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Influência da profissão docente na qualidade de 

vida de professores da educação básica no Brasil

Influence of teaching profession in the quality of life of teachers of basic education in Brazil

Influencia de la profesión docente en la vida de los profesores de educación primaria en Brasil

 

*Discente do curso de Nutrição do Centro Universitário Adventista de São Paulo

**Docente do Mestrado em Promoção da Saúde do Centro Universitário Adventista de São Paulo

***Docente do Mestrado em Promoção da Saúde e do curso de Nutrição

do Centro Universitário Adventista de São Paulo

(Brasil)

Cristiane Gomes da Silva*

Narcisio Rios Oliveira*

Elisabete Agrela de Andrade**

Marcia Maria Hernandes de Abreu de Oliveira Salgueiro***

marciasalgueironutricionista@yahoo.com.br

 

 

 

 

Resumo

          O nível de satisfação com a qualidade de vida no trabalho é um tema de grande importância, visto que a qualidade de vida no ambiente de trabalho exerce influencias sejam elas positivas ou negativas no cotidiano do indivíduo. O intuito desta revisão é apresentar os fatores relacionados ao trabalho docente que impactam sua qualidade de vida.O recente interesse pelo bem-estar do profissional docente, tem apontado ligação entre a prática do seu ofício com as suas condições de saúde, podendo este lhe proporcionar tanto contentamento e prazer, como lhe acarretar patologias, oriundos, sobretudo das condições em que se estabelece. A profissão docente é associada à inúmeras alterações na saúde, sendo muitas dessas geradas pelo ambiente e condições de trabalho, entretanto são mascaradas por doenças comuns, sendo necessário um conhecimento mais aprofundado dos diferentes aspectos relacionados com a saúde e qualidade de vida dos mesmos. Cabe, portanto, ações de promoção, valorização e proteção à saúde desses profissionais por parte dos governos e demais entidades representantes da classe, na busca de melhoria e proteção da qualidade de vida desses profissionais.

          Unitermos: Qualidade de vida. Professores. Educação básica. Saúde do trabalhador.

 

Abstract

          The level of satisfaction with the quality of working life is a topic of great importance taking into account the role that the quality of working life has of exercising influence whether positive or negative in everyday life of the individual. The purpose of this review is to present the factors related to teaching work that impact their quality of life. The recent interest in the welfare of the teacher, has connection between the practice of their craft with their conditions of health. This can give you so much contentment and pleasure, as lead to pathologies, arising especially of conditions under which is established. The teaching profession has presented itself associated with numerous changes in the health, with many of these changes generated by the environment and working conditions, masked by common diseases, requiring a deeper knowledge of the different aspects of health and quality of lives of these individuals. Be responsible therefore the realization of actions for the promotion, enhancement and protection of the health of these professionals by governments and organizations representing their interests, in the search for improvement and protection of the quality of life for these professionals.

          Keywords: Quality of life. Faculty. Elementary education. Occupational health.

 

Resumen

          El nivel de satisfacción con la calidad de vida en el trabajo es un tema de gran importancia, ya que la calidad de vida en el ambiente de trabajo ejerce influencias sean ellas positivas o negativas en la vida cotidiana de las personas. El objetivo de esta revisión es presentar los factores relacionados al trabajo docente que impactan en su calidad de vida. El reciente interés por el bienestar del profesional docente, ha relacionado la práctica de su oficio con sus condiciones de salud, pudiendo éste proporcionarle tanta gratificación y placer, como acarrear patologías, originadas sobre todo, en las condiciones en que esta se lleva a cabo. La profesión docente está asociada a innumerables cambios en la salud, siendo muchas de ellas generadas por el ambiente y condiciones de trabajo, sin embargo, se ocultan por enfermedades comunes, siendo necesario un conocimiento más profundo de los diferentes aspectos relacionados con la salud y calidad de vida de los mismos. Por lo tanto, las acciones de promoción, valorización y protección a la salud de estos profesionales por parte de los gobiernos y demás entidades representantes de la docencia, buscan la mejora y protección de la calidad de vida de estos profesionales.

          Palabras clave: Calidad de vida. Profesores. Educación básica. Salud del trabajador.

 

Recepção: 13/05/2016 - Aceitação: 28/10/2017

 

1ª Revisão: 09/10/2017 - 2ª Revisão: 25/10/2017

 

 
Lecturas: Educación Física y Deportes, Revista Digital. Buenos Aires, Año 22, Nº 233, Octubre de 2017. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O Censo Escolar de 2007, publicado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira [INEP] (2009), aponta o número de 1.882.961 professores da educação básica no Brasil. Em sua maioria do sexo feminino com idade igual a 30 anos. Quanto ao nível de escolaridade, 1.288.688 professores eram de nível superior completo, representando cerca de 68, 4% do total. No que diz respeito ao cenário de atuação, 1.522.971 do total de professores atuam em uma única unidade escolar, o que corresponde a 80, 9% do total. Destaca-se ainda que 1.507.096 professores da educação básica, trabalham exclusivamente na rede pública de ensino, sejam elas municipais, estaduais e/ou federais, atuando em uma ou mais destas redes.

    O intuito desta revisão é apresentar os fatores relacionados ao trabalho docente que impactam sua qualidade de vida.

Qualidade de vida e sua influência na prática docente

    O conceito de qualidade de vida tem sofrido mudanças ao longo da história, o que outrora baseava-se simplesmente nos aspectos materiais (Brum et al., 2012), atualmente segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) é compreendida por “uma percepção individual da posição do indivíduo na vida, no contexto de sua cultura e sistema de valores nos quais ele está inserido e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. É um conceito de alcance abrangente, afetado de forma complexa pela saúde física, estado psicológico, nível de independência, relações sociais e relações com as características do meio ambiente do indivíduo” (WHOQOL Group, 1995). Considerando o exposto, a expressão “qualidade de vida” estabelece relações com o grau de satisfação do sujeito com o meio em que se vive (Pereira, Teixeira & Lopes, 2013; Fernandes, Rocha & Fagundes, 2011), sendo o mesmo peculiar a cada indivíduo ou grupo (Brum et al., 2012).

    Corrobora para esta consideração, os autores Minayo, Hartz e Buss (2000) que tomam o conceito qualidade de vida como “uma noção polissêmica”. Segundo estes, o termo abrange muitos significados, que refletem conhecimentos, experiências e valores de indivíduos e coletividades. Sofre influências históricas - parâmetros de qualidade de uma sociedade diferem conforme a história de uma coletividade de sujeitos que vivem em um determinado local; culturais - há valores e necessidades construídos e hierarquizados de forma diferente manifestando suas tradições; e influencias das classes sociais – o bem-estar das camadas superiores torna-se padrão aspirado por todos.

    Sendo assim, o nível de satisfação com a qualidade de vida no trabalho é um tema de grande importância, levando em consideração o papel que a qualidade de vida no trabalho tem de exercer influencias, sejam elas positivas ou negativas, no cotidiano do indivíduo, afetando diretamente a sua autoestima e consequentemente na sua produtividade (Brum et al., 2012).

O Whoqol-bref como instrumento de avaliação da qualidade de vida

    Dentre os diversos instrumentos utilizados para a realização da avaliação da qualidade de vida, destaca-se a utilização do Whoqol-bref, desenvolvido pela OMS (Pereira, Teixeira & Santos, 2012), objetivando a avaliação da qualidade de vida de forma globalizada, considerando para tal as diferenças culturais e o próprio conceito em si, destacando a inexistência de um padrão ouro (Pereira et al., 2013).

    O Whoqol-bref foi desenvolvido pela OMS, posteriormente ao Whoqol-100, instrumento composto por 100 questões. Diferente do Whoqol-100, em que cada um de seus 24 enfoques é avaliada a partir de 4 questões, no Whoqol-bref cada um de seus enfoques é avaliado por uma questão, sendo seus dados extraídos de um teste de campo realizado em 20 centros de 18 nações diferentes. Como critério de seleção das questões para elaboração do Whoqol-bref, o Grupo de Qualidade de Vida da OMS levou em consideração tanto aspectos psicométricos como conceituais, de forma que todo o instrumento original fosse contemplado (Fleck et al., 2000).

    Portanto, o Whoqol-bref é um instrumento de coleta de dados, validado no Brasil, ajustado a estudos de caráter epidemiológico, possibilitando a equiparação desde pequenas à grandes populações (Pereira, Teixeira, Andrade, Bleyer & Lopes, 2014). Composto por 26 questões, sendo 2 delas gerais enfatizando a satisfação com a saúde e qualidade de vida, e as demais relacionadas aos aspectos físico, psicológico, relações sociais e meio ambiente, com ênfases específicas (Pereira et al., 2014; Pereira et al., 2013).

O papel do professor

    Os professores têm desempenhado papel de fundamental importância na formação e desenvolvimento da sociedade (Organização das Nações Unidades para a Educação, a Ciência e a Cultura [UNESCO], 2009; Santos, Marques & Nunes, 2012; Brum et al., 2012), sendo responsáveis pelo desenvolvimento e formação de cidadãos para a vida (Pereira, Penteado, Bydlowski, Elmor & Grazzelli, 2003; Gasparini, Barreto & Assunção, 2005; Pereira, 2003), uma vez que são tidos como modelos a ser seguido por seus educandos (Gallina et al., 2013; Pereira, 2003).

    Para Vygotski (2003), o professor exerce um papel fundamental no processo da educação, sendo responsável por “modelar, cortar, dividir e entalhar os elementos do meio para que estes realizem o objetivo buscado”. Segundo Freire (1996), o ato de “ensinar e aprender têm que ver com o esforço metodicamente crítico do professor de desvelar a compreensão de algo e com o empenho igualmente crítico do aluno de ir entrando como sujeito em aprendizagem, no processo de desvelamento que o professor deve deflagrar” (Freire, 1996, p. 134).

    O trabalho do professor ultrapassa os limites da sala de aula, uma vez que a elaboração e correção de tarefas, em sua maioria, se faz fora do âmbito escolar, bem como são eles próprios os responsáveis pelo seu constante aperfeiçoamento como profissionais (Ministério da Educação, Conselho Nacional de Educação & Câmara de Educação Básica, 2010).

    Segundo o estudo de Oliveira e Alves (2005) na perspectiva generalizada dos alunos, os professores são classificados em duas grandes categorias: aqueles que são “bons professores” e os que são “maus professores”. O primeiro grupo é possuidor de notáveis atributos, como: entendimento abrangente dos conhecimentos transmitidos, somados a métodos eficazes que facilitem o aprendizado da classe e por fim, a existência de uma relação amigável entre o profissional docente e seus discentes. Deixando a cargo do “mau professor” a ausência de uma ou mais característica do “bom”. Sendo estes fatores considerados para tais a chave do sucesso de aprendizagem (Oliveira & Alves, 2005).

    Outro aspecto importante a ser ressaltado diz respeito à profundas transformações ocorridas no papel dos professores: hoje além de ensinar, esses profissionais participam da gestão e planejamentos escolares, além de serem um elo entre escola e comunidade (Gasparini, Barreto & Assunção, 2005; Fernandes et al., 2011; Brum et al., 2012), exercendo um papel de extrema importância como agente promotor da saúde na escola (Pereira et al., 2003).Para ocupar este novo papel, faz-se necessário buscar conhecimento prévio, a fim de desenvolver um senso crítico em seus alunos referente a questões da saúde, associando-as as condições de vida e os direitos do cidadão (Nonose & Braga, 2008).

As mudanças sociais e sua influência no exercício da docência

    Em meados dos anos 50, o professor ministrava em média 12 aulas por semana, e mantinha o limite de alunos aceitável por sala, o que, entre outros aspectos, evitava comprometimento de suas cordas vocais. Seu salário se assemelhava a de um médico ou juiz da época, que além do reconhecimento a ele atribuído, também proporcionava desfrutar de tempo suficiente para correção de trabalhos acadêmicos e acompanhamento de seus alunos, restando ainda tempo suficiente para o lazer (Romão, 2007).

    O crescimento econômico acelerado do capitalismo brasileiro durante a ditadura militar (1964-1985), impôs uma nova política educacional, que estabeleceu notoriamente uma associação entre a educação e o modelo autoritário de modernização das relações capitalistas (Ferreira & Bittar, 2006). A expansão industrial vivida na época ocasionou a migração da zona rural para a urbana que exigia, sobretudo, profissionais qualificados, e tal qualificação só era possível por meio da educação formal que passou a ser o único meio para a conquista de cargos nas indústrias e empresas da época (Assis, 2012).

    Neste período, o regime militar, embalado pelo chamado “milagre econômico”, provocou mudanças educacionais em todos os níveis de ensino: reorganizou o funcionamento do ensino superior e sua conexão com a educação básica; reestruturou os antigos primário e ginásio, criando o ensino de 1º e 2º graus; facilitou a entrada nas escolas públicas e expandiu a iniciativa privada no ensino superior. Todavia, toda esta reforma do ensino ocasionou um processo rápido de formação de professores, mas também gerou um viés de dúvida quanto à qualidade da formação destes novos profissionais, acarretando graves consequências para o sistema educacional.

    Além disso, a extinção da antiga carreira como profissional liberal, resultou numa intensa perda de status sociais, associando também uma brusca redução salarial que, dentre outros fatores, foi instigado pelo alto crescimento numérico das escolas públicas (Ferreira & Bittar, 2006). Percebeu-se então uma redução na autonomia destes docentes mediante a própria hierarquização de organização escolar (Tumolo & Fontana, 2008).

    Já a década de 90 foi marcada pelo abandono da profissão, ocorrida de forma considerada em âmbito nacional que dentre outros fatores, estava à impossibilidade de se manterem diante dos baixos salários. Faz-se considerar ainda que, mesmo após a derrota da ditadura em 1985, não houve resgate e nem tampouco reajuste salarial condizente ao exercício da profissão, sendo, portanto, os dias atuais, considerados para muitos pesquisadores, um legado deixado pelo regime militar (Ferreira & Bittar, 2006).

    Outro fator importante e de cunho histórico que pode ser atribuído ao decréscimo na qualidade de vida dos profissionais docentes, está a inserção da mulher no mercado de trabalho, ocorrida de forma crescente no final do século XIX e início do XX, mediante há dois grandes acontecimentos brasileiros: o primeiro remete as décadas de 1920 e 1980, como resultado do processo de urbanização e industrialização da sociedade brasileira; e o outro como consequência da 1ª e 2ª Guerra Mundial (1914-1918 e 1939-1945), onde muitas mulheres se viram obrigadas a entrar no mercado de trabalho, uma vez que seus provedores ou haviam falecido na guerra ou se encontravam impossibilitados de trabalharem (Simões & Hashimoto, 2012).

    Tanto no passado como nos dias atuais, coube à mulher a principal responsabilidade na educação dos filhos, mas com sua inserção no mercado de trabalho, é perceptível as dificuldades de conciliação entre a carreira e educação dos filhos, trazendo prejuízo significativo à família, a escola e a sociedade (Fiorin, Patias & Dias, 2011). Esta lacuna no processo educativo das crianças e jovens, reverberou na responsabilização da escola e da docência, ocasionando aos professores, um sentimento de frustração relacionada às inúmeras cobranças e aos poucos resultados adquiridos, uma vez que não se encontram habilitados emocionalmente nem cognitivamente para desempenhar tal papel (Araújo, Severo, Simon & Callegari, 2009).

    A forma com que o profissional docente tem sido notado pela sociedade tem sofrido mudanças ao longo dos anos: a ideia daquele profissional de autoridade suprema, sabedor de verdades absolutas, com reconhecimento profissional, onde o respeito e admiração tanto da sociedade como dos seus discentes eram autênticos, tem dado espaço hoje para uma nova percepção a qual podemos associar as mudanças históricas ocorridas (Araújo et al., 2009).

Condições de trabalho vs saúde

    O recente interesse pelo bem-estar do profissional docente tem apontado ligação entre a prática do seu ofício com as suas condições de saúde.Podendo este lhe proporcionar tanto contentamento e prazer, como lhe acarretar patologias, advindas das próprias condições de seu trabalho. É visto que as condições contemporâneas em que o trabalhador docente é submetido tem trazido um elevado grau de angustia e sofrimento, resultando ainda numa série de moléstia mental (Landini, 2007).

    Um exemplo neste sentido é a síndrome de Burnout. Trata-se de um termo inglês, que indica exaustão profissional (Araújo et al., 2009), no Brasil este termo é conhecido como síndrome do esgotamento profissional que advém de fatores estressantes da própria profissão do educador (Brum et al., 2012). Alguns fatores estão relacionados com o desenvolvimento dessa síndrome, tais como: baixos salários, alta carga horária, rebeldia dos alunos, falta de apoio à profissão, conflitos internos de relacionamento entre colegas de profissão e a própria direção, dentre outros (Pereira et al., 2013).

    As consequências da síndrome de Burnout podem ser associadas a diversos sintomas: de caráter psicossomáticos (enxaquecas, dores de cabeça, insônia, palpitações, hipertensão, alergias, dores musculares, etc.); comportamentais e emocionais (ausências do local de trabalho, isolamento, violência, mudanças de humor, impaciência, ansiedade, irritabilidade, solidão, desejo de abandonar o emprego, queda do rendimento de trabalho e baixa autoestima, dentre outros), sendo considerados efeitos de desiguais proporções (Landini, 2007).

    O apoio social é tido como um fator importante para preservar o professor da síndrome do Burnout, uma vez que as relações sociais estão correlacionadas com a melhor capacidade de o indivíduo lidar com conflitos e stress vivenciados na profissão docente, corroborando assim para um melhor desempenho de seu trabalho e uma melhor qualidade de vida (Araújo et al., 2009).

    Segundo estudo realizado por Brum et al. (2012), onde foram analisados indicadores físicos e mentais de qualidade de vida de professores das disciplinas da área de ciências (ciências, física, química, matemática e biologia) de uma determinada escola pública de educação básica na região central do estado do Rio Grande do Sul, constatou-se diversas queixas sobre o estado de saúde e qualidade de vida desses profissionais, dentre eles, nervosismo, rouquidão, dores nas costas, braços e pernas, além de formigamentos e inchaço nas pernas.

    Em estudo realizado por Pereira et al. (2013), buscando investigar a percepção de qualidade de vida e contribuição dos domínios físico, psicológico, relações sociais e meio ambiente ente a qualidade de vida de professores da educação básica do município de Florianópolis (SC), analisando 349 profissionais, através do questionário Whoqol-bref, apresentou os domínios ambiente e físico como fatores de maior influência em relação a qualidade de vida geral destes profissionais, ressaltando a importância da redução da carga horária, programas de promoção a saúde e medidas ergonômicas no ambiente escolar como necessárias a melhoria da qualidade de vida dos mesmos.

    Sendo assim os estudos mostram que as péssimas condições oferecidas a estes profissionais têm consequências graves para o educador, educando e o próprio sistema de ensino atual (Brum et al., 2012). O que permite-nos considerar que iniciativas amplas para a melhoria e valorização do trabalho destes profissionais, são imprescindíveis para a promoção do bem-estar e da qualidade de vida dos mesmos (Gonsalves, Damke, Kliemann & Szymansky, 2008).

Conclusões

    Diante do exposto, vimos que a qualidade de vida e trabalho de docentes na educação básica tem obtido ultimamente cada vez mais destaque nas discussões sociais e acadêmicas, uma vez que grande parte da vida desses profissionais é transcorrida dentro das escolas (Pereira, Teixeira, Santos, Lopes & Merino, 2009). Estudos tem evidenciado as condições desfavoráveis ao exercício da profissão docente, são causadoras do declínio nos índices de qualidade de vida desses profissionais, sendo atribuída, portanto, a inúmeras causas, como aumento na demanda de trabalho, a baixa autonomia, baixa remuneração, carência de recursos materiais e humanos e a falta de reconhecimento, dentre outros (Damásio, Melo & Silvia, 2013; Fernandes et al., 2011), o que faz com que tais profissionais se sintam desestimulados, exercendo influência direta no processo de aprendizado do aluno de forma negativa (Brum et al., 2012).

    Cabe, portanto, ações de promoção, valorização e proteção à saúde desses profissionais por parte dos governos e demais entidades representantes da classe, na busca de melhoria e proteção da qualidade de vida dos mesmos, refletindo assim no bom desenvolvimento de suas atividades as quais exercem influência na vida de seus educandos. Como um ciclo, a qualidade de vida do professor afetará diretamente na qualidade da Educação.

Bibliografia

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EFDeportes.com, Revista Digital · Año 22 · N° 233 | Buenos Aires, Octubre de 2017
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