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Incidência de desvios posturais em praticantes de

musculação em uma academia do oeste da Bahia

Incidencia de desvíos posturales en practicantes de musculación en un gimnasio del oeste de Bahía

 

*Acadêmica do curso de Fisioterapia

da Faculdade São Francisco de Barreiras – Barreiras, BA

**Professor de Educação Física. Mestre em Educação Física

Professora do curso de fisioterapia – Faculdade São Francisco

de Barreiras, Barreiras, BA

Jussileide Moura da Silva*

Luana Mann**

ju.barreiras@hotmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Introdução: A musculação constitui uma atividade em crescente expansão, devido à preocupação com a saúde e a qualidade de vida. Com o aumento desta prática também surge a necessidade de se verificar possíveis prejuízos advindos de uma prática inadequada de exercícios ou com sobrecargas elevadas. Objetivo: Verificar a incidência de desvios posturais em praticantes de musculação, em uma academia do oeste da Bahia. Métodos: Trata-se de um estudo quantitativo descritivo. Foram avaliados 60 alunos de uma academia de Barreiras-Ba, de ambos os sexos, que praticam musculação a pelo menos doze meses prévios a realização das coletas de dados. Para a coleta de dados foram utilizados registro fotográfico e, posteriormente, escala de avaliação postural (IAP) para caracterizar possíveis desvios posturais. As fotos foram tiradas no plano frontal (vista posterior e anterior) e plano sagital (vista lateral direita). Resultados: As avaliações com o IAP apontaram que, entre os homens avaliados, ocorre maior incidência de desvios posturais na região dos ombros, e que 50% (n=15) dos indivíduos avaliados apresentaram hipercifose torácica. Já as mulheres tiveram maiores desvios posturais na região da cintura pélvica, e 80% (n=24) das avaliadas apresentaram hiperlordose lombar. No geral, 68,3% (n=41) dos indivíduos indicaram a hipertrofia muscular como o seu principal objetivo de treinamento com a musculação. Conclusão: Há uma grande incidência de alterações posturais nos praticantes de musculação deste estudo, dessa forma, sugere-se que os alunos tenham um acompanhamento mais rigoroso durante os exercícios, e busquem não só uma boa forma física, mas também uma boa saúde, e consequentemente melhora da qualidade de vida.

          Unitermos: Musculação. Desvios posturais. Qualidade de vida.

 

Abstract

          Introduction: Bodybuilding is an activity in growing expansion, due to concern about the health and quality of life. With the increase of this practice also arises the need to check for possible losses arising from an improper practice exercises or practice with high overload. Objective: To determine the incidence of postural deviations bodybuilders, in a gym of western Bahia. Methods: This is a quantitative study. 60 students of Barreiras gym were evaluated, of both sexes, who practice bodybuilding for at least previous twelve months the completion of data collection. For data collection was used photographic record and, after, postural assessment scale (PASS). The photos were taken in the frontal plane (anterior and posterior view) and sagittal plane (right side view). Results: The evaluations with PASS pointed that, among men evaluated, occurs higher incidence of postural deviations in the shoulder region, and that 50% (n=15) of the subjects evaluated had thoracic kyphosis. The women had higher deviations in the pelvic girdle region, and 80% (n=24) of the women evaluated had lumbar hyperlordosis. Overall, 68,3% (n=41) of the subjects indicated muscle hypertrophy as your main training goal. Conclusion: There is a high incidence of postural changes in bodybuilders this study, however it is suggest that students have a stricter monitoring during exercises, and seek not only a good physical shape, but also good health, and, consequently, quality of life improvement.

          Keywords: Bodybuilding. Postural deviations. Quality of life.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 198, Noviembre de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Na década de 70, o surgimento das academias de musculação foi considerado um dos maiores acontecimentos sociais em todo o mundo. Distinto do que advinha inicialmente, quando as academias eram buscadas exclusivamente para fins estéticos e especialmente por homens, hoje podem ser analisados como apropriados centros de promoção de saúde, atraindo público de ambos os sexos, modificadas idades e com objetivos múltiplos. Portanto, para um desempenho adequado dos exercícios resistidos, seja em aparelhos de musculação ou com pesos livres, uma boa postura é de grande relevância, tanto na busca por melhores implicações quanto na precaução de lesões decorrentes de exercícios adimplidos de maneira incorreta (BARONI et al., 2010).

    As patologias da coluna mais precisamente lombalgia, são muito incidentes na população adulta, mas acarretam também a população adolescente. Muitas vezes, o episódio de lombalgia antecede problemas posturais, em especial catalogados com a coluna vertebral, têm sua procedência no momento de crescimento e desenvolvimento corporais, ou seja, na fase da infância e da adolescência. Além disso, durante essas fases, as pessoas estão sujeitas a procedimentos de risco para a coluna, especialmente aqueles catalogados à postura incorreta. Tais comportamentos podem acarretar em alterações posturais na vida adulta (DETSCH et al., 2007).

    Falando em anatomia, para conservar a postura apropriada é fundamental a flexibilidade e fortalecimento dos músculos responsáveis pela postura corporal. Neste argumento é admirável que se tome muito cuidado com hábitos posturais do dia-a-dia. Em analogia à saúde e qualidade de vida, uma boa postura é aquela em que a pessoa em pé, exige o mínimo de esforço da musculatura e dos ligamentos para sua manutenção. Localizar o melhor equilíbrio ortostático será de total relevância, pois consentirá à pessoa esquemas complexos mais simples (CARNAVAL, 2007).

    Postura é a condição de equilíbrio dos músculos e ossos, para amparo das demais composições do corpo humano de traumatismos, seja na posição em pé, sentados ou deitados. Um bom domínio postural, com o requerimento de poucos músculos e pequeno gasto de energia induz à boa postura (DIMEGLIO, 1990).

    A literatura distingue vários desvios posturais na coluna vertebral, entre eles os de maior relevância e incidência são: escoliose, distinguida como um desvio da coluna no plano frontal seguido de uma rotação e de uma gibosidade (DIMEGLIO, 1990). A lordose, caracterizada como uma curvatura com concavidade posterior, atípica pela sua amplitude. Podendo ser originada por má formação óssea; má postura; ausência de exercício físico; modificação do tecido; mecanismo de equilíbrio; reações de defesa antálgica; rigidez e contratilidade. E a cifose, caracterizada como um desvio da curvatura fisiológica (TRIBASTONE, 2001).

    Posturas viciosas são danosas e necessita serem avaliadas especialmente através de avaliações que beneficiem a consciência de atitudes que adequarão uma melhor qualidade de vida durante o crescimento, desenvolvimento e vida adulta. Muitos comprometimentos posturais são detectáveis na infância, sendo tática de prevenção um instrumento de fácil aproveitamento, que levará a criança a exercitar movimentos saudáveis, os quais são espontaneamente acionados quando iniciados precocemente (FORNAZZARI e PEREIRA, 2008).

    A motivação para realização deste estudo surgiu da inquietação da pesquisadora em conhecer sobre a incidência de patologias posturais em praticantes de musculação, pois, a importância da boa postura para a prática esportiva pode ser verificada pela elevada quantidade de estudos que observam padrões posturais de diferentes modalidades. Há ainda a questão da relação com os grandes problemas causados pelos desvios posturais a partir da infância, podendo acarretar até a vida adulta, desencadeando diferentes patologias de ordem postural, o que ocasiona em algumas pessoas uma vida profissional insatisfatória, causando danos tanto pessoais quanto profissionais.

    Diante do exposto e a relevância da temática o objetivo do presente estudo foi verificar a incidência de desvios posturais em praticantes de musculação, em uma academia do oeste da Bahia.

Metodologia

    O presente estudo caracteriza-se como sendo um estudo descritivo com abordagem quantitativa. Foram avaliados 60 alunos de uma academia de médio porte da cidade de Barreiras-Ba, sendo 30 do sexo masculino e 30 do sexo feminino, que concordaram voluntariamente em participar da pesquisa, levando em consideração todos os critérios de inclusão e exclusão pré-estabelecidos.

    Foram incluídos no presente estudo:

  • os alunos de ambos os sexos que estavam devidamente matriculados na academia em Barreiras – BA;

  • que praticam musculação a pelo menos 1 ano;

  • que frequentam assiduamente a academia (no mínimo 3 vezes na semana);

  • concordaram em participar do estudo;

  • assinaram o TCLE.

    Para coleta de dados sobre desvios posturais foi utilizado o Instrumento de Avaliação Postural (IAP), além de um questionário de identificação onde constavam, além dos dados pessoais do avaliado, o tempo e a frequência da prática da musculação e o seu objetivo na musculação, dentre outros.

    As coletas de dados foram realizadas no mês de maio do ano de 2014 em uma sala reservada da respectiva academia. A coleta dos dados posturais foi feita por fotografia digital, com câmera PowerShot A590 IS da marca Canon com resolução de 8.0 mega pixels com utilização de flash e sem utilização de zoom. A câmera foi posicionada a três metros de distância da amostra e a um metro de altura do chão. A máquina digital ficou perpendicular ao indivíduo evitando erros de paralaxia, e as fotos foram tiradas no plano frontal, vista posterior e plano sagital, vista lateral direita. Foi colocado um fio de prumo perpendicular ao chão para a calibração do software. Durante a coleta os indivíduos foram orientados a se posicionar na posição anatômica de referência, devendo olhar um ponto fixo na parede distante dois metros do avaliado.

    Este estudo foi aprovado pelo comitê de ética da instituição na qual foi desenvolvido, sob número de processo CAEE: 24202613.0.0000.5026, nº do parecer: 576.316, no qual foram cumpridos os princípios éticos contidos na declaração de Helsinque, além do atendimento a legislação vigente e a Resolução 466/12 que regulamenta a ética na pesquisa com seres humanos.

    Realizadas todas as coletas, os dados foram submetidos à estatística descritiva (média e desvio padrão) no Microsoft Office Excel 2007 e apresentados em forma de tabelas e quadros.

Resultados

    A amostra foi constituída por 60 indivíduos, 30 homens e 30 mulheres, que praticam musculação há pelo menos doze meses em uma academia do Oeste da Bahia. A média de idade entre o sexo masculino foi de 28,2 ± 6,07 anos, enquanto entre o sexo feminino foi de 26,5 ± 3,57 anos.

    O tempo médio de prática de musculação foi de 5,5 anos entre os homens e de 2,9 anos entre as mulheres. No geral, o tempo mínimo indicado de prática de musculação foi de doze meses, prévios a realização das coletas de dados, e o tempo máximo de prática de musculação indicado foi de 312 meses, equivalente a 26 anos de musculação.

    A Tabela 1 apresenta a média e o desvio padrão do número de indivíduos, da idade, da massa e da estatura corporal dos praticantes de musculação de uma academia do oeste da Bahia.

Tabela 1. Média e desvio padrão (Dp) da idade, da massa e da estatura corporal

dos sujeitos praticantes de musculação, em uma academia do oeste da Bahia

    Para a avaliação dos desvios posturais utilizou-se o Instrumento de Avaliação Postural (IAP). Os resultados estão expostos logo abaixo, nos Quadros 1 (vista anterior), 2 (vista lateral) e 3 (vista posterior).

Quadro 1. Avaliação dos desvios posturais nos praticantes de musculação

com a utilização do Instrumento de Avaliação Postural (IAP), vista anterior

 

Quadro 2. Avaliação dos desvios posturais nos praticantes de musculação

com a utilização do Instrumento de Avaliação Postural (IAP), vista lateral

 

Quadro 3. Avaliação dos desvios posturais nos praticantes de musculação

com a utilização do Instrumento de Avaliação Postural (IAP), vista posterior

    De acordo com os resultados observou-se que há uma grande incidência de desvios posturais nos praticantes de musculação do presente estudo, visto que todos os avaliados apresentaram alguma alteração corporal, possivelmente em decorrência de maus hábitos posturais. A região corporal com maior prevalência de desvios posturais no sexo masculino foi os ombros, onde 13 dos alunos avaliados possuem ombros protusos, provavelmente pela sobrecarga elevada de exercícios realizados para a musculatura dos membros superiores. Enquanto que no sexo feminino os desvios posturais prevaleceram na região da cintura pélvica, onde 11 mulheres apresentaram anteversão, possivelmente pela maior intensidade e sobrecarga de exercícios nos membros inferiores, principalmente da região glútea.

    Na Tabela 2 estão apresentadas as alterações da coluna vertebral como hiperlordose cervical, retificação cervical, hipercifose torácica, hiperlordose lombar e escoliose em “C” e em “S”.

Tabela 2. Relação de ocorrência de alterações da coluna vertebral entre homens

e mulheres praticantes de musculação, em uma academia do oeste da Bahia

    A Tabela 2 mostra que a hipercifose torácica é a alteração da coluna vertebral mais comum entre os homens, possivelmente por buscarem trabalhar principalmente a musculatura do ombro, costas e peitoral com a finalidade de hipertrofiar esses músculos, desencadeando esse desvio postural, que atinge 50% (n=15) dos avaliados. Já nas mulheres, a hiperlordose lombar foi a alteração postural mais encontrada, onde 80% (n=24) das avaliadas apresentaram essa alteração na coluna vertebral, podendo isso estar associado ao fortalecimento de glúteos, bem como ao uso frequente de salto alto.

    Foram investigados, também, os objetivos de treinamento almejados pelos praticantes de musculação, sendo indicados: hipertrofia muscular, resistência, queima de gordura e saúde, demonstrados a seguir na Tabela 3.

Tabela 3. Objetivos de treinamento de musculação apontados pelos

indivíduos praticantes de musculação de uma academia do oeste da Bahia

    Observou-se que dos 60 sujeitos avaliados, 68,3% (n=41) indicaram a hipertrofia muscular como o principal objetivo a ser alcançado com a musculação, ficando a saúde em segundo lugar com 16,6% (n=10) das indicações. Sobretudo, sugere-se uma maior conscientização da prática de exercício físico em prol da manutenção da saúde e, consequentemente, da boa forma física, o que irá proporcionar ao indivíduo melhora da qualidade de vida em geral.

Discussão

    O presente estudo verificou a incidência de desvios posturais em praticantes de musculação de uma academia do oeste da Bahia, através da utilização do Instrumento de Avaliação Postural (IAP), que segundo Liposcki et al. (2010) trata-se de uma avaliação com a finalidade de triar, considerando os segmentos do corpo, detectando seus prováveis desvios posturais, e, quando preciso, o direcionamento e realização de avaliação objetiva com intuito diagnóstico.

    Os resultados encontrados indicaram que há uma grande incidência de alterações posturais nos praticantes de musculação deste estudo, destacando a hipercifose torácica nos homens (50%), e a hiperlordose lombar nas mulheres (80%). Bem como 68,3% dos sujeitos avaliados afirmaram que a hipertrofia muscular é o principal objetivo a ser alcançado com a musculação.

    Pesquisa semelhante de Falqueto et al. (2009) verificou a prevalência de alterações posturais em 11 indivíduos do sexo masculino, com idade entre 20 e 30 anos, saudáveis, praticantes regulares de musculação, com foco exclusivo no aumento de massa muscular (hipertrofia). Eles concluíram que todos esses indivíduos apresentaram algum tipo de alteração postural, seja uma projeção anterior, rotação e inclinação lateral de cabeça, ou um desvio de tronco, de ombros, assimetria pélvica, dentre outros, indo de encontro com os achados da presente pesquisa, expostos nos Quadros 1, 2 e 3.

    Dutra et al. (2010) avaliaram o perfil postural de 15 adolescentes iniciantes na prática de musculação, sendo oito do sexo feminino e sete do sexo masculino, com idades entre 12 e 15 anos, e destacaram a importância da avaliação e da elaboração de um plano de treinamento adequado. Eles verificaram que as principais alterações posturais dos adolescentes encontravam-se na região da coluna vertebral, como a retificação da cifose torácica e lombar, seguida pela escoliose tóraco-lombar. Ao passo que no presente estudo as principais alterações posturais também estavam focalizadas na região da coluna vertebral, mas com destaque para a hipercifose torácica e hiperlordose lombar.

    Lamotte (2003) investigou a influência da musculação sobre os desvios posturais encontrados na escoliose estrutural, e observou que todos os indivíduos da amostragem, praticantes regulares de musculação, apresentaram alterações posturais, indicando a presença de postura escoliótica, anteriorização de cabeça, ombros protusos e retração de cadeia muscular posterior na maioria dos indivíduos. Como o foco do seu estudo foi a escoliose estrutural, incluiu exercícios de alongamento no lado da concavidade da curva primária e eliminou todos os exercícios de aparelhos que sobrecarregam a coluna vertebral. Barbosa (2004) ainda indica o aquecimento como de extrema importância na preparação do músculo para o exercício, prevenindo dores e lesões musculares.

    Corroborando com o presente estudo, Baroni et al. (2010) analisaram quantitativamente as principais alterações posturais em 306 indivíduos praticantes de exercício resistido sistematizado (musculação), e concluíram que os praticantes de musculação apresentaram altos índices de desvios posturais, destacando-se as alterações na coluna vertebral (aumento da curvatura ou retificação) com predominância na torácica com 55,2% e na lombar com 73,8%. Em contrapartida, Carneiro et al. (2005) averiguaram a predominância de desvios posturais da coluna vertebral em estudantes de Educação Física, e verificaram que 86,9% dos alunos apresentaram algum tipo de alteração postural, no entanto o desvio predominante foi a escoliose.

    Arão (2007) estudou a postura e os possíveis desníveis posturais em 360 sujeitos de cada sexo, ingressantes na prática esportiva, subdivididos, por faixa etária, em 12 grupos com 60 pessoas cada. Percebeu-se que os ingressantes na prática esportiva não apresentaram cuidados com a postura, e verificou-se que a maioria deles apresentaram alterações posturais, sobretudo os desvios mais evidentes foram a hiperlordose cervical, seguida da hiperlordose lombar, da hipercifose dorsal e, por último, das escolioses. Vale ressaltar que estas alterações foram encontradas, maiormente, nos indivíduos entre 40 a 50 anos de idade, diferente da presente pesquisa que tratou de indivíduos mais jovens.

    Torna-se então fundamental o estabelecimento de condutas que colaborem para uma melhor condição de saúde das pessoas no decorrer da vida, assim como a realização de exercícios físicos regularmente e bem dirigidos por profissionais capacitados (PNUD; 2007).

    Pesquisas de Lamotte (2003); ONU (2007); Dutra et al. (2010) destacam os benefícios da instalação de medidas preventivas dentro de uma academia, bem como a importância da correta prática dos exercícios de musculação, predomínio de exercícios resistidos simétricos no programa de treinamento e da realização de séries isoladas de alongamento muscular, no intuito de melhorar, prevenir ou minimizar as alterações posturais pré-existentes. O diagnóstico precoce das alterações posturais e a adoção de medidas profiláticas efetivas podem prevenir a ocorrência de lesões, bem como, contribuir para o aumento do desempenho do aluno.

Conclusão

    A partir dos resultados encontrados, concluiu-se que há uma grande incidência de alterações posturais nos praticantes de musculação deste estudo, principalmente de desvios na coluna vertebral, destacando a hipercifose torácica nos homens, e a hiperlordose lombar nas mulheres.

    É importante salientar que a identificação precoce das alterações posturais pode ser um mecanismo de prevenção na área da saúde coletiva, sendo de grande relevância a prática rotineira de avaliação postural nas academias, por profissionais capacitados (educador físico e fisioterapeutas), a fim de detectar e prevenir as alterações posturais, descrevendo um plano de treinamento de acordo às necessidades de cada aluno, uma vez que isso pode auxiliar no desempenho do mesmo.

    É necessário, portanto, que se tenha uma maior preocupação e atenção com essa crescente população, a fim de conscientizá-los da importância do exercício físico não só pela estética, mas, principalmente, pela saúde e, consequentemente, pela melhora da qualidade de vida geral.

Referências

  • ARÃO, J. J. S. Alterações posturais e algias da coluna vertebral em ingressantes na prática esportiva. Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais e Saúde, Universidade Católica de Goiás, 2007.

  • BARBOSA, M.A.G. Incidência de lombalgia em praticantes de atividades físicas nas academias da cidade de Lavras. 2004. http://www.proec.ufla.br/conex/ivconex/arquivos/trabalhos/a51.pdf

  • BARONI, B. M. et al. Prevalência de alterações posturais em praticantes de musculação Postural. Fisioterapia em Movimento, Curitiba, v. 23, n. 1, p. 129-139, jan./mar. 2010.

  • CARNAVAL, P. Medidas e Avaliação. 2ª edição, Rio de Janeiro: Sprint 1997.

  • CARNEIRO, J. A. O. et al. Predominância de desvios posturais em estudantes de educação física da universidade estadual do sudoeste da Bahia. Revista Saúde.Com; v. 1, n. 2, p. 118-123, 2005.

  • DETSCH, C. et al. Prevalência de alterações posturais em escolares do ensino médio em uma cidade no Sul do Brasil. Revista Panamá de Saúde Pública. 2007; 21(4): 231–8.

  • DIMEGLIO, A. Ortopedia Pediátrica. Editora Santos: São Paulo, 1990.

  • DUTRA, D. G. S. et al. Prevalência de alterações posturais em pré-adolescentes matriculados em academia de ginástica. Revista Movimenta; v. 3, n. 1, p. 24-28, 2010.

  • FALQUETO, F. A. et al. Prevalência de alterações posturais em praticantes regulares de musculação. Revista Terapia Manual; v. 7, n. 32, p. 80-85, 2009.

  • LAMOTTE, A. C. S. Contribuições da musculação na postura em portadores de escoliose estrutural. Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-graduação “Stricto Sensu” em Educação Física da Universidade Católica de Brasília, Brasília, 2003.

  • LIPOSCKI, D. B. et al. Validação do conteúdo do Instrumento de Avaliação Postural – IAP. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 12 - N° 109 - Junio de 2007. http://www.efdeportes.com/efd109/validacao-do-conteudo-do-instrumento-de-avaliacao-postural.htm

  • ONU, Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência, Saúde e Cultura (2007). Disponível em: www.unesco.org. Acesso em 15/12/2013.

  • PNUD, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (2007). Disponível em: www.pnud.org.br. Acesso em 16/12/2013.

  • TRIBASTONE, F. Tratado de Exercícios Corretivos Aplicados à Reeducação Motora Postural. Editora Manole: São Paulo, 2001.

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