efdeportes.com

O nível de saúde de ex-atletas e sua comparação preliminar

com algumas enfermidades da população de Brasília-DF

 

*Prof. do Curso de Educação Física da UNIEURO-Brasília.

Prof. do Curso de Fisioterapia da UNIP-Brasília.

Prof. Colaborador do Programa de pós-graduação em Ciências da Saúde - UnB.

Director General del Instituto Latinoamericano de Atividade Física Terapêutica (ILAFiT)

**Colaborador. Prof. Avaliador da Academia Rum Way. Prof. da Faculdade Alvorada

***Colaboradores. Alunos do Curso de Educação Física da UNIEURO, Brasília

(Brasil)

Dr. Ramón F. Alonso López*

Dr. Rodolfo López Cazón** | Fernanda Campos Ledes***

Giliard Lago Garcia*** | Camila Rosa Antunes***

Jhuliana Karie da Silva do Nascimento***

Caio César da Silva Carvalho*** | Roberto Pereira de Lima***

Jose dos Santos Barbosa*** | Alerson Diniz Roldão***

aft200153@uol.com.br

 

 

 

Resumo

          As grandes performas desportivas exigem também grandes sacrifícios de saúde das pessoas que querem atingir a elas. Logo é necessário realizar um processo de re-adaptação à vida não atlética e isso só pode ser feito mediante um processo de destreinamento desportivo.

          Quando este processo de destreinamento desportivo não acontece, aparece uma serie transtornos na saúde de esses ex-atletas que todo indica que está em relação com as características do esporte treinado durante um longo período de tempo.

          Nosso trabalho trata sobre uma pesquisa desenvolvida a um grupo de 76 ex-atletas de Brasília-DF, onde se aplicou um questionário vinculado a seu estado de saúde física, para conhecer as doenças que eles apresentavam. A continuação foi realizada uma comparação a partir dos dados fornecido na página de internet do Ministério da Saúde/SE/Datasus - Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS - SIA/SUS, onde se apresentam os dados da Secretaria de Saúde de Brasília-DF em algumas das enfermidades que foram encontradas nos ex-atletas.

          Os resultados mostraram que as enfermidades que padecem estes ex-atletas por sua ordem foram: Obesidade, Dores, Cardiopatias, Hérnia, Disfunção Hormonal e Doenças Renais. Na comparação com aquelas enfermidades (Obesidade, Cardiopatias e Renal) onde foi possível podemos constatar que as taxas resultam superiores na população não esportiva que as que possuem os ex-atletas.

          Unitermos: Ex-atletas. Enfermidades. Saúde.

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 131 - Abril de 2009

1 / 1

Introdução

    Os resultados desportivos sempre exigem de seus protagonistas grandes esforços, especialmente na saúde.

    Os treinos esportivos são cada dia mais forte e os níveis fisiológicos chegam a seus limites em muitas oportunidades; podendo afeitar a saúde.

    Devido à repetição das grandes cargas (volume e intensidade) físicas em que se desenvolvem os treinamentos desportivos e os longos anos de influencia diária deles, quando estes desaparecerem de forma repentina devido à terminação da vida como atleta ativo de alto rendimento esta falta de estímulo pode produzir desajustes na saúde dos ex-atletas. (López, 2000).

    É por isso que López (2000, 2001 e 2007), trata a temática da necessidade de realizar um processo de destreinamento desportivo nesses ex-atletas; a fim de obter neles um processo de re-adaptação a sua vida como não atleta ativo, mas com um nível de capacidade física de uma pessoa ativa, onde as enfermidades crônicas não transmissíveis sejam evitadas ao máximo possível como indica uma grande quantidade de literatura especializada.

    Segundo López (2001) por Destreinamento Desportivo entende-se como um processo pedagógico, com um objetivo puramente médico-profilático para a saúde, encaminhado à diminuição gradual, planejada em sua dosagem da capacidade de trabalho orgânico-esportivo, com o objetivo de descarregar ou reduzir no atleta os efeitos biológicos das grandes cargas físicas às que há estado submetido durante um longo período de tempo.

    Em nosso estudo tratamos de conhecer o nível de saúde de um grupo de ex-atletas que moram em Brasília-DF e a partir de seus resultados realizarem uma comparação preliminar com os níveis de saúde algumas enfermidades da população desse Estado.

Metodologia

    Foram entrevistados 76 ex-atletas (53 masculino e 23 feminino) de diferentes esportes que moram em Brasília-DF.

    Os critérios de inclusão foram os seguintes:

  • Ex-atletas com resultados destacados em competições nacionais e internacionais.

  • Haver estado submetido a treinamentos desportivos sistemáticos com altas cargas físicas por um tempo não menor de cinco anos.

    Foi aplicado um questionário para conhecer o nível de estado de saúde físicas deles; assim como outros aspectos relacionados a seus sistemas de treino desenvolvido durante sua vida como atleta ativo de alto rendimento.

    O processamento estatístico aplicado foi a partir da freqüência e seus porcentagem nas respostas obtidas dos ex-altetas entrevistados.

    Posteriormente foi realizada uma comparação com a população de Brasília-DF em algumas doenças a partir da página da internet do Ministério da Saúde/SE/Datasus - Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS - SIA/SUS., onde apresentam dados da Secretaria de Saúde (http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/idb2007/matriz.htm#morb).

Resultados e discussão

Tabela Nº 1. Resultados da idade

Parâmetros Estatísticos

Resultados

Média

35,88

Mediana

37,00

Moda

35,00

    Em quanto à idade, se observou que a média foi de 35 anos o que indica que estes ex-atletas foram aposentados bastante jovens de sua carreira esportiva. Isto pode responder aos elementos colocados na introdução deste artigo relacionados com que o esporte de alto rendimento não produz benefícios na saúde devido a seu nível de exigência. (López, 2000).

Tabela Nº 2. Distribuição por esporte

Esportes

Freqüência

%

01

Atletismo

09

11,9

02

Basquete

03

3,9

03

Boxe

08

10,6

04

Ciclismo

03

3,9

05

Futebol

07

9,3

06

Judo

04

5,4

07

Karatê

22

28,9

08

Luta

03

3,9

09

Natação

03

3,9

10

Polo aquático

03

3,9

11

Saltos ornamentais

05

6,6

12

Traitlon

03

3,9

13

Voleibol

03

3,9

 

Total

76

100,0

    Como se pode analisar na tabela Nº 2, a maioria dos ex-atletas entrevistados foi do esporte de Karatê (28,9%), continuando-lhes o Atletismo (11,9%), o Boxe (10,6%) e o Futebol (9,3%). É interessante observar que em sentido geral os esportes com maior quantidade de ex-atletas aposentados foram aqueles que têm como característica o contato pessoal em suas competições e treinos, o que pode produzir um maior desgaste orgânico, devido aos impactos que recebe o atleta.

Tabela Nº 3. Ano em que pararam como atleta ativo

Parâmetros Estatísticos

Resultados

Média

1999

Mediana

2000

Moda

1998

    Os ex-atletas entrevistados foram aposentados como média no ano 1999, o que os caracteriza como relativamente jovem (elemento já observado na tabela Nº 1 – Idade); mas ao mesmo tempo duração suficiente para que se manifestem os sintomas dos efeitos do destreinamento desportivo, segundo a literatura revisada. (Correa e Ucha, 2001; Cazón, López e Góngora, 2007).

Tabela Nº 4. Tempo como atleta ativo

Parâmetros Estatísticos

Resultados

Média

11,7

Mediana

10,0

Moda

10,0

    O tempo como atleta de alto rendimento, se apresenta na tabela Nº 4, onde podemos considerar que a media obtida (11,7 anos), representa um bom tempo para produzir as mudanças biológicas que acontecem em um organismo que leva uma vida deste tipo. Também podem observar-se nesta tabela, a partir dos resultados da moda, que o valor de 10 anos foi o que nos prevaleceu ex-atletas estudados.

Tabela Nº 5. Regimes ou sessões de treinamento desenvolvido na vida esportiva

Regime Esportivo

Freqüência

%

1 vez x dia

17

22,4

2 vez x dia

27

35,5

Mais de 2 vez x dia

32

42,1

Total

76

100,0

    Os resultados comentados na tabela anterior se unem os resultados desta tabela (Nº 5), onde se observa que a maioria (42,1%) dos ex-atletas, realizaram mais de 2 sessões de treinamento diários, o que reforça o expressado anteriormente em relação as mudanças biológicas de organismo de um desportista. (López, 2000).

Tabela Nº 6. Melhores resultados esportivos dos ex-atletas em sua vida ativa

Melhores Resultados

Freqüência

%

Nacional

53

69,7

Internacional

23

30,2

Total

76

100,0

    Embora que os resultados desportivos nacionais são os que predominam (69,7%), o que resulta muito mais importante para nosso estudo é o resultado do tempo que foram atletas ativos (tabela Nº 4) e os regimes de treinamentos a que foram submetidos (tabela Nº 5). De qualquer forma existem resultados nacionais de destaque nos ex-altetas estudados.

Tabela Nº 7. Ex-atletas que sofreram sobre treinamento esportivo

Sobretreinamento

Freqüência

%

Sim

29

38,2

Não

47

61,8

Total

76

100,0

    Na tabela Nº 7 mostram que uma parte (38,2%) dos ex-atletas apresentou problemas de sobre treinamento, elemento este a ter cuidado, pelas afetações que isto trace para a saúde. Mas também quedo demonstrado que as cargas físicas a que foram submetidas estas pessoas foram grandes.

Tabela Nº 8. Enfermidades sofridas durante sua vida esportiva

Enfermidades

Freqüência

%

Hepatites

0

0,0

H.T.A.

1

3,2

Anemia

10

31,2

Estresse

21

65,6

Neuropatia

0

0,0

Hipercolesterolêmia

0

0,0

Total

32

100,0

    Na tabela Nº 8 se apresentam os resultados das enfermidades transcorridas durante a vida desportiva. Temos que esclarecer, que este total não coincide com amostra, pois um mesmo atleta pode ter sofrido várias enfermidades e outro não tiver doenças.

    Como pode ser observado na tabela, o estresse (65,6%) foi a doenças com maior incidência nos ex-atletas estudados, elemento este lógico no regime de vida de um atleta de alto rendimento, devido aos compromissos de resultados em competências a que constantemente é submetido. Continuando em ordem descente temos a anemia (31,2%) o que reflexos problemas sérios de nutrição, elemento este que como é conhecido pode deixar graves problemas de saúde para toda a vida. Por último temos a hipertensão arterial (3,2%).

Tabela Nº 9. Ex-atletas com seqüelas devido às doenças sofridos

Secuelas

Freqüência

%

Sim

5

15,6

Não

27

84,4

Total

32

100,0

    Como pode observar-se a partir das respostas obtidas dos ex-atletas entrevistados a maioria (84,4%) manifestou não ter seqüelas das enfermidades sofridas durante desportiva.

Tabela Nº 10. Ex-atletas que receberam informação sobre o destreinamento desportivo durante sua vida como atleta

Informação Recebida

Freqüência

%

Sim

16

21,0

Não

60

79,0

Total

76

100,0

    Na tabela Nº 10 a maioria (79,0%) dos ex-atletas entrevistados não receberam nenhuma informação sobre o quê fazer logo após de terminadas sua vida como atleta ativo de alto rendimento.

    Aguilar (2002) em seu estudo com 165 ex-atletas cubanos, manifesta que só um 15,0 % tinha informação sobre o processo de destreinamento desportivo.

    Cazón, López e Góngora (2007) em um estudo realizado com chilenos e brasileiros, demonstraram que o nível de orientação relacionado com o destreinamento desportivo que possuem os dos treinadores é muito baixo (18,2 %).

    Pacheco (2002) encontrou em sua pesquisa que um 40% dos ex-atletas procurou orientação enquanto 30% não procuraram e os outros 30% procurou em parte. Mas esta orientação consistiu em conversas com familiares (maior incidência) e em algumas vezes com os técnicos da modalidade.

Tabela Nº 11. Forma em que se afastaram os ex-atletas de sua vida esportiva.

Forma de Afastamento

Freqüência

%

Brusca

44

57,9

Gradual

21

42,1

Total

76

100,0

    Apresentamos na tabela Nº 11, os resultados referentes ao comportamento dos ex-atletas estudados em relação à forma em que se afastaram de sua vida desportiva. Como pode observar-se dos 76 ex-atletas estudados, 44 foram afastados bruscamente (57,9%) e 21 foram afastados gradualmente (42,1%). Observarem-se como estes resultados têm relação com os obtidos na tabela Nº 10, onde se mostra um alto índice de desinformação que estes ex-atletas possuem sobre a necessidade de um processo de destreinamento desportivo.

    Aguilar (2002) obteve em seu estudo com ex-atletas (165) de diferentes esportes, resultados que se aproximam muito aos obtidos em nossa pesquisa com um 65,4% de ex-atletas afastados de forma brusca o que troce como resultados a aparição segundo eles de diferentes doenças. Igualmente aconteceu com outro estudo desenvolvido por Carabeo e at.(2002) onde se encontrou que um 70,0% dos ex-atletas não realizam atividade físicas após de seu afastamento.

    Por sua parte Cazón, López e Góngora (2007), no estudo já explicado anteriormente, encontraram que só um 34,5 % dos ex-atletas se afastaram gradativamente dos treinamentos depois de terminadas sua vida como atleta ativo do esporte de alto rendimento.

Tabela Nº 12. Ex-atletas doente pós-carreira esportiva

Ex-Atletas Doentes

Freqüência

%

Sim

15

19,7

Não

61

80,3

Total

76

100,0

    Na tabela Nº 12 observamos os valores referentes aos ex-atletas que ficaram doentes após de terminaram sua carreira desportiva. Dos ex-atletas pesquisados 15 (19,7%) apresentaram doenças depois do afastamento do esporte que praticavam e 61 (80,3%) não apresentaram nenhuma doença.

    Esta mesma tendência foi encontrada por Ucha et al. (2001), onde estudou um grupo de 565 ex-atletas de atletismo, beisebol, basquete, e voleibol, que foram afastados de sua vida desportiva entre os anos 1998-2000 e que apresentaram um 36,8% de diferentes doenças crônicas não transmissíveis ao termino de sua carreira desportiva.

    Resultados parecidos encontraram Cazón, López e Góngora (2007) em um estudo realizado com ex-atletas.

Tabela Nº 13. Ocorrências de doenças segundo forma de afastamento

Ex-Atletas Doentes

Freqüência

%

Bruscas

14

93,3

Gradual

1

6,7

Total

15

100,0

    Na tabela N.º 13, apresentamos os resultados do comportamento das ocorrências de doenças segundo forma de afastamento a partir dos ex-atletas que ficam doentes na tabela anterior. Dos 15 ex-atletas que ficaram doentes depois do afastamento 14 (93,3%) foram afastado de uma forma brusca e só 1 (6,7%) ficou doente depois de afastasse de forma gradual.

    Aguilar (2002) obteve resultados parecidos numa pesquisa desenvolvida onde o 65% dos ex-atletas pesquisados ficaram doentes depois de uma parada brusca de suas atividades como atletas de alto nível.

Tabela Nº 14. Características das enfermidades nos ex-atletas doentes

Doenças

Freqüência

%

Obesidade

5

33,3

Cardiopatia

3

20,0

Hérnia

2

13,3

Dores

3

20,0

Disfunção Hormonal

1

6,7

Câncer

0

0,0

Renal

1

6,7

Hepatite

0

0,0

Anemia

0

0,0

Total

15

100,0

    Na tabela Nº 14 observamos a freqüência das enfermidades que afetaram aos ex-atletas. A obesidade, cardiopatia, dores e hérnia foram as enfermidades que afetaram maior numero de ex-atletas com 33,3%, 20,0% (para o caso de cardiopatia e dores) e 13,3 % respectivamente, seguido de disfunção hormonal e renal com 6,7 %.

    Estes resultados concordam com o estudo de Correa e Ucha (2001) onde se evidenciam uma predominância da presencia de cardiopatias isquêmicas (1,2%) e hipertensão arterial (24,7%) em ex-atletas de diferentes modalidades desportivas.

    Por sua parte os resultados do estúdio de Aguilar (2002), mostram também predominância na presencia de doenças cardiovasculares (H.T.A. – 29,7%) e obesidade (13,9%) em ex-atletas que não foram submetidos a processos de destreinamentos.

    Em outro estudo desenvolvido por Carabeo e at. (2002) se encontrou um 20,0% de H.T.A. e 54,0% de sobrepeso.

    Por sua parte Mazorra (1984) também encontrou em ex-atletas com altos resultados olímpicos e mundiais presencia de H.T.A. e aumento de peso.

    Lopes e at. (2007) encontraram aumento de peso em um 50,1% e de adiposidade em um 82,9%, em um estudo com ex-atletas de natação.

    Por outra parte Hernández (1994), achou ex-atletas com problemas a nível psicológico e que se associam a doenças de caráter físicas, como hipertensão, enfermidades cardiovasculares, obesidade, etc.

Tabela Nº 15. Após de quanto tempo surgiu às doenças.

Anos

Freqüência

%

1

5

62,5

2

1

12,5

6

1

12,5

10

1

12,5

Total

8

100,0

    Na tabela Nº 15 se apresentam os tempos em que apareceram as doenças analisadas na tabela Nº 14 nestes ex-atletas. Podemos observar que o predomínio foi de um ano após do terminou de sua vida dentro do esporte de alto rendimento.

Tabela Nº 16. Analises das enfermidades de maior incidência nos ex-atletas com a população de Brasília-DF.

Doenças

Ex-Atletas (%)

Brasília-DF (%)

Obesidade

33,3

Sobrepeso

Obesidade

Excesso de Peso

25,4

8,7

34,1

Cardiopatia

20,0

24,0

(Hipertensão Arterial)

Renal

6,7

11,4

(pacientes em diálise por 100 mil habitantes)

Fonte: Obesidade e Cardiopatia: Ministério da Saúde/SUS e Instituto Nacional do Câncer (INCA): Inquérito Domiciliar de Comportamentos de Risco de Morbidade Referida de Doenças e Agravos Não Transmissíveis. Indicadores de morbidade e fatores de risco. IDB 2007 BRASIL. Renal: Ministério da Saúde/SE/Datasus - Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS - SIA/SUS (acesso em 10 de setembro de 2008). http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/idb2007/matriz.htm#morb

    Devido às altas incidências nas enfermidades de obesidade e cardiopatias, tanto em nossos resultados, como na literatura revisada, decidimos realizar um intento de analisar preliminarmente as taxas destas enfermidades na população de Brasília-DF a partir da fonte já indicada anteriormente.

    Embora que nós utilizamos o termo Obesidade, ele inclui as 3 classificações utilizadas pelo SUS do Ministério de Saúde, igualmente acontece com a cardiopatia e as doenças renais.

    Como pode ser observada na tabela Nº 16, as taxas resultam superiores às que possuem os ex-atletas.

    Estes resultados nos fez pensar que é possível que devido à prática sistemática do esporte durante tantos anos, embora de suas características (altas cargas físicas), a saúde dos atletas fica melhor após de termino de sua carreira esportiva que as pessoas da população insuficientemente ativa.

    O parâmetro dores (20,0% - ex-atletas), não foi possível comparar devido a ser um sintoma e não uma doença; alem de não estar a informação na fonte pesquisada.

Conclusões

  1. Na amostra de ex-atleta que foram pesquisados a maior parte são jovens do gênero masculino, e que fundamentalmente treinaram esportes de luta (o Karatê e o Boxe); mas com tempo suficiente para que se manifestem os sintomas dos efeitos do destreinamento desportivo.

  2. Os ex-atletas pesquisados estiveram uma vida esportiva de 11,7 anos e receberam grandes cargas físicas; pois a maioria (42,2%) desenvolveram mais de 2 sessão de treinamento por dia. Isto traço como resultados performas de nível tanto nacional como internacional.

  3. Podemos considerar elevada a carga física recebida por estes ex-altetas (42,1 % tiveram mais de duas sessões de treinamento por dia); isto pode ter relação com a quantidade de ex-atletas que tiveram sobre treinamento (38,2%); assim como também pode estar relacionado com o que aconteceu em sua saúde depois de terminada sua vida como atleta dentro do esporte de alto rendimento.

  4. As doenças mais sofridas pelos ex-atletas durante sua vida no esporte de alto rendimento foram o estresse (65,6%) e anemia (31,2%); isto deve ter relação com o sobre treinamento reportado pelos ex-atletas. Mas devemos esclarecer que estas doenças não deixaram um nível de seqüelas alto (6,1%).

  5. A maioria dos ex-atletas pesquisados (79,0%) não recebeu informação alguma sobre a necessidade de desenvolver um processo de destreinamento desportivo, logo de terminada sua vida dentro do esporte de alto rendimento como atleta. É devido a isto, que a maioria (57,9%) se afastou de forma brusca ficando doentes deste total um 93,3%, sendo as doenças com maiores incidências: obesidade (33,3%), cardiopatias e dores (20,0%), hérnia (13,3%), doenças renais e disfunção hormonal (6,7%). Estes resultados comparados com a população do DF representam um nível inferior.

  6. Todas estas manifestações patológicas apareceram ao ano do termino da vida como atleta de alto rendimento.

Bibliografia

  • Aguilar Rodríguez, E. Caracterización integral de un grupo de atletas retirados de Ciudad de la Habana. Edita Aguilar Rodríguez. Reinol Hernández González. Tutor. Tesis de maestría, ISCF (CH). 2002.

  • Carabeo D.A.I., Curbelo A.D.V., Cartaya R.A.J., Olivera M.G. y Díaz M.F. Propuesta de actividades para la confección de un programa de Destreinamento aplicable a ciclistas retirados de la modalidad ruta. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 8 - N° 46 - Marzo de 2002. http://www.efdeportes.com/efd46/ciclis.htm.

  • Cazón L.R., López R.F.A. e Góngora, C. Estudio preliminar de los efectos sobre algunos aspectos del nivel de salud en atletas retirados que no realizaron un proceso de desentrenamiento deportivo y el nivel de conocimiento de sus entrenadores: una comparación entre Chile y Brasil. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 12 - N° 112 - Septiembre de 2007. http://www.efdeportes.com/efd112/desentrenamiento-deportivo.htm

  • Cazón L.R. Efeitos do processo de destreinamento desportivo sobre a saúde de ex-atletas de alto rendimento. Dissertação apresentada como requisito parcial à obtenção do grau de Doutor em Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Universidade de Brasília – UnB. 2008.

  • Correa, M.T.D y Garcia F.U. Caracterización de las enfermedades crónicas no trasmisibles en deportistas retirados. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 7 - N° 37 - Junio de 2001. http://www.efdeportes.com/efd37/enf.htm

  • Hernández, J. A. M. Transtornos psicológicos en la retirada o jubilación del desportista, I.A D. Junta de Andalucia, Cap VII, p. 363-377,1994.

  • López, R.F.A. La medicina deportiva en el entrenamiento deportivo (I). Sus funciones. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires. Año 5. Nº 22. Junio de 2000. http://www.efdeportes.com/efd22/medic1.htm

  • López, R.F.A. La Medicina Deportiva en el Treinamento Desportivo III. Destreinamento desportivo: Teoría o hipótesis. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires – año 5 – n. 25, septiembre 2000. http://www.efdeportes.com/efd25b/desentr.htm

  • López, R.F.A. Desentrenamiento: análisis y criterios actuales. EFDeportes.com, Revista Digital Buenos Aires. Año 7. Nº 37. Junio de 2001. http://www.efdeportes.com/efd37/desentr.htm

  • López, R.F.A., Forteza, A.R., Cazón, R.L. Princípios metodológicos do destreinamento desportivo. EFDeportes.com, Revista Digital - Buenos Aires - Año 7 - N° 40 - Setiembre de 2001. http://www.efdeportes.com/efd40/princ.htm

  • López, R.F.A. Desentrenamiento deportivo y desacondicionamiento físico: similitudes y diferencias. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 12 - N° 113 - Octubre de 2007. http://www.efdeportes.com/efd113/desentrenamiento-deportivo-y-desacondicionamiento-fisico.htm

  • Mazorra Zamora, R. Atividade Física y Salud. Raúl Mazorra Zamora. La Habana: Ed. Científico-Técnica, 1984. 168 p.

  • Ministério da Saúde. DATASUS. Indicadores de morbidade e fatores de risco. IDB 2007 BRASIL (acesso em 10 de setembro de 2008). http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/idb2007/matriz.htm#morb

  • Pacheco, R Expectativas e efeitos do encerramento da carreira para o atleta de alto nível no Brasil. Dissertação (Mestrado) – Universidade Católica de Brasília. Brasília, 2002.

Outros artigos em Portugués

  www.efdeportes.com/

revista digital · Año 14 · N° 131 | Buenos Aires, Abril de 2009  
© 1997-2009 Derechos reservados