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ISSN 1514-3465

 

Reabilitação cardíaca na sarcopenia grave: um estudo de caso

Cardiac Rehabilitation in Severe Sarcopenia: A Case Study

Rehabilitación cardíaca en sarcopenia grave: un estudio de caso

 

Rafaela Bassan Bortoluzzi*

rafaelabortoluzi@gmail.com

Viviane Bohrer Berni**

viviane.bohrer@gmail.com

Marlusse Silveira+

lussisilveira@yahoo.com.br

Isabella Martins de Albuquerque++

isabella@ufsm.br

 

*Graduanda em Fisioterapia

pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)

Atualmente bolsista do Conselho Nacional

de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)

pelo Programa de Iniciação Científica - PIC HUSM-UFSM/EBSERH

**Mestre em Distúrbios da Comunicação Humana

pelo Programa de Pós-Graduação em Fonoaudiologia pela UFSM

Fisioterapeuta do Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM/EBSERH)

+Mestre em Enfermagem pelo Programa

de Pós-Graduação em Enfermagem pela UFSM

Enfermeira Assistencial do Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM/EBSERH)

desde 2006, sendo a partir de 2019 em atividade

no ambulatório multiprofissional da instituição.

++Doutorado em Ciências Médicas

pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Professora Associada Nível 3

do Departamento de Fisioterapia e Reabilitação

e o do Programa de Pós-Graduação

em Ciências do Movimento e Reabilitação da UFSM.

(Brasil)

 

Recepción: 10/05/2025 - Aceptación: 29/07/2025

1ª Revisión: 30/06/2025 - 2ª Revisión: 22/07/2025

 

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https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt

Cita sugerida: Bortoluzzi, R.B., Berni, V.B., Silveira, M., e Albuquerque, I.M. de (2025). Reabilitação cardíaca na sarcopenia grave: um estudo de caso. Lecturas: Educación Física y Deportes, 30(328), 164-177. https://doi.org/10.46642/efd.v30i328.8374

 

Resumo

    Introdução: A sarcopenia é uma doença muscular de natureza multifatorial e sistêmica, caracterizada pela perda progressiva de força e massa muscular, na qual ocasiona impactos na funcionalidade, aumento do risco de fragilidade e mortalidade a longo prazo. Sabe-se que a cirurgia cardíaca ocasiona uma resposta inflamatória sistêmica associada à sarcopenia. Objetivo: Relatar e avaliar a eficácia de um programa de reabilitação cardíaca (Fase 2) em um paciente no pós-operatório de cirurgia de revascularização do miocárdio com sarcopenia grave do Serviço de Reabilitação Cardíaca do Hospital Universitário de Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil. Método: Trata-se de um estudo de caso de um paciente do sexo masculino, 63 anos, com diagnóstico de sarcopenia grave no âmbito de um programa de reabilitação cardíaca. Os desfechos avaliados foram: capacidade funcional (teste de caminhada de seis minutos), espessura muscular (ultrassonografia), resistência muscular periférica (força de preensão palmar e teste de sentar e levantar de 1 minuto) e qualidade de vida (Minnesota Living with Heart Failure Questionnaire). Resultados: Paciente foi inserido no programa, composto por exercício aeróbico e de resistência adicionado a estimulação elétrica funcional, realizado duas vezes por semana durante 12 semanas. Após o término, constatou-se melhora em todos os desfechos demonstrando a efetividade do programa de reabilitação. Conclusão: Os achados ratificam a efetividade da reabilitação cardíaca em pacientes com sarcopenia grave pós cirurgia cardíaca, assim como demonstram a importância do rastreio precoce e intervenção dessa condição, mesmo em pacientes não idosos, no cenário da reabilitação cardíaca.

    Unitermos: Relato de caso. Reabilitação cardíaca. Sarcopenia.

 

Abstract

    Introduction: Sarcopenia is a multifactorial and systemic muscle disease characterized by progressive loss of muscle strength and mass, which impacts functionality, increases the risk of frailty, and long-term mortality. Cardiac surgery is known to cause a systemic inflammatory response associated with sarcopenia. Objective: To report and evaluate the efficacy of a cardiac rehabilitation program (Phase 2) in a patient with severe sarcopenia after coronary artery bypass graft surgery at the Cardiac Rehabilitation Service of the University Hospital of Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brazil. Method: This is a case study of a 63-year-old male patient diagnosed with severe sarcopenia during a cardiac rehabilitation program. The outcomes evaluated were: functional capacity (six-minute walk test), muscle thickness (ultrasound), peripheral muscle endurance (handgrip strength and 1-minute sit-to-stand test), and quality of life (Minnesota Living with Heart Failure Questionnaire). Results: The patient was enrolled in the program, consisting of aerobic and resistance exercise combined with functional electrical stimulation, performed twice a week for 12 weeks. After completion, there was an improvement in all outcomes, demonstrating the effectiveness of the rehabilitation program. Conclusion: The findings confirm the effectiveness of cardiac rehabilitation in patients with severe sarcopenia after cardiac surgery, as well as demonstrating the importance of early screening and intervention for this condition, even in non-elderly patients, in the cardiac rehabilitation setting.

    Keywords: Case report. Cardiac rehabilitation. Sarcopenia.

 

Resumen

    Introducción: La sarcopenia es una enfermedad muscular multifactorial y sistémica caracterizada por la pérdida progresiva de fuerza y masa muscular, que impacta la funcionalidad, aumenta el riesgo de fragilidad y aumenta la mortalidad. Se sabe que la cirugía cardíaca desencadena una respuesta inflamatoria sistémica asociada con la sarcopenia. Objetivo: Informar y evaluar la efectividad de un programa de rehabilitación cardíaca (Fase 2) en un paciente con sarcopenia severa después de una cirugía de injerto de derivación de la arteria coronaria en el Servicio de Rehabilitación Cardíaca del Hospital Universitario de Santa María, Rio Grande do Sul. Método: Estudio de caso de paciente masculino de 63 años diagnosticado con sarcopenia severa como parte de un programa de rehabilitación cardíaca. Los resultados evaluados fueron: capacidad funcional (prueba de caminata de seis minutos), grosor muscular (ultrasonido), resistencia muscular periférica (fuerza de prensión manual y prueba de sentarse y levantarse de 1 minuto) y calidad de vida (Minnesota Living with Heart Failure Questionnaire). Resultados: El paciente se inscribió en el programa, que consistió en ejercicios aeróbicos y de resistencia combinados con estimulación eléctrica funcional, dos veces por semana, 12 semanas. Tras su finalización, se observaron mejoras en todos los resultados, lo que demuestra la eficacia del programa. Conclusión: Los hallazgos confirman la eficacia de la rehabilitación cardíaca en pacientes con sarcopenia grave tras cirugía cardíaca, y demuestran la importancia de la detección temprana y la intervención para esta afección, incluso en pacientes que no son personas mayores, en el contexto de la rehabilitación cardíaca.

    Palabras clave: Relato de caso. Rehabilitación cardíaca. Sarcopenia.

 

Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 30, Núm. 328, Sep. (2025)


 

Introdução 

 

    A sarcopenia, palavra derivada do grego sarx (músculo) e penia (deficiência), configura-se como uma condição multifatorial na qual está associada à idade e tem como características principais a perda de força e massa muscular de forma progressiva, com impacto significativo na capacidade funcional e laboral do indivíduo (Ansaripour et al., 2023; Cruz-Jentoft et al., 2019; Hollingworth, Oke, Patel, e Smith, 2021; Tomassini, Abbasciano, e Murphy, 2021). Tal condição também está associada à redução da qualidade de vida e aumento do risco de fragilidade e mortalidade a longo prazo. (Ansaripour et al., 2023; Cruz-Jentoft et al., 2019)

 

    No início ano de 2018, o European Working Group on Sarcopenia in Older People (EWGSOP2) atualizou a definição anteriormente apresentada, trazendo uma definição clínica e prática. De acordo com essa atualização, a probabilidade de sarcopenia é dada pelo critério de baixa força muscular. O diagnóstico propriamente dito é confirmado por baixa quantidade ou qualidade muscular. Por fim, se forem atendidos os critérios 1 e 2, somados ao critério 3, que é caracterizado por baixo desempenho físico, a sarcopenia é considerada como grave. (Cruz-Jentoft et al., 2019; Nunes et al., 2021)

 

    Ademais, a doença pode ser subdividida em duas categorias: primária e secundária. A sarcopenia primária está associada à idade, sem outra causa evidente, enquanto a sarcopenia secundária, também chamada de composta, tem relação com doenças cardiovasculares (DCV), diabetes, doenças respiratórias e cirurgia cardíaca (Pontes, 2022). Outrossim, de acordo com um estudo de 2017, aproximadamente 31,8% dos pacientes submetidos à cirurgia cardíaca desenvolveram sarcopenia após a intervenção. (Kamyia et al., 2017)

 

    Entretanto, mesmo que a sarcopenia apresente elevada taxa de incidência e seja cada vez mais prevalente no pós-operatório de cirurgias cardíacas, ainda é uma condição subestimada, principalmente, em relação a essa população (Pontes, 2022). Dessa forma, estudos recentes vêm destacando a importância do rastreio precoce dessa condição pelos profissionais da saúde, principalmente no âmbito da reabilitação cardíaca, de forma a prevenir desfechos adversos, como hospitalizações e óbitos (Damluji et al., 2023; Mirzai et al., 2022; Steinmetz et al., 2024). Para isso, ressalta-se a necessidade de uma intervenção multiprofissional especializada direcionada à interrupção e/ou o atenuamento da progressão da sarcopenia, bem como a redução de eventos cardiovasculares desfavoráveis. (Damluji et al., 2023; Mirzai et al., 2022; Steinmetz et al., 2024)

 

    Em recente estudo de coorte, Zeng et al. (2024) demonstraram que a progressão da sarcopenia aumenta o risco de doenças cardiovasculares, por outro lado, uma melhora na sarcopenia reduz o risco dessa possibilidade. Nesse sentido, Bielecka-Dabrowa et al. (2020) apontam que nos últimos anos tem havido um interesse crescente na compreensão da atrofia muscular e da fragilidade em um amplo espectro de pacientes com DCV, sobretudo mais recentemente, em pacientes no pós-operatório de cirurgias cardíacas.

 

    Dentro desse contexto, o presente estudo teve como objetivo relatar e avaliar a eficácia de um programa de reabilitação cardíaca (Fase 2) em um paciente no pós-operatório de cirurgia de revascularização do miocárdio (CRM) portador de sarcopenia grave.

 

Metodologia 

 

    Trata-se de um estudo de caso de um paciente cardiopata com diagnóstico de sarcopenia grave o qual foi vivenciado no Programa de Reabilitação Cardiovascular (Revicardio) do Serviço de Cardiologia do Hospital Universitário de Santa Maria/Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (HUSM/EBSERH), Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil. Esse estudo atendeu a Resolução CNS n° 466/12 do Conselho Nacional de Saúde e obteve aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da instituição sob CAAE 76412423.1.0000.5346 com assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) pelo paciente.

 

Informações do paciente 

 

    Paciente do sexo masculino, 63 anos de idade, índice de massa corporal (IMC) 22,58 kg/m², profissional autônomo, casado, portador de diabetes mellitus tipo 2 (DM2), doença pulmonar restritiva e insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (ICFEP) de 48%. No ano de 2015, o paciente foi submetido à angioplastia transluminal percutânea (ATP) e no mês de outubro de 2022, em decorrência de infarto agudo do miocárdio (IAM), o paciente foi submetido à cirurgia de revascularização do miocárdio (CRM), com tempo de circulação extracorpórea (CEC) de 87 minutos, permanecendo 10 dias internado na Unidade Coronariana Intensiva (UCI), evoluindo para um tempo total de internação hospitalar de 41 dias (Figura 1).

 

    Ademais, após 3 meses da alta hospitalar, em janeiro de 2023, o paciente foi encaminhado para a Fase 2 do Programa de Reabilitação Cardiovascular do HUSM (Revicardio), no qual no primeiro momento foram realizadas avaliações com a finalidade de nortear a conduta terapêutica baseando-se no perfil e especificidade clínica e funcional do paciente.

 

Figura 1. História da doença e fluxograma da reabilitação

Outubro/2022

Novembro/2022

Janeiro/2023

Abril/2023

Internação HUSM: IAM.

- Tempo de internação

UCI: 10 dias

Enfermaria: 31 dias.

Alta Hospitalar

Encaminhamento médico e admissão e avaliação inicial no programa de RC do HUSM.

- Instrumentos de avaliação: TC6M, US, TSL1, MLHFQ, dinamometria.

Avaliação pós-participação.

- Instrumentos de avaliação: TC6M, US, TSL1, MLHFQ, dinamometria.

Siglas: IAM: infarto agudo do miocárdio, UCI: unidade coronariana intensiva, RC: reabilitação cardiovascular, HUSM: Hospital Universitário de Santa Maria, TC6M: teste de caminhada de seis minutos, US: ultrassonografia, TSL1: teste de sentar e levantar de um minuto, MLHFQ: Minnesota Living With Heart Failure Questionnaire. Fonte: Dados da pesquisa

 

Análise estatística 

 

    Para a análise dos dados, realizou-se o processo com uma análise descritiva, sendo os dados apresentados em média, desvio padrão ou porcentagens. Todas as etapas das análises foram conduzidas através do programa Statistical Package for the Social Sciences (versão 24.0).

 

Resultados 

 

Avaliação inicial 

 

    A seguir, serão apresentadas as avaliações iniciais realizadas no período que antecedeu a participação do paciente no programa de RC.

 

Avaliação das variáveis antropométricas 

 

    A avaliação constituiu a medição da circunferência da panturrilha (CP), massa corporal, estatura e cálculo do IMC. Sendo que a CP foi mensurada através de fita métrica e a massa corporal, estatura e o IMC foram avaliadas conforme preconizado pela International Society for the Advancement of Kinanthropometry (ABESO, 2009; International Society for the Advancement of Kinanthropometry [ISAK], 2011). Como valores preditos para a CP foram utilizados os recentemente propostos por Champaiboon et al. (2023).

 

Avaliação da espessura muscular 

 

    A avaliação da espessura muscular do quadríceps femoral direito (QFD) - correspondente ao membro dominante do paciente - foi realizada através de um aparelho de ultrassonografia de alta resolução (Mindray, DP-2200 portátil, China), em modo B, com transdutor ecocardiológico (65C15EA 5,0-9,0 MHz, 4W) conforme protocolo previamente descrito no estudo de Fivez et al. (2016) e de Francis, Hoffer e Reynolds (2016) (Figura 2). Para o valor predito, considerou-se o ponto de corte proposto por Sabatino et al. (2024).

 

Figura 2. Avaliação da espessura muscular do quadríceps femoral por ultrassonografia

Figura 2. Avaliação da espessura muscular do quadríceps femoral por ultrassonografia

Fonte: Dados da pesquisa

 

Avaliação da capacidade funcional 

 

    A capacidade funcional foi avaliada através do Teste de caminhada de 6 minutos (TC6m), realizado conforme recomendações da American Thoracic Society (ATS, 2002), sendo que os valores da distância percorrida foram comparados aos preditos por Britto et al. (2013).

 

Avaliação da resistência muscular periférica 

 

    A resistência muscular periférica de membros superiores foi avaliada através da força de preensão palmar (FPP) medida através de um dinamômetro mecânico manual (Saehan Corporation SH5001, Korea) sendo realizada conforme protocolo de Amaral et al. (2012) e tendo como equação para o cálculo do valor predito a desenvolvida por Novaes et al. (2009). Ademais, a resistência muscular periférica de membros inferiores foi avaliada por meio do teste de sentar e levantar de 1 minuto (TSL1) conforme protocolo de Bohannon et al. (2019), e para o cálculo do valor predito foram utilizados os valores apresentados por Furlanetto et al. (2022).

 

Avaliação da qualidade de vida 

 

    A qualidade de vida foi mensurada através do questionário Minnesota Living With Heart Failure Questionnaire (MLHFQ), o qual possui um escore que varia de 0 a 105 pontos. (Carvalho et al., 2009)

 

Triagem da sarcopenia 

 

    Concomitantemente ao atendimento fisioterapêutico, o paciente também foi acompanhado por uma equipe multiprofissional, incluindo profissional da nutrição na qual realizou acompanhamento do paciente. No período de um mês de acompanhamento, o paciente apresentou uma perda de peso significativa de 3 quilogramas (kg), totalizando 5% da massa corporal total, reduzindo de 60 kg para 57 kg e 1,63 metros de estatura, caracterizando IMC igual a 21,45 kg/m², considerado normal de acordo com recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Além disso, a medida do índice de massa muscular apendicular (MMA) obtida através de bioimpedância elétrica (BIA) realizada através da balança TANITA BC601-CG (Champagne Gold) foi de 6,5 kg/m². 

 

    Mediante os resultados apresentados pelo paciente na avaliação fisioterapêutica inicial e nutricional, seguindo as recomendações do EWGSOP2, uma provável presença de sarcopenia foi identificada pela baixa força muscular, sendo o diagnóstico confirmado diante de baixa quantidade ou qualidade muscular (Cruz-Jentoft et al., 2019). Para avaliação da qualidade muscular foi utilizada a MMA, a qual foi mensurada através de BIA, cujo ponto de corte para possível sarcopenia, estabelecido por estudo prévio conduzido por pesquisadores brasileiros, foi de <6,47 kg/m² para mulheres e < 8,76 kg/m² para homens (Viana et al., 2018). Além disso, a medida da CP com valor inferior a 34 cm na população masculina é indicativa de depleção de massa muscular. (Champaiboon et al., 2023)

 

    Dentro desse contexto, com base nos critérios e avaliações supracitadas, pôde-se constatar a presença de sarcopenia grave, uma vez que o paciente atendeu aos seguintes parâmetros: baixa força muscular, baixa quantidade ou qualidade muscular e baixo desempenho físico, fatores os quais podem ser visualizados mediante interpretação da avaliação física do paciente (Cruz-Jentoft et al., 2019). Ademais, destaca-se que essa é uma condição a qual teve seu desenvolvimento após cirurgia cardíaca realizada pelo mesmo. 

 

Programa de Reabilitação Cardiovascular 

 

    A participação do paciente no programa de RC perdurou por um total de 24 sessões (duas sessões semanais/3 meses). O programa, no qual foi cuidadosamente baseado nas especificidades do caso e adaptado às condições físicas do paciente, teve como base o protocolo de Hermes et al. (2015) (Tabela 1) e o protocolo de estimulação elétrica funcional (EEF) proposto por Gonzatti et al. (2021) (Figura 3). Ressalta-se que o exercício aeróbico em esteira foi introduzido no treino a partir da 13ª sessão em virtude da limitação funcional do paciente.

Nesse sentido, a EEF foi associada precocemente ao programa de RC uma vez que a utilização desse recurso melhora a capacidade de exercício (Alves et al., 2022). Ademais, ao início (baseline) e ao término da sessão, mediante repouso prévio de cinco minutos, foi realizada a aferição dos sinais vitais, a qual baseou-se na mensuração de pressão arterial (PA), frequência cardíaca (FC), saturação periférica de oxigênio (SpO2), frequência respiratória (FR), sensação de dispneia (SD) e sensação de fadiga de membros inferiores (SFMMII).

 

Tabela 1. Prescrição do programa de reabilitação cardiovascular

Modalidade de exercício

Intensidade e volume

Grupo muscular

Tipo de carga

Semanas

Flexibilidade

- 10 minutos/dia

- Limiar da dor

MMSS e MMII

-

1ª a 24ª

Aeróbico em esteira ergométrica

- 30 minutos/dia

- 80 a 100% da FC correspondente ao 1° limiar ventilatório ou 4-6 pontos na escala de BORG modificada

-

-

13ª a 24ª

Estimulação elétrica funcional

- 30 minutos/dia

- 50 Hz, 400 µs, tempo de estimulação (ON) de 5 segundos e tempo de relaxamento (OFF) de 15 segundos (1° mês), e 10 segundos ON e 30 segundos OFF (2° mês) (Figura 2).

Quadríceps femoral

-

1ª a 13ª

Resistido

- 3 séries de 10 repetições por grupo muscular;

- 50% a 80% do teste de uma repetição máxima;

MMSS e MMII

Halteres, caneleiras, bandas elásticas, estação de musculação e peso livre.

1ª a 24ª

Legenda: MMSS: musculatura de membros superiores, MMII: musculatura de membros inferiores, seg: segundos, Hz: hertz, µs: largura de pulso. Fonte: Dados de pesquisa

 

Figura 3. Protocolo de estimulação elétrica funcional (EEF)

Figura 3. Protocolo de estimulação elétrica funcional (EEF)

Fonte: Dados de pesquisa

 

Avaliação pós-participação 

 

    Ao final das 12 semanas de intervenção foram novamente realizadas as avaliações funcionais. Na Tabela 2, podem ser observados os resultados das avaliações pré e pós-participação, assim como a porcentagem de diferença entre as mesmas e o valor predito.

 

Tabela 2. Comparação das variáveis pré e pós-programa de reabilitação cardiovascular

Variáveis

Pré

participação

Pós

participação

Δ %

Valor Predito

Antropometria

CP (cm)

29,1 cm

30 cm

3,09%

34 cm

Massa (kg)

60 kg

62,5 kg

4,16%

-

Estatura (cm)

1,63 cm

1,63 cm

-

-

IMC (kg/m²)

22,58 kg/m²

23,52 kg/m²

4,16%

-

Espessura Muscular

QFD (mm)

27,2 mm

28 mm

2,94%

34,4 mm

Capacidade Funcional

 

TC6M (m)

 

300 m

 

400 m

 

33,33%

 

590 m

Resistência Muscular Periférica

FPPD (kgf)

25 kgf

26 kgf

4%

39,99 kgf

TSL1 (rp)

7 rp

12 rp

71,4%

33 rp

Qualidade de Vida

MLHFQ (pontos)

36 pontos

27 pontos

25%

-

Variáveis: CP: circunferência da panturrilha, IMC: índice de massa corporal, QFD: quadríceps femoral direito, TC6M: teste de caminhada de seis minutos, FPPD: força de preensão palmar direita, TSL1: teste de sentar e levantar de um minuto, MLHFQ: Minnesota Living With Heart Failure Questionnaire. Medidas: cm: centímetros, kg: quilogramas, mm: milímetros, m: metros, kgf: quilograma-força, rp: repetições. Fonte: Dados de pesquisa

 

Discussão 

 

    A CRM é amplamente utilizada no tratamento de DCV, proporcionando alívio dos sintomas e redução das taxas de mortalidade (Mack et al., 2021). Contudo, sendo uma intervenção de alto nível de complexidade, mesmo em pacientes não idosos, como o paciente em questão, está associada a diversas complicações clínicas e físico-funcionais, entre elas a sarcopenia (Okamura et al., 2020; Yuenyongchaiwat, Kulchanarat, e Satdhabudha, 2020). O estresse cirúrgico, associado à utilização da CEC, ocasiona desregulação do metabolismo proteico, decorrente do hipercatabolismo pós-operatório, que consequentemente induz a perda de massa muscular e redução persistente da força muscular (Iida, Yamazaki, Arima, Kawabe, e Yamada, 2016). Ademais, o comprometimento muscular periférico contribui para o declínio funcional e redução da qualidade de vida em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca. (Van Venrooij, Verberne, de Vos, Borgmeijer-Hoelen, van Leeuwen, e de Mol, 2012)

 

    Neste sentido, visando a redução de fatores que contribuem para a atrofia e degradação muscular e nos quais amenizariam as chances do desenvolvimento da sarcopenia em pacientes submetidos à CRM (Damluji et al., 2023; Mirzai et al., 2022), evidências preconizam a instituição de programas de RC cuja estratégia central típica compreende a terapia baseada em exercício que combina exercícios aeróbicos e resistidos, no entanto, no início do programa o paciente apresentava uma intolerância ao exercício, mesmo de baixa intensidade (Herdy, López-Jimenez, Terzic, et al., 2014). Mediante tal aspecto de limitação funcional, frente às alterações no sistema muscular esquelético, optou-se pelo uso da EEF, modalidade de baixa frequência, fácil aplicabilidade e reduzido custo.

 

    Em ensaio clínico randomizado conduzido por nosso grupo de pesquisa foi demonstrado que a adição da EEF, mesmo que por um período relativamente curto e frequência semanal reduzida, foi capaz de potencializar os efeitos do exercício combinado e resistido sobre o fluxo arterial periférico e a qualidade de vida em pacientes pós CRM inseridos na Fase 2 da RC (Gonzatti et al., 2021). Além disso, contribui para o aumento da perfusão capilar e do fluxo sanguíneo intramuscular, de forma a potencializar os resultados da reabilitação. (Gonzatti et al., 2021)

 

    Os fatos supracitados podem ser observados mediante análise dos resultados da avaliação final do paciente, uma vez que através da porcentagem de diferença entre os testes pré e pós-participação, houve um aumento de todos os valores anteriormente mensurados, demonstrando a efetividade do programa de RC. Entretanto, os valores ainda permanecem inferiores aos estabelecidos como preditos, porém a diferença mínima clinicamente relevante foi atingida em grande parte dos desfechos avaliados.

 

    Observando-se os valores relacionados aos dados antropométricos, houve melhora nas variáveis passíveis de mudança, como CP, massa e IMC. Além disso, no que tange à capacidade funcional, a diferença de 100 metros no TC6M observada entre as avaliações pré e pós programa, supera de forma expressiva a diferença clinicamente relevante (MCID), que é de 25 m para pacientes com doença arterial coronariana após RC. (Gremeaux et al., 2011)

 

    Outrossim, com relação à resistência muscular periférica, a diferença de 7 repetições no baseline para 12 ao término da RC mensurada no TSL1, também se destaca por superar a mudança mínima clinicamente significativa, que é de 3,7 repetições consoante ao proposto por estudo recente realizado com pacientes cardiopatas (Tanriverdi et al., 2023). Ademais, há escassez de estudos que mencionem a diferença mínima clinicamente relevante da FPPD pré e pós-reabilitação cardiovascular. Entretanto, é importante destacar que a força de preensão palmar, quando menor que 24,9 kgf, é um indicador forte de mortalidade e internação hospitalar em pacientes com insuficiência cardíaca, portanto estando o paciente fora do valor mencionado. (Park et al., 2025)

 

    No que diz respeito à qualidade de vida, a MCID identificada em estudo que investigou o MLHFQ apresenta uma oscilação considerável, variando de 3,59 a 19,14 pontos (Gonzalez-Saenz de Tejada et al., 2019). Nesse contexto, a diferença de 9 pontos observada entre as avaliações inicial e final está enquadrada dentro do intervalo supracitado, demonstrando relevância clínica dos nossos achados.

 

Conclusão 

 

    O presente estudo de caso demonstrou a importância do rastreio precoce e da reabilitação cardiovascular em paciente cardiopata portador de sarcopenia grave após cirurgia cardíaca, uma vez que uma avaliação realizada com base em evidências científicas permitiu uma melhor estratificação do caso para posterior condução do programa dentro das especificidades clínicas e funcionais do indivíduo. Ademais, o relato também proporciona relevância para a prática clínica da temática sarcopenia pós cirurgia cardíaca e reabilitação cardiovascular, podendo auxiliar no direcionamento de futuros estudos sobre o assunto referenciado.

 

Apoio financeiro 

 

    Esse trabalho contou com o apoio do Programa de Iniciação Científica da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM) pela concessão de Bolsa de Iniciação Científica à primeira autora do estudo através do Edital nº 06/2024.

 

Referências 

 

ABESO (2009). Diretrizes brasileiras de obesidade 2009/2010 (3ª ed.). Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica. https://www.saude.df.gov.br/documents/37101/62896/2009_DIRETRIZES_BRASILEIRAS_DE_OBESIDADE.pdf/a26a48c7-4deb-0806-5be2-0516ca9042f7?t=1648347805162

 

Alves, I.G.N., Silva, C.M. da S., Martinez, B.P., Queiroz, R.S. de, e Gomez-Neto, M. (2022). Effects of neuromuscular electrical stimulation on exercise capacity, muscle strength, and quality of life in COPD patients: A systematic review with meta-analysis. Clinical Rehabilitation, 36(4), 449-471. https://doi.org/10.1177/02692155211067983

 

Amaral, J.F., Mancini, M., e Novo Junior, J.M. (2012). Comparison of three hand dynamometers in relation to the accuracy and precision of the measurements. Revista Brasileira de Fisioterapia, 16(3). https://doi.org/10.1590/s1413-35552012000300007

 

American Thoracic Society (2002). ATS statement: Guidelines for the six-minute walk test. American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine, 166(1), 111-117. https://doi.org/10.1164/ajrccm.166.1.at1102

 

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Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 30, Núm. 328, Sep. (2025)