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Avaliação técnico-tática em atletas de categorias de base no futebol

Evaluación técnico-táctica en jugadores de categorías de base en el fútbol

 

*Autor. IEFES/UFC/NEPE

**Co-autores. IEFES/UFC/NEPE

(Brasil)

Otávio Nogueira Balzano*

George Washington Silva de Sousa**

Pedro Henrique Nascimento Morais**

Ítalo Nunes Braga**

otaviobalzano@yahoo.com.br

 

 

 

 

Resumo

          A preocupação com a formação de jogadores é um fato crescente nos últimos anos nos clubes de futebol do Brasil. As categorias sub 15 e sub 17 anos, são experiências importantes para os futuros atletas. Os técnicos, dirigentes e comissões devem saber avaliar seus atletas, bem como utilizar-se de trabalhos adequados e produtivos para suas equipes e jogadores. Os testes foram realizados com onze atletas das categorias sub 15 e sub 17 das equipes de formação do Ferroviário Atlético Clube/CE, nos dias 10 e 17 de junho de 2013. Os testes foram moldados à realidade do clube e adaptados de outros testes do futebol. Os objetivos da pesquisa foram verificar a performance técnico/tática dos atletas das categorias sub15 e da categoria sub 17. Os resultados alcançados foram que na categoria sub 15, nos testes 1 e 2 os jogadores de meio levaram vantagem em relação às outras funções, já nos testes 3 e 4 o lateral teve a melhor performance. Na categoria sub 17 os meios campos tiveram melhor rendimento nos testes 2,3 e 4. No teste 1 o lateral obteve a melhor performance. O teste 4 demonstrou com maior realidade as características dos jogadores quando participam de uma partida oficial. Esta pesquisa pretende colaborar com as equipes de formação e suas comissões técnicas no processo de seleção e avaliação de seus atletas.

          Unitermos: Futebol. Avaliação técnico-tática. Categorias de base.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 196, Septiembre de 2014. http://www.efdeportes.com/

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1.     Introdução

    A formação de novos jogadores dentro de clubes de futebol é uma tendência crescente nos últimos anos, e uma preocupação cada vez maior dos clubes brasileiros. A preparação tática, técnica e física dos jovens futebolistas nas categorias de base dos clubes formadores, têm sido salientadas visando à preparação dos mesmos para competições locais e/ou nacionais e sua rápida projeção para os quadros profissionais. Segundo Freitas et al (2012), em alguns casos, a formação da equipe principal depende muitas vezes das categorias de base, o que se observa claramente em clubes que lidam com limitações financeiras, e que por isso esbarram na inviabilidade de contratar jogadores de maior renome. De qualquer forma, seja qual for o objetivo do trabalho de base, essa “lapidação” de novos talentos representa uma alternativa para os clubes, e, como não poderia deixar de ser, isto também se estende aos principais clubes cearenses. Neste sentido, o processo de oportunização, detecção, seleção e promoção de atletas são necessários e importantes para os clubes. O processo de detecção e seleção de jogadores deve seguir uma linha mais científica e não da maneira empírica como é feito hoje (olhômetro), pois os clubes necessitam desses atletas para sua sobrevivência. Desta forma, neste trabalho realizamos quatro testes para avaliar as capacidades técnico/táticas dos atletas nas categorias sub 15 e sub 17, para termos resultados “mais científicos” quando da escolha dos jogadores na participação das equipes.

2.     Metodologia

    Os testes foram realizados nos dias 10 e 17 de junho de 2013, no horário das 13h30 ás 15h. No dia 10/6 foi realizado o teste 1,2 e 3. No dia 17/6 foi realizado o teste 4.

    A seleção dos testes foi executada da seguinte forma: o teste 1 foi adaptado de (Footbonaut - O Centro de treino tecnológico do Borussia Dortmund – YouTube, 2013). O teste 2 foi adaptado de (globoesporte.com/escola Barcelona, 2012). Já o teste 3 foi adaptado do exercício para chute (exemplo 2) de Fernandes (2004, pag. 52). O teste 4 é uma adaptação do teste KORA utilizado por Greco et al (2006).

    Local - o local para a execução das avaliações foi o campo de futebol do Ferroviário Atlético Clube, no bairro Barra do Ceará em Fortaleza/CE.

    Público - Foram avaliados seis atletas da categoria sub 17 (1 lateral, 4 meios e 1 atacante) e cinco atletas da categoria sub 15 (1 lateral, 2 zagueiros, 1 meio e 1 atacante), todos das equipes de competição do Ferroviário A.C., selecionados por seus treinadores e participantes do “Projeto Aprimorar”, uma parceria entre o Ferroviário A/C. e o IEFES/UFC. Dois atletas da categoria sub 15 (1 zagueiro e 1 meio), não realizaram o teste 4, pois não foram ao treino no dia 17/6.

    Material – Foram utilizados para os testes cones, fita métrica, coletes de quatro cores, bolas de futebol, prancheta, caneta e cronometro.

    Descrição – A ordem para realização dos testes foi alfabética. Todos os atletas recebiam as informações de como fazer a atividade e qual seria o objetivo, antes de cada teste. No teste 1 o atleta realizava o exercício e na seqüência da realização do próximo atleta, este que executou, não participa do teste do próximo colega, e assim sucessivamente. No teste 2 o atleta que realizava primeiro, esperava todos executarem para efetivar a segunda tentativa. No teste 3 seguiu a mesma ordem do teste 1. No teste 4 o atleta que realizava o teste ficava aguardando dois colegas realizar a avaliação, para participar das equipes de 3 contra 3. Os resultados eram anotados em folhas específicas para cada teste. Controlavam os testes o professor do “Projeto Aprimorar” e dois alunos do IEFES/UFC que auxiliaram no projeto.

3.     Analise dos resultados

    Os atletas foram identificados por nomes da seleção holandesa de futebol da Copa do Mundo de 1974 (CRUYFF, 1974), por serem todos menores de idade.

    Foram analisados dois tipos de resultados: o resultado dos atletas da categoria sub 15 em cada teste e os resultados da categoria sub 17 em cada teste, Para descrição e análise dos resultados foi utilizado o programa SPSS 15.0 for Windows 14 – day evoluation version.

3.1.     Os testes

Teste 1 - Passe as cores (Borussia)

Objetivos Percepção espacial, velocidade de raciocínio, memória, inteligência sinestésica, performance no passe e velocidade de execução do movimento.

Descrição - Os atletas formaram um circulo com oito jogadores ao redor do circulo central do campo. No circulo terão dois jogadores com coletes da mesma cor (em lados opostos), formando quatro pares. No centro do círculo um jogador. Durante 1 minuto o jogador do centro do circulo deve passar a bola para o colega do colete, que esta com a cor que o técnico avisar. Os jogadores do círculo só podem dar um toque na bola para devolver para o jogador do círculo. O jogador de dentro do círculo pode dar 2 toques na bola.

Como avaliar - será avaliado o número de passes certos e errados, e quantos passes o jogador realizou em 1 minuto.

Teste 1. SUB 15

    Ao analisarmos o gráfico, podemos perceber que a média de passes certos (PC) é bem maior que a média de passes errados (PE). A média de PC é de 13,8, enquanto a de PE é de 1,4. Os jogadores têm o respectivo aproveitamento: Krol (PC = 13; PE = 0), Jongbloed (PC = 17; PE = 0), Suurbier (PC = 10; PE = 5); Neeskens (PC = 16; PE = 1), Hann (PC = 13; PE = 1). Podemos observar que Jongbloed possui o melhor aproveitamento, com 100% de PC entre os jogadores, enquanto Suurbier tem o menor aproveitamento com aproximadamente 66,6% de PC. A diferença entre Jongbloed e Suurbier, pode ser pela posição e características dos jogadores. Jongbloed é um atacante habilidoso de pé esquerdo, que joga pelo lado direito do campo. Já Suurbier é um zagueiro voluntarioso com pouca habilidade, que também joga de volante. Em relação ao número de passes (76), com média de 15,2, os atletas Jongbloed e Neeskens ambos muito habilidosos, foram os que executaram o maior número de passes (17), no tempo determinado. Estes resultados podem ser elucidados porque uma das características dos jogadores de meio campo e atacantes segundo Oliveira et al (2014), e ter uma boa técnica no passe de média e curta distância.

Teste 1. SUB 17

    Analisando o gráfico, notamos que a média de PC chega a 15,3 enquanto a de PE é de 1.

    Analisando por atleta, eles têm o seguinte aproveitamento: Rep (PC = 14; PE = 1), Rijsbergen (PC = 17; PE = 0), Resenbrink (PC = 16; PE = 1), Jansen (PC = 16; PE = 1), Hanegen (PC = 15; PE = 1); Cruyff (PC = 14; PE = 2). Dentre os atletas da categoria, Rijsbergen tem o melhor aproveitamento, com 100% de PC. Já o menor é o de Cruyff, com 87,5% de PC. Este resultado foi surpreendente, pois este jogador é um meio de muita habilidade e percepção do jogo. Percebe-se que todos os atletas da categoria sub 17, tiveram bom nível de passes certos. Em relação à quantidade de passes (98) com média de 16,3, apenas Rep (atacante) executou menor número de passes em média que seus companheiros. Sua performance pode ser justificada por suas características de ser um atacante de velocidade pelo lado do campo. Já o resultado de Rijsbergen (lateral) também foi surpreendente, pois sendo um lateral suas principais características para esta função, segundo Balzano et al (2012) não é o passe curto e a visão periférica.

Teste 2. Condução em velocidade (Messi)

Objetivos Velocidade de reação, ambidestria, performance na condução de bola, velocidade de execução no movimento específico.

Descrição - O atleta, no sinal do professor (levanta o braço direito ou esquerdo), deve conduzir a bola pelo lado dos cinco cones. Depois devem retornar, fazendo zig-zag entre os cones (os cones ficaram a uma distância de dois metros entre eles) pelo outro lado. Após realizar o 1º teste iniciando pelo lado direito, a 2ª tentativa deve iniciar pelo lado esquerdo.

Como avaliar: será avaliado o tempo percorrido no exercício. Cada atleta terá duas tentativas, uma pela direita e outra pela esquerda.

Teste 2. SUB 15

    Analisando o gráfico, o tempo dos atletas na segunda tentativa (2ª T) é melhor que o tempo da primeira tentativa (1ª T). 80% dos atletas conseguiram seu melhor tempo na 2ª T, isto pode ter ocorrido devido à primeira experiência e de estarem mais relaxados por já terem executado o teste uma vez. À média de tempo na 1ª T foi de (~9,62s) e na 2ª T foi de (~8,45s). Os atletas fizeram os seguintes tempos: Krol (1ª T = 9,5s; 2ª T = 10,22s), Jongbloed (1ª T = 8,8s; 2ª T = 7,94s), Suurbier (1ª T = 11,7s; 2ª T = 8,41s), Neeskens (1ª T = 8,05s; 2ª T = 6,77s), Hann (1ª T = 10,09s; 2 ª T = 8,91s). O atleta Neeskens obteve o melhor tempo e o atleta Krol o pior tempo. Krol sendo um lateral de origem deveria ter um bom tempo, pois um dos fundamentos técnico/táticos, para ser um bom lateral é a condução de bola segundo Oliveira et al (2014). Neeskens é um meio campo muito rápido e inteligente, seu desempenho foi acima da média neste teste. Uma das suas funções no jogo é iniciar os contra ataques, desta forma o resultado atingido pode ser justificado por esta característica. Pois segundo Bazano et al (2011) o armador na categoria sub 15 deve ter este fundamento diferenciado, para executar esta função.

Teste 2. SUB 17

    Ao observamos o gráfico, a média da 2ª T (~8,17s) é um pouco melhor que a 1ª T (~8,26s). Sendo que 50% dos atletas tiveram melhor tempo na 1ª T e 50% na 2ª T. Resultado bem diferente em relação categoria sub 15. Os atletas desta categoria tiveram o seguinte aproveitamento: Rep (1ª T = 9,04s; 2ª T = 8,88s), Rijsbergen (1ª T = 9,09s; 2ª T = 8,18s), Resenbrink (1ª T = 7,15s; 2ª T = 8,08s), Jansen (1ª T = 8,55s; 2ª T = 7,74s), Hanegen (1ª T = 8,26s; 2ª T = 8,45s), Cruyff (1ª T = 7,51s; 2ª T = 7,73s). O melhor desempenho foi do meio Resenbrink, e o pior desempenho foi do lateral Rijsbergen. Resenbrink é um meio de muita velocidade e agilidade segundo Oliveira et al (2014) características essenciais para esta função. Já Rijsbergen é um lateral lento com dificuldade nas ações de velocidade.

Teste 3. Oito finalizações

Objetivos – precisão nos chutes, ambidestria, velocidade na execução motora, percepção do alvo e do goleiro e velocidade de reação.

Descrição - Foram colocadas oito bolas dentro da meia lua e no segmento da área penal, numa distância de 1,5 metros entre as bolas. O atleta deve chutar as oito bolas alternadamente [quatro na esquerda (pé esquerdo) e quatro na direita (pé direito), começando pelas bolas mais afastadas da meia lua]. As quatro bolas da direita e as quatro bolas da esquerda estão separadas por um cone.

Como avaliar - Será avaliado o tempo de realização dos chutes e a qualidade dos chutes de direita e de esquerda. A pontuação dos chutes foi determinada da seguinte forma: Bola fora = 0 pto, Goleiro = 1 pto, Trave = 2 ptos e Gol = 3 ptos.

Legenda: T – TEMPO

PPD – pontos de pé direito

PPE – pontos de pé esquerdo

E – esquerda

D - direita

Teste 3. SUB 15

    Observando o gráfico, podemos ver que a média de tempo (T) para os jogadores realizarem o teste foi de 26,64s, e a média de pontos feitos com o pé direito (PPD) foi de 5,6 e a média com o pé esquerdo (PPE) foi de 4,4, com isso, podemos observar que houve maior precisão no chute com a perna direita do que com a perna esquerda. Este resultado pode ter ocorrido, pois dos cinco atletas avaliados apenas um era canhoto.

    A pontuação obtida pelos jogadores foi a seguinte: KROL (PPD = 9; PPE = 7/ T = 28,32s/ Fora = DE; Goleiro =E ; Trave = ; Gol = DDEDE); JONGBLOED (PPD = 0; PPE = 1/ T = 31,88s/ Fora = EDDEDED; Goleiro = E; Trave = ; Gol = ); SUURBIER (PPD = 8; PPE = 7/ T = 26,08s/ Fora = DE; Goleiro = E; Trave = D; Gol = EDED); NEESKENS (PPD = 7; PPE = 4/ T = 22,48s/ Fora = ; Goleiro = EDEEDE; Trave = D; Gol = D); HANN (PPD = 4; PPE = 3/ T = 24,47s/ Fora = DED; Goleiro = EEE; Trave = D; Gol = D). O melhor aproveitamento foi do lateral direito Krol convertendo cinco gols. Este atleta é o cobrador de bolas paradas (escanteio e faltas laterais de sua equipe). O teste justificou a escolha do treinador, por este jogador para este tipo de jogada. Enquanto o menor aproveitamento foi o meio campo Jongbloed, chutando seis bolas para fora. Este resultado se justifica porque Jongbloed era o único canhoto com muita dificuldade de finalizar com o pé direito. Para Balzano et al (2011) é fundamental o treinamento de ambidestria nesta faixa etária, principalmente para os atacantes. O jogador que executou os oito chutes com mais rapidez foi Neeskens com o tempo de 22,48. Este resultado pode ter acontecido, pois este atleta (meio) é um jogador muito veloz e ágil, características segundo Balzano et al (2011), fundamentais para um meio campo.

Teste 3. SUB 17

    Ao analisarmos o gráfico, vemos uma média de T de 24,9, enquanto as médias das pontuações seguem da seguinte forma: PPD = 6,66; PPE = 4,8. A maior precisão obtida pelos jogadores foi com a perna direita. Este resultado pode ter ocorrido, pois dos seis atletas avaliados apenas dois eram canhotos. Os jogadores conseguiram atingir as seguintes pontuações: Rep (PPD = 5; PPE = 4/ T = 25,22s/ Fora = DE; Goleiro = DEED; Trave = E; Gol = D); Rijsbergen (PPD = 7; PPE = 4/ T = 25,62s/ Fora = EDE; Goleiro = DE; Trave = ; Gol = EDD); Resenbrink (PPD = 1; PPE = 5/ T = 23,65s/ Fora = DDDE; Goleiro = DEE; Trave = ; Gol = E); Jansen (PPD = 9; PPE = 4/ T = 25,21s/ Fora = D; Goleiro = EEEE; Trave = ; Gol = DDD); Hanegen (PPD = 10; PPE = 6/ T = 27,30s/ Fora = E; Goleiro = DE; Trave = E; Gol = DEDD); Cruyff (PPD = 8; PPE = 6/ T = 22,74s/ Fora = EDE; Goleiro = ; Trave = D; Gol = DEED). A melhor performance foi do atleta Hanegen (meia) com 16 pontos. Este atleta é um dos cobradores de bola parada da equipe. O atleta com menor desempenho foi Resenbrink (meio) com 6 pontos. Este atleta é canhoto isto pode ser significativo no seu fraco desempenho com o pé direito. O atleta Cruyff (meio) foi o jogador que executou os chutes de maneira mais rápida 22,74s. Também teve uma boa pontuação 14 dois apenas dois a menos que Hanegen (meio). Cruyff (meio) também é um dos cobradores de bola parada da equipe. Este resultado confirma as afirmações de Oliveira et al (2014) sobre as características do jogadores de meio.

Teste 4. Passe ao neutro (apresentar-se)

Objetivos – Precisão nos passes, aparecer para jogar, deslocamento em campo, procura de espaços vazios, comunicação, velocidade nas ações motoras, percepção, atenção e memória.

Descrição - Durante dois minutos jogaram 3 jogadores contra 3 jogadores dentro da área penal. O objetivo das equipes é manter a posse de bola o maior tempo possível. Cada jogador pode dar no máximo 3 toques na bola. Dentro dá área também jogará um atleta neutro, que auxiliará a equipe que está com a posse de bola. O neutro só pode dar 1 toque na bola.

Como avaliar - Será avaliado o número de toques na bola do neutro (apresentar-se) e os passes certos e errados que este realizar.

Teste 4. SUB 15

    Ao observar o gráfico, a média de passes certos (PC = 9) maior que a média de passes errados (PE = 3,33). E a média do número de passes executados foi de (~12,33) Analisando por atleta, conseguimos obter os seguintes resultados: Krol (PC = 10; PE = 1); Jongbloed (PC = 6; PE = 1); Suurbier (PC = 11; PE = 8). Krol foi o atleta que teve a melhor média entre os passes certos e errados. Este resultado pode ser explicado devido ás características técnico/tática deste jogador, Krol é um lateral direito participativo com muita personalidade. O resultado foi surpreendente pela função exercida por este atleta. Futuramente, de acordo com seus testes, Krol pode ser testado em outra função, pois segundo Balzano et al (2011), nesta faixa etária os atletas ainda estão em fase de experimentação das posições em campo. Já Jongbloed obteve os piores resultados no número de passes e nos passes certos. Este resultado também pode ser esclarecido pelas características do jogador. Este atleta é um meio campo muito habilidoso, mas tímido em campo. Este resultado pode auxiliar o treinador na colocação e função de Jongbloed no jogo, pois suas características segundo Bazano et al (2011) e Oliveira et al (2014), não combinam com sua função. Suurbier (zagueiro) foi o que mais participou (19 vezes), mais também foi o que errou o maior número de passes. Também pode ser elucidado pelas suas características, este jogador é muito voluntarioso mais com pouca técnica. Este resultado confirma a descrição de Oliveira et al (2014) sobre as características dos zagueiros.

Teste 4. SUB 17

    A média de passes certos da sub 17 foi de (14,3), já a de passes errados foi de (3,6), uma diferença significativa para os passes certos. Este resultado pode ser esclarecido pelas características dos atletas que realizaram os testes. Na sua maioria são jogadores de meio campo muito participativos e dinâmicos. Em relação ao número de passes a categoria obteve média de (18). Analisando individualmente cada jogador, temos os resultados a seguir: Rep (PC = 12 / PE = 3), Rijsbergen (PC = 12 / PE = 0), Resenbrink (PC = 12 / PE = 6), Jansen (PC = 12 / PE = 5), Hanegen (PC = 23 / PE = 1), Cruyff (PC = 15 / PE = 7). O atleta que obteve o melhor resultado foi Hanegen, tanto no número de passes (24) como nos passes certos (23), este atleta errou apenas um passe, demonstrando toda sua participação e sua capacidade técnico/tática que apresenta nos jogos e treinos. Hanegen, de acordo com as características proposta por Balzano et al (2012) e Oliveira et al (2014), é um meio campo completo. O jogador que menos participou foi Rijsbergen (lateral) com (12 passes), mas não errou nenhum passe. Este resultado pode ser relacionado com sua função em campo. Já Cruyff participou bastante, mais errou o maior número de passes (7) na categoria sub 17. Este resultado foi surpreendente, pois este jogador é um dos mais habilidosos do grupo. Mas este resultado também demonstra a realidade das partidas, Cruyff muitas vezes procura a jogada mais difícil, e acaba errando muitos passes. Para Bazano et al (2012) e Oliveira et al (2014), Cruyff também tem as características para ser um meio campo.

4.    Considerações finais

    Estes testes demonstraram uma sensível diferença nos fundamentos técnico/táticos entre os atletas do meio campo tanto na categoria sub 15 como na categoria sub 17, na equipe pesquisada. Muitos desses resultados se deram pelas características dos jogadores e pela experiência dos atletas. Experiência esta adquirida empiricamente em treinos e jogos, pois nenhum deles tinha passado por este processo de avaliações. A grande surpresa foi o bom desempenho dos laterais, hoje função primordial em uma equipe de futebol. Outro resultado muito importante foi demonstrado no teste 4, onde os atletas apresentaram resultados muito próximos das suas características dentro de campo. Testes como estes deveriam ser mais executados no processo de avaliação e seleção de atletas, pois demonstram a realidade técnico/tática do atleta, principalmente no seu entendimento e participação no jogo. Pois para Paoli et al (2008), quanto mais científicas forem as avaliações dos atletas, menores serão os erros cometidos na seleção dos jogadores.

Referências

  • BALZANO, O. N.; OLIVEIRA, ABREU, C. A. de; LOPES, I. E; PEREIRA FILHO, J. M. “Proposta de treinamento integrado de futsal e futebol, na formação desportiva do atleta de futebol de campo na categoria sub 17 anos”. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 164, Enero de 2012. http://www.efdeportes.com/efd164/treinamento-integrado-de-futsal-e-futebol-sub-17.htm

  • BALZANO, O. N.; VIEIRA, F. de O.; COSTA R. B. F.; LOPES, I. E. Proposta de treinamento integrado de futsal e futebol, na formação desportiva do atleta de futebol de campo na categoria sub 15 anos. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 162, Febrero de 2011. http://www.efdeportes.com/efd162/treinamento-integrado-de-futsal-e-futebol-sub-15.htm

  • CRUYFF, Johan Futebol Total. (tradução: Marcos de Castro e J. Campelo) Ed: Nova Fronteira S/A. Rio de Janeiro, 1974.

  • FERNANDES, José Luis. Futebol: da “escolinha” de futebol ao futebol profissional. São Paulo: EPU, 2004.

  • FREITAS, Francisco Marcio da Silva; BALZANO, Otávio Nogueira. Estudo das abordagens no processo de ensino-aprendizagem-treinamento das equipes do futebol cearense na categoria sub 15. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 166, Marzo de 2012. http://www.efdeportes.com/efd166/treinamento-das-equipes-do-futebol-cearense.htm

  • GRECO, P. et al. Conhecimento Técnico-Tático: O modelo pendular do comportamento e da ação tática nos esportes coletivos. Revista Brasileira de Psicologia do Esporte e do Exercício. V.0, 107-129, 2006.

  • http://www.youtube.com/watch?v=pMdi7bbpcfc. 2013.

  • http://www.globoesporte.globo.com/futebol/futebol-internacional/futebol-espanhol/escolabarcelona.html. 2012.

  • OLIVEIRA, Edilson Medeiros de; BALZANO, Otávio Nogueira. Proposta de treinamento da tática individual na formação de atletas de futebol. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 190, Marzo de 2014. http://www.efdeportes.com/efd190/tatica-individual-na-formacao-de-futebol.htm

  • PAOLI, P. B; SILVA, C. D; SOARES, A. J. G. Tendência atual da detecção, seleção e formação de talentos no futebol brasileiro. Rev Bras Futebol, 2008 Jul-Dez; 01(2): 38-52.

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