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Influência da posição inicial dos braços e o papel do ciclo 

alongamento-encurtamento no resultado do salto horizontal

Influencia de la posición inicial de los brazos y la función del ciclo alargamiento-acortamiento en los resultados del salto horizontal

 

Universidade Federal do Paraná (UFPR)

Departamento de Educação Física

Jardim Botânico, Curitiba, PR

(Brasil)

Dr. Vidal Palacios Calderón

Lic. Gisele Antunes Livramento

Lic. Plinio Gonçalves de Azevedo

Lic. Daniel Gomes Martinez

yendy2005@gmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O presente artigo tem como objetivo verificar a influência das diferentes posições iniciais dos braços e o papel do ciclo alongamento-encurtamento no resultado do salto horizontal. A amostra selecionada foi sete atletas velocistas das provas de 100m e 200m rasos da cidade de Curitiba. Para a análise do movimento do salto horizontal foi realizada filmagem através de uma câmera JVC operando a 100 Hz, que proporcionou análise bidimensional. As variáveis analisadas foram: o ângulo de máxima flexão do joelho (Amfj) e o tempo da fase aérea (Tfae). Constatou-se que não existe uma única posição inicial dos braços para a realização do salto. Verificou-se que a posição inicial dos braços influencia mais no resultado quando iniciam-se pela posição de flexão (acima da cabeça) e anatômica de referência (ao lado do corpo). Finalmente, o ciclo alongamento-encurtamento é prejudicado com o aumentado do deslocamento angular e o tempo de conexão.

          Unitermos: Atletismo. Força explosiva. Energia elástica. Tempo de conexão.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 16 - Nº 157 - Junio de 2011. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O salto horizontal tem um papel importante no processo de detecção de talentos em inúmeras modalidades desportivas. O objetivo principal deste exercício é avaliar a potência dos membros inferiores no eixo horizontal (MARINS y GIANNICHI, 2003). Existem vários trabalhos publicados na literatura científica sobre o salto horizontal. Podemos citar a obra de Lancetta (1988) apud Marins (2003) onde se faz uma classificação de acordo com a faixa etária, sexo e o desempenho dos sujeitos envolvidos. Para tanto, foi elaborada uma tabela de avaliação com critérios de desempenhos de fracos a ótimos.

    Salienta-se que o salto horizontal é um exercício utilizado freqüentemente para o desenvolvimento da força rápida em crianças e adolescentes, porém sem acarretar risco de lesão durante sua prática. Igualmente, é a base para a posterior realização de outros programas de treinamento de saltos e o desenvolvimento de outras capacidades físicas. Por exemplo, o salto rã representa um exercício excelente para o desenvolvimento da resistência de força dos membros inferiores utilizando um volume de trabalho superior a 20 impulsões.

    Cabe ressaltar que durante a execução do salto horizontal é fundamental a contribuição do movimento oscilatório com os braços e ao trabalho eficiente das pernas no ciclo alongamento- encurtamento. Neste sentido, a flexão das pernas no salto horizontal ocorre por meio da elasticidade muscular e o reflexo de estiramento (OZOLIN e BARONKIN, 1979).

    A importância do trabalho oscilatório com os braços estendidos aumenta a efetividade da impulsão sobre tudo quando se realiza o movimento para baixo, a través da pressão no solo com as duas pernas.

    Durante a execução do salto horizontal partindo da posição parada está presente o ciclo alongamento-encurtamento da função muscular. Conforme disseram Norman (1997); Komi, (1984), apud Badillo; Ayesterán (2001) a combinação da fase excêntrica (na qual um músculo é ativado enquanto é distendido) com a fase concêntrica forma um tipo de função muscular natural denominada ciclo alongamento-encurtamento (stretch-shortening cycle). Para Zatsiorski (1999) o ciclo alongamento-encurtamento é também conhecido como ação reversível dos músculos. Sua verdadeira essência é a utilização imediata da força produzida pelo pré estiramento antes da fase de impulsão. A pausa entre a fase excêntrica e concêntrica do movimento elimina qualquer vantagem que possa ser alcançada com o ciclo alongamento encurtamento. Este ciclo é um movimento ininterrupto e, não dois movimentos combinados. Por tanto, se um músculo ou tendão é estendido, a energia elástica é armazenada temporalmente dentre destas estruturas biológicas organizadas em séries. Esta energia da deformação elástica é comprimida e restituída em forma de trabalho mecânico na fase concêntrica do movimento ou de potenciação muscular como ocorre na corrida, saltos e lançamentos (KOMI, 1997). Neste sentido, o alongamento muscular aumenta a potência e força por um lado e, de outro, diminui o gasto de energia. Além disso, a magnitude de força produzida durante a ação muscular de alongamento-encurtamento, tanto quanto a magnitude da energia da deformação estocada, dependem tanto das propriedades elásticas e tendões quanto do controle neural da atividade muscular (ZATSIORSKI, 1999).

    A observação as sessões de treinamento com atletas de velocidade e às aulas de atletismo dos acadêmicos do curso de Educação Física da Universidade Federal do Paraná, permitiu verificar diferentes posições inicias dos braços durante a execução do salto horizontal e pequenas pausas entre a fase excêntrica e concêntrica do movimento. Assim, o propósito do presente estudo foi verificar a influência das diferentes posições iniciais dos braços e o papel do ciclo alongamento-encurtamento no resultado do salto horizontal. E para tanto foram elencadas três perguntas:

  1. Quais posições iniciais dos braços são utilizadas pelos atletas velocistas?

  2. As diferentes posições dos braços são determinantes para um bom desempenho do salto horizontal?

  3. O ciclo alongamento encurtamento e o armazenamento da energia da deformação elástica são variáveis de grande importância para este tipo de exercício?

Material e métodos

    A amostra foi sete atletas velocistas de Curitiba (Paraná) com idade média de 27,5 anos. Para a análise do movimento do salto horizontal foram realizadas filmagens através de uma câmera JVC operando a 100 Hz, que proporcionou uma análise bidimensional. A amostra foi instruída a realizar seis saltos horizontais de diferentes formas:

Salto horizontal sem prévia instrução, isto é, de maneira livre (SH1)

    A execução do salto foi realizada sem instrução prévia do professor com a finalidade de conhecer as posições iniciais dos braços utilizados pelos velocistas.

Salto horizontal com pausa de três segundos após a flexão das pernas (SH2)

    Nesta variante, durante a execução do salto, após a flexão (fase excêntrica) os atletas foram instruídos a interromper o movimento num tempo de três segundos. Este tempo foi registrado com um cronômetro eletrônico. Tal exercício verificou a contribuição do pré-alongamento muscular e o armazenamento e reutilização da energia elástica no resultado do salto horizontal.

Salto horizontal com ângulo maior do que 90º (SH3)

    Para a realização desta variante de salto foi solicitado aos alunos que fizessem uma flexão da perna mais profunda, isto é, com um ângulo maior do que 90º. Verificou-se por meio deste exercício o papel dos elementos elásticos no ciclo alongamento-encurtamento.

Salto horizontal com os braços estendidos acima da cabeça (SH4)

    O movimento dos braços foi posicionado inicialmente a través da flexão, passando pela extensão e até a hiperextensão. Este exercício permitiu verificar a função dos braços durante a execução do salto, uma vez que, a posição acima da cabeça (flexão) aumenta a trajetória destes até a posição de hiperextensão.

Salto horizontal da posição anatômica de referência (SH5)

    O salto executado da posição anatômica de referência exigiu de cada atleta realizar um movimento de hiperextensão, isto é, sem nenhuma oscilação para frente do corpo. Nestas condições durante a realização do movimento se limita a amplitude de oscilação com os braços na parte posterior do corpo.

Salto horizontal com os braços à frente do corpo (SH6)

    Com esta variante de salto, os braços ficam estendidos à frente do corpo formando um ângulo de 90º entre a parte superior do tronco e uma linha horizontal imaginária com relação ao solo. O movimento inicial dos braços é direcionado à posição de hiperextensão. Como no exercício anterior, a amplitude de oscilação dos braços é limitada.

    Foram proporcionadas duas oportunidades para cada atleta nas variantes selecionadas. Neste sentido, se o atleta apresentasse alguma dificuldade durante a execução das variantes propostas, era permitida a repetição da tentativa. As duas tentativas de salto foram realizadas na caixa de areia para o salto em distância e salto triplo. O resultado foi medido em centímetros, isto é, a distância entre a borda da caixa de areia e o calcanhar que tenha aterrissado o mais próximo desta.

    Os saltos (SH1) e (SH2) foram filmados para conhecer as posições iniciais dos braços e determinação do ângulo de flexão das pernas na articulação do joelho. As duas variantes foram executadas em frente à câmera que foi posicionada no plano sagital direito perpendicularmente a uma determinada distância dos sujeitos.

    Após a coleta, as imagens foram armazenadas em vídeo e posteriormente transferidas para o computador. Os pontos anatômicos foram digitalizados por um único avaliador através de um software específico de análise de movimento (Skill Spector, versão 1.2.4).

    Para a determinação do movimento foram utilizados 3 pontos anatômicos, os quais foram assinalados na pele dos atletas para análise posterior. Os pontos anatômicos marcados foram: (1) maléolo; (2) epicôndilo; (3) trocanter, formando deste modo os seguintes segmentos: (a) perna e, (b) coxa.

    Para análise da técnica do salto horizontal, foram utilizadas as seguintes variáveis: a) ângulo de máxima flexão do joelho (Amfj); e b) tempo da fase aérea (Tfae), medido desde a saída do pé do solo até o primeiro contato do pé com a areia.

    A filmagem serviu de suporte para a realização das correspondentes comparações com relação às posições dos braços e ângulos nas articulações do joelho e quadril.

Resultados e discussão

    No Gráfico 1 apresentamos as distâncias médias obtidas na execução do salto horizontal com diferentes posições iniciais dos braços, ângulo de flexão na articulação do joelho e pausa de 3 segundos depois da fase excêntrica do movimento. Quando os atletas foram instruídos à execução do salto sem prévia demonstração do treinador, ou seja, sem nenhuma informação visual, notamos que três dos sete atletas avaliados (42,85%) começaram o movimento do salto com os braços a frente do corpo (SH6). Outros dois atletas (28,57%) executaram desde a posição anatômica de referência (SH5) e um atleta (14,28%) os colocou acima da cabeça (SH4). Logo, o último atleta realizou alguns movimentos oscilatórios com os braços para frente e para trás antes de executar o salto. Cabe ressaltar que esta variante não foi considerada em nosso estudo, pois de forma geral é observada com freqüência em crianças e adolescentes os quais não possuem experiências anteriores sobre a execução deste tipo de exercício.

Legenda: SH1- Salto horizontal sem prévia instrução SH2- Salto horizontal com 3 segundos de pausa após flexão da perna SH3- Salto horizontal com ângulo maior do que 90º na articulação do joelho SH4-Salto horizontal com os braços acima da cabeça SH5- Salto horizontal da posição anatômica de referência SH6- Salto horizontal com os braços a frente do corpo

    Enfim, a pesar de que os atletas velocistas que participaram deste estudo tivessem uma ampla experiência na prática do atletismo e, considerando o salto horizontal um exercício de grande importância para avaliar a força explosiva dos membros inferiores (MARINS, J.B; GIANNICHI, R.S, 2003), verifica-se que não foi encontrada uma posição inicial única dos braços para começar o movimento. Este fato teria sido demonstrado num estudo realizado sobre o salto horizontal com alunos da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (CALDERÓN, et al, 2010). O autor sugeriu a execução do salto horizontal com os braços partindo da posição anatômica de referência, com um movimento interrompido até a cabeça ao mesmo tempo em que se observa uma ligeira flexão nas articulações do quadril e joelho, assim como uma inclinação do tronco para trás. Convém lembrar que este movimento de preparação para executar o salto não pode ser muito demorado, isto é, a pausa da transição desde a flexão do tronco até o inicio do movimento oscilatório com os braços para baixo é mínima. O objetivo consiste em aumentar o momento de impulso da força, e conseqüentemente a velocidade angular uma vez que os braços percorrem uma maior distância quando comparado com a posição acima da cabeça (SH4) e estendidos a frente do corpo (SH6). Observa-se ainda neste gráfico que as variantes SH1 de execução do salto horizontal, isto é, sem a demonstração prévia do treinador sobre o modo de execução do salto e SH5, ou seja, a execução do salto desde a posição anatômica de referência obteve a maior média entre todas as variantes com 266 cm (±0,17). Por outro lado, as variantes de execução do salto horizontal com 3 segundos de pausa depois da fase de flexão das pernas (SH2) e com um ângulo maior do que 90º (SH3) obtiveram os piores desempenhos médios com 252 cm (±0,2) e 257,5cm(±15,47). Nesta última variante os resultados foram heterogêneos de acordo com o coeficiente da variação de 6% alcançado. Com relação à demora da passagem do trabalho excêntrico muscular para o concêntrico típico para a variante SH2 de salto. Cabe ressaltar que o ciclo alongamento-encurtamento é prejudicado conforme as pesquisas realizadas por Verkhoshanski (1967; 1989) e, mais tarde por Bompa (2004). Neste sentido, se realiza mais trabalho negativo como conseqüência do aumento da amplitude angular na articulação do joelho, porém a energia que teria sido armazenada nos elementos elásticos em séries é dissipada como calor (ZATSIORSKI, 1997).

    Com relação à variante de execução livre do salto SH1 consideramos que a informação visual por meio da demonstração do exercício, sobretudo para aqueles alunos que não conhecem a habilidade, pode representar uma variável negativa com relação à posição dos braços. Estudos conduzidos por Detânico (2009) não concederam importância às informações verbais e visuais em crianças de dez anos de idade durante o processo ensino-aprendizagem do salto horizontal. Verificou-se na observação realizada que os alunos do curso de Educação Física da Universidade Federal do Paraná (UFPR), uma tendência à colocação dos braços conforme a demonstração feita pelo atleta escolhido para visualizar a técnica do movimento (Gráfico 2). Observa-se ainda neste gráfico que a demonstração feita pelo atleta sobre a técnica do salto horizontal com os braços acima da cabeça (posição de flexão), foi decisiva para que 54 alunos (77,14%) imitassem o movimento do mesmo modo que foi demonstrado, pois a maioria deles conforme os resultados do questionário aplicado, apenas conheciam a terminologia do exercício e não sua forma de execução.

    Enfim, gostaríamos de reiterar a importância da informação visual durante o ensino de qualquer habilidade, pois este método junto com a explicação é fundamental para a visualização correta do padrão do movimento.

    Na tabela 1 apresentamos os correspondentes ângulos de flexão das pernas na articulação do joelho durante a execução do salto horizontal. Para este fim foram escolhidas as variantes de execução do salto sem prévia instrução (SH1) e com pausa de 3 segundos após flexão das pernas (SH2). Nota-se uma distância média maior do salto na variante de execução sem prévia instrução SH1=266 cm (±0,17) superando em 0,14cm o resultado alcançado em SH2= 252 cm(±0,2cm). Estatisticamente as diferenças dos resultados médios não foram significativas p<0.05.

    Verifica-se também que o ângulo de flexão da perna na articulação do joelho (Amfj)1 na variante de salto SH1 esteve mais próximo dos 90º alcançando um valor médio de =85,01º(±14,61º). Porém, os atletas demonstraram maior ângulo de deslocamento na referida articulação em SH2, isto é, quando orientados a permanecerem 3 segundos após a flexão (Amfj)2 = 103,3º(±16,2º). Estatisticamente, as diferenças dos resultados não foram significativas p<0.05. O maior ângulo de deslocamento em SH2 pode estar associado à falta de treinamento prévio desta variante do salto prevista neste estudo, pois durante a realização de SH1 houve uma tendência à automatização do movimento durante as práticas sistemáticas e avaliações pedagógica dos sujeitos envolvidos no processo de treinamento desportivo. Salienta-se que os resultados alcançados nestas duas variantes foram bastante heterogêneos de acordo com o coeficiente de variação demonstrado: 6,39% para a primeira variante e 7,93% para a segunda variante.

Tabela 1. Ângulo de flexão das pernas com duas variantes de execução do salto horizontal n=7

Legenda: SH1- Salto horizontal sem prévia instrução (Amfj) 1- Ângulo de máxima flexão do joelho durante SH1 SH2- Salto horizontal com 

3 segundos de parada após flexão (Amfj) 2 - Ângulo de máxima flexão do joelho durante SH2 Dif - Diferença dos valores de SH1 e SH2.

    A Tabela 2 apresenta os valores dos tempos de duração da fase aérea na realização do salto horizontal em SH1 e SH2. Nota-se uma diferença média de apenas 0,04 centésimos de segundos dos valores analisados, fato que corrobora os resultados das distâncias alcançadas acima em cada uma destas variantes. Neste sentido, merece destaque os tempos de vôo estão diretamente ligados com a distância alcançadas na realização de uma ou outra variante de salto. Se voltarmos o olhar para esta tabela, percebe-se que os tempos de vôo na variante SH1 sempre foram superiores aos alcançados pelos velocistas durante a variante SH2. Embora, em três atletas estes valores foram semelhantes. Porém, observa-se que a variável ângulo de decolagem que não foi analisada neste estudo, é relevante para o resultado do salto horizontal, mesmo que seus valores sejam inferiores aos alcançados, por exemplo, nas variantes de salto em distância.

Tabela 2. Tempo da fase aérea (Tfae) com duas variantes de execução do salto horizontal n=7

Legenda: (Tfae) SH1 - Tempo da fase aérea durante a execução de SH1 (Tfae) SH2 - Tempo da fase aérea durante a execução de SH2

    Na tabela 3 apresentamos as diferenças dos resultados durante a execução das variantes de salto horizontal SH1 e SH3. Observa-se que os resultados alcançados durante a variante SH1 foram superiores p<0.05. Neste sentido, o aumento da flexão da perna na articulação do joelho com ângulo maior do que 90º limitou a atividade do elemento contrátil, ao passo que não permitiu produzir o trabalho necessário na primeira parte do encurtamento muscular (fase de aceleração). (SCHENAU, 1997). Um maior deslocamento angular na articulação do joelho na execução do salto horizontal, assim como durante a fase de recuperação das corridas diminui o momento de inércia da perna em volta da articulação do joelho (HALL, 2005). Entretanto, durante a corrida este fenômeno na fase de impulsão posterior favoreceu a velocidade angular na referida articulação por se tratar de um movimento cíclico com caráter concêntrico. Opostamente, durante a execução do salto horizontal a energia armazenada no excessivo trabalho negativo (pré estiramento), como foi dito anteriormente foi dissipada como calor e não permitiu criar o tempo suficiente para gerar força de impulsão na fase concêntrica de contração muscular. Por isso, não é convenente a excessiva flexão das pernas na execução do salto horizontal.

Tabela 3. Diferença dos resultados do salto horizontal sem prévia instrução (SH1) e com ângulo maior do que 90º (SH3) n=7

Legenda: SH1 - Salto horizontal sem prévia instrução SH3 Salto horizontal com ângulo maior do que 90º na articulação do joelho

Considerações finais

    A pesar de inúmeras pesquisas terem sido realizados sobre a técnica do salto horizontal parado, muitos técnicos e especialistas não priorizam o trabalho desta habilidade nos diferentes esportes. É importante salientarmos o valor pedagógico deste exercício como teste para a avaliação da força explosiva dos músculos dos membros inferiores e também no processo de detecção de talentos esportivos. Entretanto, se aponta uma correlação com outros exercícios de salto e provas de velocidade. Por outro lado, a posição inicial dos braços é um elemento a considerar durante a execução do salto, embora os resultados deste estudo demonstrassem poucas diferenças deste indicador para a amostra utilizada. Conforme as observações realizadas e os resultados alcançados no salto consideram-se válidas as posições anatômicas de referência e com os braços acima da cabeça para o salto horizontal por permitirem maiores oscilações dos braços e contribuírem para melhoria do resultado. Estas duas posições permitiram maior desempenho durante as medições realizadas neste trabalho, mesmo com diferenças de pouca significância. Por outro lado, convém lembrar que em todas as provas de saltos a diferença em centímetros determina o vencedor da competição e marca a diferença de recordes nas referidas modalidades. Igualmente, o ciclo alongamento- encurtamento neste tipo de exercício é fundamental para o desempenho final. As pausas durante a fase de flexão das pernas, assim como a excessiva flexão da articulação do joelho não devem ser permitidas em nenhuma das fases de aprendizado deste tipo de exercício.

Referências bibliográficas

  • BOMPA, T. Treinamento de potência para o esporte. Phorte Editora. 1ra Edição Brasileira, 2004.

  • CALDERÓN, P.V.; GONÇALVES, P.A.; HERNÁNDEZ, P.A.; BORGES, J.L. Alternativa metodológica para la enseñanza y perfeccionamiento de la técnica del salto de longitud sin impulso. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires. v.7, n. 146, 2010. http://www.efdeportes.com/efd146/tecnica-del-salto-de-longitud-sin-impulso.htm

  • DETÂNICO, R. C. et al. Informação verbal e visual na execução do salto horizontal de crianças. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires. v.6, n. 133, 2009. http://www.efdeportes.com/efd133/execucao-do-salto-horizontal-de-criancas.htm

  • HALL, S.J. Biomecânica Básica. Guanabara Koogan S.A Editora. 4tª edição, 2005.

  • MARINS, J.B, GIANNICHI, R.S. Avaliação e Prescrição de atividade física. Shape Editora, 2003

  • VERKHOSHANSKI, Y. Are depth jumps useful? Track and Field. n. 12, p. 9, 1967.

  • VERKHOSHANSKI, Y Osnovi spesialnoi fizicheskoi podgotovki sportsmenov. Moscú Ed Fizkultura i Sport, 1989.

  • VERKHOSHANSKI, Y Power development. Modern Athlete and Coach, v.4, n.2, p.21-22, 1985

  • SCHENAU, I. Does elastic energy enhance work and efficiency in the stretch shortening cycle? Journal of applied biomechanics. n.4, p.389-415, 1997.

  • ZATSIORSKI, V.M. Ciência e prática do treinamento de força. São Paulo. Phorte Editora, 1999.

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