efdeportes.com

Aspectos práticos da dança ministrada nas aulas de Educação Física

Aspectos prácticos de la danza que se enseñan en las clases de Educación Física

 

*Mestre em Educação/Saúde e Qualidade de Vida

Especialista em Dança Cênica. Graduada em Educação Física

Professora da Universidade do Contestado, UnC Porto União

e do Centro Universitário de União da Vitória, UNIUV

Porto União, Santa Catarina

**Bacharel em Educação Física

Universidade do Contestado, UnC. Porto União

Canoinhas, Santa Catarina

Izabel Cristina Ribas Rodrigues*

izabelribas_unc@hotmail.com

Aline Aparecida Mendes**

aline@academiaespacolivre.com.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          A Dança tem sido um conteúdo escolar muito discutido há vários anos. As discussões em torno de seus objetivos de ensino, meios de ensino, conceitos e significados buscam um só objetivo, legitimá-la. Neste estudo, foi verificado o estado da arte da literatura em dança, acerca de aspectos que busquem fundamentar o professor de Educação Física em sua prática e, a partir disto, identificar pontos que possam auxiliar o ensino da dança no contexto escolar. Foi apurado que existem muitas obras que tratam sobre o assunto, no entanto, são textos dissociados em conceito, contexto e ensino e prática. Não há um texto único que trate exclusivamente de indicar ao professor como ele poderá iniciar o ensino da Dança baseando-se em uma fundamentação teórica. Esta pesquisa aventura-se em fim, a reunir tal teoria em um só texto que indique conceito, objetivo, justificativa e plano para a prática do ensino da Dança nas aulas de Educação Física Escolar.

          Unitermos: Educação Física Escolar. Dança. Fundamentação teórica. Método de ensino.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 189, Febrero de 2014. http://www.efdeportes.com/

1 / 1

Introdução

    Entende-se a Dança como uma arte que significa expressão gestual e facial por meio de movimentos corporais e emoções sentidas a partir de determinado estado de espírito (GARCIA; HASS, p.139, 2003).

    Dançar é movimentar-se pelo espaço, é sentir o corpo livre, é comunicar-se consigo mesmo, é desfrutar, libertar-se... Convidar para dançar é animar a quebrar preconceitos, medos, vergonhas... O movimento é comunicação; comunicar uma mensagem é utilizar uma linguagem. A linguagem corporal, o movimento é o instrumento dessa linguagem. Para enviar essa mensagem, não se requer nenhuma condição, nem idade, nem sexo, todos os indivíduos aceitarão, com ilusão e interesse, o gesto da comunicação corporal (ZEA apud GARCIA; HASS, p. 139, 2003).

    Existem vários conceitos e significados em relação à Dança, mas todos têm objetivos em comum como a expressão de emoções, conhecimento do corpo, entretenimento, comunicação, educação.

    Marques (2003, p.31) afirma que a Dança é:

    Uma arte não só para ser contemplada e admirada a distância, mas para ser aprendida, compreendida, experimentada e explorada, numa tentativa de levar o indivíduo a vivenciar o corpo em todas suas dimensões, através da relação consigo mesmo, com os outros e o mundo.

    Na concepção de Garcia e Hass (2003) a Dança pode ser visualizada através das seguintes correntes estéticas de percepção da realidade: Realismo - reprodução da realidade; Expressionismo - emoção pessoal de quem dança aproximada com a realidade; Impressionismo - projeção indireta da realidade de forma decorativa ou artificial; Cubismo - figuras geométricas no espaço/tempo; Surrealismo - visão distorcida da realidade.

    A Dança, por ser uma das manifestações corporais mais antigas, foi modificada ao longo dos tempos de acordo com a expansão da sociedade, tendo relação direta com a cultura, logo, seus objetivos também se modificaram. Robatto apud Garcia e Hass (2003), classifica as funções da dança em seis tipos:

Quadro 01. Classificação da Dança em relação a sua função

Fonte: Robatto (apud GARCIA; HASS, 2003)

    Em relação aos objetivos da Dança, Garcia e Hass (2003) indicam suas atribuições:

    E para que todos esses objetivos sejam atingidos, cabe então ao Professor, estimular, proporcionar, experimentar, provocar e conscientizar seus alunos sobre a importância da cultura de movimentos e de sua diversidade.

    Para tanto, foi verificado que existe uma literatura que pode subsidiar o ensino da Dança nas aulas de Educação Física Escolar e, desta forma, o objetivo fundamental deste trabalho foi reunir o máximo de obras que indicassem mecanismos de ensino em um só texto, com a finalidade de apresentar ao professor, meios que fundamentem sua prática.

Dança, Escola e Educação Física

    A proposta curricular da escola, de acordo com diretrizes indicadas pelo Ministério da Educação (GARCIA; HASS, 2003), reconhece a prática educativa da Dança inserida nas aulas de Educação Física, e a organiza em três pilares: a Dança na expressão e comunicação humana, na manifestação coletiva, como produto cultural e apreciação estética. Em relação a Dança na expressão e na comunicação humana, o referido documento diz respeito a análise das características individuais: a forma, volume, peso, espaço (direções, planos), mudança de velocidade, de tempo, ritmo e o desenho do corpo no espaço; seleção de gestos e movimentos observados em Dança, imitando, recriando, mantendo as características individuais e reconhecimento e desenvolvimento da expressão em Dança. Em relação a Dança como manifestação coletiva, suas características estão no reconhecimento e identificação das qualidades individuais do movimento, improvisação e criação de seqüências de movimentos, no reconhecimento e exploração do espaço, na integração e comunicação com os outros, criação de movimentos em duplas ou em grupos, observação e reconhecimento dos movimentos nos corpos e por fim a dança como produto cultural e apreciação artística e sua características são o reconhecimento e distinção das diversas modalidades e combinações apresentados nos vários estilos de Dança, no reconhecimento das concepções de dança, na sua contextualização, na pesquisa em livros, revistas, vídeos e na elaboração de registros pessoais (GARCIA; HASS, 2003).

    Porém a Dança, como conteúdo na escola, apresenta-se na maioria das vezes, mascarada, em que o desenvolvimento do biorritmo ou da facilitação dos movimentos expressivos são substituído pelos treinamentos para festas de fins de ano ou datas comemorativas (ROCHA; RODRIGUES, 2007).

    A distância que existe entre aquilo que é proposto e aquilo que efetivamente é praticado nas escolas tem por muitas décadas caracterizado a história da educação brasileira. Mesmo assim, uma proposta que oficialmente assume a importância da arte (e da dança) na educação não deve ser tomada como uma proposta utópica, mas sim como um movimento importante na direção da formação de uma nova mentalidade e, portanto, de práticas futuras (MARQUES, p.67, 2003).

    A Dança Escolar deve promover uma concepção científica, deve interagir com a realidade do aluno. Sugere-se trabalhar com Danças de livre interpretação, com interpretação de temas figurados, com conteúdos de expressão corporal, considerando o ritmo, espaço, equilíbrio, lateralidade, promovendo o reconhecimento das inter-relações pessoais, estimulando a criação e organização (BARBANTI apud MANFIO; PAIM, 2008). Compreende-se o corpo por meio da Dança, pois a mesma cria inúmeras oportunidades de conhecimento em outras áreas, mudando a concepção de que a Educação Física é sinônimo de jogar bola.

    O Professor deve tomar cuidado ao trabalhá-la como conteúdo educativo: ele não pode reforçar modismos, que geralmente são lançados pelos meios de comunicação com intenção exclusivamente comercial. Ele deve alertar seus alunos sobre os interesses da indústria cultural para que seu trabalho não omita a existência dos estilos comerciais, mas desperte o senso crítico de seus educandos a respeito deles (PIEREZAN et. al., 2009).

    Esta pesquisa caracterizou-se fundamentalmente pela análise da literatura contemporânea que indicasse métodos de ensino da dança inserida nas aulas de Educação Física Escolar ou que tratasse de assuntos afins. Por este fato, tratou-se de uma pesquisa qualitativa, já que a pesquisa bibliográfica forneceu os dados principais para o esclarecimento da questão indicada (ANDRADE, 2005; BARROS; LEHFIELD, 2000).

    Sendo assim, a forma mais adequada para tabular os dados colhidos na literatura foi por meio da análise descritiva. Neste trabalho, o resultado da pesquisa surtiu nos itens apresentados abaixo, que poderão servir de base teórica com o objetivo de fundamentar o ensino da Dança nas aulas de Educação Física na escola.

1.     O ritmo

    De acordo com Rodrigues (2009) anterior ao trabalho da dança, o professor precisa conhecer a música e sua estrutura. Neste contexto esta o ritmo.

    O ritmo é um movimento ondular com alternância regular de força, velocidade e duração. Está em toda parte e cada sujeito vive um ritmo próprio que retrata o temperamento e características intrínsecas a personalidade (MONTEIRO; ARTAXO, apud RODRIGUES, 2009).

    São aspectos importantes do ritmo o pulso, sendo ele o elemento primário onde informa se a música é lenta, rápida ou de andamento médio e o acento, que é a marcação do tempo.Todas as músicas, exceto as valsas que são de compasso ternário, podem ser divididas em frases musicais de 8 acentos. Logo, é possível montar uma coreografia contendo 8 movimentos iguais nos 8 acentos da frase ou 2 grupos diferentes de 4 movimentos (=8), 4 grupos diferentes de 2 movimentos (8=) ou 8 movimentos diferentes. (MONTEIRO; ARTAXO, apud RODRIGUES, 2009).

    O ritmo musical é composto por melodia e harmonia. A música divide-se em compassos separados por linhas verticais que são denominadas barras de compasso e o tempo é uma unidade de tempo na música e seu compasso é constituído por notas (SOLTI apud GARCIA; HASS, 2003).

2.     Criação dos movimentos da dança

    A criação dos movimentos de uma determinada coreografia parte do objetivo da criação da Dança, que se justifica a priori, por ter um tema a ser comunicado. Para que a dança seja situada na educação, ela precisa ser justificada pela sua necessidade de estar sendo praticada, para que não aconteça a prática pela prática ou o movimento pelo movimento. Para tanto, isto pode advir por meio da seleção de um tema cíclico (datas festivas como Dia das Mães, Páscoa, Aniversário da Cidade, etc.), da leitura de um texto (Poema, Conto, Histórias Infantis, etc.), de um sentimento (medo, amor, saudade, etc.), de conhecimentos interdisciplinares (Matemática/Divisão, Português/Dígrafo, História/Descobrimento da América). Logo, a música escolhida vem em segundo plano. Ela deve estar de acordo com o objetivo da criação da dança. A música deve ser escolhida de acordo com um objetivo, um propósito a ser seguido, promovendo assim o conhecimento do próprio corpo (RODRIGUES, 2009, p.74).

    Por meio de um gesto, ou de um conjunto deles, na expressão corporal dialoga-se com o corpo. Além da expressão corporal o professor pode lançar mão da expressão facial, tendo a face como extensão do corpo no momento do gesto corporal. No entanto, nesta forma de expressão, o rosto deve ficar em evidência durante a dança, como por exemplo, sorrir em determinados momentos da música, enviar um beijo, abraçar o próprio corpo (IMBASSAÍ, in CALAZANS; CASTILHO; GOMES, 2003 apud RODRIGUES, 2009).

    Pode também explorar os sons do bater de palmas, bater de mãos no chão ou partes do corpo, usar objetos cênicos como cocos, pedaços de madeira, tambores, etc. Outro recurso interessante é a organização dos sons da voz com sons do corpo, neste caso, utiliza-se a voz como indicador do ritmo e do pulso da dança. Tais recursos podem aparecer mesclados, isto é, o aluno fala ou canta e depois disso, dança sem música ao som do bater de palmas (IMBASSAÍ, in CALAZANS; CASTILHO; GOMES, 2003 apud RODRIGUES, 2009).

3.     Movimento e efetivação

    Movimentos naturais são todas as formas de locomoção que exijam um grau mínimo de coordenação motora geral, configurando-se como um ato natural, do cotidiano do homem (RODRIGUES, 2009, p.75-76).

    Considerando os atos de contração e relaxamento presentes para que o gesto aconteça em cada um destes três argumentos corporais estes movimentos poderiam acontecer efetivados das seguintes maneiras:

  • Molejando: Uma das forças que geram os movimentos. São pequenas flexões das pernas.

  • Andando: Deslocamento com transferência do peso do corpo de um pé para outro.

  • Saltitando: Pequeno salto com rápido afastamento do solo.

  • Sem deslocamento: Onde as explorações espaciais estão no espaço individual.

  • Com deslocamento: Onde o corpo se translada de um ponto à outro no espaço (RODRIGUES, 2009, p.75 - 76).

4.     Formas e espaços

    De acordo com Rodrigues (2009, p.76) “Formas são as estruturas do movimento, desenhos resultantes da ação corporal que se projetam no espaço em uma dança”.

    Estes desenhos, assim como os traços de uma figura, podem assumir uma linha reta ou ondulada, sendo que os movimentos retos têm como característica ser estanques, pontuados e finitos. São movimentos de base, que servem para desenvolver e preparar o corpo para os movimentos ondulares, que são flexíveis, infinitos e sinuosos (CAMINADA apud RODRIGUES 2009). Esses movimentos podem ser classificados em movimentos retos e ondulares.

Movimentos retos: I T M X Z V. São movimentos, em geral, construídos a partir de ângulos que se encontram nos segmentos do corpo. Os movimentos retos são os mais adequado para o início do ensino da dança, pois a partir deles o corpo é explorado em suas diversas manifestações e inicia-se então um processo de apreensão de vocabulário corporal, como a criança que começa a falar as palavras mais fáceis e vai se especializando como o passar dos anos.

Movimentos ondulados: S C U O: São movimentos construídos de acordo com a flexibilidade do corpo de quem dança. Suas características são a sinuosidade e as ondas realizadas com todos os segmentos corporais (RODRIGUES, 2009).

5.     Direções

    Cabe ao Professor explorar na dança a maior possibilidade de trajetos percorridos pelo aluno, desta forma também o mesmo aluno não fica do começo ao fim da dança no mesmo lugar e a monotonia da dança acaba, pois todos podem estar na frente e atrás no espaço cênico tomando consciência de que a coreografia é constituída de uma coletividade. Que estar à frente não significa dançar “melhor” e que dançar atrás não é sinônimo de não ser o “melhor” RODRIGUES (2009).

    Em geral, uma coreografia tem uma frente, em que o Professor ensaia com os alunos sempre virados para um único lado. De uma certa forma isto causa um adestramento no aluno, que quando solicitado para realizar a mesma dança virado para outro lado não sabe mais qual era o seu lugar na formação inicial, ou seu lugar de origem (RODRIGUES, 2009, p.77).

    As direções exploradas são frente, atrás, lado direito, lado esquerdo, diagonal direita frente, diagonal direita trás, diagonal esquerda frente, diagonal esquerda atrás (RODRIGUES, 2009, p.77).

6.     Planos

    Conforme Rodrigues (2009) partindo da posição em pé, que seria em dois apoios dos pés, o corpo pode ocupar o espaço nos planos de meia altura de tronco, ou em um, dois, três, quatro ou cinco apoios ou em decúbito sagital, dorsal ou ventral.

7.     Execução dos movimentos

    Os integrantes da coreografia podem executar os movimentos utilizando os seguintes conjuntos em relação a um ou mais sujeitos: movimentos em cânone - o mesmo gesto repetido um tempo após o início, por exemplo, a “Ola”; movimentos em contraste - gestos diferentes ao mesmo tempo; movimentos simétricos - o mesmo gesto no mesmo tempo; movimentos assimétricos - gestos diferentes em tempos diferentes.

8.     Formações/deslocamentos e segmentos corporais

    Os gestos, bem como a escolha da forma dos movimentos, devem ser executados seguindo uma ou várias formações. Quanto mais formações, mais deslocamentos a série tiver, mais rica será. As formações são os diversos lugares que os alunos ocupam ao longo da dança, que podem formar figuras como círculos, colunas, fileiras, ficar a vontade, desenhar letras com V, X, etc. (RODRIGUES, 2009). As partes do corpo que realizam os movimentos na dança são chamadas de segmentos corporais (cabeça, ombros, braços, mãos, tronco, pernas, pés) (RODRIGUES, 2009).

    Quanto mais se explorar as capacidades de movimentos dos segmentos de se movimentar, mais apurado e com menos ruído ficará o gesto. Pois o aluno irá tomando consciência do que é capaz de realizar com cada parte do seu corpo e com ele inteiro. Parte-se de um pensamento cartesiano, do desenvolvimento das partes para o conhecimento do todo. Não há uma regra para que isto ocorra, no entanto, cabe ao Professor explorar movimentos que trabalhem o corpo integral do aluno, não apenas pernas e braços, por exemplo (RODRIGUES, 2009, p.78).

9.     Composição coreográfica

    Pode-se compreender como processo coreográfico a existência das etapas e ou fases em que o professor e ou coreógrafo está organizando idéias, temas; em que se está escolhendo um repertório criando e elaborando os movimentos que em seqüência “definida”, formam a coreografia (GARCIA; HAAS, 2003, p.159).

    De Acordo com Rodrigues (2009) alguns dos principais fatores importantes para a criação coreográfica são a escolha do tema/assunto, objetivo da criação da Dança; a escolha da música de acordo com a faixa etária do grupo; contagem dos acentos, divisão das frases musicais, as frases são de 8 tempos, com raras exceções; escolha dos movimentos para os acentos: 8 movimentos iguais, 2 grupos diferentes de 4 movimentos (=8), 4 grupos diferentes de 2 movimentos (8=), 8 movimentos diferentes e por fim as escolhas do figurino e do cenário, se for necessário.

    Ainda para Garcia e Hass (2003), alguns dos principais fatores para a criação coreográfica são: a faixa etária (infância, adolescência, adulta), o tema (concreto ou abstrato), o nível de desenvolvimento cognitivo e social, os objetivos, o número de alunos, o nível técnico (iniciantes, intermediários ou avançados), os movimentos, o estilo, o espaço, o figurino, os elementos, o potencial criativo, a contextualização e a dimensão estética e expressiva.

    Sabe-se, porém, o que enriquece a série coreográfica, além dos movimentos, é o número de formações da Dança. Rodrigues (2009) argumenta, o professor como coreógrafo, estuda a música antes do início da montagem da Dança para perceber em que momento a coreografia pede movimentos de queda e recuperação, simetria e assimetria, angulares e arredondados.

    Compreende-se por coreografia um conjunto de movimentos realizados por inspiração emocional através das sensações percebidas pela composição musical (GARCIA; HASS, p.158, 2003).

    Pode-se compreender como processo coreográfico a existência das etapas e ou fases em que o professor e ou coreografo esta organizando idéias, temas; em que se está escolhendo um repertório musical e ou estudando e vivenciando a música a ser interpretada e dançada; e em que se estão criando e elaborando os movimentos que em seqüência “definida”, formam a coreografia (GARCIA; HASS, p.159, 2003).

    Já em relação à estrutura da frase musical e do bloco musical em função do número de movimentos diferentes que o compõem fica da seguinte forma:

Quadro 02. Movimentos por bloco musical

Fonte: (GARCIA e HASS, p.50-51, 2003)

    Rodrigues (2009) ressalta que a montagem de uma coreografia precisa seguir, além de uma ordem metodológica de ensino, alguns cuidados como analisar a letra da música, preocupar-se para não usar músicas que estão “na moda”, traduzir as músicas em línguas estrangeiras antes, verificar se a música está de acordo com a faixa etária, abusar dos deslocamentos para formações, evitar colocar um aluno na frente e todos os outros atrás do começo ao fim da coreografia, evitar fazer 8 movimentos iguais em todas as frases musicais, cuidar para que o figurino deixe os alunos inseguros e desconfortáveis, abusar dos movimentos retos evitando os ondulados nas primeiras aulas ou nos primeiros contatos do aluno com a dança, explorar os 3 níveis (em pé, sentado e deitado), na medida do possível utilizar um objeto cênico (lenço, bastão, arco, cadeira, bola) e não excluir por gênero, corpo ou habilidade motora.

    Ainda para (PIEREZAN et. al., 2009) a Dança na escola esta literalmente voltada para a aprendizagem e exploração da capacidade de se movimentar, esses são os principais aspectos impregnados na Dança. Como se sabe, hoje a construção do conhecimento não se limita ao mundo cotidiano, e sim a tomar uma iniciativa para atender uma sociedade extremamente tecnológica fazendo com que o educador tome um novo posicionamento sobre o sentido da educação. Os educadores devem proporcionar aos alunos uma educação humanizante, para transformar seus conhecimentos de forma a contribuir para uma integração qualitativa ao meio social.

Considerações finais

    Como foi possível perceber, por meio da análise da literatura, a dança pode proporcionar ao aluno um aprendizado prazeroso, desenvolvendo suas capacidades físicas e intelectuais. A Dança Escolar é expressão do corpo do aluno. Não é um espetáculo que tenha que causar juízo de valor a quem assiste. Ela deve proporcionar objetivos de educar enquanto movimenta um corpo que experimenta um gesto, pois este corpo esta concebendo novas experiências, novas descobertas. Uma nova linguagem.

    Para que isto seja possível deve-se fugir do tradicional, abandonar fórmulas prontas e principalmente barreiras do senso comum. O Professor que respeita a individualidade de seus alunos em suas aulas atinge os objetivos que espera.

    Deve-se também, romper como o método de ensino que não cria, que só copia inibindo a criatividade do aluno.

    A Dança na escola deve oportunizar acréscimos ao que já trazem experiências e não enfatizar o que já sabem, o corpo deve ser como um comunicador de ideias e socializador de emoções e sentimentos.

    Ao contrário disto, ficou claro que a dança perderá sua importância se for executada apenas como técnica de habilidades.

    A criatividade deve estar aliada ao processo didático, possibilitando a interdisciplinaridade, sendo ela capaz de desenvolver a consciência corporal enquanto sujeito transformador.

    Por todas estas descobertas teóricas, conclui-se que a Dança é um conhecimento, uma expressão, uma comunicação e deve ser mediada dentro do contexto da sala de aula, sendo ela como um conteúdo de aula, uma estratégia de ensino.

Referências

Outros artigos em Portugués

  www.efdeportes.com/
Búsqueda personalizada

EFDeportes.com, Revista Digital · Año 18 · N° 189 | Buenos Aires, Febrero de 2014
© 1997-2014 Derechos reservados