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ISSN 1514-3465

 

Perfil e competências dos gestores nas federações brasileiras de ginástica

Profile and Competencies of Managers in Brazilian Gymnastics Federations

Perfil y competencias de los directivos de las federaciones brasileñas de gimnasia

 

Julia van Rooijen Oliveira*

juliavroliveira@gmail.com

Jorge Eduardo Maciel Gonçalves Silva**

jorge.edu.maciel@gmail.com

Yves Miranda+

miranda95y@gmail.com

Carlos Augusto Mulatinho de Queiroz Pedroso++

carlos.mulatinho@upe.br

 

*Graduada em Educação Física

pela Universidade de Pernambuco (UPE)

Pesquisadora no Grupo de Pesquisa em Esporte e Gestão - Gequip (ESEF/UPE)

Bolsista no Programa de Fomento Acadêmico

da Universidade de Pernambuco 2021-2022

**Estudante de Mestrado em Gestão Desportiva

pela Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (FADEUP)

Pesquisador no Grupo de Pesquisa em Esporte e Gestão - Gequip (ESEF/UPE)

+Estudante de Doutorado do Programa Associado

de Pós-Graduação em Educação Física (UPE/UFPB)

Mestre em Gestão Desportiva pela Faculdade de Desporto

da Universidade do Porto (FADEUP)

Pesquisador no Grupo de Pesquisa em Esporte e Gestão - Gequip (ESEF/UPE)

++Doutor em Educação Física pela UPE

Professor Adjunto da UPE

Líder do Grupo de Pesquisa em Esporte e Gestão - Gequip (ESEF/UPE)

(Brasil)

 

Recepção: 15/03/2023 - Aceitação: 20/04/2023

1ª Revisão: 14/04/2023 - 2ª Revisão: 17/04/2023

 

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https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt

Citação sugerida: Oliveira, J.V.R., Silva, J.E.M.G. da, Miranda, Y., e Pedroso, C.A.M. de Q. (2023). Perfil e competências dos gestores nas federações brasileiras de ginástica. Lecturas: Educación Física y Deportes, 28(300), 62-76. https://doi.org/10.46642/efd.v28i300.3912

 

Resumo

    Nas organizações esportivas, as competências e o perfil do gestor esportivo são possibilidades que permitem uma gestão de maior qualidade, com o surgimento de conhecimentos científicos a serem aplicados na formação e atuação. A ginástica no Brasil é uma modalidade com resultados internacionais e sua gestão é realizada pela Confederação Brasileira de Ginástica e a nível estadual pelas 24 Federações. O objetivo deste estudo foi identificar o perfil e as competências dos gestores esportivos das Federações Brasileiras de Ginástica. É um estudo descritivo, exploratório e de campo. O instrumento utilizado foi um questionário adaptado eletrônico composto por três dimensões relacionadas ao perfil e quatro dimensões de competências, no qual cada item foi medido por uma escala Likert de sete pontos. A amostra foi composta por 11 gestores e a coleta de dados ocorreu entre fevereiro e maio de 2022, analisada por meio do SPSS Statistics 26.0, através de estatística descritiva, distribuição da frequência e média das respostas às questões fechadas com cálculos percentuais. Os gestores são em maioria mulheres com formação superior completa, ex-atletas e com atividades profissionais simultâneas à presidência. Apresentaram médias elevadas as competências Pessoais (6,63) e Sociais (6,63), com um afastamento da literatura nas Digitais (5,50). Na dimensão Gestão, gerir pessoas (6,81), governança (6,36) e captação de recursos (6,36) foram atividades principais do gestor esportivo. Devido ao exposto, visualiza-se estratégias de preparação e formação do gestor e lacunas nas organizações, compreendendo a importância para o preparo, aprimoramento e desenvolvimento da prática profissional do gestor esportivo.

    Unitermos: Administração. Esportes. Competência profissional.

 

Abstract

    In sports organizations, the skills and profile of the sports managers are possibilities that allow a higher quality management, with the emergence of scientific knowledge to be applied in training and performance. Gymnastics in Brazil is a sport with international results and the management is carried out by the Brazilian Gymnastics Confederation and at the state level by the Federations. The objective of this study was to identify the profile and competencies of the sport managers of the Brazilian Gymnastics Federations. This is a descriptive, exploratory, field study. The instrument used was an electronic adapted questionnaire composed of three profile-related dimensions and four competency dimensions, in which each item was measured by a seven-point Likert scale. The sample was composed of eleven managers and data collection took place between February and May 2022, analyzed using SPSS Statistics 26.0, through descriptive statistics, distribution of frequency and average of responses to the closed questions with percentage calculations. The managers are mostly women, with complete college education, former athletes, and with professional activities simultaneous to the presidency. The Personal (6.63) and Social (6.63) competencies presented high averages, with a departure from the literature in Digital (5.50). In the Management dimension, managing people (6.81), governance (6.36) and fundraising (6.36) were the main activities of the sports manager. Due to the above, it is visualized strategies for preparation and training of the manager and gaps in organizations, understanding the importance for the preparation, improvement and development of the professional practice of the sports manager.

    Keywords: Administration. Sports. Professional competence.

 

Resumen

    En organizaciones deportivas, las competencias y el perfil del gestor deportivo permiten una gestión de mayor calidad, con el surgimiento de conocimientos científicos aplicables en la formación y el desempeño. La gimnasia en Brasil es una modalidad con resultados internacionales y su gestión es realizada por la Confederación Brasileña de Gimnasia y a nivel estatal por 24 Federaciones. El objetivo fue identificar el perfil y las competencias de los gestores deportivos de las Federaciones Brasileñas de Gimnasia. Es un estudio descriptivo, exploratorio y de campo. Fue utilizado fue un cuestionario electrónico adaptado con tres dimensiones relacionadas con el perfil y cuatro dimensiones de competencias, medidos por una escala tipo Likert de siete puntos. La muestra estuvo conformada por 11 gerentes y la recolección de datos se realizó entre febrero y mayo de 2022, analizados mediante SPSS Statistics 26.0, utilizando estadística descriptiva, distribución de frecuencias y medias de respuestas a preguntas cerradas con cálculo porcentual. Los directivos son en su mayoría mujeres con estudios superiores completos, ex atletas y con actividades profesionales simultáneas a la administración. Las competencias Personal (6,63) y Social (6,63) presentaron promedios altos, con desvío de la literatura en Digitales (5,50). En la dimensión Gestión, la administración de personal (6,81), la gobernanza (6,36) y la recaudación de fondos (6,36) fueron las principales actividades del gestor deportivo. Por lo anterior, se visualizan estrategias de preparación y formación del directivo y vacíos en organizaciones, comprendiendo la importancia para la preparación, perfeccionamiento y desarrollo de la práctica profesional del directivo deportivo.

    Palabras clave: Administración. Deportes. Competencia profesional.

 

Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 28, Núm. 300, May. (2023)


 

Introdução 

 

    O esporte vem tornando-se mais presente na sociedade através de diferentes estabelecimentos, práticas e objetivos decorrentes do desenvolvimento do mercado, trazendo consigo novas demandas e profissionais (Horch, e Schütte, 2003). Estudos voltados a gestão de organizações são considerados importantes investigações para o cenário esportivo (Menezes et al., 2019) e cresceram nos últimos anos com intuito de obter uma melhor visão e compreensão do funcionamento e sucesso dessas instituições. (Stroesser Figueirôa, Mazzei, e Bastos, 2014)

 

    No Brasil, as confederações e federações são organizações sem fins lucrativos que buscam fomentar e gerir o esporte nas dimensões federais e estaduais (Menezes et al., 2019). Sordi, e Theobald (2017) afirmam a necessidade da presença de uma gestão competente para proporcionar o desenvolvimento e a qualidade dos serviços aos consumidores. Para isso, a peça fundamental é o gestor esportivo, que vai gerenciar as organizações esportivas utilizando várias competências e múltiplos conhecimentos. (Bastos, 2003)

 

    No caso da ginástica no Brasil, a modalidade é representada pela Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) no país desde 1978, seguindo as orientações internacionais da FIG (Federação Internacional de Ginástica). Segundo o Estatuto da Confederação Brasileira de Ginástica (2021), através das federações estaduais, o objetivo é desenvolver a prática organizando e aperfeiçoando as sete modalidades existentes pelo país (Dantas, Lima, Reis, e Bastos, 2018). Sendo uma modalidade marcante na história e conquista olímpica brasileira, o país conta com 24 federações ao total, não possuindo apenas nos estados do Acre, Mato Grosso e Amapá. (Confederação Brasileira de Ginástica, 2022)

 

Imagem 1. Em Brasil a maioria dos gestores das federações de ginástica são mulheres

Imagem 1. Em Brasil a maioria dos gestores das federações de ginástica são mulheres

Fonte: Criador de imagens de Bing

 

    Alguns estudos estão voltados para a gestão e a ginástica em diferentes organizações, como o estudo de caso voltado ao modelo de gestão na Confederação Brasileira de Ginástica Estética de Grupo (Stroesser Figueirôa et al., 2014) e outro acerca da gestão na Federação Cearense de Ginástica (Dantas et al., 2018). Através do modelo SPLISS (De Bosscher, De Knopp, Van Bottenburg, e Shibli, 2006), o primeiro estudo analisou pontos negativos como o amadorismo da gestão e a falta de planejamentos a longo prazo e pontos positivos, como o desenvolvimento da modalidade nas atividades e no suporte financeiro. O segundo, apresentou destaques na criação de competições, festivais e cursos estaduais de arbitragem, caracterizando-se como uma federação jovem e amadora. Ainda assim, há importância e espaço na literatura para outras investigações como acerca do perfil e das competências do gestor no cenário da ginástica, inclusive nas federações, dado seu papel fundamental nas organizações esportivas.

 

    Na literatura, o perfil do gestor é abordado em contextos gerais e específicos, em revisões e em estudos como o de Silva et al. (2019), que descreveu todos os gestores nas federações de Tênis de Mesa no Brasil como do sexo masculino, com idade de média de 43 anos e ex-atletas da modalidade. Quanto as competências presentes na atuação dos gestores, na revisão de Miranda, Barros Filho, Silva, Figueirêdo, e Pedroso (2017) foram destacados o domínio das técnicas de gestão, o gerenciamento de recursos humanos e atitudes de liderança, e nos centros esportivos da Grécia, por Koustelios (2003), a gestão financeira, gestão de recursos humanos, administração e comunicação de marketing se destacaram. Quinaud, Mazzei, Milan, Milistetd, e Nascimento (2019) apontam a necessidade do desenvolvimento de competências para a atuação no papel de gestor.

 

    No cenário europeu, foram identificadas como premissas futuras no cenário da gestão esportiva as competências relacionadas ao trabalho em equipe, habilidades de tomar decisões e saber se comunicar oralmente (Wohlfart, Adam, Hovemann, e Kaden, 2020). Dessa forma, é visível que a atuação varia de acordo com a cultura, a organização e a política de cada região, necessitando de diferentes competências que auxiliam na gestão e de investigações em ambientes mais específicos (Bastos, 2003).

 

    Faz-se necessário então, a presença de estudos em locais específicos como academias, clubes, federações e confederações (Amaral, e Bastos, 2015) e em modalidades específicas, para maior conhecimento dos processos em realidades individuais, como no caso da ginástica (Dantas et al., 2018). Investigar as competências e o perfil do gestor nas diferentes federações esportivas são possibilidades que permitem uma gestão de mais qualidade, com o surgimento de conhecimentos científicos a serem aplicados na formação e atuação (Laurentino et al., 2020). Portanto, o objetivo do estudo foi identificar e analisar o perfil e as competências dos gestores esportivos das Federações Brasileiras de Ginástica.

 

Metodologia 

 

    A partir dos critérios estabelecidos por Vergara (2006), quanto aos fins, o estudo se apresenta como de caráter exploratório, por haver poucos estudos acerca dessa temática na realidade brasileira, e descritivo, por expor as características de determinada população. Quanto aos meios de investigação, a pesquisa se caracteriza como de campo (Vergara, 2006).

 

    A amostra foi composta por 11 presidentes dentre as 24 federações filiadas à Confederação Brasileira de Ginástica, um equivalente à 45,8% do universo de sujeitos a serem estudados. Além disso, a amostra foi composta de maneira não-probabilistica por acessibilidade (Vergara, 2006).

 

    O instrumento utilizado para a coleta de dados sobre o perfil do gestor foi um questionário adaptado de Costa, e Sarmento (2012) composto por três dimensões. A primeira dimensão aborda o perfil sociodemográfico acerca da idade, sexo, estado civil, cor, escolaridade completa, situação profissional e renda do gestor, com oito questões sendo cinco fechadas, uma aberta e uma mista, na qual a resposta fechada necessita de uma aberta. A segunda dimensão trata sobre a vida esportiva com três questões, uma fechada e uma mista, acerca da experiência como atleta, se foi federado e o seu tempo de carreira. A terceira, aborda a experiência profissional dos gestores em sete questões, cinco fechadas e duas abertas, sobre o cargo, o tempo no cargo, a carga horária semanal, como chegou ao cargo, e onde obteve experiências anteriores na gestão e se exerce outra atividade simultânea.

 

    Para a coleta das competências dos gestores foi utilizado questionário adaptado de Wohlfart, Adam e Hovemann (2022), composto por 25 itens de competências em quatro dimensões: Pessoais (7), Sociais (6), Digitais (5), e Gestão (7). Cada item foi medido por uma escala Likert de sete pontos, onde 1 corresponde a pouco relevante e 7, muito relevante.

 

    A coleta de dados ocorreu entre fevereiro e maio de 2022 através do preenchimento do questionário eletrônico desenvolvido no Google Formulários. O contato foi estabelecido via e-mail e redes sociais como Instagram e WhatsApp, devido a abrangência nacional do estudo, disponibilizados através do site da CBG. Ao receber o link do questionário, todo o objetivo e procedimento da pesquisa foi explicado e os gestores só foram redirecionados para os itens ao concordar com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

 

    A análise dos dados coletados foi realizada por meio do SPSS Statistics 26.0, através da utilização de estatística descritiva quanto à distribuição da frequência e média das respostas às questões fechadas, com cálculos percentuais, método usado em pesquisas de referência na área.

 

    O estudo está vinculado a um projeto de pesquisa aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa de uma Universidade Brasileira sob o número de CAEE: 09700519.9.0000.5192 e número de parecer: 3.269.811.

 

Resultados e discussão 

 

    Os resultados e discussão foram divididos em duas partes, sendo descritos e analisados separadamente. A primeira parte está relacionado ao perfil do gestor e a segunda, as competências.

 

Perfil dos Gestores 

 

    Ao analisar o perfil sociodemográfico dos gestores das federações de Ginástica do Brasil observou-se que a maioria é do sexo feminino (81,8%) com uma idade entre 32 e 72 anos, demonstrando a ausência de um padrão na faixa-etária dos indivíduos. Quanto a cor, 72,7% dos gestores se consideram brancos, 63,6% dos gestores são casados e acerca da escolaridade, constatou-se que todos da amostra possuem formação superior completa e a maioria desses apresentaram pós-graduação em áreas distintas descritas na tabela abaixo. Todos os participantes encontraram-se profissionalmente empregados e a maioria (72,7%) desses com uma renda acima de 5 salários-mínimos.

 

Tabela 1. Caracterização sociodemográfica dos gestores das Federações de Ginástica do Brasil

 

Média

Nº (11)

%

Idade média

49,18 (±12,48)

-

-

Sexo

Feminino

 

9

81,80%

Masculino

 

2

18,20%

Estado civil

Casado

 

7

63,60%

Solteiro

 

2

18,20%

União Estável

 

1

9,10%

Divorciado

 

1

9,10%

Viúvo

 

0

0%

Corouraça

Branca

 

8

72,70%

Parda

 

2

18,20%

Amarela

 

1

9,10%

Preta

 

0

0%

Indígena

 

0

0%

Sem declaração

 

0

0%

Escolaridade

completa

Pós-graduação

 

10

90,90%

Superior

 

1

9,10%

Médio

 

0

0%

Fundamental

 

0

0%

Ensino Infantil

 

0

0%

Superior

Educação Física

 

10

90,90%

Educação Física e Contabilidade

 

1

9,10%

Pós-Graduação

Educação Física

 

4

40,00%

Ginástica Rítmica

 

1

10,00%

Treinamento Esportivo

 

1

10,00%

Gestão Escolar

 

1

10,00%

Ciência do Movimento Humano (Portugal)

 

1

10,00%

Ciências do Desporto

 

1

10,00%

Recreação e lazer e Psicologia do Esporte

 

1

10,00%

Situação

profissional

Empregado

 

11

100,00%

Desempregado

 

0

0%

Autônomo

 

0

0%

Aposentado

 

0

0%

Renda

Acima de 5 salários-mínimos

 

8

72,70%

Entre 2 e 3 salários-mínimos

 

2

18,20%

Entre 4 e 5 salários-mínimos

 

1

9,10%

Até 1 salário-mínimo

 

0

0%

Fonte: Os autores

 

    Ao contrário dos resultados encontrados em estudos nas federações e clubes esportivos nacionais (Amaral, e Bastos, 2015; Costa, e Sarmento, 2012; Laurentino, Barros Filho, Miranda, Rodrigues Silva, e Pedroso, 2020; Miranda et al., 2017; Pedroso, Menezes, Sarmento, e Albuquerque, 2010; Silva et al., 2019), a maioria dos gestores das federações de ginástica são mulheres. O estudo de Gomes, e Mourão (2006) verificou que das 584 federações registradas no país apenas 38 contavam com mulheres eleitas para presidência, e a ginástica, considerada uma modalidade culturalmente feminina no país, carregou o maior número de mulheres na gestão, corroborando com os resultados apresentados. A faixa-etária dos gestores não se demostrou padronizada, obtendo diferenças que podem ter relação com a experiência dos que possuem mais idade, visto que a média de idade foi em torno de 49 anos assim como os resultados de Costa, e Sarmento (2012), Laurentino et al. (2020), Miranda et al. (2017), Pedroso et al. (2010), e Silva et al. (2019).

 

    Os resultados acerca do estado civil diferem de Gomes, e Mourão (2006), o qual 60% das gestoras eram solteiras. A formação superior completa de toda amostra foi semelhante aos dados de Amaral (2012), Amaral, e Bastos (2015), Laurentino et al. (2020), Menezes et al. (2019), Pedroso et al. (2010). A Educação Física foi área de formação de todos os participantes, com apenas um gestor com uma formação adicional em Contabilidade. No tocante a especialização, aponta-se todas na área em questão com uma ausência na área da gestão. Quinaud, Milistetd, e Nascimento (2019) observaram e recomendaram a necessidade de ampliação em cursos de mestrados em gestão esportiva em busca do fortalecimento de competências e vivências específicas, visto que o cargo exige conhecimentos específicos advindos da gestão do esporte. (Menezes et al., 2019)

 

    A variante relacionada a renda mensal no estudo de Bastos et al. (2006) apresentou um predomínio de entre cinco a sete mil reais. Corroborando com esse, a amostra total encontra-se profissionalmente empregada e 72,7% desses com uma renda acima de 5 salários-mínimos.

 

    Em relação a vivência com o esporte (Tabela 2), 81,8% dos gestores obtiveram experiências como atletas da modalidade por um tempo médio de prática de 10,4 anos, com a maioria sendo ex-atletas federados.

 

Tabela 2. Vida esportiva dos gestores das Federações de Ginástica do Brasil

 

Média (DP)

Nº (11)

%

Experiência como atleta?

Sim

-

9

81,80%

Não

-

2

18,20%

Atleta federado?

Sim

-

7

77,70%

Não

-

2

22,30%

Tempo como atleta?

-

10,4 (±4,126473)

-

-

Fonte: Os autores

 

    A presença da vivência como atleta da modalidade corroborou com estudos presentes na literatura (Bastos et al., 2006; Gomes, e Mourão, 2006; Menezes et al., 2019; Pedroso et al., 2010; Silva et al., 2019) apresentando resultados semelhantes com o tempo médio de prática sendo esse para mais de 10 anos. Há uma tendência no qual o gestor aspira a ocupação de cargos relacionados a gestão após o fim de carreira como atleta, mantendo-se no ambiente da modalidade (Silva et al., 2019). Esse aspecto, somado a formação voltada para a gestão esportiva implica importantes fatores técnicos e práticos para a prática profissional. (Bastos et al., 2006)

 

    Nas federações os presidentes possuem um tempo de cargo de em média 4,81 anos, e em relação a carga horária de trabalho semanal, observou-se que a maioria dos presidentes trabalhavam de 11 a 20 horas por semana. Para assumir o cargo cerca de 90,9% dos presidentes foram eleitos através de dirigentes de clubes filiados. Antes da gestão, a maioria desses apresentaram experiências anteriores na área como dirigentes esportivos em outros estabelecimentos, principalmente na faculdade ou escola, na própria federação e em clubes esportivos. Notou-se que além do cargo ocupado na Federação 90,9% dos profissionais exercem outra atividade profissional simultânea (Tabela 3).

 

Tabela 3. Perfil profissional dos gestores das Federações de Ginástica do Brasil

 

Média (DP)

Nº (11)

%

Cargo na Federação

Presidente

 

11

100%

Carga horária semanal de trabalho na Federação

De 11h a 20h / semanal

 

5

45,45%

Até 10h / semanal

 

5

45,45%

Acima de 20h / semanal

 

1

9,10%

Tempo no cargo (em anos)

 

4,81 (±2,78633)

-

-

Como chegou ao cargo?

Eleito por dirigentes de Clubes filiados

 

10

90,90%

Eleito pela comunidade esportiva

 

1

9,10%

Intervenção da Confederação

 

0

0%

Já teve alguma experiência anterior como dirigente esportivo?

Sim

 

8

72,70%

Não

 

3

27,30%

Caso sim, onde?

Escola/Faculdade

 

3

37,50%

Própria Federação

Clube

Outra Federação

 

3

37,50%

Clube

 

2

25,00%

Outra Federação

 

0

0%

Exerce outra atividade profissional simultânea?

Sim

 

10

90,90%

Não

 

1

9,10%

Fonte: Os autores

 

    Corroborando com os dados acima, houve presença de experiências anteriores na área entre os gestores no estudo de Silva et al. (2019) e Menezes et al. (2019), além desses últimos terem sido eleitos através dos dirigentes de clubes filiados. O tempo no cargo relaciona-se com a capacidade de desenvolvimento de novas ideias e ferramentas, com longos e repetidos mandatos podendo ser considerados como dificuldades no profissional (Menezes et al., 2019), fato que não foi presente nos resultados obtidos na pesquisa. Por fim, os gestores das instalações esportivas de São Paulo demonstraram resultados que favorecem a gestão esportiva em andamento para tornar-se uma profissão exclusiva, já que os resultados na Tabela 3 expõem a grande quantidade (90,9%) de profissionais que realizam outras atividades profissionais.

 

Competência dos gestores 

 

    As dimensões de competências Pessoais (6,63) e Sociais (6,63) apresentaram as médias mais elevadas em relação as demais (Tabela 4). Na dimensão Pessoais percebeu-se uma importância em relação a Tomada de Decisão (6,81) e Capacidade de Aprender (6,81) como itens fundamentais. Já na dimensão Sociais a Liderança (7,0) é a mais relevante para os gestores entrevistados.

Quanto a dimensão Digitais (5,50) percebe-se um afastamento da literatura, onde as capacidades de informática estão cada vez mais presentes e necessárias no cotidiano dos gestores, como por exemplo a utilização do Gerenciamento de dados e do Big Data. (Gallardo, e García-Unanue, 2020)

 

    Na dimensão Gestão, ficou evidente a relevância em gerir pessoas (6,81), governança (6,36) e captação de recursos (6,36) como atividades principais do gestor esportivo.

 

Tabela 4. Nível de relevância das competências de acordo

com os gestores das Federações de Ginástica do Brasil

Dimensão

Competência

Média

DP

Pessoais

 

6,63

0,68

Flexibilidade

6,36

0,80

Criatividade

6,54

0,82

Capacidade de aprender

6,81

0,40

Tomada de Decisão

6,81

0,40

Desejo de Sucesso

6,72

0,64

Espírito Empreendedor

6,54

0,93

Sociais

 

6,63

0,66

Comunicação Oral

6,90

0,30

Capacidade de se comunicar com especialistas

6,90

0,30

Trabalhar em Equipe interdisciplinar

6,54

0,82

Liderança

7

0

Capacidade Crítica e autocrítica

6,63

0,67

Networking

5,54

2,42

Trabalhar em equipe

6,90

0,30

Digitais

 

5,50

2,02

Gerenciamento de dados

5,90

1,64

Utilizar Big Data

4,45

2,25

Mídias Sociais

5,63

1,96

Mídias/Plataformas

6

2,04

TI (Tec. Informação)

5,54

2,20

Gestão

 

6,21

1,69

Gestão de pessoas

6,81

0,40

Gestão financeira

6,27

1,79

Governança

6,36

1,80

Gestão de Marketing

5,81

1,99

Captação de recurso

6,36

1,80

Gestão de Projetos

6,09

1,92

Conhecimento da legislação

6,27

1,84

Gerenciamento de risco

5,72

1,95

Fonte: Os autores

 

    Manifestando-se diferentemente a depender do objeto estudado, a relevância e utilização das competências vão variar em contextos gerais e específicos (Miranda et al., 2017). Relacionadas as características individuais do gestor, as competências pessoais envolvem-se com o processo de aprendizagem e autodesenvolvimento dentro da gestão. (Fahrner, e Schüttoff, 2020)

 

    No Brasil, estudo com presidentes de Federações Esportivas evidenciou a importância de competências como a Liderança e Comunicação nas tarefas administrativas (Freitas, Girginov, e Teoldo, 2017). Já no estudo de Horch, e Schütte (2003), com gestores de clubes e Federações na Alemanha, foi identificado uma grande relevância das competências sociais e de comunicação, resultado semelhante ao encontrado neste estudo.

 

    Para os gestores esportivos eslovenos (Retar, Plevnik, e Kolar, 2013) foram consideradas importantes as competências relacionadas a capacidade de desenvolver um ambiente de trabalho positivo e possuir uma postura profissional autoritária e organizada, sendo capaz de delegar funções. A cooperação entre as pessoas, aplicação do conhecimento teórico existente na prática e criatividade são outras consideradas fundamentais pelos autores, corroborando com os achados. Fahrner, e Schüttoff (2020) classificou a flexibilidade como uma competência pessoal relevante, expondo a presença de diversas responsabilidades durante todo o dia de trabalho dos gerentes dos clubes desportivos alemães investigados.

 

    Uma investigação realizada no contexto europeu analisou o sistema de aprendizagem para os gestores esportivos em cenários da Europa. Acerca das competências de gestão, voltadas a administração de organizações, a compreensão, o desenvolvimento e a implementação de visões estratégicas e objetivas para projetos e eventos esportivos, abordagens no trabalho em equipe, estratégias de financiamento, empreendedorismo, marketing e patrocínio são competências presentes a serem trabalhadas (Kryshtanovych, Bilyk, Shayner, Barabash, e Bondarenko, 2021). Em cenários específicos de organizações, federações e clubes, a gestão de pessoas, gestão de eventos e a comunicação interpessoal são consideradas relevantes para os gestores alemães. (Horch, e Schütte, 2003)

 

    As competências sociais envolvem o relacionamento e necessitam de uma forte comunicação e aspectos interpessoais (Horch, e Schütte, 2003). Em estudo recente, Wohlfart et al. (2022) identificou que as competências sociais foi a mais importante para gestores esportivos desenvolveram suas ações. Fahrner, e Schüttoff (2020) destacaram a interação com colegas e a postura de liderança como um requisito primário corroborando com os dados observados na Tabela 4 acerca da relevância do trabalho em equipe e da liderança.

 

    A competência caracterizada pela mídia e uso de plataformas destacaram-se na dimensão digital, sendo um fator facilitador e atual contribuinte para a realização de tarefas e projetos. O processamento e gerenciamento de texto, utilização de planilhas e comunicação via internet foram competências digitais encontradas como necessárias por Yu (2007) em diferentes organizações desportivas. Há necessidade da utilização de redes e plataformas digitais voltadas para a organização e do marketing apontado para os planejamentos nas mídias sociais no contexto dos gestores esportivos através da tecnologia, compactuando com os índices de relevância observados. (Fahrner, e Schüttoff, 2020)

 

Conclusão 

 

    Conclui-se que perfil dos presidentes das Federações de Ginástica no Brasil foi de mulheres entre 40 e 50 anos de idade, com ensino superior completo na área de Educação Física, ex-atletas e com experiências anteriores na área da gestão. Além disso, foi possível identificar o nível de grande relevância atribuído as competências Pessoais e Sociais pelos presidentes, destacando-se a liderança, a comunicação, tomada de decisão, a capacidade de aprender e a gestão de pessoas como fundamentais.

 

    A abrangência nacional foi considerada uma limitação do estudo, visto a dificuldade na obtenção de respostas de todos presidentes das federações. Neste sentido, apontamos a necessidade de novos estudos futuros com intuito de verificar mudanças no perfil e competência ao longo dos anos.

 

    Acerca dessas temáticas, a literatura abriga estudos nacionais e internacionais, podendo, entretanto, explorá-las em diferentes organizações, clubes e em federações com modalidades divergentes no país. Através desses é possível visualizar estratégias de preparação e formação do gestor, identificando lacunas nas organizações e compreendendo a importância para o preparo, aprimoramento e desenvolvimento da prática profissional do gestor esportivo.

 

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Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 28, Núm. 300, May. (2023)