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Futebol: inovações para dinamizar o jogo

Fútbol: innovaciones para hacer más dinámico el juego

Soccer: innovations to boost game

 

*Universidade do Contestado – UnC – Campus Porto União

Faculdades Integradas do Vale do Iguaçu – Uniguaçu

Mestre em Desenvolvimento Regional

**Doutor em Ciências Sociais pela UNICAMP

(Brasil)

Douglas Tajes Jr.*

douglast@unc.br

Marcos Mattedi**

mattediblu@gmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O artigo aborda a questão do dinamismo no jogo de futebol. Dinamizar o jogo de futebol poderia ser uma forma de torná-lo mais atraente, diminuir o número de jogadores que não tem oportunidade dentro do elenco, diminuir o número de lesões e amenizar as insatisfações por parte de alguns jogadores que não são utilizados com freqüência durante toda a temporada que é longa. Isto posto, temos que recordar que o jogo ocorre num retângulo com área média de 7.500 m² onde, vinte jogadores jogam com os pés e apenas dois podem utilizar as mãos e por isso, muitas vezes presenciamos placares de jogos sem gols, que não agrada a maioria dos seus aficionados. Nesse sentido, argumenta que, se algumas ações forem adotadas na direção de aumentar os placares dos jogos, isso possibilitará um aproveitamento melhor do produto jogo de futebol. Para desenvolver esse argumento o texto foi dividido em quatro partes principais: 1) porque as substituições no futebol são limitadas a três jogadores?; 2) ambiente de trabalho 3) dinamismo do espetáculo; 4) na última seção apresentamos algumas conseqüências e constatações sobre a síntese apresentada.

          Unitermos: Futebol. Inovações. Dinamismo.

 

Abstract

          The article addresses the issue of momentum in the football game. Advancing the soccer game could be a way to make it more attractive, reduce the number of players that have no opportunity within the cast, decrease the number of injuries and alleviate the dissatisfaction of some players who are not used frequently during all season long that is. That said, we must remember that the game takes place in a rectangle with an average area of 7,500 m² where twenty players play with their feet and may use only two hands so often witnessed scores of games without goals, that pleases most of their fans. In this sense, argues that if certain actions are taken in the direction of increasing the scores of the games, it will enable a better use of the product soccer game. To develop this argument text was divided into four main parts: 1) why the substitutions in soccer are limited to three players? 2) desktop 3) dynamic of the show; 4) in the last section we present some consequences and findings on the synthesis presented.

          Keywords: Soccer. Innovations. Dynamic.

 

Recepção: 07/01/2015 - Aceitação: 21/02/2015

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 202, Marzo de 2015. http://www.efdeportes.com/

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1.     Porque as substituições no futebol são limitadas a três jogadores?

    O terreno de jogo, o espaço e o número de jogadores são componentes estruturais que estabelecem conexões com o comportamento motor dos futebolistas e determinam a dinâmica funcional das modalidades de desporto coletivo. O futebol é uma modalidade com características de cooperação e oposição, regulada por 17 regras e disputada entre duas equipes, compostas por 11 jogadores cada, praticada em uma área retangular com espaço em média aproximado de 7.500 m². A duração do jogo abrange dois tempos de 45 minutos, com intervalo de 15 minutos, totalizando 90 minutos de jogo (CARRAVETTA, 2009). Isto posto, se fizermos uma correlação entre o futebol e outras modalidades de desporto coletivo, voleibol, futsal, handebol e basquetebol, teremos uma discrepância enorme onde, o campo de futebol corresponde aproximadamente à superfície de 2,5 quadras de handebol e futsal, 3,5 quadras de basquetebol e 5,5 quadras de voleibol (figura 1). Apoiados em Carravetta (2009), o espaço de jogo ocupado por cada jogador no handebol é de 57 m²; no futsal, oscila entre 37,5 m² e 92,4 m²; no voleibol, 13,5 m² e no basquetebol, o menor espaço nas modalidades desportivas coletivas, 5,6 m². Já, no futebol, as dimensões podem oscilar um pouco, e o espaço ocupado por cada jogador pode variar de 171 m² até 375 m².

Figura 1. As dimensões do campo segundo Bauer e Ueberle, 1988

    Destarte, quando nos deparamos com o quesito substituições em cada modalidade de desporto coletivo, observamos outra grande discrepância, a modalidade que possui o maior espaço de jogo, é a que menos tem possibilidade de substituições, apenas três. No futsal, basquetebol e handebol, podem-se substituir os jogadores que iniciaram a partida, a qualquer momento. E, podem voltar à partida após serem substituídos. No voleibol podem-se realizar seis substituições durante as partidas. Desta forma, a dinâmica dessas modalidades sempre está em alta, proporcionando um belo espetáculo aos seus aficionados. Pois, segundo Garganta (2002), quanto maior for o espaço de jogo mais elevada terá de ser a capacidade para cobrir, mental e fisicamente esses espaços. Durante os primeiros trinta minutos (1/3 do tempo de jogo) as exigências aos esforços são de média intensidade, e podem ser muito bem controladas. Já nos quinze minutos que antecedem o intervalo, as exigências se tornam de elevada intensidade. A pausa de quinze minutos ajuda na recuperação, de modo a facilitar a tolerância aos esforços dos primeiros quinze minutos de jogo do segundo tempo (2/3 do tempo de jogo). Nos últimos trinta minutos de partida, as exigências são mais intensas e o desgaste físico é culminante (3/3 do tempo de jogo) (CARRVETTA, 2009). Assim, muitas vezes o espetáculo proporcionado fica a baixo das expectativas do público que pode ser entendido neste caso, como consumidores.

    Pensemos em um elenco de um clube de futebol com trinta jogadores, e/ou, uma seleção nacional com vinte e três jogadores. Desses apenas vinte e três são relacionados para as partidas (11 titulares e 12 suplentes), e destes doze, o técnico só pode utilizar três durante aquela partida. Se houvessem mais substituições e/ou o jogador que saiu pudesse voltar (assim como nas outras modalidades desportivas coletivas) o jogo ficaria mais dinâmico, intenso e freqüente. Pois, segundo Garganta (2002), no handebol um jogador consegue marcar um gol a cada dois minutos em média; no voleibol e basquetebol consegue concretizar pontos a cada minuto. As ações de ataque e êxitos quantificáveis nestas modalidades é de aproximadamente 2 para 1. Enquanto no futebol essa relação aumenta para 50 para 1. Com as dimensões do campo de jogo variando num comprimento máximo de 120 metros e no mínimo de 90 metros, por uma largura de 90 metros e mínima de 45 metros. Em partidas internacionais, essas medidas mudam para 110/100 metros de comprimento e 75/64 metros de largura. Com estas expressivas variações nas dimensões dos campos de futebol acentuam as diferenças na conduta motora dos futebolistas. Tal fato pressupõe um elevado nível de desenvolvimento da percepção espacial e do controle motor por parte do futebolista. Essas oscilações nas dimensões do campo de jogo, combinadas com as mudanças de pisos (tipos de grama, densidade de solo, nivelamento do terreno), exigem do jogador um alto nível de atenção, concentração, controle motor e percepção, sobretudo no que se refere aos parâmetros temporais, espaciais, cinestésicos e de força, durante a sua participação no jogo (CARRAVETTA, 2009). E isto, contribui para um maior índice de fadiga dos atores intervenientes do jogo, o que é devidamente mais controlado nas outras modalidades e proporciona um produto mais atrativo durante toda uma temperada.

    Outro fator importante seria de, aumentar a vida útil dos jogadores mais experientes e não prejudicar (“queimar”) novas promessas (revelações do clube). Se tivéssemos essa realidade das outras modalidades desportivas coletivas de substituir um jogador durante a partida e este, pudesse retornar após algum tempo, esses jogadores mais experientes teriam um tempo de vida útil maior e conseqüentemente ajudariam a dinamizar o espetáculo de um jogo de futebol. Pois, seriam preservados por alguns instantes da partida e poderiam atuar sempre próximos da sua plenitude física. Quanto a prejudicar novas promessas, muitos garotos são promovidos às equipes principais (profissionais) antes de terem terminado o seu processo de formação e por isso, não tem a maturidade suficiente para suportar essa pressão que o futebol profissional exige. Destarte, se fosse possível aumentar o número de substituições no futebol profissional (como ocorre nos campeonatos do futebol de formação) e/ou, há possibilidade do jogador substituído retornar naquela partida mesmo, o futebol poderia estar dando um grande passo a caminho de um futuro mais dinâmico e atraente para os seus aficionados e os profissionais que trabalham neste desporto.

2.     Ambiente de Trabalho

    Como em todas as profissões, um clube de futebol e/ou uma seleção nacional, necessita de um ambiente de trabalho estável e harmonioso para que todas as tarefas realizadas durante a rotina de trabalho diário surtam efeito durante as partidas. Entretanto, não são raras as informações noticiadas em veículos de informação de massa sobre jogadores insatisfeitos e que causam problema em ambientes de clubes e seleções nacionais.

    Isso é compreensível, onde uma modalidade desportiva coletiva que têm que contar com um plantel inchado, para poder aperfeiçoar as demandas de seus treinamentos. Mas, como já é de conhecimento de todos, apenas jogam 11 e podem ser feitas apenas três substituições por partida. Fazendo uma analogia simples, podemos comparar uma equipe de futebol com uma indústria. Imagine uma indústria que, adquiri maquinário e/ou produz, mas não utiliza ou não tem mercado para compra deste material. A forma de amenizar essa situação seria ampliar o número de substituições durante os jogos e/ou possibilitar o retorno do jogador substituído na mesma partida. Para que desta forma, o elenco esteja motivado para todas as partidas com reais perspectivas de participação no jogo, mesmo que seja por apenas alguns minutos.

3.     Dinamismo do Espetáculo

    Para podermos compreender o dinamismo do espetáculo, teremos que definir esporte-espetáculo. Segundo Proni (1998) o esporte-espetáculo deve ser entendido como um fenômeno de massa, mais especificamente, como um produto da mercantilização de componentes do mundo esportivo. Mas, esse esporte-espetáculo refere-se a uma forma particular de práticas esportivas altamente competitivas. A modalidade futebol se enquadra nesta descrição. E, esse espetáculo, se tornou um dos principais eventos esportivos transmitido pelos meios de comunicação (TV principalmente). Sendo a televisão um meio de comunicação de massa, conseqüentemente, esta modalidade em questão, tendo uma maior visibilidade acarreta em um número maior de pessoas interessadas em acompanhar as competições, possibilitando assim, a multiplicação dos seus aficionados. Em contrapartida, é preciso que se faça uma ressalva, em alguns países como Venezuela e Estados Unidos da América (EUA) o futebol não é primeira opção de entretenimento esportivo e muito menos quanto ao número de praticantes. Isto pode ser relacionado muitas vezes à monotonia de alguns jogos e placares que não se alteram. Para Proni (1998) as relações entre o esporte e a televisão não se restringe a uma mercadoria produzida para preencher a programação da televisão. Pois, os mandatários do futebol, devem entender que, as alterações que são realizadas nas regras e na dinâmica do jogo, devem atender aos anseios, interesses e expectativas do público que vai aos estádios (assistir in loco as partidas) e ao público que assiste aos jogos pela televisão. Pois, Proni (1998) ressalta que, a televisão não é um “deus ex machina”, ou melhor, a comunicação de massa não tem o poder de criar e impor gostos e hábitos ao seu público. Por outro lado, o que ela oportuniza é a contribuição no sentido de reafirmar certos valores tradicionais e disseminar conceitos ou modelos culturais emergentes.

    Constantemente as outras modalidades esportivas coletivas sofrem alterações em suas regras para tornar os seus jogos mais atrativos para a mídia e o seu público. Em contrapartida, isso não é corriqueiro quando se trata de futebol. A International Football Association Board (IFAB), que é o órgão que rege as regras do futebol, mantém as suas regras muito próximas das suas origens desde o século XIX, quando o futebol se separou de uma vez por todas do rugby. E esse conservadorismo perdura por mais de um século, sem que haja uma discussão para saber o quanto isso é sadio para a modalidade e seu dinamismo perante seus aficionados, patrocinadores, jogadores ou não.

    Na perspectiva do dinamismo do jogo de futebol, temos que levar em consideração a impressão que este esporte passa para os seus consumidores. A maneira que buscamos para mensurar esse fator foi analisar as médias de público do maior campeonato nacional de futebol.

    O campeonato brasileiro da primeira divisão.

Tabela 1. Média de público do campeonato brasileiro de 2013 (várias divisões) por clube

Fonte: Redação Placar, 2014

    Com base nos dados da tabela 1, observamos apenas seis clubes com média de público acima de 20.000 torcedores ao ano no cenário nacional. E os dados apontam um clube da terceira divisão figurando entre os mais bem colocados (em 2012 e 2013). A curiosidade fica para os clubes que figuram da sétima posição até a trigésima terceira. Pois, muitos desses clubes ranqueados a baixo da sexta posição, são clubes de grandes centros econômicos do país e com grande tradição no cenário futebolístico nacional e inclusive o campeão do maior campeonato nacional de 2013. Quando nos amparamos na questão dos grandes centros econômicos do país, não podemos deixar passar despercebido que, os grandes centros econômicos oportunizam outras formas de entretenimento além do esportivo. Para que essa média de público possa aumentar para se aproximar das médias de alguns campeonatos europeus (tabela 2), sugerimos a melhora do espetáculo através de um jogo mais dinâmico, freqüente e intenso, com um maior número de gols por partida. E uma forma de isso acontecer poderia ser com o aumento das substituições e a permissão do jogador substituído durante a partida poder voltar durante a mesma partida.

Tabela 2. Média de púbico dos campeonatos europeus temporada 2013/2014

Fonte: Redação Placar adaptada por TAJES JR. e MATTEDI, 2014

    Com base nos dados da tabela 2, podemos comprovar a discrepância entre os números de torcedores que comparecem aos estádios na Europa e Brasil. Sendo o campeonato alemão o que mais atrai torcedores aos seus jogos. Para melhor elucidação do que estamos tratando, temos que recorrer aos dados de média de público do campeonato brasileiro 2014 da primeira divisão até a parada para a Copa do Mundo FIFA Brasil 2014 nas nove primeiras rodadas. Essa média ficou com 12.539 torcedores por jogo. Informamos que o público considerado para a média é o pagante que é o divulgado através dos boletins financeiros das partidas pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Com esses dados observamos que somos superiores em média de público apenas ao campeonato português. Mas, se levarmos em conta a população total entre os países, o Brasil com 201.032.714 habitantes (IBGE, 2013) e Portugal com 10.555.853 habitantes (INE, 2011). Estão muito próximos em público nos estádios, mas, com uma discrepância enorme em número de habitantes, o que significa que o Brasil tem um potencial a ser explorado, pois é um país muito populoso e os órgãos que regem o futebol poderiam aproveitar melhor essa população.

    Os campeonatos europeus tendem a ter uma média de público maior, pois concentram os grandes jogadores de todas as nacionalidades. Não é de hoje que, os países menos desenvolvidos economicamente exportam seus grandes jogadores de futebol para o mercado europeu. Ficando em território nacional jogadores que ainda não despertaram interesse de mercados maiores. Sendo assim, os campeonatos europeus têm maiores atrativos, pois contam com as estrelas do futebol mundial em campo a cada rodada. Em suma, não exportamos o espetáculo, mas sim, exportamos os artistas. Apoiados em Szymansky (apud OURIQUES, 2014), autor do livro Vencedores e Perdedores, sobre a indústria do esporte, que é a bíblia para estudantes e empresas, afirma que o Brasil tem potencial de sobra para realizar grandes campeonatos em termos de material humano. Por isso, deveria pensar em se beneficiar muito mais com o êxodo de jogadores de futebol ao invés de procurar contê-lo. Mesmo a saída sendo vista como inevitável, os preços dos jogadores deveriam ser mais bem explorados pelos clubes nacionais. Não serem comercializados por preços módicos e como potencializador dos lucros dos clubes europeus. Por outro lado, com as melhorias feitas nos estádios para a Copa do Mundo FIFA Brasil 2014 no quesito de conforto do público nos estádios. Isto posto, poderia desta forma, aumentar a média de público nos estádios e conseqüentemente gerar mais renda e assegurar o tempo dos jogadores de qualidade por mais tempo (OURIQUES, 2014).

    No Brasil, outro fator determinante ajuda para o não aumento da média de público nos estádios. A venda dos pacotes de TV por assinatura pay per view (PPV). Pois, com horários de jogos quase sempre em detrimento da rotina da grande maioria dos apreciadores de futebol, é aceitável que os indivíduos comprem o pacote e assistam aos jogos no conforto de seus lares. Embora, com as melhorias feitas em alguns estádios nacionais para a realização da Copa do Mundo FIFA Brasil 2014, outro problema existirá como ter demanda nesses estádios novos, sendo que a média de público nos estádios é inferior há 13.000 pagantes? O futebol, e principalmente o futebol brasileiro necessita se reformular para ser um produto mais atrativo, e obtiver retorno para a manutenção desses estádios que foram construídos, pois em se confirmando essa média de público presente aos estádios, não serão preenchidos nem 40% da capacidade total dos mesmos.

    Outra questão pertinente sobre esse assunto seria, a forma de tornar as competições mais acirradas. Pois, as competições de futebol historicamente têm apenas duas agremiações na busca pelo título. Apoiados em Tajes Jr. (2014), dentre os campeonatos estaduais no Brasil, apenas o campeonato catarinense existe um equilíbrio entre as equipes oriundas da capital e do interior em relação aos títulos. A rotatividade entre as equipes campeãs causa uma imprevisibilidade para o resultado da competição. Pensando o campeonato de futebol como um produto e usando a lógica do processo produtivo de suas ofertas: a necessidade de cooperação com os rivais, que leva à necessidade de equilíbrio competitivo numa certa competição esportiva, sendo, portanto, um fator relacionado ao resultado do evento. Se quer dizer o que com isso? Que quanto mais equilibrado o campeonato, mais lucrativo ele será. A força de um campeonato é à força de seu time menos favorecido financeiramente. Se por vários anos a mesma equipe for campeã sem disputa acirrada, o torcedor perderá o interesse pelo futebol. Sendo assim, a lógica da concorrência no mercado do futebol é diferente da lógica de outros mercados. Os rivais são peça fundamental para o sucesso dos clubes individualmente.

4.     Comentários finais

    O futebol é um dos esportes mais assistidos e comentados do mundo. Em contrapartida, é uma modalidade esportiva coletiva que menos alterações nas regras tiveram durante os anos em que foi institucionalizado. Para muitos isso é o que faz com o futebol mantenha a sua hegemonia perante as outras modalidades. Entretanto se, houvesse algumas alterações nas regras, maior número de substituições e a situação do jogador substituído pudesse retornar no mesmo jogo dinamizaria esse esporte em termos de intensidade e freqüência de jogo. Os jogos da Copa do Mundo FIFA Brasil 2014 que foram para a prorrogação demonstram isso, muitas substituições foram guardadas pelos treinadores para serem utilizadas durante a prorrogação. E, essas atitudes fizeram com que os jogos nos seus instantes finais perdessem essa dinâmica e freqüência, tornando o espetáculo menos atrativo.

    Outra questão pertinente ao tema de dinamizar o jogo de futebol seria aumentar o tempo útil de bola em jogo. A FIFA preconiza um tempo dentro do mínimo aceitável para o bom espetáculo, entre 60 e 70 minutos. Neste mundial estamos com uma média de 56,8 minutos por jogo (FIFA, 2014). Aumentar essa média seria uma das questões que devem ser colocadas em pauta pelos órgãos que regem a arbitragem, principalmente.

    Neste mundial de futebol, entrou em vigência o chip eletrônico na bola para auxiliar o árbitro no momento de assinalar se a bola entrou ou não no gol. Dentro dessa temática, propomos a colocação de um chip na gola da camisa de cada jogador, para auxiliar ao árbitro auxiliar no momento de marcar ou não o impedimento. Isso poderia ser feito da mesma maneira que ocorre com a linha de meta e o momento que a bola ultrapassa a mesma, mas, nessa situação, indicaria se o jogador está mais próximo da linha de meta do que a bola e/ou o penúltimo adversário, enviando um sinal como o de um vibração de celular para a bandeira do auxiliar. Isso poderia começar com um evento teste em algumas competições administradas pela FIFA (como no Mundial de Clubes da FIFA) no final do ano, para saber se seria viável a sua aplicação e/ou não. Tudo essas inovações e alterações na regra são para dinamizar e implantar mais freqüência aos jogos de futebol e torná-los mais atrativos para uma parcela maior de aficionados.

    Mas, é óbvio que, essas inovações ficam a cargo da IFAB que é o órgão que rege as regras do jogo de futebol. Isto posto, nada impede que discussões e sugestões sejam propostas.

Referências

  • BAUER, G.; UEBERLE, H. Futbol – Fatores de rendimento, dirección de jugadores y del equipo. Barcelona: Martínez Roca, 1988.

  • CARRAVETTA, E. O enigma da Preparação Física no Futebol. Porto Alegre, RS: AGE, 2009.

  • Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Disponível em: http://www.cbf.com.br/competicoes/brasileiro-serie-a/boletimfinanceiro#. Acesso em 6 de julho de 2014.

  • FIFA. World Cup Statistics. Disponível em: http://pt.fifa.com/worldcup/statistics/index.html. Acesso em 6 de julho de 2014.

  • IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/mapa_site/mapa_site.php#populacao. Acesso em: 6 de julho de 2014.

  • INE. Instituto Nacional de Estatística. Disponível em: http://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_base_dados. Acesso em 6 de julho de 2014.

  • OURIQUES, N. Megaeventos no Brasil, o desenvolvimento do subdesenvolvimento e o assalto ao Estado. In: CAPELA, P. R. do C., TAVARES, E. (Org.) Megaeventos Esportivos: suas conseqüências, impactos e legados para a América Latina. Florianópolis: Insular, 2014, p. 13-44.

  • PLACAR. Média de Público do Brasileirão de 2003 a 2013. Disponível em: http://placar.abril.com.br/imagem/536a6e0b865be27151000335. Acesso em 5 de julho de 2014.

  • PLACAR. Campeonato Alemão tem a melhor média de público da Europa. Disponível em: http://placar.abril.com.br/materia/campeonato-alemao-tem-melhor-media-de-publico-da-europa. Acesso em 5 de julho de 2014.

  • PRONI, M. W. Esporte-Espetáculo e Futebol-Empresa. Tese de doutorado. Campinas: Unicamp, 1998.

  • TAJES JR., D. A generosidade do campeonato catarinense de futebol: o estadual mais equilibrado do país. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, nº 188, enero de 2014. http://www.efdeportes.com/efd188/campeonato-catarinense-de-futebol.htm

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