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Atuações dos atletas e países na prova de salto triplo do Campeonato

Mundial de Atletismo no período entre 1983 e 2009

Actuación de los atletas y países en la prueba de salto triple del 

Campeonato Mundial de Atletismo en el período entre 1983 y 2009

 

Universidade Federal do Paraná (UFPR)

Departamento de Educação Física

Jardim Botânico, Curitiba, PR

(Brasil)

Dr. Vidal Palacios Calderón

Lic. Marcelo Gonçalves Lemos

yendy2005@gmail.com

 

 

 

Resumo

          O objetivo principal deste trabalho foi caracterizar a atuação dos atletas e países das áreas continentais nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo, na prova de salto triplo para sexos masculino e feminino, no período entre 1983 e 2009. A análise estatística realizada sobre os resultados dos doze campeões mundiais e dos oito primeiros colocados nas edições, permitiu constatar a supremacia dos saltadores norte americanos e ainda que os saltadores cubanos tivessem melhores atuações de forma geral, por países. Finalmente, constatou-se que esta prova de atletismo tem sido dominada nas doze edições pelas áreas de América do Norte e Central e da Europa.

          Unitermos: Atletismo. Campeonato Mundial de Atletismo. Prova de salto triplo. Áreas continentais

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 141 - Febrero de 2010

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Introdução

    Na moderna definição, o Atletismo é um esporte com provas de pista (corridas), de campo (saltos e lançamentos), provas combinadas, como decatlo e heptatlo (que reúnem provas de pista e de campo), o pedestrianismo (corridas de rua, como a maratona), corridas em campo (cross country), corridas em montanha, e marcha atlética.

    A história do salto triplo é um tanto obscura, mas sabe-se que os Celtas, nos seus Jogos Tailtianos, já a praticavam no século II da nossa Era.
De qualquer forma, o triplo salto era firmemente disputado na Irlanda e na Escócia, no final do século 19, se bem que nem sempre de acordo com as regras atuais. Assim, em 1871 o irlandês Edward Harding saltou 13,33m em Cork, mas o progresso foi rápido, pois em 1886 outro irlandês, Daniel Shanadan, já saltava 14,50m; isto aconteceu em Knockeney. E, para confirmar a tradição irlandesa, o primeiro recorde da Era IAAF pertence a outro irlandês embora naturalizado norte-americano, Daniel Ahearn, que em 30 de maio de 1911, em Celtic Park, obteve 15,52m.
A prova de salto triplo faz parte da competição olímpica desde a primeira edição moderna, em
Atenas 1896. O primeiro campeão olímpico da modalidade foi o estado-unidense James Connolly. O Japão dominou a modalidade entre Amesterdã 1928 e Berlim 1936. O soviético Viktor Saneyev conquistou três medalhas de ouro olímpicas consecutivas entre 1968 e 1976. Em 16 de junho de 1985, o estadunidense Willie Banks saltou 17,97 metros em Indiana, EUA. Banks pediu palmas à platéia para marcar o ritmo de sua corrida até o salto. O recorde foi ultrapassado pelo saltador inglês Jonathan Edwards em 1995, com 18,29m.

    A prova para mulheres estreou-se nos Jogos de Atlanta em 1996, e a vencedora foi a ucraniana Inessa Kravets.

    O Brasil é um dos países com grande tradição nesta prova. Adhemar Ferreira da Silva foi bi-campeão olímpico da prova nos Jogos de 1952 e de 1956, tendo batido por várias vezes o recorde mundial da mesma. Outro atleta, o paulista Nelson Prudêncio, conquistou a medalha de prata nos Jogos de 1968, tendo, por breves instantes, retido o recorde mundial, depois quebrado na mesma ocasião pelo soviético Viktor Saneyev, medalhista de ouro e medalhista de bronze nos Jogos de Munique, em 1972. O recorde mundial de João Carlos de Oliveira, o João do Pulo, de 17,89m nos Jogos Pan-Americanos da Cidade do México em 1975, durou quase dez anos. Atualmente, Jardel Gregório é um dos cinco primeiros saltadores do mundo, de acordo com o ranking da IAAF. No dia 20 de maio de 2007, Jadel estabeleceu o novo recorde sul-americano para o salto triplo com a marca de 17,90m.

    A importância de realizar um tratamento metodológico dos conteúdos que devem ser passados aos alunos a partir de sua gênese é uma das propostas da teoria pedagógica crítico superadora do Coletivo de Autores (1992). Não somente trata-se de uma visão histórica sobre a gênese da prova do salto triplo, mas também de analisar de forma dialética todo o processo da evolução histórica do desempenho dos atletas e países participantes nas edições do Campeonato Mundial de Atletismo realizadas até hoje. Isto sem dúvida permite atingir formas qualitativamente superiores do conhecimento científico que deve ser transmitido aos alunos. As questões relacionadas com a atuação dos atletas e países das áreas continentais na prova de salto triplo nos sexos feminino e masculino não tem sido objeto de uma análise estatística que permita revelar novos fatos sobre a evolução histórica dos resultados durante o período compreendido entre 1983 e 2009.

    Portanto, a análise da bibliografia científica sobre o tema abordado permitiu constatar a falta de dados estatísticos sobre as atuações dos atletas e países na prova de salto triplo nas edições do Campeonato Mundial de Atletismo entre 1983 e 2009.

    Conseqüentemente, o objetivo deste artigo é caracterizar a atuação dos atletas e países das áreas continentais nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo na prova de salto triplo nos sexos feminino e masculino no período entre 1983 e 2009.

Material e método

    O trabalho tem um caráter descritivo baseado na análise histórico das atuações dos oito atletas primeiros colocados nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo no sexo feminino e masculino na prova de salto triplo. Neste sentido, a análise de documentos permitiu fazer a coleta de dados dos resultados dos saltadores no período entre 1983 e 2009. Foram utilizados métodos da estatística descritiva para o processamento dos resultados dos oito saltadores finalistas nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo e das nove edições nas quais participaram as saltadoras. No total foram analisados estatisticamente 96 resultados no sexo masculino, e 72 resultados para o sexo feminino, ambos representando 100% do total da amostra. O processamento estatístico utilizado permitiu determinar os valores médios dos oito finalistas e dos ocupantes da primeira posição, assim como os valores mínimos, máximos, o desvio padrão e o coeficiente de variação. Neste sentido, foi preciso determinar a porcentagem para analisar algumas atuações dos países e atletas.

Atuações dos atletas e países das áreas continentais nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo entre 1983 e 2009 na prova de salto triplo masculino

    Na tabela 1 mostramos os resultados dos saltadores ocupantes da primeira posição nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo na prova do salto triplo masculino. O resultado médio dos campeões nesta prova foi de= 17,79m com um desvio padrão de S =0,21cm. O valor mínimo nas doze edições foi de 17,42m e o valor máximo de 18,29m. Os resultados aqui mostrados nesta Tabela abrangem as edições do período compreendido entre 1983 e 2009. Porém, salienta-se que apenas a partir do ano 1991 o Campeonato Mundial de Atletismo passou a ser disputado a cada dois anos.

    Observa-se nesta Tabela que a prova de salto triplo masculino tem sido dominada durante todo este período principalmente pelos saltadores dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha. Os saltadores destes dois países conquistaram nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo cada um três títulos dos doze que foram disputados, isto é, 50%.

    É importante salientar, porém, que os saltadores da Rússia estiveram ausentes do pódio nestas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo e, que, somente um saltador da Polônia, conseguiu ser o primeiro colocado na primeira edição do Campeonato Mundial de Atletismo disputado, na cidade de Helsinque, na Finlândia, entre 7 e 14 de agosto de 1983. Convém lembrarmos que esta prova de salto de atletismo tinha sido dominada antes de 1983 pelos saltadores da Rússia. Mas o fato do saltador polonês Iusef Shmit ter conseguido pela primeira vez na história um comprimento na última fase do salto triplo superior aos 6,00m e, ultrapassar desta forma a marca dos 17,00m, originou na literatura científica as conhecidas escolas russa e polonesa do salto triplo que, tinham como característica fundamental a diferença da porcentagem nas distribuições do esforço dos saltadores nas diversas fases que compõem o salto, isto é, das fases do hop”, step e jump. Esta distribuição quanto ao comprimento das fases do salto triplo recebeu a designação de estrutura rítmica do salto triplo (POPOV & KREER, 1980, 1987). Assim, o maior comprimento da fase do primeiro salto hop” caracterizava à variante técnica russa do salto triplo. Por outro lado, caso o comprimento da última fase do salto triplo jumpseja maior do que o comprimento da primeira fase hop, então a variante técnica em homenagem ao saltador polonês Shmit, foi denominada de polonesa. Porém, as pesquisas realizadas posteriormente por Hay (1997) propõem uma nova classificação que se fundamenta na diferença do comprimento das fases do hop e do jumpsuperior ao 2%, a seguir, técnicas do hop domineted, jump domineted e balanced. Para mais informações sobre a estrutura rítmica do salto triplo ver Palacios (2009)

Tabela 1. Atletas saltadores vencedores da prova de salto triplo nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo

Legenda: WR = Recorde Mundial

    Pode-se perceber ainda nesta tabela 1 que o único resultado nestas edições do Campeonato Mundial de Atletismo que ultrapassou a marca dos 18,00m foi o do saltador inglês Jonathan Edwards, na quinta edição do Campeonato Mundial de Atletismo com um salto de 18,29m, quebrando desta maneira o recorde do mundo do brasileiro João Calos de Oliveira de 17,89m estabelecido no ano 1975 nos Jogos Pan-Americanos da Cidade do México. Por outro lado, nota se que uma das características principais dos saltadores vencedores destas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo é que todos os resultados alcançados por eles estiveram acima da respeitada marca de 17,00m.

    Porém, aqui merece destaque especial a atuação do saltador inglês Jonathan Edwards, quem foi, aliás, o único atleta a conquistar dois títulos nestas doze edições, isto é, na quinta edição do Campeonato Mundial de Atletismo, disputado na cidade de Gotemburgo, Suécia, entre 5 e 13 de agosto de 1995 e na oitava edição, disputado na cidade de Edmonton, Canadá, entre 3 e 12 de agosto de 2001. Entretanto, os Estados Unidos e Cuba são os dois países da área de América do Norte e Central que conquistaram medalhas de ouro na prova de salto triplo masculino nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo.

    Enfim, os Estados Unidos e a Grã-Bretanha são os dois países que conquistaram mais medalhas de ouro nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo na prova de salto triplo masculino.

    No gráfico 1 mostra-se a dinâmica dos resultados médios na prova de salto triplo dos oito saltadores finalistas em cada uma das doze edições.

    Nota-se neste gráfico que o resultado médio dos oito saltadores primeiros colocados nunca esteve abaixo da marca de 17,00m. Porém, em sete das doze edições 58,3%, os resultados mínimos estiveram abaixo desta marca, ou seja, na primeira, terceira, quinta, oitava, nona, décima primeira e décima segunda edições do Campeonato Mundial de Atletismo.

    Observa-se que o melhor resultado médio dos oito finalistas foi alcançado na segunda edição com 17,44m. Isto se justifica pelo fato de esta edição ter o melhor resultado mínimo de todas as edições com 17,23m, alcançado pelo saltador russo Oleg Protsenko ficando apenas a 0,69 cm do primeiro colocado que foi o polonês Khristo Markov com 17,92m. Apesar dessa diferença não ter sido a maior encontrada entre todos os valores mínimos e máximos, pode-se acreditar que a grande homogeneidade dos resultados aqui mostrada pelos saltadores de S=0,23cm e o pequeno coeficiente de variação CV= 1,31%, foi uma das principais evidências para ter-se alcançado nesta edição o melhor resultado médio dos finalistas de todas as edições.

    Por outro lado, nota-se, ainda no Gráfico 1 que o resultado médio mais baixo alcançado pelos oito finalistas correspondeu à primeira edição do Campeonato Mundial de Atletismo, disputado em Helsinque, na Finlândia, entre 7 e 14 de agosto com=17,08m. Neste sentido aponta-se que o vencedor desta edição, o polonês Zdzislaw Hoffmann, conseguiu  apenas um discreto 17,42m, isto é, a pior marca registrada por um saltador colocado na primeira posição em todas as edições e, também teve o segundo pior resultado mínimo com 16,76m, ganhando apenas para a oitava edição, onde este valor foi de 16,72m.

    Os valores mostrados na Tabela 2 permitem facilmente corroborar as médias obtidas acima da marca dos 17,00m pelos oito finalistas nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo. Evidentemente, em todas as edições mais de 50% dos finalistas sempre conseguiu saltar acima da marca citada. Entretanto, ressalta-se que na segunda, quarta, sexta, sétima e décima edições todos os oito saltadores finalistas ultrapassaram esta marca.

Tabela 2. Número de saltadores com resultados acima da marca de 17,00 m nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo

    Ao analisarmos a atuação dos países por áreas continentais segundo a divisão realizada pela International Association of Athletic Federation (IAAF) no ano 2004, percebe se que apenas duas destas áreas estão representadas com saltadores nas doze edições, a seguir:

  • Europa

  • América do Norte e Central

    Na primeira destas duas áreas, os saltadores da Grã-Bretanha, Polônia, Bulgária, Alemanha, Suécia e Portugal totalizaram 14 das 26 medalhas disputadas pelos países finalistas, isto é, 53,8%. Delas oito de ouro, quatro de prata e duas de bronze. Por outro lado, a América do Norte e Central representada aqui pelos países Estados Unidos e Cuba totalizaram doze medalhas (46,15%), ou seja, quatro de ouro, quatro de pratas e quatro de bronze. (Gráfico 2)

    Portanto, os saltadores dos países que representaram a Europa nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo na prova de salto triplo masculino superaram a atuação dos saltadores da área de América do Norte e Central por meio dos países de Estados Unidos e Cuba.

    Resumindo a atuação dos atletas e países na prova de salto triplo masculino nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo podemos dizer que:

  • Os Estados Unidos e a Grã-Bretanha foram os dois países a conquistar mais medalhas nas doze edições disputadas do Campeonato Mundial de Atletismo na prova de salto triplo masculino, sendo que, os Estados Unidos teve a melhor atuação.

  • O saltador inglês Jonathan Edwards, foi o único a conquistar dois títulos nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo, isto é, na quinta e oitava edições.

  • Nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo somente foi quebrado um recorde do mundo na prova de salto triplo masculino. Este mérito correspondeu ao saltador inglês Jonathan Edwards com um resultado de 18,29m na quinta edição.

  • As áreas continentais que dominaram a prova de salto triplo masculino nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo foram: a Europa e a América do Norte e Central, sendo que os saltadores representando a Europa nestas edições conquistaram o maior números de títulos, oito no total.

Atuações das atletas e países das áreas continentais nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo entre 1983 e 2009 na prova de salto triplo

    Na tabela 3 são apresentados os resultados das oito saltadoras vencedoras na prova de salto triplo feminino nas nove edições do Campeonato Mundial de Atletismo, pois foi a partir da quarta edição que a prova passou a formar parte do programa oficial das competições de atletismo no gênero feminino.

    Pode-se observar nesta Tabela 1 um resultado médio nas nove edições disputadas pelas atletas de X =15,16m e um desvio padrão de S=0,18cm. Os valores mínimos e máximos encontrados entre as primeiras nove colocadas foram de 14,88m, na sétima edição, e de 15,50m na quinta edição, respectivamente. Esta última marca representa o atual recorde mundial da ucraniana Inessa Kravets.

    Ao analisarmos a atuação de cada um dois países que levaram atletas ao pódio nestas nove edições vemos que, a Rússia, foi o país que conquistou mais títulos de ouro com três (33,3%), isto é, as saltadoras russas foram as donas do pódio na quarta, oitava e nona edições. A seguir, Cuba com dois títulos conseguiu vencer nas duas últimas edições (22,2%), isto é, na décima primeira e na décima segunda edições, com a saltadora Savigne. Neste sentido, aponta-se que a Rússia, por meio da saltadora Levedeva, e Cuba, com a saltadora Savigne, foram os únicos dois países a vencer de forma consecutiva duas edições do Campeonato Mundial de Atletismo.

Tabela 3. Atletas saltadoras vencedoras da prova do salto triplo feminino nas nove edições do Campeonato Mundial de Atletismo

Legenda: WR = Word Record

    Como dado interessante nesta tabela tem-se o fato de que, em quase todas as edições do Campeonato Mundial de Atletismo, as primeiras atletas colocadas ultrapassaram a marca dos 15,00m. Porém, em duas das nove edições (sétima e décima segunda) não foi atingida a marca dos 15,00m. Aqui as saltadoras Parskevi e Savigne, representando Grécia e Cuba, conseguiram apenas resultados de 14,88m e 14,95m, respectivamente. Por outro lado, nota-se ainda que nesta prova de atletismo, no sexo feminino, o recorde do mundo foi quebrado duas vezes consecutivas, ou seja, na quarta edição do Campeonato Mundial de Atletismo, disputado na cidade de Stuttgart, Alemanha, entre 13 e 22 de agosto de 1993, por meio da saltadora russa Biryukova com 15,09m, e na quinta edição, disputado na cidade de Gotemburgo, Suécia, entre 5 e 13 de agosto de 1995 por meio da atual recordista do mundo, a ucraniana Inessa Kravets com 15,50m.

    Entretanto, Cuba e Jamaica são os únicos dois países que têm saltadores nestas edições representando a área de América do Norte e Central.

    No gráfico 3 mostramos a dinâmica dos resultados médios das oito saltadoras primeiras colocadas na prova de salto triplo feminino, nas nove edições do Campeonato Mundial de Atletismo. Nota-se que o resultado médio nas nove edições nunca ultrapassou a marca dos 15,00m, embora em sete das nove edições (77,7%) as primeiras colocadas conseguiram saltar acima da marca dos 15,00m. O pior resultado médio foi alcançado na primeira edição com 14,32m. Entretanto, na décima primeira edição, a atuação das oito saltadoras finalistas conseguiu o melhor resultado médio de todas as edições, com 14,85m

    Para complementar ainda mais nesta análise com relação aos resultados médios das oito saltadoras primeiras colocadas, na Tabela 4 apresenta-se a relação do número de saltadoras que conseguiram saltar acima da respeitada marca de 15,00m nas nove edições do Campeonato Mundial de Atletismo.

    Veja-se como, na quinta e décima primeira edições, somente três das oito saltadoras finalistas ultrapassaram a marca de 15,00m. Por outro lado, em duas destas edições, isto é, na sétima e décima segunda, nenhuma das saltadoras atingiu a marca dos 15,00m

Tabela 4. Número de saltadoras com resultados acima da marca de 15,00m na prova de salto triplo feminino nas nove edições do Campeonato Mundial de Atletismo

    Ao analisarmos a atuação das áreas continentais vemos que apenas os países de duas destas áreas estão representados com títulos de ouro nas nove edições do Campeonato Mundial de atletismo:

  • Europa

  • América do Norte e Central

    Neste sentido os países de Europa que representaram esta área com medalhas de ouro no Campeonato Mundial de Atletismo foram a Rússia, Ucrânia, República Checa e Grécia. Estes quatro países totalizaram treze medalhas (68,4%) sendo seis de ouro, duas de prata e cinco de bronze, de um total de 19 medalhas conquistadas por todos os países que chegaram ao pódio. Por outro lado, a América do Norte e Central, com Cuba e a Jamaica, totalizaram seis medalhas (31,5%), sendo três de ouro e três de prata (Gráfico 4)

    Enfim, os saltadores da Europa, com quatro países representados no Gráfico, anterior superaram a atuação da América, pois conquistaram seis das nove medalhas disputadas, isto é, (66,6%).

    Resumindo, até aqui a atuação das saltadoras nas nove edições do Campeonato Mundial de Atletismo disputados, podemos dizer que:

  • A Rússia e Cuba foram os dois países com mais títulos de ouro nestas nove edições, sendo que a Rússia foi o país que mais dominou a prova.

  • A russa Tatyana Levedeva e a cubana Yargelys Savinge, foram as únicas saltadoras a conquistar dois títulos nas nove edições do Campeonato Mundial de Atletismo na prova de salto triplo feminino.

  • Nas nove edições do Campeonato Mundial de Atletismo, na prova de salto triplo feminino, foram quebrados dois recordes mundiais, isto é, na quarta e quinta edições, por meio das saltadora russa Biryukova e a ucraniana Kravets.

  • As áreas continentais que dominaram a prova de salto triplo feminino nas nove edições do Campeonato Mundial de Atletismo foram a Europa e a América do Norte e Central. Neste contexto a Europa conquistou o maior número de medalhas.

    Análise comparativa das atuações dos atletas dos sexos masculino e feminino na prova de salto triplo nas edições do Campeonato Mundial de Atletismo

    Países que dominaram a prova nas edições do Campeonato Mundial de Atletismo em ambos os sexos

    Enquanto a prova de salto triplo masculino foi dominada nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo pelos saltadores norte americanos, no sexo feminino a Rússia, a qual teve uma fraca atuação no salto triplo masculino durante as doze edições, foi a de melhor atuação. No entanto, se analisarmos a atuação geral por países, isto é, para os sexos feminino e masculino, vemos que as coisas mudam profundamente, pois é Cuba quem historicamente tem dominado a aprova nas edições para os dois sexos (Gráfico 5).

    Veja-se ainda neste gráfico que a diferença de Cuba foi marcada pelas cinco medalhas de prata conquistadas. Neste sentido, é importante salientarmos que tanto a Rússia, quanto os Estados Unidos e a Grã-Bretanha, ficaram sem medalhas de ouro em um dos dois sexos (Gráficos 2 e 4). Por outro lado, Cuba foi o país terceiro colocado no salto triplo feminino e, também, o segundo colocado nesta prova para no gênero masculino. Estas colocações dos atletas cubanos e, também, as dez medalhas conquistadas a colocaram na primeira posição por países.

Atuação individual dos atletas e recordes mundiais que foram quebrados nas edições do Campeonato Mundial de Atletismo

    Quanto à atuação individual dos atletas e recordes mundiais quebrados nas edições do Campeonato Mundial de Atletismo para os saltadores do sexo masculino e feminino observa se que as saltadoras se saíram muito melhor do que os do que os saltadores. Por exemplo, na atuação individual dos saltadores (Tabela 5) apenas o inglês Jonathan Edwards conquistou dois títulos de ouro, isto é, na quinta edição do Campeonato Mundial de Atletismo, disputado na cidade de Gotemburgo, Suécia, entre 5 e 13 de agosto de 1995 e, na oitava edição do Campeonato Mundial, disputado, na cidade de Edmonton, Canadá, entre 3 e 12 de agosto de 2001. Por outro lado, as saltadoras puderam, por meio de duas atletas, repetir o que teria sido feito pelo saltador Inglês. Neste sentido foram a russa Tatyana Lebedeva na oitava edição em Edmonton, Canadá, e nona edição em Paris, França, e a cubana Yargelis Savigne na décima primeira edição na Osaka, Japão, e na décima segunda edição em Berlim, na Alemanha. Enfim, as saltadoras neste indicador quando comparado com os saltadores foram melhores.

Tabela 5. Atletas que conquistaram mais títulos de ouro na prova de salto triplo masculino e feminino nas edições do Campeonato Mundial de Atletismo

    Quanto aos recordes mundiais quebrados nestas edições do Campeonato Mundial de Atletismo se observa que as saltadoras conseguiram também superar a atuação dos saltadores. Por exemplo, na prova de salto triplo masculino nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo apenas um recorde do mundo foi quebrado, isto é, na quinta edição do Campeonato Mundial de Atletismo por meio do saltador inglês Edwards, com um resultado de 18,29m (Tabela 6).

Tabela 6. Atletas que quebraram o recorde do mundo na prova de salto triplo nas edições do Campeonato Mundial de Atletismo

    As saltadoras quebraram o recorde do mundo em duas edições, isto é, na quarta edição do Campeonato Mundial de Atletismo por meio atleta russa Biryukova com 15,09m e, na quinta edição, este recorde foi quebrado pela ucraniana Inessa Kravets com um resultado de 15,50m. Neste sentido devemos salientar que tanto o saltador inglês Edwards como a saltadora russa Kravets são os atuais recordistas do mundo nesta prova de atletismo.

    É importante salientar que antes do período analisado neste artigo o recorde do mundo na prova de salto triplo masculino tinha sido quebrado em oito ocasiões (Tabela 7) segundo as referências de Kreer (1985). Veja-se ainda nesta tabela que os saltadores brasileiros quebraram o recorde do mundo três vezes nos anteriores campeonatos por meio de Ademar em 1955, Prudencio em 1968 e Oliveira em 1975.

Tabela 7. Saltadores que quebraram o recorde do mundo na prova de salto triplo antes de 1983

Atuação das áreas continentais

    A análise realizada à atuação dos saltadores e saltadoras na prova de salto triplo nas edições do Campeonato Mundial de Atletismo constatou que tanto a Europa, quanto a América do Norte e Central, foram as duas áreas da divisão por países feita pela IAAF que dominaram esta prova de atletismo, porém, salienta-se que Cuba como país membro da área de América do Norte e Central, foi o único país que esteve representado nos dois sexos nestas edições do Campeonato Mundial de Atletismo. Neste sentido, nenhum dos países da Europa que conquistaram medalhas de ouro na prova de salto triplo masculino conseguiu entrar na relação de países que conquistaram as medalhas de ouro na prova de salto triplo feminino (Gráficos 2 e 4). Aqui a exceção foi Cuba como representante da área de América do Norte e Central. Consequentemente, Cuba é o primeiro país colocado de forma geral em todas as edições do Campeonato Mundial de Atletismo na prova de salto triplo (Gráfico 5).

    Se olharmos para o Gráfico 6 podemos perceber que a Europa dobrou o número de medalhas de ouro conquistadas pela área de América do Norte e Central com catorze das vinte e uma que conquistaram estas duas áreas (66,6%), totalizando assim, vinte e sete medalhas, isto é, nove medalhas a mais do que América. Por outro lado, enquanto a área de América do Norte e Central esteve representada por apenas dois países, tanto no sexo masculino como no feminino, na lista final, a Europa no salto triplo feminino esteve representada por quatro países e no salto triplo masculino por seis países.

Considerações finais

    A prova de salto triplo nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo que começaram a ser disputados a partir do ano 1983 até o ano 2009 tem sido dominada no sexo masculino pelos saltadores dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha, pois os saltadores destes dois países conquistaram três títulos dos doze disputados (33,3%) nas doze edições, sendo que os Estados Unidos teve a melhor atuação durante todo este período por ter conquistado uma medalha de prata a mais. Por outro lado, nota-se que no sexo feminino a Rússia e Cuba são os dois países com maior número de medalhas nestas edições. Neste sentido a Rússia foi o país que dominou esta prova para o sexo feminino conquistando três títulos dos nove disputados (33,3%). No entanto, uma análise geral da atuação dos países com medalhas nestas edições constatou que Cuba foi o país com melhor atuação por ter conquistado três títulos junto com a Rússia e os Estados Unidos. Porém, o pequeno país do Caribe conquistou três medalhas de prata a mais em todas as edições. Por outro lado, constatou se que Cuba foi o único país dos treze que chegaram ao pódio que conquistou medalha de ouro na prova de salto feminino e masculino. A atuação dos países de Europa e da América no salto triplo masculino, não foi repetida no salto triplo feminino.

    Nota-se que nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo somente foi quebrado um recorde do mundo na prova de salto triplo masculino. Este mérito correspondeu ao saltador inglês Jonathan Edwards na quinta edição. Entretanto, o saltador inglês foi o único a conquistar dois títulos na prova de salto triplo masculino. Por outro lado, na prova de salto triplo feminino nas edições do Campeonato Mundial de Atletismo foram quebrados dois recordes mundiais, isto é, na quarta e quinta edições por meio da russa Biryukova e da ucraniana Inessa Kravets. Neste sentido, salienta-se que foram duas as atletas a conquistar dois títulos nestas edições do Campeonato do Mundo de Atletismo- a russa Tatyana Levedeva na oitava e nona edições e a cubana Yargelis Savigne na décima primeira e décima segunda edição.

    Se analisarmos a atuação das áreas continentais no sexo masculino percebe se que nas doze edições do Campeonato Mundial de atletismo a Europa e a América Central dominaram esta prova, sendo que a Europa conquistou o maior número de medalhas. Por outro lado, nas nove edições do Campeonato Mundial de Atletismo no sexo feminino a Europa e a América do Norte e Central também dominaram a prova. Neste contexto a Europa conquistou o maior número de medalhas de forma geral.

Referências

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