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Suplementação com bcaa e o exercício para a qualidade de vida

Suplementación con aminoácidos de cadena ramificada y el ejercicio para la calidad de vida

 

Universidade Federal do Paraná

(Brasil)

Ana Paula Prestes de Souza

Everton Bertollon Rocha

Suellen Senna

Maria Gisele dos Santos

mariagisele@yahoo.com

 

 

 

 

Resumo

          Atualmente, cada vez mais se tem a preocupação com a prática de atividade física, fazendo com que ocorram mudanças nos hábitos de vida: as pessoas estão caminhando, correndo, pedalando, nadando, jogando, com objetivo de busca de melhorar a saúde e obter melhor qualidade de vida. Esta preocupação surge através da conscientização das pessoas com relação à falta de atividade física tornar as pessoas mais propensas aos problemas de saúde, acentuando as doenças crônicas degenerativas ou as doenças hipocinéticas.

          Unitermos: Suplementación. Aminoácidos de cadena ramificada. Ejercicio.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 183, Agosto de 2013. http://www.efdeportes.com

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1.     Introdução

    Ferrari e Guglielmo (2006) acreditam que a melhoria da capacidade cardiorrespiratória, o emagrecimento, o aumento da massa muscular, a promoção da saúde estão entre os objetivos que levam a esse aumento pela prática do exercício, mas as modificações nos hábitos de vida tornam-se uma opção viável na busca pela estética, juventude e, enfim, manutenção de um corpo saudável.

    A pessoa que deseja adquirir um melhor estilo de vida deve se adaptar e aceitar os conhecimentos voltados tanto à busca pela prática de atividades física como a uma alimentação adequada, composta por nutrientes indispensáveis para sua saúde e desempenho físico, de acordo com suas necessidades fisiológicas.

    De acordo com Barros (2002) a pessoa que se alimenta de forma inadequada pode apresentar insuficiência nutricional em proteínas, carboidratos, lipídios, vitaminas ou sais minerais, que são fundamentais para a formação do sangue (hemoglobina), fortalecimento dos ossos e o perfeito funcionamento do fígado, coração, intestino e cérebro, entre outras funções indispensáveis para a saúde.

    Nutrição e atividade física estão diretamente ligadas, e é interessante que as duas estejam juntas, afinal para se obter bom desempenho é necessário estar bem alimentado, estar ingerindo uma alimentação correta, balanceada e adequada ao tipo de exercício que se pratica, sendo que nesta alimentação é importante que contenha todos os nutrientes necessários para a sobrevivência.

    Quando se fala em esporte de rendimento, Gonçalves, Silva e Alves (2010), afirmam que utilizar de novos recursos, como os suplementos nutricionais, tornam-se necessários para obter os resultados positivos no treinamento e aumento da performance, na busca mais rápida pelo objetivo.

    Por influência da mídia denota aumento do consumo de suplementos alimentares, visto que pela sua diversidade quanto aos compostos e objetivos nutricionais, torna-se por vezes contraditório os benefícios ao desempenho e à saúde, já que alguns suplementos nutricionais não podem ser considerados como um alimento convencional da dieta dos indivíduos.

    Visto que o uso de suplementos nutricionais vem crescendo, é preciso entender os reais efeitos de cada um, para que sejam utilizados adequadamente. Assim, pretendemos abordar o uso de um suplemento especificamente, o BCAA, explicando todo seu funcionamento metabólico e daí partir para o entendimento sobre seus efeitos nas atividades físicas e esportes.

2.     Revisão de literatura

2.1.     O que é “BCAA”?

    Do inglês “branched-chain amino acids”, isto é, aminoácidos de cadeia ramificada (também conhecidos como ACR), composto por valina, leucina e isoleucina. São considerados aminoácidos essenciais ou indispensáveis, necessários através da dieta, pois não são produzidos pelo organismo, encontrados em fontes protéicas de origem animal.

    Aminoácidos são as unidades de construção das proteínas, importantes no organismo para construção tecidual, formação de enzimas, hormônios, vitaminas e sistema imune. Os aminoácidos de cadeia ramificada correspondem a cerca de 35% dos aminoácidos essenciais em proteínas musculares: num individuo adulto, por exemplo, a massa muscular corresponde de 40 a 45% da massa corporal total, desta forma torna-se evidente a valor que estes aminoácidos correspondem. A concentração destes aminoácidos também difere na distribuição em relação aos tipos de fibra muscular: 20 a 30% maior em fibras de contração lenta (tipo I) que nas de contração rápida (tipo IIb). (ROGERO, TIRAPEGUI, 2008 citado por MENDES, LOYOLA, RIOS, 2009)

    Na suplementação, acredita-se que estes aminoácidos possuem um potencial de ação maior, pois são compostos que entram em passos metabólicos mais adiantados do que os aminoácidos protéicos. Para os esportistas, os suplementos de aminoácidos têm a intenção de promover a liberação de hormônios importantes para o aumento da massa muscular, produção de neurotransmissores, aumentar os níveis intracelulares de ATP e reduzir o peso corporal (BACURAU, 2005).

    Porém, a maioria dos assuntos sobre suplementos são contraditórios, assim, Goston e Correia (2009) em seu estudo explica que desde final de 2008 a ANVISA (consulta pública de nº60) propôs alterações na categoria denominada “Alimentos para praticantes de atividade física”, para “Alimentos para atletas”, pois deveriam ser consumidos apenas por pessoas que pratiquem exercício físico de alta intensidade, com o objetivo de rendimento esportivo ou de competição; como também regulamenta a proibição a comercialização dos aminoácidos de cadeia ramificada (BCAA) para atletas (permitidos pela Portaria 222/98), por não haver comprovação de resultado dos efeitos prometidos.

2.2.     Efeitos do BCAA

    Acredita-se que os suplementos nutricionais agiriam positivamente em relação à diminuição nos desgastes causados por exercícios de alta intensidade, reposições musculares e energéticas e logicamente aumento de performance. Nesse contexto, os suplementos a base de proteínas têm tradicionalmente sido os suplementos mais comercializados para o público em geral. (GONÇALVES; SILVA; ALVES, 2010).

    Com a atividade física inicia-se o catabolismo, ou seja, se quebra um substrato para o fornecimento de energia para as células, a fonte mais rápida seria através do metabolismo de carboidratos. No entanto, o substrato pode ser também a proteína muscular, nesse sentido a suplementação de BCAA seria importante para manter altos os níveis de substrato protéico. Durante a atividade motora prolongada o músculo capta BCAA da corrente sanguínea para oxidá-los. Desta forma, o consumo de BCAA poderia trazer um aumento do rendimento, afinal ele fornece ao músculo substratos que diminuem a necessidade da quebra de glicogênio (OTHANI et al., 2006). Isso nos faz entender porque pesquisas mostram que a suplementação com aminoácidos de cadeia ramificada tem sido bastante utilizada por atletas de triátlon e iron man, afinal são atividades de longa duração e de alta intensidade, onde ocorre proteólise muscular. (BASSIT; MALVERDI, 1998).

    A isoleucina e a valina estariam diretamente relacionadas com a produção de energia durante o exercício. A leucina tem um papel de ativação do crescimento muscular. Não porque faz parte das proteínas construtoras, mas porque estimula a síntese, além de estimular a liberação de insulina pelo pâncreas. Além disso, a leucina auxilia a insulina a iniciar a síntese protéica, ou seja, a insulina é o ativador para a síntese, e a leucina é o sinal para o início da translação (PASCHOAL, 2008 citado por MENDES, LOYOLA, RIOS, 2009). Os BCAA também são responsáveis por estimular à secreção de outros hormônios batante importantes para o organismo, entre eles a testosterona. Que também é responsável pela síntese protéica. Desta forma que os BCAA poderiam se tornar importantes no fato de encurtar o tempo de recuperação de micro lesões musculares. 

    Outro benefício que alguns autores estudam é com relação ao sistema imunológico do atleta. O sistema imune é influenciado agudamente, e em menor extensão, cronicamente, pelo exercício. Dados epidemiológicos e experimentais sugerem que o exercício moderado aumenta a imunocompetência, enquanto que durante o treinamento intenso e após um evento competitivo ocorre aumento da incidência de infecções do trato respiratório superior (ITRS) em atletas. O exercício intenso e prolongado está associado com temporária imunossupressão, que afeta macrófagos, neutrófilos e linfócitos. Os mecanismos envolvidos não estão completamente elucidados, porém são multifatoriais, incluindo ações como a diminuição da concentração plasmática de glutamina, que é o aminoácido livre mais abundante no plasma e no tecido muscular, e é utilizado em altas taxas por células de divisão rápida, incluindo leucócitos, para fornecer energia e favorecer a biossíntese de nucleotídeos. Uma vez que o exercício prolongado e intenso causa diminuição das concentrações plasmática e muscular de glutamina, esse fato pode repercutir sobre a imunocompetência do atleta, aumentando a incidência de infecções do trato respiratório superior (ITRS). (NIEMAN; PEDERSEN, 1999; ROGERO; TIRAPEGUI, 2000). Os ACR podem atuar como precursores da síntese de glutamina no tecido muscular. Esses aminoácidos fornecem grupamentos amino em reações de transaminação, as quais acarretam na formação de glutamato que, posteriormente, na reação catalisada pela enzima glutamina sintetase, participa da síntese de glutamina (ROGERO et al., 2006), nesse sentido a suplementação de BCAA seria importante para melhorar o sistema imunológico.

    Desse modo, verifica-se que a manutenção da concentração plasmática de glutamina por meio da suplementação com ACR apresenta efeitos benéficos sobre a imunocompetência de atletas; todavia, estudos com suplementação de glutamina durante e após exercícios de endurance indicam que essa intervenção nutricional não previne a redução da imunocompetência induzida pelo exercício (KRZYWKOWSKI et al., 2001). Sendo assim, não está elucidado qual o mecanismo de ação da suplementação com ACR sobre a imunocompetência, ou seja, se é efeito decorrente da manutenção da concentração plasmática de glutamina, ou se é efeito direto dos ACR.

    Os BCAA também são relacionados com a melhora do balanço protéico em idosos. Os seres humanos começam a perder massa muscular a partir dos 35 anos, esse fato interfere no balanço protéico dos idosos. É notório que o exercício, especialmente o exercício de força, tem profundo efeito sobre o metabolismo protéico muscular, dessa forma, os idosos não teriam o mesmo potencial de recuperação, nesse sentido a suplementação de BCAA seria importante para reequilibrar o balanço protéico.

    Autores propõem também que os BCAA serviriam também para potencializar a utilização dos ácidos graxos no ciclo de Krebs. Com o esforço intenso, os aminoácidos de cadeia ramificada atingem, sobretudo, a musculatura exercitada, onde são consumidos e participam da conversão do piruvato em alanina, a qual é encaminhada ao fígado para nova formação de piruvato. Com o esforço moderado, os aminoácidos de cadeia ramificada atingem a mitocôndria da musculatura exercitada, participando da síntese de glutamina, a qual segue para os tecidos para a formação de glutamato. Enfim, observa-se que o consumo muscular de aminoácidos de cadeia ramificada visa à manutenção da funcionalidade do Ciclo de Krebs, e tanto a síntese de alanina quanto a de glutamina são a forma encontrada para remover da musculatura os grupos amínicos (LANCHA JUNIOR, 2004).

3.     Conclusão

    Analisando o contexto que engloba a vende de suplementos, fica claro que ocorre uma procura desnecessária de diferentes tipos de suplementos alimentares. É possível concluir que o consumo dos suplementos nutricionais, nas suas mais variadas formas, tem sido apoiado no senso comum do meio desportivo, não só pelos/por atletas, como também por aqueles que buscam no esporte um meio de garantir a saúde. Entretanto, este consumo crescente pode se tornar cada vez mais indiscriminado e perigoso, pois, em geral, está relacionado com a desinformação dos usuários sobre o conceito dos suplementos, bem como seus efeitos adversos à saúde. (GOSTON; CORREA 2009).

    Estudos científicos na área da Educação Física não conseguem comprovar a eficácia da suplementação de BCAA no aumento do desempenho esportivo. É notória a importância dos aminoácidos de cadeia ramificada no organismo humano, mas a quantidade diária necessária para uma suficiente ação dos aminoácidos é facilmente absorvida em uma dieta equilibrada e bem monitorada. Esse fato, somado a falta de dados científicos que comprovem o benefício da suplementação do BCAA nos leva a refletir se é mesmo necessária uma suplementação a base de BCAA. Em suma, parece não haver justificação para introduzir a ingestão de BCAA como estratégia para melhorar o desempenho. Podendo inclusive, o abuso na suplementação causar danos ao sistema imunológico, como também aumentar níveis de gordura corporal.

    Diante do exposto, até o momento, alimentar-se bem parece ser uma alternativa mais disponível e certamente mais barata. Segundo Gleeson (2005), um típico suplemento de BCAA vendido em forma de comprimido contém 100 mg de valina, 50 mg de isoleucina e 100 mg de leucina. Um peito de frango (100 g) contém 470 mg de valina, 375 mg de isoleucina e 656 mg de leucina, o equivalente a 7 comprimidos de BCAA. Um quarto de uma xícara de amendoim (60 g) contém ainda mais BCAA, sendo equivalente a 11 comprimidos. Dessa forma percebemos a importância de se consultar um nutricionista antes de começar qualquer dieta a base de suplementos alimentares.

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