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Análise dos distúrbios posturais de professores de
Educação Física no contexto da prática em academia

Estudio de los trastornos posturales de los profesores de Educación Física en el contexto de la práctica en el gimnasio

Analysis of disturbance teacher of Physical Education in the context of practice in gym

 

*Fisioterapeuta graduada pela PUC Goiás

**Fisioterapeuta, Educador Físico, Mestre em Fisioterapia UNITRI

Doutorando em Ciências da Saúde UFG, Bolsista pela FAPEG

Docente do curso de Fisioterapia da PUC Goiás. Diretor do Departamento

de Enfermagem, Nutrição e Fisioterapia da PUC Goiás

Lorena Ramos Fernandes da Silva*

Renato Alves Sandoval**

rasterapia@ig.com.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          O objetivo do trabalho foi avaliar os principais desvios posturais dos professores de educação física que atuam em academias de Goiânia-Go, através do exame-físico funcional, que relataram sentir dor na coluna vertebral. Trata-se de um estudo observacional transversal com amostra de conveniência constituída por 27professores de educação física com idade variando entre 21 a 40, com média de 28,7 e desvio padrão de 4,38 anos, sendo 19 do sexo masculino (70,37%) e 8 do sexo feminino (29,63%).Para avaliação postural foi utilizado um simetrógrafo da marca Carci, a análise foi feita vista anterior, posterior e lateral direita e um questionário contendo 24 perguntas. Resultado: Neste estudo os principais desvios posturais encontrados nos professores de educação física foram aumento do ângulo de tales 33,33%, desnivelamento da EIAS 44,44%, ângulo inferior da escapula 51,85%, varo de joelho 37,03%, aumento da lordose lombar 62,96%, rotação medial de ombro 37,03% e aumento do ângulo tíbio 44,44%. Pode se concluir que os professores de educação física apresentam consideráveis índices de desvios posturais. E esses desvios estão relacionados com o relato de dor referido pelos mesmos. Porém os desvios posturais não foram o único fator, a postura de pé adotada por um longo período de tempo, a carga horária exacerbada são fatores que predispõem a dor na coluna vertebral.

          Unitermos: Professor. Educação Física. Coluna vertebral. Avaliação postural. Academia. Dor.

 

Abstract

          The objective of this study was to evaluate the main postural deviations of the physical education teachers working in academies of Gym-Go, by examining physical-functional who reported pain in the spine. This is an observational cross-sectional convenience sample consisted of 27 physical education teachers aged 21-40, mean 28.7 and standard deviation of 4.38 years, 19 males (70, 37%) and 8 females (29.63%). For postural assessment used a squared Carci brand, the analysis was seen anterior, posterior and right side and a questionnaire containing 24 questions. Results: In this study the main postural deviations found in the physical education teachers were tales increased angle of 33,33%, unevenness of ASIS 44.44%, inferior angle of scapula 51.85%, varus knee 37.03%, increased lumbar lordosis 62.96%, medial rotation of shoulders and increased 37,03% tibial angle 44,44%. It can be concluded that the physical education teachers have considerable levels of deviation. And these deviations are related to the reporting of pain referred by them. But postural deviations were not the only factor, the standing posture adopted by a long period of time, workload, are factors that predispose exacerbated the pain in the spine.

          Keywords: Teacher. Physical Education. Spine. Postural assessment. Academy. Pain.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 175, Diciembre de 2012. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    No Brasil, as patologias da coluna vertebral constituem um importante fator responsável pelo afastamento do trabalho. Os dados mais recentes do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) demonstram que no ano de 2006 foram registrados 503.890 acidentes de trabalho, dentre os quais, 16.118 foram relacionados com a região da coluna vertebral, sendo que aproximadamente 50% desses acidentes foram cadastrados no INSS como dor nesse segmento corporal (MONNERAT e PEREIRA, 2009).

    Relacionado com o trabalho a dor lombar éuma das principais causas de absenteísmo ao trabalho eresponsável por umaalta incidência na população economicamente ativa, incapacitando-a temporária ou definitivamente para atividades profissionais (BRACCIALLI e VILARTA, 2000; SILVA, FASSA e VALLE, 2004; POITRAS et al, 2005).

    Estima-se que 80% da população possui algum tipo de dor nas costas durante algum período da vida. Em adultos com idade inferior a 45 anos a dor lombar é a causa mais prevalente de incapacidade (POLITO, MARANHÂO NETO e LIRA, 2003; SOUZA et al, 2008; OCARINO et al, 2009; MONERRAT e PERREIRA, 2009).

    A etiologia das algias da coluna vertebral é multifatorial, oriundas de causas físicas, fatores genéticos, traumas, posturas inadequadas, levantamento e transporte de cargas pesadas, fraqueza muscular, tabagismo, tipo de trabalho muscular e fatores degenerativos, que podem ser desencadeadas psicossomaticamente, como estresse (ALEXANDRE et al, 2001; VERDERI, 2003; BRITO et al, 2011).

    De acordo com Magee (2002), “postura é um composto das posições das diferentes articulações do corpo num dado momento. A postura correta é a posição na qual um mínimo de estresse é aplicado em cada articulação”. Segundo Palmer; Apler (2000), “A postura correta consiste no alinhamento do corpo com eficiências fisiológicas e biomecânicas máximas, o que minimiza os estresses e as sobrecargas sofridas ao sistema de apoio pelos efeitos da gravidade. Dessa forma, quando o indivíduo se percebe, tem-se a impressão de estabilidade no espaço por ele ocupado (MAGEE, 2002; VERDERI, 2003; PENHA et al, 2005).

    Em contrapartida, a má postura é uma relação defeituosa entre as várias partes do corpo que produz maior tensão nas estruturas de apoio, e onde um equilíbrio menos eficiente do corpo sobre essa base de apoio (PENHA et al, 2005, BARONI et al, 2010).

    Através da compreensão do conceito de postura estática tem-sea base para a compreensão da postura dinâmica, possibilitando uma análise cinemática de todos os segmentos (ALEXANDER, 2001; AMADO-JOÃO e PENHA, 2006).

    Para se tentar minimizar a alta incidência de afecções posturais no adulto, se faz necessário um trabalho de base abrangente, atuando, principalmente, no plano preventivo e educacional, possibilitando a mudança de hábitos inadequados (BRACCIALLI e VILARTA, 2000).

    A educação postural tem como objetivo consentir essa mudança de hábitos corporais inadequados e permitir a realização de atividades dentro de um espaço de segurança gestual (BRACCIALLI e VILARTA, 2000).

    O controle postural também é um aliado em manter a estabilidade do corpo e dos segmentos corporais, em resposta a forças que perturbam o equilíbrio corporal é está habilidade esta relacionada a um processo de aprendizado do sistema nervoso central (SMITH, WEISS e LEHMKUHL, 1998; MOCHIZUKI e AMADIO, 2003; AMADO-JOÃO e PENHA, 2006).

    A avaliação postural é um dos principais parâmetros para mensurar os desequilíbrios e adequarmos a melhor postura a cada indivíduo, possibilitando a reestruturação completa das cadeias musculares (VERDERI, 2003; MIKHAIL et al, 2005; ALEXANDRE e AMADO-JOÃO, 2006; KENDALL, 2007; VILASBOAS e SANDOVAL, 2008).

    O objetivo do trabalho foi avaliar os principais desvios posturais dos professores de educação física que atuam em academias de Goiânia-Go, através do exame-físico funcional e que relataram sentir dor na coluna vertebral.

Casuística e métodos

    Trata-se de um estudo observacional transversal, com amostra de conveniência. A amostra original foi constituída por 134 professores de educação física, que trabalham em academias de Goiânia-GO, de ambos os sexos que responderam o questionário proposto. Dessa amostra de 134 professores, foram excluídos 18 por apresentarem diagnóstico ortopédico na coluna vertebral, constituindo assim 116 professores. Desses 116 profissionais, 72 relataram no questionário sentir dores nas costas, sendo então selecionados para realizar a avaliação postural. Dos 72 professores selecionados, apenas 27 aceitaram realizar a avaliação postural, perfazendo assim a amostra analisada neste estudo. Pois os 45 restantes não tiveram disponibilidade para realizar a avaliação. Representando 37,5% dos avaliados. O período da coleta de dados foi do dia 10 ao dia 27 de abril de 2012.

    Na amostra dos 27 professores de educação física a idade variou de 21 a 40 anos, média de 28,33e desvio padrão de 4,38anos, sendo 19 do sexo masculino (70,37%) e 8 do sexo feminino (29,63%), todos com a principal atuação profissional em academias de Goiânia.

    A coleta de dados foi feita no local de trabalho do Professor de Educação Física (academia). Onde teve um agendamento prévio com o supervisor para consentir a liberação dos professores. Após a liberação do supervisor foi realizado o agendamento com os professores e marcado o dia para leitura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, tido o aceite do voluntário foram coletados os dados pessoais, uma explicação sobre o trabalho e o preenchimento do questionário que compunha de 24 questões.

    Os sujeitos foram orientados a preencher um, questionário elaborado pelo pesquisador, contendo as seguintes perguntas: “você sente dor nas costas?” “com que freqüência?” “região da dor?” “qual postura mais adota durante seu trabalho?”.

    Os profissionais que relataram sentir dores nas costas foram critérios de inclusão. Sendo eles: Ser professor de educação física, ter como principal atividade a atuação em academia, idade variando entre 20 e 40 anos, aceitar participar da pesquisa e preencher o termo de consentimento livre e esclarecido e relatar sentir do na coluna vertebral. Os critérios de exclusão foram: Não estar trabalhando no âmbito da academia, não ter como principal atividade a atuação na academia, idade menor que 20 anos e maior que 40 anos, apresentar diagnóstico de problema ortopédico na coluna vertebral.

    Para avaliação postural foi utilizado o simetrógrafo portátil da marca Carci. O instrumento possui tela plástica transparente, quadriculado com linhas de nylon pretas, medindo 1,85cm de altura por 0,80cm de largura, quadriculados de 10 cm, possui marcações A-K (horizontal) é 1-31 (vertical).

    O avaliado foi orientado a permanecer em posição ortostática atrás do simetrógrafo, utilizando traje adequado para avaliação postural. O instrumento estava em um suporte metálico a 2 metros do chão e o avaliador ficou a 2 metros de distância do avaliado.

    Para avaliação postural utilizou-se uma ficha baseada nos pontos referenciais determinados por Liposcki, Neto e Savall (2007) identificados na ficha de avaliação do IAP Instrumento de Avaliação Postural, adaptado.

    Foram marcados os pontos anatômicos no avaliado, vista anterior: acrômio, ângulo de tales, espinha ilíaca ântero-superior, tuberosidade anterior da tíbia e maléolo lateral. Todos os pontos bilaterais.

    Vista posterior: ângulo inferior da escápula, ângulo de tales, espinha ilíaca póstero-superior, linha articular do joelho e maléolo lateral. Todos os pontos são bilaterais.

    Vista lateral direita: cabeça, coluna cervical, ombro, tórax, coluna lombar, trocânter maior do fêmur e ângulo tíbio. Todos os pontos são homolaterais. (LIPOSCKI, NETO e SAVALLI, 2007).

    Foi realizada uma análise estatística descritiva com medidas de tendência central e medida de variabilidade.

Resultados

    Através dos resultados obtidos, foram avaliados 27 professores de educação física, de ambos os sexos, sendo 19 sexo masculino (70,37%) e 8 sexo feminino (29,63%) com media 28,33 e desvio padrão de 4,38 anos.

    Na vista anterior, os principais desvios posturais observados foram: assimetria do ângulo de tales, correspondendo a 48,14% da somatória, lado direito e esquerdo e desalinhamento da espinha ilíaca antero superior á direita 44,44% (Tabela 1).

Tabela 1. Vista Anterior, principais desvios posturais observados em 27 professores de educação com idade entre 21 a 40 anos. (n=27)

    Na vista posterior foram observadas as seguintes alterações: desalinhamento do ângulo inferior da escapula lado direito 51,85%, desnivelamento da espinha ilíaca póstero superior lado direito 44,44% e varo de joelho 37,03% (Tabela 2).

Tabela 2. Vista Posterior, principais desvios posturais observados em 27 professores de educação física com idade entre 21 a 40 anos. (n=27)

    Na vista lateral direita observou-se as seguintes alterações: rotação medial de ombro 37,03%, aumento da lordose lombar 62,96% e aumento do ângulo tíbio 44,44% (Tabela 3).

Tabela 3. Vista Lateral direita, principais desvios posturais observados em 27 professores de educação física com idade entre 21 a 40 anos. (n=27)

    De acordo com o questionário respondido pelos 113 professores de educação física da amostra total, as posturas mais adotadas durante seu trabalho foram de pé, sentado, flexão de tronco e agachado.

Tabela 4. Características da postura que mais adota no dia a dia do trabalho

    Em relação aos 72 professores que relataram dor na região da coluna vertebral, observou-se maior prevalência de dor na região de coluna lombar, corresponde aos dados encontrados na avaliação postural em relação ao aumento da lordose lombar.

Tabela 5. Relacionada à presença de dor nas costas referido pelos 72 professores de educação física

Discussão

    Ao analisar a faixa etária dos professores de educação física percebeu um predomino entre as idades de 21 a 40 anos. Considerados adultos jovens, o estudo teve uma amostra de 27 professores de educação física sendo maior do sexo masculino correspondendo a 70,37% dos entrevistados.

    Postura corporal é definida como um arranjo balanceado das estruturas corporais, sendo determinado pelas posições dos segmentos entre si num dado momento, desenvolvendo naturalmente a postura eficiente, desde que os mecanismos essenciais a manutenção estejam saudáveis (PENHA et al, 2005; KENDALL, 2007; BARONE et al, 2010).

    A postura laboral adotada pelos professores de educação física em seu cotidiano, em pé, flexão anterior de tronco, agachado e sentado, hábitos de vida às vezes inadequados, atividades de vida diária e os equipamentos utilizados no dia-a-dia, podem levar a uso inadequado da mecânica corporal, no qual contribuem para desvios posturais, que estão relacionadas aos vícios posturais, causas fisiológicas e naturais do corpo (AMADO-JOÂO, 2006; KENDALL, 2007; BARONE et al, 2010).

    De acordo com os resultados obtidos podemos observar que alguns desvios são bem freqüentes no grupo de professores avaliados.

    Braccialli e Vilarta (2000) afirma que a postura anormal é um dos fatores desencadeantes para desvios posturais, condições dolorosas e incapacitantes do individuo.

    Segundo Barone et al (2010) as dores que acometem a musculatura da coluna vertebral são, em 90% dos casos,ocasionadas por vícios de postura, estresse e contraturas musculares sustentadas, de acordo com o autor apenas 10% dessas dores são manifestações de algum outro quadro clínico.

    De acordo com Almeida et al (2008) a dor em geral se traduz por uma experiência sensorial e emocional desagradável associada ou relacionada à lesão real ou potencial dos tecidos, ou descritas em tais termos.

    Pinto e Lopes (2009) ressaltam que 28% dos avaliados apresentaram pelo menos uma possível alteração postural, o que confirma os dados obtidos no qual 37,5% apresentam alguma alteração postural.

    Diversos autores relatam que os desequilíbrios musculares, por sua vez, são uma desordem do sistema músculo-esquelético nos quais os movimentos corporais resultam de compensações e anormalidades das cadeias musculares. Desse modo, a repetição de determinados tipos de posturas com compensações e movimentos habituais durante um longo período de tempo, provocam um processo de adaptação orgânica que resulta em efeitos deletérios para a postura, é o desequilíbrio muscular (LIPPERT, 2003; ALEXANDRE, AMADO-JOÃO, 2006; ANTUNES, MALFATTI, 2012).

    No presente estudo as principais alterações encontradas foram aumento do ângulo de tales, desnivelamento da EIAS, assimetria do ângulo inferior da escapula, varo de joelho, aumento da lordose lombar, rotação medial de ombro e aumento do ângulo tíbio.

    Em relação ao aumento do ângulo de tales que corresponde 48,14% das assimetrias lado direito e esquerdo. Segundo o estudo de Penha et al (2005) realizado com 132 crianças de 7 a 10 anos de idade, 78% delas apresentaram aumento do ângulo de tales. De acordo com autor essa alteração postural esta relacionada a rotação do tronco ou desvio lateral da coluna.

    A rotação medial do ombro foi observada em 37,03%dos professores. Corroborando com o estudo Pinto e Lopes (2009) que estudando 205 jovens com idade entre 17 e 23 anos, encontraram 37,9% rotação interna do ombro.

    No presente estudo foi constatada uma diferença entre o desnivelamento das EIAS em 44,44% concordando com o estudo de Barone et al (2010) realizado com 306 praticantes de musculação com idade de 21 a 51 anos que apresentaram 45,4% inclinação pélvica.

    Esse desnivelamento talvez se associe a desequilíbrio ascendente pelo fato de apresentarem maiores desvios postural na região de tronco e cintura escapular, mecanismos de compensação nos processos de estabilização da coluna lombar (JUNIOR, PASTRE, MONTEIRO, 2004). No entanto não foi possível identificar a origem dessa alteração, visto que o teste de discrepância de membros inferiores não foi realizado.

    O desalinhamento do ângulo inferior da escapula está relacionado ao lado dominante do individuo, no qual o lado que se encontra mais baixo corresponde ao lado dominante do mesmo, o que corrobora com os achados de Penha et al (2005) e Kendall (2007).

    A curvatura lombar está intimamente ligada com a posição pélvica no plano sagital. O ângulo pélvico-femoral e a inclinação sacra são fatores morfológicos principais na origem das curvaturas da coluna, determinando a anteversão ou a retroversão dos quadris e conseqüentemente problemas posturais (PINTO e LÓPES, 2009).

    Avaliando a coluna lombar percebeu-se um aumento da curvatura em 62,36% dos avaliados, corroborando com estudos de Barone et al (2010), Junior, Pastre e Monteiro (2004) no qual 73,2% dos avaliados apresentam algum tipo de alteração na curvatura fisiológica considerada normal na região. Segundo o autor 51,9% dos indivíduos tiveram aumento excessivo e moderado da lordose lombar.

    Esses desvios podem levar à dor crônica na região lombar, causa mais comum de dor na coluna vertebral, responsável por 60% das queixas álgicas do segmento (KISNER e COLBY, 1998; ALMEIDA et al, 2008).

    Outro fator encontrado é o tempo prolongado na postura de pé no qual o centro de gravidade e deslocado anteriormente fazendo com que haja maior pressão no disco vertebral, levando a algias na região da coluna lombar. O presente estudo concorda com Braccialli e Vilarta (2010) no qual na posição de pé o peso do corpo exerce uma pressão importante sobre o eixo da coluna.

    Já a hiperextensão de joelho foi observada em 44,44% dos avaliados, concordando com estudo de Penha et al (2005) realizado com crianças de 7 a 9 anos 48% apresentaram hiperextensão de joelho. De acordo com autor o aumento do angulo tíbio é muitas vezes um mecanismo de distribuição de peso no qual, a pelve fica em anteversão e a tíbia e tensionada para traz levando a hiperextensão de joelho.

    Deloroso, Deloroso e Prada (2012) define a primeira lei da estática como a lei das compensações: para que o nosso corpo esteja em condição de equilíbrio, qualquer desequilíbrio, seja ele segmentar ou articular, deverá ser contrabalanceado por um desequilíbrio inverso, de mesmo valor e no mesmo plano.

    Por tanto faz se necessário a correção postural. “A boa postura é um bom hábito que contribui para o bem estar do indivíduo. Por outro lado a má postura é um mau hábito e, infelizmente é muito comum” (Kendall, 2007).

Conclusão

    Conclui-se que os professores de educação física apresentam consideráveis índices de desvios posturais. A postura laboral adotada pelos mesmos em seu cotidiano, os movimentos repetitivos são fatores contribuem para as alterações.

    Sabendo-se da necessidade de uma boa postura, para melhor qualidade de vida e prevenção de algias, sugere-se a pratica de exercícios específicos para melhora da postura e uma reeducação postural. Instiga-se que mais estudos sejam realizados envolvendo o tema abordado, visto a escassez de pesquisa na área.

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