efdeportes.com

Efeitos da prática do tai chi chuan para força, equilíbrio e

flexibilidade em praticantes idosos: uma revisão de literatura

Efectos de la práctica del Tai chi chuán en la fuerza, el equilibrio y 

la flexibilidad en personas mayores: una revisión de la literatura

 

Faculdade Estácio de Sá de Ourinhos

Ourinhos, SP

(Brasil)

Alessandro Pereira da Cruz

alessandro_faeso@hotmail.com

Clodoaldo José Dechechi

clodoaldodechechi@faeso.edu.br

 

 

 

Resumo

          O presente trabalho teve como objetivo realizar uma revisão de literatura acerca dos efeitos de treinamentos sistematizados de Tai Chi Chuan, em idosos, praticantes e sedentários, sobre as capacidades físicas de força máxima da musculatura extensora dos joelhos, equilíbrio e flexibilidade. A pesquisa foi realizada pela busca em bases de dados Nacionais (Google Acadêmico), e Internacionais (MEDLINE, LILACS, SCIELO), através das palavras de busca “Tai Chi Chuan”, “Treinamento em Idosos”, “Contribuições do Tai Chi Chuan”, “Tai Chi Chuan Training” e “trainings of adults older”. Foram encontrados cinco trabalhos relacionados à força máxima da musculatura extensora dos joelhos, quatro relacionados a equilíbrio e quatro relacionados à flexibilidade. Através da análise comparativa dos trabalhos observados, concluímos que o treinamento com três meses de duração, com freqüência de um encontro semanal, com aulas de 40 a 50 minutos apresentou os melhores resultados para a performance nas três variáveis analisadas.

          Unitermos: Tai chi chuan. Força. Idosos

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 137 - Octubre de 2009

1 / 1

Introdução

    O envelhecimento é um processo durante o qual inúmeras alterações fisiológicas ocorrem no organismo do idoso, interferindo nas atividades diárias devido a limitação da capacidade motora, assim como a perda da força muscular, da flexibilidade e do equilíbrio. Dentre outras predisposições como o surgimento de doenças, estão a redução da massa muscular e o aumento do índice de gordura corporal caracterizada pela sarcopenia, dessa forma aplicar o treinamento físico na terceira idade com exercícios objetivando-se o fortalecimento muscular e a melhoria da capacidade funcional resultam numa qualidade de vida mais saudável e prazerosa (SANTOS et al, 2002).

    Oliveira et al. (2001) destacam em seu trabalho que o idoso torna-se mais frágil e propenso aos riscos que afetam seu nível de aptidão física, devido à inatividade física e ao próprio processo de envelhecimento que gera perdas funcionais e estruturais ao organismo. E Mazzeo (1998) reafirma, entre outros autores, que o envelhecimento é acompanhado por menor desempenho neuromotor, podendo levar ao aumento da perda de força muscular. E conforme Baumgartner (1998), esta perda aumenta os riscos de quedas dentre seus traumas conseqüentes, mas para Pereira (2005), a redução de quedas é propiciada pela prática regular de exercícios físicos que atua também na estabilidade postural.

    E mediante alguns estudos que favorecem a qualidade de vida do idoso, o Tai Chi Chuan (TCC) foi apontado como a modalidade da ginástica chinesa capaz de desenvolver o aumento de condicionamento físico em seus praticantes e obtendo melhora na prevenção de quedas (FEDER et al., 2000; OLIVEIRA et al., 2001). Do mesmo modo, Pereira (2005) evidencia nas artes marciais chinesas a atividade física, a qual desenvolve nos praticantes, bons direcionamentos relacionados às contribuições diretas do bem estar físico e mental, ao basear-se na diminuição do ritmo de degeneração psicofisiológico a qual se destina. O Tai Chi Chuan (TCC) é uma arte milenar chinesa conhecida como “Boxe da Suprema Cumeeira” (DESPEUX, 1981). O TCC ocorreu entre os séculos VIII e XIII d.C. no templo budista Shaolin de Wudang, onde a arte do TCC com seu método de treinamento foi praticado como treinamento religioso taoísta e associada ao treinamento marcial. No século XVII d.C, após ter saído do templo, a arte se difundiu em varias direções (GOMES, PEREIRA & ASSUMPÇÃO, 2004B).

    Para Davis (2006), a prática de TCC como uma modalidade na qual os exercícios são suaves, com ritmo lento, controlado e sem impacto, integrando mente e corpo, tem por objetivo melhorar o incremento de força, resistência, equilíbrio, flexibilidade, assim como a coordenação e a incorporação dos movimentos. Os efeitos trazidos também com a prática dessa modalidade chinesa são os benefícios cardiovasculares, neuromusculares e psicológicos. Dessa forma, garante ao praticante de TCC com essa faixa etária, um trabalho de intensidade moderada próximos aos valores de freqüência cardíaca máxima de 60% de sua intensidade conforme Lai (apud GOMES, PEREIRA & ASSUMPÇÃO, 2004A). Estudos realizados com idosos praticantes de TCC demonstraram melhoras significativas, mediante os parâmetros de qualidade de vida, assim destacados em seus resultados e igualmente com sua interação social a qual se submetem com a prática da atividade.

    O presente estudo tem como objetivo verificar os efeitos de programas de treinamento de tai chi chuan relacionados à força, equilíbrio e flexibilidade realizados em praticantes idosos. Com intuito de revisão bibliográfica, em artigos, livros e documentos eletrônicos, tendo como foco primário localizar através de estudos os efeitos sobre a aptidão física dos idosos praticantes de tai chi chuan.

Materiais e métodos

    O presente estudo foi desenvolvido através de revisão bibliográfica, sendo referente aos efeitos do treinamento de tai chi chuan relacionado à força, equilíbrio e flexibilidade realizados em praticantes idosos.

    Com isso, como primeira etapa de estudo será realizada pesquisa de literatura, tendo-se como palavras-chave: Benefícios do treinamento no idoso; Treinamento de idosos; Treinamento de artes marciais chinesas; Contribuições de Tai Chi Chuan; Colaborações das artes marciais chinesas; Treinamento de Tai Chi Chuan; em livros, artigos e de impressão de materiais provenientes da internet, sendo todos relacionados à área da saúde.

Resultados

    A seguir serão apresentados os resultados para os estudos analisados, ressaltando-se que em todos os trabalhos, o TCC não era praticado na forma de luta, com contato, apenas individualmente centrados na execução dos movimentos.

Efeitos do Treinamento de Tai Chi Chuan na força máxima da musculatura extensora de joelho.

    Os resultados descritos por diferentes autores relatados no presente estudo designam que o efeito do treinamento de Tai Chi Chuan (TCC) obteve uma melhora significativa de força da musculatura extensora de joelho. Apresentando-se com três meses a dois anos de duração, com freqüência de uma a seis vezes por semana, e sua duração de aula variando entre 40 a 100 minutos para os estudos relatados.

    No entanto, um trabalho de Lan et al. (1998), aplicaram um treinamento de TCC de 12 meses de duração, com freqüência de 5 vezes por semana, e 54 minutos de duração da aula, apresentando melhora significativa de 18,1% de aumento da força muscular dos extensores de joelho (p<0,01), para o grupo masculino; já o grupo feminino obteve melhora de 20,3% no aumento da força muscular de extensores de joelho (p<0,05); enquanto que para o grupo controle não consta nenhuma mudança significativa.

    Lan et al. (2000) apresentaram em seu estudo com treinamento de 6 meses de TCC, 5 vezes por semana e 54 minutos aula, melhoras significativas para o grupo dos homens, a força concêntrica no pico de torque extensor de joelho em 15,1% a 20,0% e pico de torque excêntrico aumentou em 15,1% para 23,7%. The group of women also showed increases, ranging from 13.5% to 21.8% in concentric peak torque, and 18.3% to 23.8% in eccentric peak torque. Já o grupo das mulheres constatou aumento significativo, variando de 13,5% para 21,8% no pico de torque da força concêntrica, e 18,3% para 23,8% no pico de torque excêntrico. In addition, the knee extensor endurance ratio increased by 9.6% to 18.8% in the men and 10.1% to 14.6% in the women. Além disso, o extensor do joelho em relação à resistência aumentou em 9,6% a 18,8% nos homens e 10,1% para 14,6% nas mulheres.

    Para o estudo de Oliveira et al. (2001) o treinamento de TCC com 3 meses de duração, e aulas de 40 a 50 e realizado uma vez por semana, apresenta em termos percentuais um aumento significativo de 44,4% na força muscular dos extensores de joelho (p< 0,05).

    Pereira (2005) relatou em sua pesquisa que o treinamento de TCC com 12 semanas de duração, 50 minutos aula e 3 vezes por semana de freqüência, no grupo experimental (G1) teve um incremento significativo (p < 0,001) dos níveis de força máxima, correspondente a 17,83% comparados aos resultados do pré-teste. Já o grupo controle (G2) teve um incremento não significativo de 0,86% perante aos resultados anteriores de força do pré-teste. Além disso, numa comparação intra-grupo, também é relatada uma diferença significativa (p< 0,001), do G1 em relação a G2.

    Safons et al (2006), mostraram em seu trabalho que o treinamento de TCC com duração de 1 a 2 anos, 100 minutos aula, freqüência de 5 vezes semanais, apresentou um aumento percentual da força no grupo de praticantes de 31,18% para o grupo que treinou 1 ano e 32,81% para o grupo que treinou 2 anos em relação aos valores obtidos pelo grupo que não treinou.

    A Tabela I apresenta os estudos relatados para a avaliação dos efeitos do TCC sobre a capacidade física de força máxima da musculatura extensora de joelho, a caracterização dos sujeitos, a metodologia empregada, e os resultados.

Tabela I. Estudos relatados para a avaliação dos efeitos do TCC sobre a capacidade física de força máxima 

da musculatura extensora de joelho, a caracterização dos sujeitos, a metodologia empregada, e os resultados.

Efeitos do treinamento de Tai Chi Chuan para o equilíbrio

    O efeito do equilíbrio no treinamento de TCC apresentado por diferentes autores no presente estudo menciona uma melhora significativa de equilíbrio, com 2 a 6 meses de duração, com freqüência de 1 a 7 vezes por semana, e sua duração de aula variando entre 40 a 60 minutos para os estudos relatados através de tabela.

    Com isso no trabalho de Oliveira et al. (2001) o treinamento de TCC com 3 meses de duração, e aulas de 40 a 50 e realizado uma vez por semana, apresenta em termos percentuais um aumento significativo no equilíbrio, onde os valores apresentaram uma melhora de 21,6% (p<0,05).

    Pereira (2005) apresentou em seus estudos que o treinamento de TCC com 12 semanas de duração, 50 minutos aula e 3 vezes por semana de freqüência, o efeito de equilíbrio foram observados no grupo experimental (G1) um incremento significativo (p < 0,001) dos níveis de equilíbrio correspondente a 26,10% comparados aos resultados do pré-teste, já o grupo controle (G2) teve um decréscimo de 2,91% perante aos resultados anteriores de equilíbrio do pré-teste. Além disso, numa comparação intra-grupo, também é relatada uma diferença significativa (p< 0,013), do G1 em relação a G2.

    Para o treinamento realizado por Zhang et al. (2005), mostraram em seus estudos um trabalho para o programa de TCC de 8 semanas de duração, uma freqüência de 7 dias por semana e 60 minutos aula, e para um programa intenso de atividades físicas para o grupo controle, realizado também em 8 semanas, com freqüência de 3 dias da semana e por 30 minutos aula, o grupo TCC apresentou melhoras significativas do equilíbrio, (25.7 vs 16.1, p < 0.001), quando comparado ao grupo controle.

    Li et al. (2005) mostraram em seus estudos que o treinamento de TCC, com 6 meses de duração, realizado de 1 a 3 vezes por semana, tem apresentado melhorias significativas (p<0.001) em todas as medidas de equilíbrio funcional.

    A Tabela II apresenta os estudos relatados para a avaliação dos efeitos do TCC sobre o equilíbrio, a caracterização dos sujeitos, a metodologia empregada, e os resultados.

Tabela II. Estudos relatados para a avaliação dos efeitos do TCC para equilíbrio, a caracterização dos sujeitos, a metodologia empregada, e os resultados

Efeitos do treinamento de Tai Chi Chuan para flexibilidade

    No presente estudo relata também o efeito obtido no treinamento de Tai Chi Chuan (TCC), sobre a capacidade física de flexibilidade, onde foi observada uma variação de 2 a 12 meses de duração das atividades, com freqüência variando de 1 a 7 vezes por semana, e a duração da atividade apresentando uma variação entre 40 a 60 minutos para os estudos relatados.

    Com isso, um trabalho de Lan et al. (1998), aplicaram um treinamento de TCC de 12 meses de duração, com freqüência de 5 vezes por semana, e 54 minutos de duração de aula, onde foi relatado que o grupo masculino de TCC apresentou 11 graus de aumento na flexão de tronco (P < 0,05); jThe female TCC group showed 21.3% increase in VO2max (P < 0.01), 8.8 degrees increase in flexibility (P < 0.05), 20.3% increase in muscle strength of knee extensor (P < 0.05), and 15.9% increase of knee flexor (P < 0.05).Já o grupo feminino de TCC apresentou 8,8 graus da flexão de tronco (P <0,05); enquanto que grupo controle não mostrou nenhuma mudança significativa nessas variáveis.

    Oliveira et al. (2001) em seu estudo, aplicaram o treinamento de TCC com 3 meses de duração, e aulas de 40 a 50 minutos e realizado uma vez por semana, apresentou em termos percentuais um aumento significativo de 6,3% na flexibilidade (p<0,05).

    Zhang et al. (2005) relataram em sua pesquisa que o treinamento de TCC com programas com um grupo de com 25 indivíduos, treinando sete vezes por semana, por 60 minutos, durante 8 semanas. Foi observado que o grupo TCC obteve efeitos positivos na flexibilidade com aumento de 6,2 graus de, contra aumento 3,0 graus do Grupo Controle (P <0.001), após seu programa de aula.

    Taylor-Piliae et al. (2006) mostraram em seu trabalho que o treinamento de TCC com duração de 12 semanas, 60 minutos aula, freqüência de três encontros semanais, apresentou melhorias significativas após 6 semanas de TCC e aumentaram ainda mais com o término de 12 semanas. A Tabela III apresenta os estudos relatados para a avaliação dos efeitos do TCC para a flexibilidade, a caracterização dos sujeitos, a metodologia empregada, e os resultados.

Tabela III. Estudos relatados para a avaliação dos efeitos do TCC para a flexibilidade, a caracterização dos sujeitos, a metodologia empregada, e os resultados

Discussão

    Já é consolidado que a prática do Tai Chi Chuan auxilia em melhoras tanto de ordem psicológicas, como bem-estar físico (FERREIRA, 2004), principalmente para melhora de humor em praticantes idosos (WERNECK, BARA FILHO & RIBEIRO, 2006). Porém, notou-se uma baixa quantidade de publicações, tendo em vista um maior aprofundamento nos benefícios dessa prática. Em análise de resultados através de revisão bibliográfica em relação à força máxima da musculatura extensora de joelho, observou-se uma variação do macrociclo de treinamento, com trabalhos de três meses a dois anos de duração; quanto à relação freqüência, a variação também denota um período grande, com mínimo de um dia e no máximo cinco dias de atividades por semana.

    Como o TCC apresenta maior sobrecarga em membros inferiores do que os membros superiores, devido a sua característica de treinamento, apresentando durante todos os exercícios uma constante movimentação mantendo sempre em posição semi-flexionada de membros inferiores e distribuição da carga para ambos as pernas (Oliveira et al. 2001). Cita também Despeux (1981), em seus estudos que, para a prática dos exercícios de TCC, os membros inferiores nunca devem estar completamente em extensão ou em flexão.

    No entanto, foi observado que o maior ganho do incremento da força de membros inferiores foi de um dia de treinamento semanal, correspondente a um tempo de 40 a 50 minutos de aula nos estudos de Oliveira et al. (2001). Esses resultados também foram observados nos estudos de Wolfson et al. (1996) que utilizaram um programa de curta duração de 3 meses de treinamento intenso de força e equilíbrio, realizado três vezes semanais, 45 minutos equilíbrio e resistência, 90 minutos mais saldo de força. Assim, dando continuidade ao programa estendendo-se por longo prazo com 6 meses de duração com treinamento de baixa intensidade sendo utilizado TCC para manutenção de acervos, com 60 minutos aula e com relação ao número de freqüência por semana, utilizou-se de um dia de freqüência comparados aos estudos de (OLIVEIRA et al., 2001), o treinamento de TCC conseguiu manter os ganhos do incremento da força muscular e do equilíbrio, embora fosse constatado um decremento desses.

    Esses resultados corroboram Frontera et al. (1998), que citam que indivíduos idosos podem a vir sofrer incremento da força muscular de duas a três vezes por um período relativamente escasso em função maior do recrutamento de fibras musculares.

    Comparando os resultados dos estudos de Oliveira et al. (2001) em relação a outros autores citados no presente estudo, seu programa de treinamento de TCC realizado por um período menor de freqüência por semana de um dia, com três meses de duração, com aulas de 40 a 50 minutos, notou-se que é suficiente para melhoras significativas de 44,4% do incremento da força muscular de extensores de joelho.

    Com relação ao equilíbrio, os resultados relatados mostram uma variação do treinamento de TCC que corresponde a um período de duração de 2 a 6 meses, com freqüência que varia no mínimo de um dia e no máximo sete dias de atividades semanais; quanto ao tempo realizado às atividades variam em torno de 40 a 60 minutos aula.

    O equilíbrio na terceira idade é fundamental a ser desenvolvido, devido ao declínio do processo de envelhecimento, que é um dos maiores precursores das quedas realizados por indivíduos o que corresponde a esse déficit nessa fase da vida (OLIVEIRA et al., 2001). Em um estudo, Piscopo (1982), relata que devido à sensibilidade dos pés que é adquirida no decorrer do tempo, vem a comprometer na postura e no equilíbrio para o aprendizado e performance em determinados movimentos.

    Com isso, foi observado no estudo de Wolfson et al. (1996) que utilizaram um programa de curta duração de 3 meses de treinamento intenso de força e equilíbrio, realizado três vezes semanais, 45 minutos equilíbrio e resistência, 90 minutos mais saldo de força, dando, assim, continuidade ao programa estendendo-se por longo prazo com 6 meses de duração com treinamento de baixa intensidade sendo utilizado TCC para manutenção de acervos, com 60 minutos aula e com um dia de freqüência semanal comparados aos estudos de Oliveira et al. (2001) que também utilizou-se de um dia para prática do TCC e Li et al. (2005) que utilizaram de um a três dias semanais, porém o treinamento de TCC conseguiu manter os ganhos do incremento de equilíbrio, embora ter-se constatado um decremento destes.

    No entanto, foi observado que o maior ganho do incremento de equilíbrio foi de um dia de treinamento, com um tempo de 40 a 50 minutos aula, apresentados no estudo de Oliveira et al. (2001). Com isso, em análise comparativa aos resultados observados no trabalho de Li et al (2005) que utilizaram o treinamento de TCC com duração de 6 meses, com a prática de um a três dias de freqüência semanal, apresentaram como sendo superior ao programa de treinamento de Oliveira et al (2001) que utilizou 3 meses, sendo um período menor apresentado ao de Li et al (2005) que também obteve melhorias significativas (p <0.001) em todas as medidas de equilíbrio funcional.

    Assim, comparando os estudos de Oliveira et al. (2001) em relação a outros autores citados no presente estudo, seu programa de treinamento de TCC realizado por um período de um dia de freqüência por semana, com 3 meses de duração, com aulas de 40 a 50 minutos é suficiente, constatando em termos percentuais um aumento significativo no equilíbrio, nos quais os valores apresentaram uma melhora de 21,6% (p<0,05).

    Já para a flexibilidade, os estudos observados apresentam uma variação do treinamento TCC, com trabalhos de dois a doze meses de duração, com uma freqüência de um a sete vezes por semana, e sua duração variando entre 40 a 60 minutos aula.

    A flexibilidade tem um aumento na infância até a adolescência podendo diminuir ao longo do tempo (ACHOUR JUNIOR, 1996). Um estudo de Nieman (1999) relata que o individuo tem a tendência de diminuir flexibilidade devido à falta de atividade física e da faixa etária, embora acredite que a diminuição ocorra mais pela falta de atividade do que o decorrer da idade.

    E, segundo Dantas et al. (2002), a ausência da flexibilidade em indivíduos sedentários, com idade madura ou anciões, pode acarretar a maior possibilidade de lesões e problemas funcionais, podendo ocorrer também alterações de flexibilidade decorrente da variação etária, e de outros fatores exógenos e endógenos.

    Com isso, em análise de resultados e comparados com outros programas de treinamento de TCC, o estudo de Oliveira et al. (2001), com seu programa de treinamento efetuado em três meses, com freqüência de um dia semanal, com 40 a 50 minutos aula, apresenta em destaque pelo número de freqüência semanal e duração do programa, como o treinamento que apresentou os melhores resultados considerando as mínimas variáveis de duração de treinamento, freqüência semanal e duração da atividade.

Conclusão

    Diante da análise de resultados, verificamos ser possível obter melhorias significativas nas variáveis da força muscular dos extensores de joelho, equilíbrio e flexibilidade com a prática de Tai Chi Chuan. Concluindo-se com este trabalho que, para melhorar significativamente essa capacidade em relação à freqüência semanal, duração do programa de atividade e o tempo de aula, a prática com três meses de duração, um dia semanal de aula e com 40 a 50 minutos de duração é o necessário para obter melhoria do incremento dessas variáveis. Com isso, não há a necessidade de um longo período de treinamento para obter melhoras significativas dessas capacidades.

    Sendo uma prática de baixa intensidade à moderada, envolvendo suavidade nos movimentos, apresenta baixo risco de quedas, contribuindo com melhora da qualidade de vida minimizando os efeitos degenerativos correspondentes ao processo de envelhecimento. Garantindo também, retorno às atividades de vida diária, melhora no desempenho neuromotor, diminuição da ansiedade, alívio de estresse e ajudando no controle da depressão.

    Para este estudo, verificou-se uma carência na literatura, necessitando que mais estudos sejam necessários para fornecer os resultados da metodologia correspondente, a fim de afirmar detalhadamente o planejamento de maneira que permite a padronização da atividade e a interlocução entre os autores, deve efetuar estudos longitudinais que confirmem os efeitos da prática do treinamento de TCC em idosos.

Referências bibliográficas

  • ACHOUR JUNIOR, A. Bases para Exercícios de Alongamento: Relacionado com a Saúde e no Desempenho Atlético. 1. ed. Londrina: Midiograf, p. 17-82. 1996.

  • BAUMGARTNER, R. N. Epidemiology of sarcopenia among the elderly in New México. American Journal of Epidemiology, v. 147, p. 755-763, 1998.

  • DANTAS, E. H. M.; PEREIRA, SISSI A M.; ARAGÃO, JANI C.; OTA, ADRIANA H. Perda da Flexibilidade no Idoso. Fitness & Performance Journal. Rio de Janeiro, v. 01, n 03, p.12-20, 2002.

  • DAVIS, C. M. Fisioterapia e Reabilitação: Terapias Complementares. In: BOTTOMLEY, J. M. Tai Chi: A Coreografia do Corpo e da Mente. 2 ed., Rio de Janeiro: Ed. Guanabara Koogan, p. 134-135, 2006.

  • DESPEUX, C. Princípios Básicos da Prática do Taiji Quan. In: Tai Chi Chuan Arte Marcial, Técnica da Longa Vida. São Paulo: Pensamento, p. 121-135, 1981.

  • FEDER, G.; CRYER, C.; DONOVAN, S.; CARTER, Y. Guidelines for the prevention of falls in people over 65. British Medical Journal, v. 321, p. 1007-1011, 2000.

  • FERREIRA, J. E. R. A importância do processo respiratório nas aulas de educação física e práticas esportivas. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, v. 10, n. 76, 2004. http://www.efdeportes.com/efd76/respira.htm

  • FRONTERA, W. R.; MEREDITH, C. N.; O’REILLY, K. P.; KNUTTGEN, H. G.; EVANS, W. J. Strength Conditioning in Older Men: Skeletal Muscle Hypertrophy and Improved Function. The American Physiological Society. p. 1038-1044, 1988.

  • GOMES, L.; PEREIRA, M. M.; ASSUMPÇÃO, L. O. T. Benefícios do Tai Chi Chuan em Idosos. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, v. 10, n. 78, 2004A. http://www.efdeportes.com/efd78/taichi.htm

  • GOMES, L.; PEREIRA, M. M.; ASSUMPÇÃO, L. O. T. TAI CHI CHUAN: nova modalidade de exercício para idosos. Revista Brasileira Ciência e Movimento, Brasília, v. 12, n. 4, p. 89-94, dezembro, 2004B.

  • LAN, C.; LAI, J. S.; CHEN, S, Y.; WONG, M. K. 12 - month Tai Chi training in the elderly: Its Effect on Health fitness. Med Sci Sports Exerc v. 30, p. 345-351, 1998.

  • LAN, C.; LAI, J. S.; CHEN, S. Y.; WONG, M. K. Tai Chi Chuan to improve muscular strength and endurance in elderly individuals: a pilot study. Arch Phys Med Rehabil, v. 81, p. 604-607, 2000.

  • LI, F.; HARMER, P.; FISHER, K.J.; MCAULEY, E.; CHAUMETON, N.; ECKSTROM, E.; WILSON, N.L. Tai chi and fall reductions in older adults: a randomized controlled trial. J Gerontol A Biol Sci Med Sci, v. 60, n.2, p. 187-94, Feb. 2005.

  • MAZZEO, R. S.; CAVANAGH, P.; EVANS, W.J.; FIATARONE, M.; HAGBERG, J.; MCAULEY, E.; STARTZELL, J. American College of Sports Medicine position standard. Exercise and Physical Activity for older adults. Medicine Science in Sports and Exercise, v. 30, p. 992-1008, 1998.

  • MELO R.; VAREJÃO, R. V.; SILVA, R. B.; BRITO, E.; PERNAMBUCO, C. S.; DANTAS, E. H. M. Comparação do Grau de Flexibilidade e de Autonomia em Idosas Praticantes de Tai chi e de Sedentárias. Fitness & Performance Journal, Rio de Janeiro, v. 3, n. 4, p. 194-200, 2004.

  • NIEMAN, D. C. Exercício e Saúde: como se prevenir de doenças usando o exercício como seu medicamento. 1. ed. São Paulo: Manole,p. 15-290, 1999.

  • OLIVEIRA, R. F. MATSUDO, S. M.; ANDRADE, D. R.; MATSUDO, V. K. R. Efeitos do treinamento de Tai Chi Chuan na aptidão física de mulheres adultas e sedentárias. Revista Brasileira Ciência e Movimento. v. 9, p. 15-22, 2001.

  • PEREIRA, M. M. Efeitos do Tai Chi Chuan na força dos músculos extensores dos joelhos e no equilíbrio em mulheres idosas. Dissertação (Mestrado em Educação Física) - Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação Física, Universidade Católica de Brasília, Brasília- DF, 2005.

  • PEREIRA, A. F. G. A contribuição do Tai Chi Chuan no rendimento da capacitação de alfabetizadores. Ceará, 2005.

  • PISCOPO, J. Indicações e contra indicações de exercícios e atividades para as pessoas idosas. In: Cadernos da Terceira Idade. São Paulo, SESC, p. 35-41, 1982.

  • SAFONS, M. P.; PEREIRA, M. M.; RODRIGUES, J. F. A. Efeitos do ‘Programa Melhor Idade Brasil Telecom’ de condicionamento físico sobre a força dos membros inferiores de praticantes idosos. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, v. 11, n. 98, 2006. http://www.efdeportes.com/efd98/efeitos.htm

  • SANTOS, A. E.; SANTOS, A. O.; BANCILON, M. S. S.; SANTANA, N. B.; COSTA, Z. P. C. Treinamento de força e potência para idosos. Revista Digital Vida & Saúde, Juiz de Fora, v. 1, n. 3, dez./jan. 2002.

  • TAYLOR-PILIAE, R.E.; HASKELL, W.L.; STOTTS, N.A.; FROELICHER, E.S. Improvement in balance, strength, and flexibility after 12 weeks of Tai chi exercise in ethnic Chinese adults with cardiovascular disease risk factors. Altern Ther Health Med. 2006 Mar-Apr 12 (2): 50-8.

  • ZHANG J. G.; ISHIKAWA, T. K.; YAMAZAKI, H.; MORITA, T.; OHTA, T. The effects of Tai Chi Chuan on physiological function and fear of falling in the less robust elderly: An intervention study for preventing falls. Arch Gerontol Geriatr 2005; 42: 107-16. In press.

  • WERNECK, F. Z.; BARA FILHO, M. G.; RIBEIRO, L. C. S. Efeitos do exercício físico sobre os estados de humor - Uma revisão. Revista Brasileira de Psicologia do Esporte e do Exercício. v.0, p. 22-54, 2006.

  • WOLFSON, L.; WHIPPLE, R.; DERBY, C.; JUIZ. J.; KING, M.; AMERMAN, P. SCHMIDT, J.; SMYERS, D. Balance and strength training in older adults: Intervention gains and taichi maintenance. Journal of the American Geriatrics Society 44: 498-506, 1996.

Outros artigos em Portugués

  www.efdeportes.com/

revista digital · Año 14 · N° 137 | Buenos Aires, Octubre de 2009  
© 1997-2009 Derechos reservados