efdeportes.com

Desempenho das atletas, países e áreas continentais na prova de salto 

com vara feminino do Campeonato Mundial de Atletismo de 1999 a 2009

Rendimiento de las atletas, países y áreas continentales en la prueba de salto con 

garrocha femenino del Campeonato Mundial de Atletismo desde 1999 hasta 2009

 

Departamento de Educação Física

Universidade Federal do Paraná (UFPR)

Jardim Botânico, Curitiba, PR

(Brasil)

Marilda de Fátima Gritem

Dr. Vidal Palacios Calderón

yendy2005@gmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O presente trabalho teve como objetivo principal analisar a atuação das atletas, países e áreas continentais nas seis edições do Campeonato Mundial de Atletismo na prova de salto com vara feminino de 1999 a 2009. Para o processamento dos dados foi utilizada a estatística descritiva, podendo assim realizar a análise comparativa dos resultados das doze saltadoras primeiras colocadas. Constatou-se a supremacia das saltadoras russas nos seis eventos disputados. Por outro lado, corroborou-se um amplo domínio das saltadoras dos países da Europa. Finalmente, as saltadoras Stacy Dragila e Yelena Isinbayeva foram as que mais conquistaram títulos, com dois cada uma.

          Unitermos: Atletismo. Campeonato Mundial de Atletismo. Prova de salto com vara feminino. Áreas Continentais.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 160, Septiembre de 2011. http://www.efdeportes.com/

1 / 1

Introdução

    O salto com vara é um evento atlético onde os competidores usam uma vara longa e flexível para alçar altura, e passar por cima de uma barra. Faz parte do programa de competições dos jogos olímpicos desde 1896.

    As competições de salto com vara aconteciam na Grécia antiga. Até o início do século XX, as varas eram feitas de bambu ou madeira e, posteriormente, passaram a ser feitas de alumínio. Atualmente, as varas modernas são fabricadas com fibra de carbono ou fibra de vidro. Estas mudanças geraram grande diminuição do peso da vara e maior flexibilidade e, graças a estes avanços, os recordes de salto com vara tornaram-se cada vez mais altos.

    Outra melhoria aplicada aconteceu na área de pouso: até a década de 1960, os atletas eram obrigados a cair em tanques de areia, o que propiciava lesões e até mesmo medo e falta de confiança. Hoje, os atletas pousam em colchões macios produzidos sob medida para o esporte. Outro fator que fez o esporte evoluir.

    A prova de salto com vara feminino foi estreada no programa do Campeonato Mundial de Atletismo na sétima edição em 1999. Entretanto, a análise da bibliografia científica, permitiu constatar a falta de dados estatísticos sobre a evolução histórica dos resultados nos seis Campeonatos Mundiais de Atletismo, no período de 1999 a 2009. Salienta-se que não existem publicações científicas que revelem os principais fatos das atuações dos países, atletas e áreas continentais nestes seis campeonatos disputados. Por outro lado, levando-se em conta a importância que possuem os resultados da análise estatística para o tratamento metodológico dos conteúdos de Atletismo a serem ministrados, desde uma perspectiva histórica, é de grande relevância social a pesquisa realizada. Portanto, o objetivo deste trabalho é analisar a atuação dos países, atletas e áreas continentais na prova de salto com vara feminino nas seis edições do Campeonato Mundial de Atletismo realizado no período de 1999 a 2009.

    Para o entendimento a que se propõe este artigo fazem-se os seguintes questionamentos:

  1. Quais atletas e países tiveram maior destaque durante a realização dos seis Campeonatos Mundiais de Atletismo?

  2. Quais áreas continentais dominaram a prova de salto com vara feminino?

  3. Como tem sido a dinâmica dos resultados durante as seis edições?

Material e métodos

    O presente trabalho é de caráter descritivo baseado na análise histórica das atuações das doze atletas primeiras colocadas nas seis edições do Campeonato Mundial de Atletismo, na prova de salto com vara. Neste sentido, a análise dos documentos permitiu fazer a coleta de dados dos resultados destas atletas no período de 1999 a 2009. Foram utilizados métodos da estatística descritiva para o processamento dos resultados das doze atletas primeiras colocadas. O processamento estatístico utilizado permitiu determinar a média das vencedoras e das doze finalistas, valores mínimos e máximos e o desvio padrão. Para determinar a significância das diferenças entre as médias dos resultados nas edições, foi utilizado o Critério t de Student. Em total foram analisados os resultados de 70 saltadoras.

Análise dos resultados

    Na tabela 1 apresentamos a relação das atletas campeãs mundiais na prova de salto com vara nos Campeonatos Mundiais de Atletismo desde 1999 a 2009. A média dos resultados das vencedoras foi = 4,78m (± 0,13cm). Podemos observar que o valor mínimo foi obtido pela saltadora norte-americana Stacy Dragila, com a marca de 4,60m na sétima edição do referido campeonato, disputado na cidade de Sevilla na Espanha, entre 20 e 29 de agosto de 1999. Por outro lado, o valor máximo com a marca de 5,01m correspondeu à atleta russa Yelena Isinbayeva, no décimo evento, disputado na cidade Helsinque, na Finlândia, entre 06 e 14 de agosto de 2005.

Tabela 1. Saltadoras vencedoras da prova de salto com vara nos Campeonatos Mundiais de Atletismo de 1999 a 2009.

Legenda: WR: Recorde Mundial (World Record)

CR: Recorde dos Campeonatos (Championship Record)

    Observa-se nesta tabela que a saltadora norte-americana Stacy Dragila (Foto 1) foi a primeira atleta a vencer consecutivamente dois campeonatos, isto é, o sétimo (1999) estabelecendo o primeiro recorde mundial (WR) para estes eventos com marca de 4,60m, e o oitavo (2001) com a marca de 4,75m, resultado que representou o recorde do campeonato (CR). Cabe lembrar que um ano depois em Phoenix a mesma atleta, quebrou o seu próprio recorde com a marca de 4,62m que era dividido com a australiana Emma George.

    Outros méritos relevantes desta atleta norte americana foram a medalha de ouro, conquistada durante os jogos olímpicos de Sydney em 2000, com marca de 4,60m e o título obtido no campeonato mundial de atletismo indoor em 1997 com marca de 4,40m, que representou o recorde mundial, naquela ocasião. Seu melhor resultado na prova é de 4,83m, obtido em Ostrava em 8 de Junho de 2004. Salienta-se ainda que a saltadora norte americana possui a quinta marca do ranking mundial da prova de salto com vara feminino exterior e interior de acordo com a lista divulgada pela IAAF.

Foto 1. A saltadora norte americana Stacy Dragila, conquistou a medalha de ouro na prova de 

salto com vara durante a sétima (1999) e oitava (2001) edição do Campeonato Mundial de Atletismo

    Nesta mesma tabela merece especial destaque a atuação da saltadora russa Yelena Isinbayeva que conquistou os títulos do décimo (2005) e décimo primeiro (2007) campeonatos (Foto 2). Cabe ressaltar que a marca de 5,01m obtida por esta atleta durante a fase classificatória do décimo campeonato, consiste no segundo recorde mundial dos seis eventos disputados e o único resultado acima da marca de 5,00m. Também é importante lembrar que a saltadora russa Isinbayeva, além dos dois títulos mundiais, conquistou medalhas de ouro nas olimpíadas de Atenas (2004) com marca de 4,91m(WR) e de Pequim (2008) com a marca de 5,05m(WR). Enfim, esta atleta foi a dona da prova em três campeonatos mundiais de atletismo indoor, sendo eles, Budapeste (2004) com 4,86m(WR), Moscou (2006) com 4,80m e por último, Valencia (2008) com 4,75m.

Figura 2. Yelena Gadzhievna Isinbayeva, conquistou a medalha de ouro na prova de salto com vara durante o décimo (2005) e décimo primeiro (2007) eventos

    Evidentemente, a supremacia das saltadoras russas é uma realidade durante as seis edições, uma vez que, conquistaram 50% dos títulos disputados. É importante destacar que na lista das seis edições do Campeonato Mundial de Atletismo, não aparecem os resultados de atletas que quebraram recordes em outras competições, como por exemplo, o recorde mundial estabelecido pela própria Yelena Isinbayeva, na Liga de Ouro de Atletismo (Golden League), no dia 28 de agosto de 2009 em Zurique na Suíça, com a marca de 5,06m (Tabela 2). Além disso, esta atleta quebrou 20 vezes o recorde mundial do salto com vara.

Tabela 2. Melhores marcas da história da prova de salto com vara feminino

    Um dado significante a ser destacado na tabela 2 é que todas as atletas vencedoras dos Campeonatos Mundiais se encontram na lista das melhores marcas da história divulgadas pela IAAF. Por outro lado, algumas atletas que estão dentre as primeiras colocadas nesta lista não conquistaram medalhas nos Campeonatos Mundiais analisados. Um exemplo é a atleta norte americana Jennifer Stuczynski, que possui a segunda melhor marca da história com 4,92m, conquistada em Eugene nos Estados Unidos em 2008, perdendo apenas para a russa Isinbayeva.

    Igualmente, é importante ressaltar a atuação da saltadora brasileira Fabiana Murer, a qual possui a quarta melhor marca da prova. Além disso, Fabiana conquistou a medalha de ouro no último campeonato mundial de atletismo indoor (2010) com marca de 4,80m, superando as atuações das saltadoras russas Isinbayeva e Feofanova e da saltadora polonesa Rogowska.

    No gráfico 1 apresentamos a dinâmica dos resultados das saltadoras vencedoras da prova de salto com vara nas seis edições do Campeonato Mundial de Atletismo.

    Nota-se neste gráfico que somente no décimo evento (2005) a marca alcançada pela russa Isinbayeva ultrapassou a barreira dos 5,00m. Nas outras edições as primeiras colocadas ficaram abaixo da marca citada. Neste sentido, a saltadora Isinbayeva foi a única atleta a ultrapassar esta marca na história da prova.

    Uma análise da dinâmica dos resultados desta prova ao longo das seis edições disputadas nos leva a distinguir dois momentos nas atuações das saltadoras: No primeiro, desde a sétima edição (1999) até a décima (2005), as marcas foram melhoradas em 41cm (8,91%); Já no segundo, desde a décima edição (2005) até a décima segunda (2009) houve uma queda brusca dos resultados de -0,26cm (5,18%). Nota-se, ainda no gráfico, que em três dos seis eventos os resultados foram repetidos, isto é, as vencedoras alcançaram a marca de 4,75m. Entretanto, estes resultados foram alcançados por atletas de países diferentes.

    A seguir, no gráfico 2 apresentamos a diferença dos resultados entre uma edição e outra. Neste sentido, notam-se dois momentos positivos e dois negativos na dinâmica das marcas.

    Observa-se uma diferença de 0,15cm (3,26%) entre o sétimo (1999) e o oitavo (2001) campeonato. Por outro lado, não houve diferença entre o oitavo (2001) e o nono (2003) evento. Entretanto, uma diferença positiva de 0,26cm (5,74%) foi registrada entre a nona (2003) e a décima (2005) edição. Isto se deve ao fato de que na décima edição (2005) foi alcançada a maior marca entre todos os eventos disputados.

    Um dado relevante mostrado neste gráfico é que entre a décima (2005) e a décima primeira (2007) edição houve uma diferença negativa de -0,21cm (-4,19%). Este fato demonstra que os resultados das vencedoras nem sempre tiveram uma dinâmica linear durante os seis eventos realizados, principalmente se considerarmos as dificuldades das atletas para manter a forma desportiva durante um período competitivo muito prolongado. Neste sentido, citamos como exemplo à saltadora russa Isinbayeva, a qual não conseguiu repetir o resultado acima dos 5,00m no décimo primeiro evento.

    No gráfico 3 a dinâmica dos resultados médios no salto com vara feminino apresenta a mesma tendência demonstrada pelas vencedoras durante as três primeiras edições, apesar dos resultados similares alcançados pelas campeãs na oitava (2001) e nona (2003) edições. Entretanto, observa-se uma grande diferença na dinâmica ao compararmos os resultados da décima edição (2005). Enquanto as vencedoras tiveram o maior pico nesta edição por conta do resultado alcançado pela saltadora russa Isinbayeva, com 5,01m, os resultados médios deste evento foram um dos piores com = 4,42m (±0,23).

    Se analisarmos as causas que motivaram o fraco desempenho médio na sétima edição (1999) podemos destacar as seguintes:

  1. A norte-americana Stacy Dragila conseguiu apenas um resultado de 4,60m, sendo considerada a pior marca registrada por uma saltadora primeira colocada.

  2. Nesta edição também foi obtido o pior resultado mínimo de todas as edições com 4,35m.

    A seguir no gráfico 4, apresentamos as diferenças das médias entre uma edição e outra no salto com vara feminino.

    Nota-se neste gráfico, que houve três momentos positivos das diferenças médias entre as edições analisadas. Observa-se também que a maior diferença positiva dos resultados médios entre uma edição e outra, foi alcançada entre a décima (2005) e a décima primeira (2007) edição do campeonato, com 0,23cm (5,20%). Pode-se atribuir a esta diferença o fato de que a décima edição (2005) registrou a segunda menor média com 4,42m, enquanto, a décima primeira (2007) apresentou a maior média com 4,65m.

    As diferenças negativas estiveram marcadas em duas ocasiões: entre a nona (2003) e a décima (2005) edição com -0,11cm (-2,42%) e entre a décima primeira (2007) e a décima segunda (2009) com -0,11cm (-2,36%). Neste sentido, apesar de as médias destes campeonatos serem distintas, as diferenças negativas registradas mostraram-se iguais (-0,11cm).

    Na tabela 3 apresentamos as diferenças entre os resultados das vencedoras e as médias das oito finalistas nas seis edições do Campeonato Mundial de Atletismo. Nota-se nesta tabela que a maior diferença, 0,59cm (11,78%), foi encontrada na décima edição (2005). Este episódio pode ser justificado pelo fato de que esta edição apresentou a maior marca alcançada por uma vencedora com 5,01m. Paralelamente, a média das oito finalistas foi a segunda mais baixa registrada dentre os seis eventos disputados.

Tabela 3. Diferenças entre as marcas das vencedoras e a média das doze finalistas

    Percebe-se também que a menor diferença foi alcançada no décimo primeiro (2007) campeonato com 0,15cm (3,12%). Este campeonato registrou a melhor média dentre todos os analisados. Salienta-se também que esta edição obteve marcas muito parecidas, o que contribuiu para o resultado desta média.

    A seguir, na tabela 4 mostramos os países primeiros colocados na prova de salto com vara feminino.

    Ao analisarmos a atuação dos países vencedores na prova de salto com vara feminino percebe-se que a Rússia foi o país que mais conquistou medalhas com três de ouro, uma de prata e duas de bronze. Em seguida, vem os Estados Unidos com duas medalhas de ouro e uma de bronze e, na terceira posição, está a Polônia com apenas uma medalha de ouro, duas de prata e uma de bronze.

    Enfim, durante as edições do campeonato Mundial realizadas até agora, evidencia-se uma supremacia das atletas russas. Porém as atletas da Polônia estiveram entre as seis primeiras colocadas em 75% dos campeonatos, o que leva a pensar que estas atletas podem estar presentes no pódio das edições que ainda estão por vir.

Tabela 4. Países com melhor atuação na prova de salto com vara feminino do Campeonato Mundial de Atletismo

    Quanto a atuação das áreas continentais, na tabela 5, percebe-se que a Europa dominou a prova do salto com vara feminino. Os países europeus obtiveram em seu quadro de medalhas quatro de ouro, seis de prata e quatro de bronze. Por outro lado, a América do Norte foi a outra área representada na tabela por meio das saltadoras norte americanas, as quais foram as únicas medalhistas desta área nos seis eventos com duas de ouro e uma de bronze. Convém lembrar que as atletas das áreas continentais restantes não tiveram atuações relevantes nesta prova do atletismo, embora a Oceania tenha conquistado uma medalha de bronze no evento de 1999.

Tabela 5. Atuação das áreas continentais na prova de salto com vara feminino do Campeonato Mundial de Atletismo

Conclusões

    A análise estatística dos resultados da prova de salto com vara feminino nas seis edições do Campeonato Mundial de Atletismo de 1999 a 2009 apresenta a Rússia como país com mais medalhas conquistadas. Por sua vez, a Europa obteve maior número de títulos nestes eventos através do desempenho das saltadoras russas e polonesas. Por outro lado, ficou evidente a fraca atuação dos concorrentes da Ásia, Oceania, África e América do Sul, pois nem sequer conquistaram medalhas de prata nos seis eventos. Salienta-se que Austrália foi o único país de Oceania a conquistar uma medalha de bronze.

    Sobre a atuação individual dos vencedores da prova, merecem destaque a saltadora norte americana Stacy Dragila e a russa Yelena Gadzhievna Isinbayeva que vencerem duas edições, cada uma, das seis disputadas até agora.

Referências bibliográficas

  • CALDERÓN, P.V, LEMOS, G.M. Atuações dos atletas e países na prova de salto triplo do Campeonato Mundial de Atletismo no período desde 1983 até 2009. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, n. 141, 2010. http://www.efdeportes.com/efd141/salto-triplo-do-campeonato-mundial-de-atletismo.htm

  • CALDERÓN, P.V, AMADOR, T. Atuações dos atletas e países na prova de salto em distância do Campeonato Mundial de Atletismo de 1983 até 2009. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, n. 144, 2010. http://www.efdeportes.com/efd144/salto-em-distancia-do-campeonato-mundial-de-atletismo.htm

  • CBAT: Confederação Brasileira de Atletismo: O Atletismo – Origens (disponível em http://www.cbat.org.br/atletismo/origem.asp), acesso em 09 de outubro de 2009.

  • CBAT: Confederação Brasileira de Atletismo: Regras Oficiais 2010/2011 – Edição oficial para o Brasil (disponível em http://www.cbat.org.br/regras/regras_oficiais_2010_2011.pdf), acesso em 09 de outubro de 2009.

  • IAAF: International Association of Athletics Federations: World Championships in Athletics, (disponível em http://www.iaaf.org/history/index.html#WCH), acesso em 12 de outubro de 2009.

  • Wikipédia: A enciclopédia livre. Artigo: Campeonato Mundial de Atletismo, (disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Campeonato_Mundial_de_Atletismo), acesso em 5 de outubro de 2009.

Outros artigos em Portugués

  www.efdeportes.com/
Búsqueda personalizada

EFDeportes.com, Revista Digital · Año 16 · N° 160 | Buenos Aires, Septiembre de 2011
© 1997-2011 Derechos reservados