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Nível de atividade física de professores de uma escola
no município de Itaituba, Pará

Nivel del actividad física de docentes de una escuela en el municipio de Itaituba, Pará

Physical activity level of teachers from a school in the municipality of Itaituba, Para

 

*Licenciatura Plena em Educação Física, UEPA, Campus Santarém, PA

Especialista em Ensino de Educação Física, FACINTER

**Licenciatura Plena em Educação Física, Fisioterapeuta

e Acadêmico de Medicina, UEPA, Campus Santarém, PA

***Licenciatura Plena em Educação Física, UEPA, Campus de Santarém, PA

Especialização em Fisiologia do Exercício, FACIMAB

****Mestre em Educação Física, UFPR

Alcivan Lima dos Santos*

alcivan-lima@hotmail.com

Reli José Maders**

relimaders@hotmail.com

Luiz Carlos Rabelo Vieira***

Roseane de Fátima Guimarães****

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Objetivo: classificar o nível de atividade física de professores de uma escola estadual de ensino médio do município de Itaituba-Pa. Metodologia: participaram do estudo 30 professores da escola, de ambos os sexos. Para a coleta de dados foi utilizado o Questionário Internacional de Atividade Física (QIAF), para a classificação do nível de atividade física da amostra. Os dados foram analisados através da estatística descritiva. Resultados: dentre as classificações possibilitadas pela análise do QIAF, foram encontrados inativos (23%), insuficientemente ativos (43%), ativos (20%) e muito ativos (14%). Conclusão: houve predomínio de 66% de inatividade na amostra de professores.

          Unitermos: Atividade física. Sedentarismo. Professores.

 

Abstract

          Objective: classify the level of physical activity of teachers from a state high school in the city of Itaituba-Pa. Method: we studied 30 school teachers, of both sexes. To collect data we used the International Physical Activity Questionnaire (QIAF) for classifying the level of physical activity of the sample. Data were analyzed using descriptive statistics. Results: we find people with lack of physical activity (23%), insufficiently active (43%), actives (20%) and very actives (14%). Conclusion: there was a prevalence of 66% of downtime in the sample of teachers.

          Keywords: Physical activity. Sedentary. Teachers.

 

Recepção: 29/03/2014 - Aceitação: 17/07/2014.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 199, Diciembre de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A atividade física é definida como qualquer movimento corporal, produzido pelos músculos esqueléticos, sendo, portanto, voluntário, e resultando em gasto energético maior do que os níveis de repouso. A atividade física praticada de forma regular é um hábito cada vez mais necessário na vida do ser humano, sendo visto como um meio eficaz para a promoção, manutenção e melhora da saúde, além de combater doenças (GUISELINI 2004).

    Para Harold (2001), a prática de atividade física é, por unanimidade, considerada como benéfica para a boa qualidade de vida. No entanto, o número de praticantes regulares de atividade física é bem inferior àquele desejado pelos profissionais de saúde e pela OMS, fato que contribui para o aumento acelerado do número de doenças hipocinéticas.

    A atividade física é uma manifestação humana inserida em um contexto diário e muito se tem estudado sobre seus efeitos positivos na prevenção de doenças hipocinéticas e no tratamento e controle de doenças crônicas. Normalmente esses estudos adotam a posição de melhoria da qualidade de vida para valorizar e justificar seus resultados (FERREIRA, 2012).

    Conforme o exposto, o objetivo da pesquisa foi classificar o nível de atividade física de professores de uma escola ensino médio na cidade de Itaituba, Pará.

Metodologia

    Trata-se de um estudo descritivo e comparativo, cujos dados foram observados, registrados e descritos (FONTELLES, 2010).

    A pesquisa foi realizada, em 2012, na Escola Estadual de Ensino Médio Benedito Corrêa de Souza, situada na cidade de Itaituba, Pará.

    A amostra foi composta de todos os professores (n = 30) da referida Instituição. Os critérios de inclusão foram: ser funcionário efetivo da Escola e assinar o termo de consentimento livre e esclarecido.

    Para a coleta de dados foi utilizada a versão curta do questionário internacional de atividade física (QIAF), disponibilizada pelo Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul (CELAFISCS) e validado em adultos brasileiros por Pardini et al. (2001). Esse instrumento permite mensurar a quantidade de atividade física praticada nos últimos sete dias, pois consta de questões relacionadas ao tempo despendido se fazendo atividade física na ultima semana, seja no trabalho, no deslocamento, no lazer entre outras situações. A partir disso, pode-se fazer a classificação do nível de atividade física em cinco categorias, a saber: sedentário; insuficientemente ativo A; insuficientemente ativo B; ativo e muito ativo.

    O presente estudo seguiu as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos da Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012, do Conselho Nacional de Saúde, a qual incorpora, sob a ótica do indivíduo e das coletividades, referenciais da bioética (autonomia, não maleficência, beneficência, justiça e equidade etc.), bem como visa a assegurar os direitos e deveres que dizem respeito aos participantes da pesquisa, à comunidade científica e ao Estado.

    Na análise estatística, foi calculada a frequência relativa, mediante utilização do programa Excel (Microsoft for Windows – 2010).

Resultados e discussão

    Dentre as classificações propostas pelo QIAF, todas foram encontradas nos resultados do presente estudo (tabela). Observou-se que 34% dos participantes foram considerados ativos/muito ativos. Os inativos/suficientemente ativos corresponderam, juntos, a 66% da amostra.

Tabela 1. Classificação do nível de atividade física da amostra de professores (n=30) de uma escola de Itaituba, 2012

    Em estudos similares (BRITO et al., 2012; FOLLE; FARIAS, 2012) os achados mostraram baixos índices de prática de atividade física em professores.

    Brito et al. (2012) avaliaram o nível de atividade física em professores da rede pública estadual de ensino e concluíram que a prevalência de nível baixo de atividade física foi de 46,3% e os níveis moderados e altos representam 42,7% e 11%, respectivamente.

    Folle e Farias (2012), em estudo sobre a qualidade de vida e a atividade física de professores da rede pública estadual de ensino da cidade de Palhoça-SC, verificaram alto índice de inatividade na amostra, havendo um percentual inexpressivo de docentes considerados ativos.

    Entretanto, em professores de Educação Física nas escolas da rede pública estadual de ensino da cidade de Itumbiara-GO, Gatto et al. (2010) verificaram que a maioria foi classificada como sendo ativa, principalmente o gênero feminino. Além disso, para 53,3% dos professores a quantidade de horas trabalhadas não prejudica seu estado de saúde, e para 46,6% prejudica. Deixa-se claro que as características de trabalho deste profissional no ambiente escolar, comparado aos dos docentes de outras áreas do conhecimento, favorecem um maior nível de atividade física.

    A importância de se estudar a temática da atividade física em docentes se fundamenta nas evidências que suportam que a sua ausência ou em níveis insuficientes estão ligados a desfechos desfavoráveis em saúde. Como exemplo, Fernandes, Rocha e Costa-Oliveira verificaram, em 242 professores da rede municipal de Natal-RN, que a prática inadequada de atividade física constitui fator de risco associado à presença de sintomas osteomusculares.

    Sabe-se que existem determinantes que, em algumas situações, possibilitam comportamentos ativos, em outras, porém, mostram-se como barreiras à prática de atividades físicas (SALLIS et al., 1995). Nesse sentido, a prática de atividade física está relacionada a variáveis pessoais e ambientais. As pessoais são as biológicas (idade, sexo e obesidade) e psicológicas (conhecimento, atitude, superar barreiras, tipo de personalidade, intenção, estresse percebido, medo de obesidade). Já as ambientais são o apoio dos pais e amigos, acesso a programas de atividade física, tempo que passa fora de casa, tipo de atividade desenvolvida nos fins de semana (SALLIS, 2001).

    A nosso ver, a rotina de trabalho de professores pode ser encarada como desfavorável para a adoção e manutenção de padrões de comportamentos adequados em termos de hábitos salutares.

    No trabalho docente não se pode deixar de considerar que a sua atuação extrapola os limites das atividades desenvolvidas em sala de aula. O trabalho incorpora também diversas atividades extraclasses, como a elaboração de projetos, a discussão coletiva do currículo, o assessoramento psicológico, a educação para o trânsito, a construção de hábitos de saúde, dentre outras. O desgaste físico e mental de longas jornadas de trabalho, juntamente com a carga horária excessiva e os baixos salários, intervém na qualidade de vida e no estado emocional, uma vez que muitos professores têm que levar para casa atividades que deveriam ser feitas no trabalho. Eles também são responsabilizados pelo sucesso ou fracasso dos processos educacionais (BRANCO et al., 2011; FERNANDES; ROCHA; FAGUNDEZ, 2011).

    Assim, propostas de intervenções preventivas à saúde do trabalhador/professores que foquem variáveis pessoais e ambientais devem ser possibilitadas, de modo que a prática regular de atividade física seja um hábito de vida, que por sua vez promova a qualidade de vida desse público.

Conclusão

    Conclui-se que houve predomínio de inatividade na amostra de professores, sendo 23% e 43% classificados, respectivamente, como fisicamente inativos e insuficientemente ativos.

    Diante disso, é sugestiva a adoção de uma vida fisicamente ativa nesse público profissional. Informações sobre saúde devem ser priorizadas no ambiente escolar, bem como estudos adicionais locais, com amostra superior, devem ser realizados de modo a serem mais bem compreendidos quais fatores estão associados aos desfechos em saúde nesses profissionais.

Referências

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