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A prática de escalada indoor para deficientes visuais
em Montes Claros, MG

La práctica de la escalada indoor para discapacitados visuales en Montes Claros, MG

The practice of indoor climbing with visual impairment the municipality of Montes Claros, MG

 

*Centro Universitário FMU

**Universidade Nove de Julho

Jundiaí, São Paulo

(Brasil)

Jarbas Pereira Santos*

Dimitri Wuo Pereira**

dimitri@rumoaventura.com.br

 

 

 

 

Resumo

          A escolha do tema ocorreu devido a pouca participação de indivíduos com deficiência visual na prática de escalada indoor. A retirada desses indivíduos da inércia que a sociedade os coloca, foi o combustível para realizar esse trabalho, no intuito de tornar esses indivíduos mais ativos e participantes na sociedade. O estudo foi uma pesquisa de campo de caráter descritivo, com o objetivo de avaliar a possibilidade da prática de escalada indoor por indivíduos com deficiência visual do município de Montes Claros, MG. Verificou-se que é importante que se dê novas opções de práticas esportivas às pessoas com deficiência visual. Perceberam-se as dificuldades de acessibilidade e locomoção nos trajetos ou percursos até o muro de escalada, apontando pela reestruturação dos espaços físicos no muunicípio. Conclui-se que é possível implantar a prática de escalada indoor para deficientes visuais, todavia, o processo ensino-aprendizagem pode se diferenciar quanto a adaptações no espaço físico e de recursos materiais, a utilização de mecanismos de informações e modificações nas regras.

          Unitermos: Deficiência visual. Escalada. Inclusão

 

Resumen

          El tema fue debido a la baja participación de las personas con discapacidad visual en la práctica de la escalada indoor. La exclusión de estas personas que produce la inercia donde la sociedad los ubica, fue el combustible para llevar a cabo este trabajo con el fin de hacer que estas personas sean más activas y participen en la sociedad. El estudio fue un estudio de campo de carácter descriptivo, con el fin de evaluar la posibilidad de la práctica de escalada indoor para las personas con discapacidad visual el municipio de Montes Claros, MG. Se encontró que es importante brindar nuevas opciones para actividades deportivas para personas con discapacidad visual. Se percibieron las dificultades de accesibilidad y movilidad en los caminos o rutas a la pared de escalada, que apunta a la reestructuración de los espacios físicos en el municipio. Llegamos a la conclusión que es posible llevar a cabo la práctica de la escalada en roca para los ciegos. Sin embargo, el proceso de aprendizaje se puede diferenciar en cuanto a adaptaciones en el espacio físico y a los recursos materiales, el uso de mecanismos de información y los cambios en las reglas.

          Palabras clave: Discapacidad visual. Escalada. Inclusión

 

Abstract

          The theme was due to low participation of individuals with visual impairments in the practice of indoor climbing. The removal of these individuals from the inertia that society puts them was the fuel to perform this work in order to make these individuals more active and participating in society. It was a field study of descriptive character, in order to evaluate the possibility of indoor climbing practice for individuals with visual impairment the municipality of Montes Claros, MG. It was found that it is important to give new options for sports activities to people with visual impairments. Realized the difficulties of accessibility and mobility in the paths or routes to the climbing wall, pointing the restructuring of the physical spaces in the county. We conclude that it is possible to implement the practice of indoor rock climbing for the blind; however, the learning process can be differentiated as adaptations in physical space and material resources, the use of mechanisms of information and changes in the rules.

          Keywords: Visual impairment. Climbing. Inclusion.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 183, Agosto de 2013. http://www.efdeportes.com

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Introdução

    As práticas de esportes de aventura são repletas de desafios e superações a cada instante, oferecendo oportunidades singulares de interação da realidade vivida pelo individuo com necessidades especiais e a conquista e superação do seu espaço social. Para Silva e Amorim (2005), expor a experiência do deficiente na aventura significa socializar ações teórico-práticas sobre as possibilidades inclusivas.

    Munster e Almeida (2001) enfatizam que é imprescindível que não conformemos em simplesmente reproduzir o sistema social no qual estamos inseridos, mas que busquemos nossas próprias formas de ações, por nossa identidade e nossas atitudes, para a construção de uma sociedade mais humana e inclusiva.

    Segundo Alves e Nazari (2009) a imobilidade de algumas pessoas com deficiência física não representa necessariamente um impedimento para experiências, visto que, para todas as dificuldades, existem soluções, e para todas as limitações, adaptações.

    Pretende-se mostrar ao meio acadêmico e a sociedade que indivíduos com necessidades especiais podem praticar atividades de aventura, assim como qualquer outro indivíduo, ressaltando que modificações e adaptações devem acontecer nessas modalidades, sempre com acompanhamento de uma qualificada orientação do profissional da área. Acredita-se também, que através de estudos como esse, podem-se oferecer subsídios teóricos de conteúdos e experiências relacionadas ao tema, buscando mais uma vez mostrar a importância da atividade de aventura como meio difusor de emoções, prazeres e sensações de superação.

    O objetivo desse estudo é avaliar a possibilidade da prática de escalada indoor para deficientes visuais do município de Montes Claros, MG. Analisando os aspectos motores dos participantes durante a aplicação do estudo e descrevendo como a escalada indoor pode relacionar-se com a melhoria da qualidade de vida dos participantes.

Revisão de literatura

Deficiência visual

    É caracterizada por uma limitação no campo visual em ambos os olhos, que pode variar de cegueira total à visão subnormal. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima-se que existam entre 40 e 45 milhões de cegos em todo o mundo e 135 milhões de pessoas com baixa visão. De acordo com IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no Censo 2010, dos 24,5 milhões de pessoas com deficiência ou incapacidade, 48% são deficientes visuais, com algum tipo de deficiência visual e 1,4 milhões de pessoas cegueira completas, a deficiência visual severa foi a que mais incidiu sobre a população, em 2010, 3,5% das pessoas declararam grande dificuldade ou nenhuma capacidade de enxergar (IBGE, 2010a).

    Mesmo com leis que garantem a sua igualdade e assistência, os deficientes enfrentam dificuldades na saúde, na educação, no lazer, no esporte, na cultura e no trabalho. As pessoas cegas e com baixa visão normalmente necessitam do auxílio de terceiros para identificar endereços, itinerários do transporte público e outras referências para a locomoção. As barreiras percebidas durante a locomoção em vias públicas fazem do espaço urbano um local de inúmeros riscos para qualquer pessoa, e com maior risco para deficientes visuais.

    Acessibilidade é a “possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para a utilização com segurança e autonomia de edificações, espaço, mobiliário, equipamento urbano e elementos” (ABNT, 2004, p. 02). A acessibilidade é uma condição básica para a inclusão social das pessoas com deficiências ou que tenham necessidades especiais. Em uma sociedade que se utiliza de modernas tecnologias de informação e de comunicação, acessibilidade plena passa a ser uma necessidade constante nos centros urbanos.

    A cegueira pode acontecer de duas formas. A primeira por fatores congênitos como má formação do sistema ocular no período da gestação ou devido a doenças infecciosas (Sífilis, Rubéola, Dengue, Varicela, AIDS). A segunda forma seriam os fatores adversos, como as causas orgânicas ou acidentais (SANTOS, 2011).

    Pode-se que nos países em desenvolvimento as principais causas da cegueira são infecciosas, nutricionais, traumáticas e causadas por doenças como as cataratas. Nos países desenvolvidos são mais importantes as causas genéticas e degenerativas. As causas podem ser divididas também em: congênitas ou adquiridas de acordo com Craft e Liebermean (2004).

A deficiência visual em Montes Claros, MG

    O Município de Montes Claros está situado na Bacia do Alto Médio São Francisco, ao norte do Estado de Minas Gerais. Possui uma população de 361.915 habitantes (IBGE, 2010b). Em Montes Claros conforme Censo 2010 o município possui 50.456 pessoas com deficiência visual (IBGE, 2010c).

    Com relação à assistência aos deficientes visuais de Montes Claros, o município possui: ADEMOC - Associação das Pessoas com Deficiência de Montes Claros; CAP - Centro de Atendimento Pedagógico para Pessoas com Deficiência Visual; CAAD - Coordenadoria de Apoio e Assistência à Pessoa com Deficiência; Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência de Montes Claros; ADEVIMONTES - Associação dos Deficientes Visuais de Montes Claros; ASMOC - Associação dos Surdos de Montes Claros; APAE - Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais.

    Como modalidades paraolímpicas existem disponíveis para pessoas com deficiência a natação, futsal para cegos, goalball adaptado, tênis para cadeirantes, xadrez, dominó, dama, baralho, além de alongamentos (DEFICIENTE ONLINE, 2012), porém não há modalidades de aventura.

    A região conta com locais específicos para a iniciação da escalada. Os campos escolas estão situados no Parque Municipal da Sapucaia e na Pedreira, ambos em áreas públicas e de livre acesso que ficam a dez minutos do centro da cidade, onde acolhem os escaladores do Norte de Minas com suas fendas, chaminés e negativos (CEM, 2012).

    O Parque Municipal da Sapucaia localizado a 6 Km do centro da cidade, é caracterizada por uma região com relevo calcário, Essa formação geográfica possibilita a prática da escalada pela população merecendo o deficiente o direito de participar dessa atividade com um direito social (SEMMA, 2012).

Escalada indoor

    No Brasil, foi adotada a terminologia escalada esportiva indoor para designar ascensões realizadas em rotas estruturadas nos muros artificiais (BERTUZZI et al., 2001). Por ser uma modalidade realizada em muros artificiais com agarras feitas de resina e areia e com as mais variadas estruturas, podem ser praticadas em diversos lugares. Conforme Souza (2001) a escalada indoor é uma atividade privilegiada que cria constantemente situações problema com exigência motora, onde os desequilíbrios gerados no comportamento motor estimulam o escalador a criar formas de solucionar problemas e relacionando com experiências já relacionadas ou vivenciadas.

    Bertuzzi et al. (2001) relatam que na década de oitenta, os italianos construíram as primeiras vias de escalada em estruturas artificiais que, inicialmente, tinham como objetivo simular as situações das escaladas esportivas praticadas em rocha, possibilitando a prática independente das condições climáticas.

    Para Marinho e Bruhns (2001) a escalada indoor é uma forma de treinamento, não só para os iniciantes, mas também para suprir a necessidade de se ter muros artificiais para os escaladores profissionais poderem escalar em locais onde, principalmente, o inverno é rigoroso.

    De acordo com Pereira (2007) todos podem escalar independente da idade, condição física, habilidades e deficiências. O desafio encontrado nos ginásios ou muros de escalada propicia atingir o seu próprio cume com mais segurança. Quanto aos equipamentos de segurança utilizados na escalada indoor, são os mesmos usados na escalada em rocha (corda, cadeirinha, mosquetões, freios de segurança, sapatilha ou calçado com solado aderente e magnésio).

    Para Schwartz e Carnicelli Filho (2006) algumas características são marcantes nestas atividades, como a possibilidade de vivência de experiências inusitadas, causando sensações e emoções pouco vividas em outras situações, além do desenvolvimento, em alguns casos, do trabalho em equipe e a confiança em si próprio e no outro, representando motivos de aderência às mesmas.

    Como salienta César (2002) outro elemento de grande participação quando se trata do contexto das atividades de aventura, são as emoções, pelo fato de que a própria aventura propicia ao praticante certo grau de reações fisiológicas e psicológicas, influentes na percepção, na aprendizagem e no desempenho, merecendo atenção especial dos envolvidos.

Metodologia

Amostra

    A amostra constituiu de 04 indivíduos com deficiência visual total, sendo 03 do gênero masculino e 01 do gênero feminino com idade entre 17 a 40 anos, participantes de entidades voltadas à assistência dos deficientes em Montes Claros – MG.

Materiais

    Foi utilizado 01 muro de escalada artificial móvel de 07 metros de altura por 2,20 metros de largura, com agarras diversas, capacetes, cadeirinhas, corda dinâmica, mosquetões, fitas tubulares, freios automáticos de segurança, sapatilhas de escalada ou calçados com solado aderente, sacos de magnésio e magnésio.

Instrumentos e procedimento de coleta de dados

    Os sujeitos participaram de um total de 4 aulas de escalada no muro com cerca de 1 hora e 30 minutos cada sessão. Em um primeiro momento os participantes do estudo foram reunidos em uma academia onde o muro ficou instalado, onde conheceram os equipamentos e agarras que foram usados na prática de escalada indoor, para que habituassem de forma tátil aos mesmos e sentissem segurança na escalada. Sentir a textura e as formas das agarras foi de suma importância para que a partir daí, tomassem conhecimento dos possíveis problemas a serem solucionados na ascensão.

    Para dar referências no momento da subida ao deficiente visual, o professor utilizou a técnica do relógio analógico, nas quais os comandos são dados partindo do princípio de que o escalador é o centro de um relógio e as coordenadas são dadas conforme os horários para que encontre as agarras posicionadas em relação ao seu corpo. Utilizou-se ainda, a lateralidade como um dos fatores facilitadores no processo de direcionamento na ascensão e o uso de uma vareta para ao bater na agarra indicar sonoramente a localização da agarra tanto de pé como de mão. Essas referências são importantes para o deficiente visual.

    Utilizou-se a técnica Top Rope diminuindo a preocupação de passar a corda em costuras ou outros equipamentos para sua segurança, impossibilitando que eles tivessem grandes quedas. Optou-se por trabalhar com vias de 4º grau (graduação brasileira), considerado o nível inicial, por conter boas agarras com pegas fechadas e fáceis. A utilização três apoios para a realização do movimento foi ensinada para facilitar a ascensão no muro de escalada (PEREIRA, 2007).

    Para o início da ascensão o escalador devidamente equipado e fixo a corda dá o comando de alerta para o segurança “escalando” e em momentos de maior dificuldade do escalador, o mesmo dá o comando “segurança” para que seja travada a corda.

Cuidados éticos

    Foi preservada a integridade de todos os indivíduos participantes da pesquisa, seus nomes foram resguardados. Todos foram informados do teor, instrumentos e metodologia utilizados para coleta de dados por meio de comunicação prévia (inclusive das imagens). Após consentimento dos participantes iniciamos o processo pedagógico para a prática da escalada indoor. Em todos os procedimentos que envolveram o ato de escalar, os sujeitos utilizaram equipamentos devidamente homologados pelos órgãos competentes e foram seguidas as normas de segurança estabelecidas.

Resultados e discussão

    Diante do processo de aplicação da pesquisa, onde o uso da didática foi fundamental para realizar o estudo, apresentamos os resultados acerca da possibilidade da prática de escalada indoor por deficientes visuais de Montes Claros – MG.

Figura 01. Participantes recebendo instruções

    Todos os 04 participantes realizaram a escalada em muro artificial com sucesso, cada um dentro da sua possibilidade. Para Pereira (2007, p. 27) “todos podem escalar”, independentes da idade, condicionamento físico níveis de habilidade ou deficiência. A aprendizagem das técnicas, treino, determinação e disposição colaboram para o sucesso na escalada.

Figura 02. Percepção das agarras

    Verificou-se que pela falta da visão, os deficientes desenvolvem o tato mais apurado. Conforme Pereira (2010) no instante que utilizamos nosso tato aguçamos a capacidade de perceber as agarras, reentrâncias e saliências, às quais nos seguramos.

Figura 03. Ascensão

    Além do tato, a memorização das vias, assim como das perspectivas de espaço desenvolvidas, foi fundamental para que obtivessem sucesso na escalada. Para Pereira e Nista-Piccolo (2010) dois processos são importantes na escalada, um que antecede o momento de escalar e outro durante a ascensão, onde a estratégia mental é uma ferramenta fundamental para leitura e conquista da via.

Figura 04. Buscando o alto

    Num primeiro momento, a altura foi um fator limitante do alcance do topo do muro, mas, após descansarem e retomarem a ascensão, pela confiança na segurança e equipamentos, começaram a atingir as agarras mais altas e conseqüentemente, vencendo os próprios limites. Para Pereira (2010) durante uma tentativa de chegar ao topo, o escalador cria um programa, gerando um planejamento logístico quando vai escalar.

Figura 05. Cadena

    Ao executarem a primeira ascensão de uma via, notou-se certa dificuldade, devido à fase adaptação a atividade, mas na segunda, percebemos a facilidade de localização das agarras pela memorização e apropriação do espaço do muro de escalada.

Figura 06. Buscando apropriação dos espaços

    Alguns participantes conseguiram atingir o topo com mais facilidade do que outros, “encadenando a via” com maior rapidez, provavelmente por fatores como as qualidades físicas (força, flexibilidade, resistência, além da técnica e concentração). Para Pereira (2007, p. 156) “encadenar é completar uma via sem sofrer nenhuma queda”.

Figura 07. Superação de limites

    Analisamos ainda que a escalada indoor pode relacionar-se com a melhoria da qualidade de vida dos participantes, nos aspectos físicos, cognitivos e sociais, por proporcionar fortalecimento da musculatura de membros superiores e inferiores, equilíbrio, superação de limites, melhoria da auto-estima, convívio social e exercício da cidadania, através da prática esportiva. Acerca dos benefícios da escalada, Queiroz e Pereira (2012) relatam que a atividade desenvolve todo o corpo, trabalhando todos os grupamentos musculares de forma harmoniosa e sem sobrecarga numa única região, melhorando a coordenação motora, agilidade, força e resistência.

Figura 08. Adaptação

    Quanto aos aspectos motores dos participantes durante a escalada, verificamos a adaptação natural dos movimentos à medida que ganhavam a via, e solucionavam os problemas existentes conforme se apresentavam. A necessidade de resolver problemas na escalada se dá com predominância corporal, isto é, outras manifestações também participam, mas a inteligência corporal é uma via efetiva para o sucesso.

Figura 09. Desafio superado

    Observamos também que a atividade de aventura proporcionou momentos de descontração entre os participantes e entrosamento com os monitores envolvidos no estudo, ocorrendo uma troca significativa e impressionando experientes escaladores.

Conclusão

    A escalada para deficientes visuais pode parecer inviável para alguns, em um primeiro momento, nesse estudo buscou-se contribuir para fomentar a prática, promover o resgate do potencial e auxiliar a ultrapassar as barreiras das próprias limitações físicas, social e psicológica, tornando o individuo com necessidades especiais eficiente.

    Montes Claros atualmente não possui grupos de deficientes visuais que praticam algum tipo de esportes de aventura. É importante que se dê novas opções de práticas esportivas às pessoas com deficiência visual baseando no direito à prática esportiva, lazer e qualidade de vida.

    A participação da sociedade é essencial para a construção de uma cidade inclusiva para os deficientes, pois além de uma questão político-social, é uma questão cultural. Percebemos que a cada dia a sua rotina se resume em transpor obstáculos, muitas vezes invisíveis para a maioria das pessoas.

    No decorrer do estudo, percebeu-se as dificuldades de acessibilidade e locomoção nos trajetos ou percursos até o muro de escalada, apontando pela reestruturação dos espaços físicos no muunicípio para que os deficientes visuais exerçam a sua independência e o direito de ir e vir em sua plenitude.

    Conclui-se que é possível proporcionar e implantar a prática de escalada indoor para deficientes visuais do município de Montes Claros – MG. Todavia, o processo ensino-aprendizagem pode se diferenciar quanto a adaptações no espaço físico e de recursos materiais, a utilização de mecanismos de informações e modificações nas regras.

    A escalada pode ser considerada um importante agente de inclusão, por contribuir para a diminuição da idéia de inferioridade que a palavra deficiência traz e por favorecer o melhor entendimento do que a palavra adaptação promove. É preciso valorizar o indivíduo e não a deficiência ou as suas incapacidades.

    Nessa troca significativa de conhecimentos, aprendemos mais com eles do acreditamos que podemos ter passado. O que indivíduo pode fazer é mais importante do que o que ele não pode fazer, e não acreditar no potencial desses indivíduos também acaba por tornar-nos deficientes.

Referências

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