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Conduta e conhecimento de professores de artes marciais/lutas frente aos casos de traumas dento-alveolares e utilização de protetores bucais

Comportamiento y conocimiento de los profesores de artes marciales/luchas frente

a los casos de traumas dento-alveolares y la utilización de protectores bucales

Conduct and knowledge of martial arts teacher deal with cases of dento-alveolar trauma and use of mouthguards

 

*Aluno de graduação em Odontologia- Universidade de Fortaleza (UNIFOR)

**Graduado em Odontologia- Universidade de Fortaleza (UNIFOR)

***Professor do Curso de Odontologia da Universidade de Fortaleza (UNIFOR)

****Professora do Curso de Odontologia da Universidade de Fortaleza (UNIFOR)

*****Doutor em Ciências da Saúde (UFRN); Professor dos Cursos de Odontologia

e Educação Física da Universidade de Fortaleza (UNIFOR)

(Brasil)

Sandro Dias Rocha Mendes Carneiro*

Felipe Castelo Branco Bento**

Fábio de Almeida Gomes***

Anastácia Leite Jucá Ramalho****

Danilo Lopes Ferreira Lima*****

lubbos@uol.com.br

 

 

 

 

Resumo

          Introdução: Com a maior difusão das artes marciais e o risco de danos ao sistema estomatognático, através de lesões decorrentes da prática desses esportes de contato, faz-se necessária a agregação cada vez maior de conhecimentos de primeiros socorros e utilização de equipamentos de proteção ao atleta, por parte dos professores. Objetivo: O objetivo do presente estudo foi avaliar a conduta e conhecimento de professores de artes marciais frente aos casos de traumas bucofaciais. Metodologia: Foram entrevistados 50 professores de 11 modalidades, destes, 82% já estão envolvidos com artes marciais há mais de 10 anos e 44% já dão treinos em suas respectivas modalidades há mais de 10 anos. Resultados: Entre os entrevistados, 98% relataram ter presenciado lesões bucofaciais durante treinos (avulsões e fraturas dentárias, lacerações de mucosa ou fraturas de osso da face). Em contrapartida averiguou-se que somente 16% sabiam qual a melhor conduta para armazenagem de dentes avulsionados ou fraturados. Sobre o uso de protetores bucais, 72% dos entrevistados avaliou com notas superiores a 8 (em uma escala de 0 a 10) o grau de importância do uso desse acessório nas suas respectivas modalidades. Mas somente 42% exigem seu uso. Conclusão: Dessa forma é notória a necessidade de difusão de informações e instruções básicas quanto aos cuidados preventivos e pós-traumáticos na região bucofacial. Para que isso ocorra será necessário um estreitamento da relação entre dentistas e treinadores.

          Unitermos: Artes marciais. Sistema estomatognático. Traumatismos em atletas.

 

Abstract

          Introduction: Due to the advanced diffusion of martial arts and the risk of stomatognathic system injury arising from the practice of these contact sports, it becomes necessary to increase knowledge about first aid and use of protective equipment, by the instructors. Objective: The goal of the present was to evaluate the conduct and the knowledge that martial arts instructors have when dealing with cases of mouth and facial injury. Methodology: Were interviewed 50 instructors of 11 modalities, among these instructors, 82% have been involved with martial arts for more than 10 years and 44% of these provide training in their respective modalities for over 10 years. Results: Among respondents, 98% reported having witnessed mouth and facial injuries during training (avulsion and dental fractures, lacerations in the oral mucosa or fractures of facial bones). However, only 16% of the instructors knew what was the best way of putting away avulsed or fractured tooth. On the use of mouthguards, 72% of those interviewed rated the degree of importance for the use of this accessory in their respective sports as superior to 8 (in a scale from 0 to 10). Still, only 42% of the instructors require the use of this equipment. Conclusion: Thus, the need for disseminating information and basic instructions about the preventive and post-traumatic cares in the mouth and facial region becomes evident. In order for the to be achieved it is necessary to create a closer relationship between dentists and coaches.

          Keywords: Martial arts. Stomatognathic system. Athletic injuries.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 18 - Nº 181 - Junio de 2013. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    As artes marciais, em sua maioria de origem oriental, há muito estão presentes no cotidiano de uma parcela considerável da população brasileira. Incentivada e apoiada por muitas instituições de ensino, algumas artes marciais, notoriamente Judô e Karatê, já são ofertadas nas atividades físicas de escolas por todo país.

    Segundo Franchini e colaboradores (1996), o termo arte marcial faz referência a um conjunto de práticas corporais relacionadas ao combate, mais especificamente à guerra, já que o termo “marcial” faz analogia a Marte, deus romano da guerra. A etimologia do termo ainda é constatada nos tempos de hoje e, devido ao alto grau de riscos que certas modalidades oferecem, foram desenvolvidos acessórios de proteção para redução dos danos mecânicos ao praticante.

    Identificadas por suas possibilidades pedagógicas, as artes marciais, por sua natureza histórica, apresentam um rico acervo cultural. Além disso, analisada na perspectiva da expressão corporal, seus movimentos resgatam princípios inerentes ao próprio sentido e papel da Educação Física na sociedade atual, ou seja, promoção da saúde (CONFEF, 2002).

    As ocorrências de lesões bucofaciais em praticantes de artes marciais geraram a busca por aparatos de segurança que reduzissem, não somente os riscos de lesões, como a severidade destas. O campo de atuação da Odontologia que estuda a relação do sistema estomatognático com a prática esportiva, é conhecida como Odontologia Esportiva. Está nessa nova área a indicação de aparatos que venham proteger atletas contra possíveis lesões (LIMA, 2012).

    Diante disso faz-se importante o conhecimento por parte dos professores de artes marciais da correta utilização e indicação de proteção no sentido de evitar injúrias bucofaciais e da sua conduta frente às situações de urgências e emergências odontológicas, objetivos do presente estudo.

Metodologia

    O presente estudo, do tipo observacional transversal, investigou o grau de conhecimento de 50 professores de artes marciais que atuam em academias de artes marciais, em Fortaleza, sobre a importância da utilização de protetores bucais e a conduta destes frente aos casos de lesões bucofaciais.

    Foram incluídos professores com ou sem formação superior, dentro de qualquer modalidade e que esteja apto a responder todas as perguntas do questionário e excluídos aqueles que são professores há menos de 2 anos e que não têm autorização do Conselho Regional de Educação Física da 5ª região (CREF5) para o exercício da atividade. Os dados foram coletados entre os horários dos treinos dos professores, em seus respectivos locais de trabalho.

    Foi aplicado um questionário estruturado contendo informações sobre modalidade ensinada; tempo que pratica as artes marciais; tempo em que atua como professor e grau de escolaridade. Sobre sua relação com os aparatos de proteção e condutas frente aos casos de urgência e emergência odontológicas foram realizadas questões que levaram em consideração:

  1. Indicação do uso de protetor bucal;

  2. Exigência do uso de protetor bucal;

  3. Importância do protetor bucal no dia a dia de uma academia de artes marciais;

  4. Tipo de protetor bucal preferido;

  5. Experiência prévia com traumas bucofaciais

  6. Locais onde ocorreram os traumas bucofaciais

  7. Conduta em casos de traumas dentários;

  8. Conduta em relação ao elemento dentário, após avulsão ou fratura.

    Os dados foram tabulados e a estatística descritiva realizada através do programa Microsoft Office Excel®. Somente participaram do estudo aqueles que assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Para que o estudo pudesse ter início houve submissão e aprovação pelo Comitê de Ética da Universidade de Fortaleza (UNIFOR), número do parecer: 210/2009.

Resultados

    Foram avaliados 50 professores de artes marciais. Destes, 13 (26%) ensinam judô, 8 (16%) jiu jitsu, 8 (16%) muay thai, 6 (12%) karatê, 5 (10%) boxe, 3 (6%) Ai ki Do, 3 (6%) Taekwondo, 1 (2%) Kung Fu, 1 (2%) Krav Maga, 1 (2%) MMA e 1 (2%) Ninjutsu.

    Averiguou-se que somente 1 (2%) dos entrevistados tinha concluído somente o ensino fundamental, 12 (24%) o nível médio e 37 (74%) cursavam ou já concluíram o ensino superior. No universo de professores entrevistados que cursavam ou concluíram um curso superior, 24 (48%) estavam inseridos na Educação Física, 3 (6%) na Administração de Empresas, 3 (6%) na Física, 2 (4%) no Direito, 2 (4%) na Pedagogia, 1 (2%) na Contabilidade, 1 (2%) na Economia e 1 (2%) na Fisioterapia. Destes, 9 cursam ou concluíram uma pós-graduação.

    Dentre os treinadores, 15 (30%) atuavam como professor num período maior que 2 e menor que 5 anos, 13 (26%) entre 5 e menos de 10, e 22 (44%) há10 anos ou mais. Como atletas, 2 (4%) estão inseridos nas artes marciais há menos de 5 anos, 6 (12%) entre 5 e 10, 25 (50%) entre 10 e 20, e 17 (34%) há mais de 20 anos.

    Quando questionados se presenciaram algum tipo de trauma bucofacial, 49 (98%) responderam positivamente, sendo que alguns presenciaram mais de um tipo de lesão. Dos tipos de traumas presenciados, as lacerações de lábios foram os mais frequentes e as avulsões dentárias os menos freqüentes (Tabela 1)

Tabela 1. Tipos de trauma

    Quando questionados sobre a indicação e exigência do acessório de proteção, constatou-se que a maioria dos entrevistados indica seu uso (Tabela 2), porém, pouco menos que a maioria, além de indicar, exige seu uso (Tabela 3).

Tabela 2. Indicação de protetor bucal para treinos

 

Tabela 3. Exigência de protetor bucal para treinos

    Sobre as preferências por modelos, 18 (36%) preferem o simples superior (termo ajustável), 8 (16%) deram preferência ao duplo (termo ajustável) e 2 (4%) preferem os personalizados, confeccionados por dentistas. Entre todos participantes da pesquisa, 22 (44%) não têm preferência por modelos.

    Quando foi solicitado que os professores avaliassem com uma nota que variasse entre 0 e 10, onde o valor 0 significa que, na interpretação do entrevistado, o protetor é irrelevante e 10 denota total importância para modalidade, observou-se que 3 (6%) avaliaram em 0; 1 (2%) em 2; 3 (6%) em 3; 7 (14%) em 5; 7 (14%) em 8 e 29 (58%) em 10.

    Supondo avulsão ou fratura de dentes durante o treino, foi perguntado qual seria a conduta tomada frente aos responsáveis do aluno e em relação ao elemento avulsionado ou aos seus fragmentos. Do total, 34 (68%) levaria o aluno até o serviço de saúde mais próximo imediatamente após o ocorrido e em momento oportuno entraria em contato com os pais para informar o acontecido e 16 (32%) ligaria para os pais antes de tomar qualquer providência.

    Quanto ao armazenamento, 45 (90%) guardaria o elemento ou fragmentos para análise do dentista, destes, 74% não manteria em meio adequado e 5 (10%) optariam por desprezar (Tabela 4).

Tabela 4. Meio de armazenagem

Discussão

    A finalidade primordial da prática esportiva é proporcionar o bem-estar físico, e também o equilíbrio corpo/mente (BARBERINI, 2002). Burke et al (2003), em seu trabalho sobre Tae kwon do, concluíram que a redução de riscos foi devido à implementação de medidas de proteção, incluindo regras rigorosamente aplicadas que só permitem contato único e leve em áreas-alvo, que não sejam a face, devendo esta permanecer livre de golpes, além de uma série de equipamentos de proteção para o atleta.

    Segundo Woodward (2006), os protetores bucais já estão inseridos nas lutas há muitos anos. McPherson (2010) corrobora com esse raciocínio quando diz que minimizar o contato pode ser uma estratégia de prevenção eficaz para reduzir essas lesões.

    Os riscos variam de acordo com a modalidade analisada, já que algumas modalidades apresentam maior frequência e intensidade na interação entre seus praticantes. Além disso, segundo Carpeggini (2004), existem fatores que podem agregar riscos tais como: frequência no treino, a falha no uso do equipamento protetor, falta de experiência do atleta, participação em competições e o sexo, sendo o maior risco relacionado ao sexo masculino.

    Em seu estudo, Barberini et al (2002) constatou que nos esportes de contato temos a maior incidência de lesões bucofaciais, esse levantamento é condizente com esta pesquisa, já que 98% dos entrevistados já presenciaram pelo menos uma dos traumas citados no questionário, e isso só potencializa a importância do uso de protetores bucais na tentativa de reduzir a frequência e a severidade de tais injurias. Rossas; Lima (2012), em estudo com 60 praticantes de artes marciais, averiguou que o uso de protetores bucais já faz parte do cotidiano de muitos destes, tendo em vista que mais de 46% de sua amostra utilizavam o dispositivo de proteção durante treino e competições, o que corrobora com o atual trabalho, onde 42% dos entrevistados exigiam que o uso do protetor bucal em treinos. Todavia, Raaii et al (2011) constatou que alguns atletas não se adaptaram ao acessório e entre as principais razões para seu não uso temos a dificuldade de fala, desconforto durante a utilização, dificuldade de respirar e encaixe deficiente. Essas deficiências podem ser sanadas ou amenizadas com protetores bucais confeccionados pelo cirurgião-dentista, que, apesar do custo elevado, apresentam maior conforto, adaptação e eficácia, sem interferir na fala, respiração ou ingestão de líquidos (TERADA, 2010; LIMA, 2012).

    Outro ponto importante é a noção de primeiros socorros em casos de fraturas ou avulsões dentárias. Nesses casos, o aluno deve ser levado imediatamente ao serviço odontológico e os fragmentos ou elemento avulcionado devem ser coletados e imersos em água, soro, saliva ou leite (VASCONCELLOS, 2006), não sendo indicado manter em meio seco, que, nesse trabalho, foi o meio de conservação mais escolhido pelos professores (62%) ou ficar tocando as raízes, tais condutas favorecerão a necrose do ligamento periodontal ou destruição mecânica do ligamento (FLORES et al. 2007). Estes devem ser levados imediatamente ao cirurgião-dentista, que avaliará a melhor conduta para cada caso. Tais condutas discordam com as tomadas pelos professores investigados demonstrando total despreparo em lidar com situações de emergências e urgências odontológicas.

    Um fator relevante no exercício da docência das artes marciais foi a criação das confederações de cada modalidade e mais recentemente, no final da década de 90, os Conselhos Federais e Regionais de Educação Física (CREFs) para fiscalização e aprimoramento de academias e professores (CONFEF, 2002)

Conclusão

    Foi observado, no presente estudo, que traumas bucofaciais são frequentes entre praticantes de artes marciais. Isto nos remete à necessidade da capacitação de professores para que saibam como reagir mediante acidentes que atinjam o sistema estomatognático.

Referências bibliográficas

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  • RUFINO, L.G.B.; DARIDO,S.C. Lutas, artes marciais e modalidades esportivas de combate: uma questão de terminologia. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 16 - Nº 158 - Julio de 2011. http://www.efdeportes.com/efd158/lutas-artes-marciais-uma-questao-de-terminologia.htm

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  • WOODWARD, T.W. A review of the Effects of martial arts practice on health. Wisconsin Medical Journal. Wisconsin. v.108, n.1, pag.40-43. 2009.

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