Barreto, e Rocha, 2020)

 

    Os impactos na Educação alcançaram não apenas as aulas da educação básica, mas também atividades culturais e esportivas, impactando muito a rotina de crianças e jovens e aumentando significativamente o grau de sedentarismo dessa parte da população (Wilke et al., 2021). Além disso, o fato de precisarem se manter em isolamento, longe do convívio com os colegas e amigos, pode ocasionar problemas na saúde psicossocial, como ansiedade e até mesmo depressão, considerando que as relações sociais nessa fase são extremamente importantes para o desenvolvimento pleno e saudável (Ammar et al., 2020; Nabuco, Oliveira, e Afonso, 2020). A prática regular de atividade física, assim, é apontada como um fator de proteção à saúde mental de crianças. (Silva, Silva, e Cavalcante Neto, 2017)

 

    Segundo Nabuco, Oliveira, e Afonso (2020, p. 1), “há evidências de que a morbimortalidade relacionada à saúde mental tende a superar a relacionada diretamente à infecção, sendo resultado da própria pandemia e das medidas de distanciamento social”. Dessa forma, não havendo possibilidade de prever quando esta crise sanitária irá terminar, a necessidade de oferecer atividades esportivas para crianças e jovens, mesmo de forma on-line também se torna indispensável nesse momento (Raiola et al., 2020; Guan et al., 2020; Varea et al., 2022). Proporcionar momentos semanais de uma atividade física orientada, nos quais as crianças e jovens possam se exercitar, se divertir, ver os amigos e aliviar as tensões de uma rotina de isolamento social pode contribuir significativamente tanto para a manutenção da saúde física quanto psicossocial. A manutenção de um hábito saudável na vida das pessoas, cujo propósito é gerar bem-estar integral, é considerado um valor fundamental pela sociedade. (Gonzalez, e Pedroso, 2012)

 

    O Projeto Bugre Lucena (PBL) é um projeto de extensão universitária da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Dança (ESEFID) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Atende crianças, jovens e adultos da comunidade, oferecendo a prática de judô e outros esportes de combate de forma gratuita para estudantes de escolas públicas (Nunes, e Trusz, 2018). Em atividade desde o ano de 1991, o PBL tem se caracterizado pelo viés da inclusão social e do esporte educação na sua metodologia de ensino dos esportes de combate. Visa não apenas o aprendizado técnico, mas também a formação pessoal dos praticantes, buscando agregar valores como respeito, amizade, responsabilidade e cooperação. (Trusz, Nunes, e Balbinotti, 2018)

 

    O judô é um dos esportes de combate mais populares no que diz respeito à prática por crianças e jovens. Sendo considerado um esporte educativo por excelência, auxilia a criança a se expressar num contexto lúdico, onde ela tem possibilidade de canalizar sua energia e assim contribui para formação de sua personalidade (Nunes, e Trusz, 2018). Através do treinamento de técnicas de autodefesa, a criança aperfeiçoa seu equilíbrio corporal, aprende a agir e reagir com respeito e disciplina, desenvolvendo assim autoconfiança,melhorando a forma como lida com suas emoções. Desenvolvido de forma lúdica, o judô pode ainda contribuir para o desenvolvimento da concentração e proporcionar possibilidades de a criança analisar e conviver com situações de sucesso e fracasso. (Villamón, e Brousse, 2002)

 

    Essas características do judô remetem às suas origens no Japão, no início da Era Meiji (1868-1912). Jigoro Kano foi o criador do judô como é conhecido atualmente. Ele praticou e estudou as técnicas do ju-jutsu, antiga arte marcial praticada pela classe guerreira japonesa, organizou e sistematizou aquelas que julgou mais apropriadas para a prática esportiva e criou um método de educação física cujo objetivo era desenvolver o indivíduo de forma integral, física, intelectual e espiritualmente. Sustentou seu método em princípios da cultura japonesa que serviam de orientação para as condutas e comportamentos dos japoneses: princípio da máxima eficiência com o menor gasto de energia (seiryoku-zenyo) e princípio da prosperidade e benefícios mútuos (jita-kyoei). (Maekawa, e Hasegawa, 1963; Virgílio, 1994; Kano, 1986, 2008; Casado, e Villamón, 2009; Trusz, Nunes, e Balbinotti, 2018; Martinkova, Parry, e Vagner, 2019)

 

    Segundo o Professor Jigoro Kano, a prática regular do judô contribui para que o indivíduo se torne mais forte e com o raciocínio mais apurado, bem como para a superação de seus déficits psicossociais, pois, baseado no princípio da máxima eficiência, desperta a percepção de que a raiva, o estresse, o descontentamento, entre outras, são gastos desnecessários de energia (Kano, 2008). Dessa forma, a prática do judô visa contribuir não apenas para o desenvolvimento físico dos praticantes, mas também cognitivo e social (Vázquez, Morales, e Broqué, 2018). A atividade física proporcionada pelo judô pode ainda contribuir no desempenho escolar delas, na medida em que, através dos princípios e exercícios motores, desperta o sentido de participação, respeito e concentração, essenciais para o sucesso do processo ensino-aprendizagem. (Trusz, e Dell’Aglio, 2010; Vaquerizo, 2019)

 

    Da mesma forma que todas as atividades comunitárias oferecidas pela ESEFID/UFRGS, o PBL também precisou suspender suas atividades presenciais, o que deixou mais de 50 crianças sem possibilidade de iniciar ou dar continuidade na prática do judô. Mais do que proporcionar o aprendizado técnico para as crianças com a utilização de estratégias que proporcionasse a continuidade dos treinos, foi traçado como também como objetivo a manutenção de vínculo dos alunos e alunas com o judô como forma de contribuir para a promoção da saúde psicossocial. Assim, o objetivo do trabalho foi ofertar uma proposta de ensino on-line de judô que, além de trazer os aspectos técnicos da modalidade, contribuísse para promoção da saúde psicossocial dos participantes, reduzindo os impactos do isolamento social.

 

Métodos 

 

    Para a elaboração deste relato de experiência foi realizada uma abordagem qualitativa, utilizando o método da observação participante. Este método faz uso da aplicação atenta dos sentidos do pesquisador, destacando sua intenção de compreender aspectos sobre a realidade observada de maneira a produzir conhecimento claro e preciso (Rafagnin, Madruga, e Furtado, 2020). O método da observação é definido como aquele que utiliza os sentidos para a obtenção de informações, implicando não apenas na visualização, mas no exame minucioso dos fatos e/ou fenômenos. (Barroso, 2012; Richardson et al., 2017; Campos, Silva, e Albuquerque, 2021)

 

    O PBL atende anualmente pelo menos duas turmas de judô para crianças e jovens entre 7 e 13 anos, sendo uma denominada de Judô Iniciação e a outra de Judô Aperfeiçoamento. A turma Iniciação possui 25 vagas e é destinada a alunos e alunas ingressantes no Projeto. A turma Aperfeiçoamento, também com 25 vagas, é destinada aos alunos e alunas que no ano anterior pertenciam à turma Iniciação. Este relato de experiência irá abordar as estratégias de ensino, atividades realizadas e as percepções sobre o comportamento dos alunos e alunas, bem como suas famílias, da turma Aperfeiçoamento, uma vez que não foi possível formar uma nova turma Iniciação, dado o início das medidas de distanciamento social para conter o avanço da COVID-19 ter ocorrido já em março de 2020.

 

    Os alunos e as alunas da turma de Judô Aperfeiçoamento a qual se refere este artigo frequentam o PBL há pelo menos 2 anos, tendo iniciado as atividades em 2020 com 22 participantes e encerrado o ano com 20 participantes (9 meninas, 11 meninos; faixa etária 8 a 13 anos). As graduações eram bem variadas, tendo participantes na faixa cinza (um ano de prática), recém egressos da turma Iniciação, até judocas na faixa laranja (quatro anos de prática), frequentando a turma Aperfeiçoamento há 3 anos. Todos possuem algum conhecimento sobre os fundamentos do judô, como as saudações, os ukemis (técnicas de amortecimento de queda), shintai (formas de deslocamentos), tai sabaki (movimentos giratórios do corpo), nage waza (técnicas de projeção) e katame waza (técnicas de domínio no solo).

 

Resultados 

 

    Com a suspensão das atividades presenciais, nos meses de março e abril os participantes não tiveram atividades no PBL. As atividades foram retomadas, de forma online, a partir do mês de maio, com a proposição de vídeo-desafios que eram postados nas redes sociais (Facebook e Instagram) do PBL. Esses vídeos consistiam em exercícios físicos direcionados para o condicionamento físico e alguns exercícios que remetiam a movimentos específicos do judô. Estes vídeos-desafios eram postados uma vez por semana, sempre às segundas-feiras e os judocas tinham até a sexta-feira da mesma semana para enviar o seu vídeo cumprindo o desafio.

 

    Esta estratégia mostrou-se frágil e o engajamento dos participantes diminuiu consideravelmente pouco tempo depois de iniciadas as postagens. Assim, foi organizada uma reunião com os pais, mães e responsáveis dos judocas, na qual foi apresentada a proposta de aulas de judô on-line através da plataforma Google Meet. Essa proposta foi prontamente aceita e no mês de junho de 2020 as aulas foram iniciadas, primeiramente com dois encontros semanais nos meses de junho e julho, passando em agosto para três encontros semanais até o mês de dezembro. Estes encontros on-line aconteceram nas segundas, quartas e sextas-feiras, às 18h30, com duração de 45 minutos. Essa proposta foi bem recebida pelas crianças bem como pelas famílias, com um engajamento bastante expressivo (média de 18 participantes por aula).

 

    Foi solicitado aos pais, mães e responsáveis que auxiliassem as crianças a organizarem um espaço de cerca de 2 x 2 metros, aproximadamente, para a realização das atividades. Durante a aula, os judocas deveriam manter suas câmeras ligadas de maneira a possibilitar o acompanhamento da execução dos exercícios pelos professores. Foi estipulado também que o uso do judogi (uniforme para prática do judô) era obrigatório, sendo bem aceito e cumprido por todos. Cada judoca utilizou o equipamento que possuía, seja smartphone, tablet ou computador. A orientação era de que fixassem a tela do professor ministrante para poderem acompanhar as demonstrações e orientações dos exercícios.

 

Figura 1. Aula on-line do PBL utilizando a plataforma Google Meet

Figura 1. Aula on-line do PBL utilizando a plataforma Google Meet

Fonte: Acervo pessoal do autor (2020)

 

    As atividades propostas aos judocas inicialmente eram voltadas para as capacidades condicionais e coordenativas. Exercícios combinados de força, resistência e agilidade, mobilização articular e flexibilidade. Foram propostos também exercícios de fundamentos do judô em um formato de treino denominado tandoku renshu (treino solitário ou treino de sombra), denominação esta atribuída pelo Instituto Kodokan (primeira escola de judô, com sede no Japão, referência para o ensino e a difusão da modalidade no mundo) para o treinamento sem um parceiro (Kano, 1986). Através deste treinamento foi possível orientar especificamente fundamentos que nas aulas presenciais eram abordados de maneira secundária, como por exemplo shintai (deslocamentos), shisei (posturas) e tai sabaki (movimentos giratórios do corpo).

 

Figura 2. Exercício de tandoku renshu

Figura 2. Exercício de tandoku renshu

Fonte: Acervo pessoal do autor (2020)

 

    Foi realizado também um campeonato de judô funcional para a turma, que contou com a participação de todas as crianças. A tarefa deste campeonato consistiu em solicitar aos alunos e alunas a repetição de uma técnica de judô através da execução tandoku renshu o maior número de vezes no tempo de 1 minuto. As crianças foram divididas em 5 grupos com 4 componentes cada e os combates eram sorteados dentro de cada grupo. Cada criança então enviou um vídeo para os professores com a execução da técnica. Além do número de repetições, o gesto técnico também foi avaliado, sendo dado 1 ponto para execução correta e meio ponto para gesto técnico incompleto. O objetivo principal desta ação foi proporcionar um evento que servisse de meta para os treinos que as crianças estavam realizando.

 

    As aulas on-line foram encerradas em dezembro de 2020 com o exame de graduação. Para este exame também fizemos uso da proposta de envio de vídeos pelas crianças aos professores. Esta atividade foi baseada no Kodomo No Kata (forma de execução técnica; rotina de ensino específico para crianças), uma proposta desenvolvida pelo Instituto Kodokan, Federação Internacional de Judô e Federação Francesa de Judô voltada para o ensino de crianças. Foi elaborada uma sequência de movimentos e técnicas adaptadas para o ambiente sem tatames e enviada para as crianças, que tiveram o prazo de uma semana para encaminharem seus vídeos. Os resultados foram divulgados na última semana de dezembro, com as aulas então sendo finalizadas e a turma entrando em férias.

 

Discussão 

 

    É inegável que a pandemia da COVID-19 causou impactos profundos na sociedade, alterando a rotina diária e principalmente privando o convívio entre as pessoas. Nesse sentido, é possível dizer que os impactos psicossociais da pandemia podem ser maiores do que os biológicos (Nabuco, Oliveira, e Afonso, 2020). Em se tratando de crianças, os impactos podem perdurar até a fase adulta, tendo em vista que, por ser um indivíduo em formação, ainda não possui todos os recursos psicológicos e maturidade para lidar com as situações impostas pela pandemia. Assim, encontrar alternativas que minimizem estes impactos é obrigação de toda a sociedade e a prática de atividades e exercícios físicos configura-se como uma dessas alternativas.

 

    Existem evidências de que atividade física atua na melhora da autoestima, do autoconceito, da imagem corporal, das funções cognitivas e de socialização, na diminuição do estresse e da ansiedade (Weinberg, e Gould, 2001; Oliveira, Aguiar, Almeida, Eloia, e Lira, 2011; Mears, e Jago, 2016; Silva, e Cavalcante Neto, 2017). Esse reconhecimento científico sobre a relevância da atividade física regular para a saúde integral do indivíduo, indica que a oferta destas atividades neste momento delicado de pandemia pelo qual estávamos passando foi um recurso que pode e deve ser utilizado como ferramenta para a prevenção de distúrbios psicológicos e promoção da saúde mental das pessoas.

 

    Ainda, existe a recomendação de que crianças e adolescentes em idade escolar (5 a 17 anos) participem de pelo menos 60 minutos de atividade física de intensidade moderada a vigorosa por dia, e que o tempo de tela recreativo sedentário não ultrapasse 2 horas diárias, bem como tenham 9 a 11 horas de sono de boa qualidade por dia. Entretanto, as oportunidades de atividade física que as crianças teriam para cumprir essas diretrizes de comportamento de movimento ficaram muito restritas em razão do fechamento de escolas e as medidas de distanciamento social adotadas pelos governos. (Guan et al., 2020)

 

    Considerando que a prática regular de atividade física é fundamental não apenas para a saúde física das crianças, mas também para a saúde psicossocial delas, o PBL propôs a continuidade das aulas de judô para a turma de Aperfeiçoamento. Este projeto é uma ação de extensão universitária, cuja prerrogativa é ser o canal de comunicação entre Universidade Pública e sociedade (Abranches, 2020). O panorama de incerteza trazido pela pandemia do COVID-19 fez com que a extensão universitária buscasse novas soluções para se manter no cotidiano das comunidades (Lima, Guimarães, e Arruda, 2020). Dessa forma, a manutenção das atividades do Projeto durante a pandemia, mesmo que de forma reduzida e online, cumpriu com o papel que se espera da Universidade Pública, de atender à sociedade na qual está inserida.

 

    Partindo do objetivo principal de manutenção do vínculo das crianças participantes da turma de Judô Aperfeiçoamento com a modalidade, com o Projeto, com os colegas e professores, iniciamos a utilização dos meios digitais para a continuidade do aprendizado do judô para nossos alunos e alunas. Entretanto, a mudança do ensino presencial para o ensino remoto exigiu aprendizados também por parte dos professores. As aulas que antes ocorriam no dojô (local para a prática do judô), sendo caracterizadas por interações e contato corporal constante entre os alunos, foram suspensas. Como qualquer outro esporte, o judô é uma atividade cuja prática está vinculada às interações entre os praticantes, ou seja, pelas vivências corporais (Godoi, Kawashima, e Gomes, 2020). Propor atividades e exercícios físicos para serem realizados de forma individual pelas crianças através de uma tela se constituiu no maior desafio enfrentado.

 

    Nesse sentido, a proposição de atividades e exercícios aos quais as crianças estavam habituados nas primeiras aulas on-line se mostrou uma estratégia acertada. Os exercícios propostos eram condicionais e coordenativos, trabalhando os aspectos de força, resistência, agilidade e flexibilidade. Para tornar as aulas mais prazerosas para as crianças, foram incluídos o aspecto lúdico nas aulas. Ressalta-se a importância do desenvolvimento de atividades por meio do lúdico, visto que facilita a aprendizagem, além de contribuir para a saúde mental. Ainda, proporciona uma atmosfera positiva que facilita os processos de socialização, comunicação, expressão e construção do conhecimento. (Silva, Silva, e Cavalcante Neto, 2017)

 

    O judô, sendo uma modalidade de combate, necessita da interação e do contato corporal entre os praticantes. Entretanto, o aprendizado dos fundamentos técnicos pode ocorrer também de forma individualizada. Através do treinamento tandoku renshu (treino individualizado ou treino de sombra), o praticante exercita diversas técnicas do repertório do judô, desde as mais básicas como shintai (formas de deslocamento) ao nage waza (técnicas de projeção). Este tipo de treinamento contribui para a melhora da coordenação motora e do equilíbrio do praticante (Kano, 1986). Nesse sentido, a aplicação desse treinamento com as crianças da turma de Judô Aperfeiçoamento se mostrou eficaz para a melhora desses quesitos. Inicialmente elas tiveram muitas dificuldades para a execução, dificuldades que foram potencializadas pelo fato de as correções serem feitas através das telas de smartphones ou computadores. Com o passar das aulas, porém, as crianças passaram a executar com maior destreza os movimentos técnicos.

 

    Essa melhora na execução técnica dos movimentos de judô pelas crianças passa também pelo aperfeiçoamento na forma como o professor passava as instruções e correções. Nas aulas presenciais, o professor utilizava, além da instrução verbal, o contato físico, conduzindo muitas vezes o praticante na execução do movimento, indicando a direção e a posição do corpo. Através de uma tela, a habilidade de comunicação verbal é o principal meio de passar as instruções e correções às crianças, desafiando os professores a melhorar nessa habilidade. Descrever a execução técnica contribuiu para a reflexão dos professores sobre cada etapa dessa execução e contribuiu para que as crianças compreendessem melhor o que estavam executando. (Anversa, Silva Júnior, Barbosa, e Oliveira, 2017)

 

    Como relatado anteriormente, o objetivo inicial das aulas on-line para a turma de Judô Aperfeiçoamento foi a manutenção do vínculo das crianças com a modalidade e com o Projeto. Assim, além de transmitir exercícios e atividades práticas, foi proposto ao final de cada encontro um momento para que as crianças pudessem conversar. Esses momentos foram bastante positivos, pois todas as crianças falavam sobre suas impressões sobre o treino do dia, como também sobre a sua rotina na pandemia, de forma mais contida inicialmente, mas ao longo do tempo tornaram-se mais espontâneas. Proporcionar estes momentos de fala às crianças também faz parte do aprendizado esportivo, pois ajuda a desenvolver as relações sociais e a construir valores, além de melhorar a consciência crítica e a cidadania. (Aquino, 2010)

 

    A realização do campeonato de judô funcional e o exame final de graduação tiveram um propósito bem definido: dar um motivo para as aulas que eles estavam frequentando. Para as crianças é difícil compreender que a prática de um esporte irá trazer benefícios para sua saúde física e psicossocial. Estipular um objetivo que apresente um resultado visível pelo seu esforço dá sentido à prática esportiva para a criança (Weinberg, e Gould, 2001). Assim, através da promoção destes dois eventos, o objetivo foi agregar mais elementos que pudessem contribuir para a promoção da saúde psicossocial das crianças. Além de se configurarem como objetivos a se alcançar com o treinamento semanal, serviram como eventos integradores e reforçadores dos vínculos das crianças com o Projeto, somando-se às aulas oferecidas semanalmente.

 

Conclusões 

 

    Neste artigo foi relatada a experiência com o ensino de judô através de aulas on-line para crianças no PBL e os benefícios que essas aulas promoveram para a saúde física e psicossocial delas. As aulas nesse formato foram desafiantes tanto para os alunos e alunas do PBL como também para seus professores. O formato on-line, num primeiro momento, parece não ser adequado para o desenvolvimento de atividades físicas, quanto mais um esporte de combate. As dificuldades em manter o foco das crianças nas aulas presenciais são grandes, e quando essas aulas passam a ser ministradas através de uma tela de computador essas dificuldades são potencializadas. Em razão disso, o receio de que após algumas aulas as crianças perdessem o interesse também foi uma preocupação enquanto coordenação pedagógica do PBL.

 

    Entretanto, entendeu-se que a proposta de aulas on-line teve resultados muito positivos. Como indicadores para esta avaliação, consideramos: 1) a adesão quase total dos alunos e alunas que estavam matriculados na turma (20 crianças de um total de 22); 2) a assiduidade às aulas, com uma média de 18 crianças por aula; 3) a adesão ao campeonato de judô funcional (20 participantes); 4) a melhora no equilíbrio e coordenação das crianças, percebidos através da melhora na execução no tandoku renshu; e 5) o compromisso dos pais, mães e responsáveis e principalmente das crianças com as aulas e eventos propostos, justificando as eventuais faltas.

 

    Um aspecto essencial que contribuiu para a avaliação positiva desta experiência foi a participação e engajamento do grupo de pais, mães e responsáveis. O incentivo às suas crianças para que não deixassem de fazer as aulas pode ser percebido nas falas deles nas reuniões que tivemos e no acompanhamento das aulas, seja conectando o equipamento para as crianças ou no espaço que organizaram em suas casas para a realização das aulas. Ressalta-se que esse engajamento ocorreu pela confiança no trabalho desenvolvido ao longo dos anos no PBL e que foi reforçado pela proposição de aulas on-line.

 

    As aulas on-line se configuraram como um momento de prazer para elas, uma oportunidade de manter parte da rotina que tinham antes da pandemia, além de interagir com os colegas e professores do Projeto, mesmo que pela tela de um computador ou smartphone. Isso pôde ser considerado a partir do registro da assiduidade e a percepção da dedicação das crianças nas aulas. Nesse sentido, podemos dizer que elas estão otimizando sua saúde mental buscando o seu bem-estar, podendo ser percebido no grau elevado de seu estado de humor e ânimo para a realização de suas atividades. Assim, manter as crianças do Projeto envolvidas em algum tipo de atividade física, através de um treinamento sistemático que remete ao que elas estavam habituadas antes da pandemia da COVID-19, contribuiu para a promoção da saúde física e psicossocial delas.

 

Referências 



Abranches, M. (2020). Extensão Universitária remota? Os desafios em tempos de pandemia. Pensar a Educação em pauta – Um Jornal Para A Educação Brasileira. https://pensaraeducacao.com.br/pensaraeducacaoempauta/extensao-universitaria-remota-os-desafios-em-tempos-de-pandemia

 

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Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 27, Núm. 289, Jun. (2022)