ISSN 1514-3465
Insatisfação com a imagem corporal entre universitários brasileiros.
Uma análise dos níveis e critérios metodológicos a partir de dados secundários
Body Image Dissatisfaction among Brazilian University Students.
An Analysis of Levels and Methodological Criteria Based on Secondary Data
Insatisfacción con la imagen corporal en estudiantes universitarios brasileños.
Un análisis de niveles y criterios metodológicos a partir de datos secundarios
Gláucio Oliveira da Gama
*glaucio_gama@hotmail.com
Cláudio Oliveira da Gama
**claudiodagama@hotmail.com
Nancy Vieira Ferreira
***nancyvireiraferreira@yahoo.com.br
Lícia Oliveira Resende+
licia_jf@hotmail.com
Jefferson Portela Silveira
++dr.jeffersonportella@gmail.com
Agnaldo José Lopes
+++alopes@souunisuam.com.br
*Médico. Doutorando em Ciências da Reabilitação
Centro Universitário Augusto Mota (UNISUAM)
**Doutor em Epidemiologia em Saúde Pública
Fundação Osvaldo Cruz (FIOCRUZ)
Pós-Doutor em Educação
Universidade Federal Rural de Rio de Janeiro (UFRRJ)
***
Médica. Mestre em Saúde Pública (FIOCRUZ)+Médica. Especialista em Otorrinolaringologia
Policlínica Militar do Rio de Janeiro (PMRJ)
++Médico. Pós-Graduado em Dermatologia
Instituto Moreira Salles (IMS) / Hospital da Gamboa
+++Médico. Doutor em Ciências Médicas
Universidade Estadual de Rio de Janeiro (UERJ)
Docente da UNISUAM
(Brasil)
Recepción: 09/03/2025 - Aceptación: 23/05/2025
1ª Revisión: 15/05/2025 - 2ª Revisión: 20/05/2025
Documento acessível. Lei N° 26.653. WCAG 2.0
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Este trabalho está sob uma licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional (CC BY-NC-ND 4.0) https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt |
Cita sugerida
: Gama, G.O. da, Gama, C.O. da, Ferreira, N.V., Resende, L.O., Silveira, J.P., e Lopes, A.J. (2025). Insatisfação com a imagem corporal entre universitários brasileiros. Uma análise dos níveis e critérios metodológicos a partir de dados secundários. Lecturas: Educación Física y Deportes, 30(326), 182-201. https://doi.org/10.46642/efd.v30i326.8168
Resumo
Objetivo: Investigar os valores de prevalência e os diferentes níveis de insatisfação com a imagem corporal (IC) entre estudos envolvendo universitários brasileiros por meio da análise do banco de dados de uma revisão sistemática com metanálise. Método: Estudo de análise secundária, baseado em dados provenientes de estudos transversais que utilizaram o Body Shape Questionnaire (BSQ), com as etapas de pesquisa conduzidas em 2021. Considerando os fatores de confusão previamente identificados, foram analisadas as distribuições dos níveis de insatisfação (leve, moderada e grave) nos subgrupos da variável sexo. Foram incluídos: (i) estudos que apresentaram dados de prevalência interníveis para o sexo feminino; (ii) estudos que analisaram de forma independente os dados do sexo masculino; e (iii) estudos sem especificação de sexo ou que apresentaram dados de classificação para ambos os sexos, de forma agrupada. Resultados e discussão: 34 estudos informaram os níveis de insatisfação com a IC. 15 apresentaram dados de ambos os sexos agrupados ou, então, não discriminaram sua amostra; 25 no público feminino e 7 masculinos. Um estudo identificou insatisfação grave entre homens, enquanto as prevalências foram significativamente maiores nas mulheres. A ausência de um ponto de corte padronizado compromete a comparabilidade entre pesquisas. Conclusão: A análise secundária evidenciou variações nos níveis de insatisfação corporal, com maior prevalência entre mulheres. As diferenças metodológicas, especialmente na definição dos pontos de corte do BSQ, comprometem a comparabilidade. Reforça-se a necessidade de padronização dos critérios de mensuração e de estratégias específicas para lidar com os impactos da insatisfação neste contexto.Unitermos:
Imagem corporal. Insatisfação corporal. Estudantes. Metanálise em rede.
Abstract
Objective: To investigate the prevalence values and different levels of body image dissatisfaction (BI) among studies involving Brazilian university students by analyzing the database of a systematic review with meta-analysis. Method: Secondary analysis study, based on data from cross-sectional studies that used the Body Shape Questionnaire (BSQ), with the research stages conducted in 2021. Considering the previously identified confounding factors, the distributions of the levels of dissatisfaction (mild, moderate and severe) in the subgroups of the variable sex were analyzed. The following were included: (i) studies that presented inter-level prevalence data for females; (ii) studies that independently analyzed data for males; and (iii) studies without specifying sex or that presented classification data for both sexes, in a grouped manner. Results and discussion: Thirty-four studies that reported the levels of dissatisfaction with BI were included. 15 presented data for both sexes grouped together or, otherwise, did not discriminate their sample; 25 in females and 7 in males. One study identified severe dissatisfaction among men, while the prevalence was significantly higher in women. The absence of a standardized cutoff point compromises comparability between studies. Conclusion: The secondary analysis showed variations in the levels of body dissatisfaction, with greater prevalence and severity among women. Methodological differences, especially in the definition of BSQ cutoff points, compromise comparability. The need for standardization of measurement criteria and specific strategies to deal with the impacts of dissatisfaction in the Brazilian university context is reinforced.
Keywords
: Body image. Body dissatisfaction. Students. Network meta-analysis.
Resumen
Objetivo: Investigar valores de prevalencia y diferentes niveles de insatisfacción con la imagen corporal (IC) entre estudios con estudiantes universitarios brasileños a través del análisis de la base de datos de una revisión sistemática con metaanálisis. Método: Estudio de análisis secundario, basado en datos de estudios transversales que utilizaron el Body Shape Questionnaire (BSQ), con etapas de investigación realizadas en 2021. Considerando factores de confusión previamente identificados, se analizaron distribuciones de los niveles de insatisfacción (leve, moderada y severa) en los subgrupos de la variable género. Se incluyeron los siguientes: (i) estudios que presentaron datos de prevalencia entre niveles para mujeres; (ii) estudios que analizaron de forma independiente datos masculinos; y (iii) estudios sin especificación de sexo o que presentaron datos de clasificación para ambos sexos, de manera agrupada. Resultados y discusión: 34 estudios reportaron niveles de insatisfacción con la CI. 15 presentaron datos de ambos sexos agrupados o no discriminaron su muestra; 25 en el público femenino y 7 en el público masculino. Un estudio identificó una grave insatisfacción entre hombres, mientras que la prevalencia fue mayor entre mujeres. La ausencia de un punto de corte estandarizado compromete la comparabilidad entre investigaciones. Conclusión: El análisis secundario mostró variaciones en niveles de insatisfacción corporal, con mayor prevalencia y severidad entre mujeres. Diferencias metodológicas, especialmente en la definición de los puntos de corte del BSQ, comprometen la comparabilidad. Se refuerza la necesidad de estandarización de criterios de medición y estrategias específicas para enfrentar los impactos de la insatisfacción en este contexto.
Palabras clave:
Imagen corporal. Insatisfacción corporal. Estudiantes. Metaanálisis de redes.
Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 30, Núm. 326, Jul. (2025)
Introdução
A insatisfação com a imagem corporal (IC) pode ser definida como a percepção negativa que um indivíduo tem de sua própria aparência física, frequentemente influenciada por fatores socioculturais e psicológicos. Essa percepção é exacerbada pela promoção de padrões de beleza irreais, amplamente difundidos pela mídia tradicional e digital (Santos et al., 2021). Além disso, o impacto desse fenômeno pode ser amplificado em contextos de vulnerabilidade, como ocorreu durante a pandemia da COVID-19, período no qual o aumento da exposição às redes sociais esteve associado a mudanças nos hábitos de vida e a uma intensificação da insatisfação corporal. (Pereira et al., 2020)
Os apelos midiáticos voltados para ideais de saúde, beleza e estética têm intensificado a busca por um corpo socialmente aceito, levando uma parcela significativa da população a um processo contínuo de insatisfação corporal, especialmente entre aqueles que não conseguem atender aos padrões corporais impostos pela sociedade ocidental contemporânea. O aumento da exposição às telas na última década tem amplificado esse fenômeno, com as redes sociais desempenhando um papel central na disseminação de ideais estéticos inatingíveis. Esse mecanismo, ao mesmo tempo sutil e poderoso, influencia atitudes, gestos e comportamentos, reforçando a pressão pela conformidade estética. (Gama, 2021)
Para uma compreensão mais aprofundada da insatisfação corporal, é essencial examinar seus fatores determinantes, considerando sua relação com transtornos alimentares, ansiedade e depressão. Segundo Santos et al. (2021), variáveis como sexo, idade e contexto socioeconômico influenciam diretamente esse fenômeno. Embora muitos estudos indiquem maior prevalência entre mulheres, essa diferença pode ser, em parte, reflexo da maior quantidade de pesquisas voltadas a esse grupo. A pressão estética, a influência midiática e a associação entre corpo e sucesso social são aspectos que impactam a insatisfação corporal em diferentes graus, independentemente do gênero, tornando-se fundamental ampliar as investigações sobre homens, permitindo uma compreensão mais equitativa e aprofundada do fenômeno, com análises que contemplem suas especificidades e garantam maior precisão na comparação entre os sexos.
Paterna et al. (2021) destacam a necessidade de revisar a visão tradicional de que os distúrbios da IC são predominantemente uma experiência feminina. Embora a insatisfação corporal seja frequentemente associada às mulheres; evidências recentes indicam que preocupações com a aparência e comportamentos relacionados à IC também são comuns entre os homens. No entanto, os ideais estéticos internalizados diferem entre os gêneros: enquanto as mulheres tendem a priorizar um corpo magro, os homens valorizam um físico mais muscular e atlético.
Apesar das contribuições relevantes, cumpre destacar que o estudo de Paterna et al. (2021) não contemplou a população universitária brasileira, que é o foco central da presente investigação. No que tange a esse público específico, observa-se que o ambiente acadêmico universitário exerce influência significativa sobre a percepção da própria IC. Tal influência decorre não apenas do estresse inerente às exigências acadêmicas e das alterações no estilo de vida, mas também das intensas pressões sociais e emocionais que atravessam a vivência universitária. Os estudantes, nesse contexto, enfrentam rotinas extenuantes, marcadas por sobrecarga de tarefas, demandas cognitivas e afetivas elevadas, bem como por desafios adicionais relacionados a questões financeiras, identitárias e de inserção social. (Gama et al., 2025)
Esse conjunto de fatores pode comprometer a aceitação da própria imagem, favorecendo o surgimento de desconfortos e de sentimentos de inadequação que, por sua vez, tendem a desdobrar-se em processos de insatisfação corporal. Tais processos, não raramente, operam como tentativas de enfrentamento das inseguranças cotidianas, mecanismos de controle subjetivo ou estratégias de pertencimento dentro da complexa dinâmica social universitária.
Diante disso, compreender as especificidades do fenômeno da insatisfação corporal no contexto universitário brasileiro revela-se essencial para aprofundar o entendimento sobre a insatisfação com a IC nesse grupo. O presente estudo busca contribuir nesse sentido, oferecendo uma análise direcionada e fundamentada, capaz de subsidiar estratégias mais eficazes de prevenção e intervenção.
Diversos estudos nacionais têm investigado a insatisfação corporal entre universitários, com destaque para os trabalhos de Souza, e Alvarenga (2016) e Gama et al. (2016, 2021, 2022, 2024, 2025). Esses autores forneceram panoramas integrados e sistemáticos sobre o fenômeno entre jovens brasileiros, ressaltando a necessidade de um aprofundamento contextual dos fatores associados à insatisfação corporal. Entre as principais contribuições da literatura, destacam-se evidências consistentes de que o sexo feminino e a variação nos pontos de corte do Body Shape Questionnaire (BSQ) são variáveis-chave na análise desse fenômeno no grupo de universitários. Assim, diante da crescente produção científica sobre o tema no Brasil, torna-se essencial a padronização dos critérios de aplicação e classificação do BSQ, a fim de garantir maior consistência metodológica e comparabilidade entre os estudos. (Gama et al., 2024)
Muitos instrumentos vêm sendo utilizados na investigação da IC, com destaque, no contexto brasileiro, para as escalas de Figuras e Silhuetas, como a proposta por Kakeshita et al. (2009), e para o BSQ, amplamente adotado na literatura científica. A escala de Kakeshita permite avaliar a discrepância entre a percepção corporal atual e a imagem idealizada. Já o BSQ, desenvolvido por Cooper et al. (1987), traduzido para o português por Cordás, e Neves (1999) e validado no Brasil por Di Pietro, e Silveira (2009), é uma escala autoaplicável composta por 34 itens, voltada à avaliação da insatisfação com a forma corporal nas quatro semanas anteriores à aplicação.
Segundo Gama et al. (2022), o BSQ aborda preocupações com o peso e a silhueta, sentimentos de autodepreciação e alterações comportamentais associadas. O escore total varia de 34 a 204 pontos, sendo que valores mais elevados indicam maior nível de insatisfação corporal. Em razão de sua robustez psicométrica e ampla utilização em estudos populacionais, o BSQ foi o instrumento adotado na presente investigação.
Este estudo tem como objetivo investigar os valores de prevalência e os diferentes níveis de insatisfação com a IC entre estudos envolvendo universitários brasileiros por meio da análise do banco de dados de uma revisão sistemática com metanálise.
Métodos
Trata-se de um estudo de análise secundária, que é uma estratégia metodológica que consiste na utilização de dados previamente coletados em pesquisas anteriores para responder a novas questões investigativas (Gil, 2008). Esta análise foi realizada a partir de dados extraídos de uma revisão sistemática com metanálise previamente conduzida, cujas etapas de busca, seleção e extração dos artigos ocorreram no ano de 2021. O delineamento adotado foi descritivo e analítico, focado na reavaliação dos dados provenientes de estudos transversais que utilizaram o (BSQ) para mensurar a insatisfação corporal em universitários brasileiros.
Considerando os fatores de confusão previamente identificados nesse estudo de base, investigou-se na presente análise a distribuição dos interníveis de classificação do instrumento (“satisfeito”, “insatisfeito leve”, “moderado” e “grave”) nos subgrupos da variável sexo.
Essa nova análise foi conduzida seguindo três critérios principais, com a construção de tabelas respectivas:
Identificação de estudos que apresentaram dados de prevalência interníveis para o sexo feminino (Tabela 2).
Consideração de estudos que analisaram de forma independente os dados do sexo masculino, segmentados por níveis de insatisfação (Tabela 3).
Inclusão de estudos que investigaram universitários insatisfeitos sem especificação de sexo ou de estudos que apresentaram dados de classificação para ambos os sexos e também de maneira agrupada (Tabela 4).
Fontes de dados e seleção dos estudos
O protocolo da revisão sistemática de referência foi registrado no International Prospective Register of Systematic Reviews (PROSPERO) sob o número CRD42021266366 (Gama et al., 2021). O relato deste estudo seguiu as diretrizes do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA). (Page et al., 2021)
Os estudos incluídos foram selecionados a partir de buscas sistemáticas realizadas nas seguintes bases de dados:
Medical Literature Analysis and Retrieval System Online
Excerpta Medica Database
Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS)
Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
Scientific Electronic Library Online
Seleção cruzada com base nas listas de referências dos artigos incluídos
A estratégia de busca completa está detalhada em Gama et al. (2021). A tabulação dos dados foi realizada no software Microsoft Excel® (versão 2013). Todos os estudos selecionados foram submetidos a uma avaliação crítica utilizando a ferramenta do Joanna Briggs Institute (JBI) (Munn et al., 2015). Após a categorização dos estudos elegíveis, os dados foram organizados para a análise da prevalência global da insatisfação corporal, considerando a distribuição dos diferentes níveis de gravidade.
Instrumento de avaliação
O BSQ, desenvolvido por Cooper et al. (1987) e adaptado para o Brasil por Di Pietro, e Silveira (2009), é amplamente utilizado na literatura para avaliar a insatisfação corporal. Trata-se de um questionário autoaplicável composto por 34 itens, respondidos em uma escala Likert de seis pontos (1 = nunca; 2 = raramente; 3 = às vezes; 4 = frequentemente; 5 = muito frequentemente; 6 = sempre). As respostas refletem a percepção do participante sobre sua IC nas últimas quatro semanas. A pontuação total varia entre 34 e 204 pontos, sendo que valores mais elevados indicam maiores graus de insatisfação corporal. (Campana, e Tavares, 2009)
Resultados e discussão
A estratégia de pesquisa desta revisão inicial identificou 563 registros. Após triagem e exclusão de estudos duplicados ou que não atendiam aos critérios de inclusão, 49 artigos foram selecionados na revisão sistemática de Gama et al. (2024). Para a presente análise, que considerou a categorização dos níveis de insatisfação corporal, 34 estudos foram incluídos (Tabela 1).
Tabela 1. Identificação dos estudos incluídos no presente estudo
Identificação do estudo |
Ano |
Revista de publicação |
Alexandre et al. |
2013 |
Revista
Faculdade de Ciências Médicas de Sorocaba |
Bandeira et al. |
2016 |
Jornal Brasileiro de Psiquiatria |
Batista et al. |
2015 |
Revista da Educação Física
/ UEM |
Batista et al. |
2017 |
Conversas Interdisciplinares |
Bento et al. |
2016 |
Revista Brasileira de Ciências da
Saúde |
Bernardino et al. |
2019 |
Revista Brasileira de Obesidade,
Nutrição e Emagrecimento |
Bosi et al. |
2006 |
Jornal
Brasileiro de Psiquiatria |
Bosi et al. |
2014 |
Revista Brasileira de Educação Médica |
Bosi et al. |
2009 |
Jornal Brasileiro de Psiquiatria |
Bracht et al. |
2013 |
O Mundo da Saúde |
Costa, e Vasconcelos |
2010 |
Revista Brasileira de Epidemiologia |
Cruz et al. |
2018 |
Revista Brasileira de Obesidade,
Nutrição e Emagrecimento |
Damasceno et al. |
2011 |
Revista Brasileira de Atividade Física
& Saúde |
Di Pietro, e Silveira et al. |
2009 |
Revista Brasileira de Psiquiatria |
Garcia
et al. |
2010 |
Revista HCPA & Faculdade de
Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul |
Gaudioso
et al. |
2017 |
Psicólogo in Formação |
Kessler, e Poll |
2018 |
Jornal Brasileiro de Psiquiatria |
Laus
et al. |
2009 |
Revista de Psiquiatria do Rio
Grande do Sul |
Lizot, e Nicoletto |
2018 |
Revista Brasileira de Obesidade,
Nutrição e Emagrecimento |
Lopes
et al. |
2020 |
Brazilian
Journal of Development |
Lustosa
et al. |
2017 |
Revista Observatorio del Deporte |
Maia
et al. |
2018 |
DEMETRA: Alimentação, Nutrição
& Saúde |
Miranda
et al. |
2012 |
Jornal Brasileiro de Psiquiatria |
Nascimento, e Araújo |
2019 |
Revista Brasileira de Nutrição
Esportiva |
Neto
et al. |
2018 |
Revista Eletrônica do Instituto de
Engenharia e Enfermagem: Animais e Humanos |
Nilson
et al. |
2013 |
Revista Brasileira de Atividade Física
& Saúde |
Oliveira
et al. |
2020 |
Revista Enfermagem UFPE Online |
Paiva
et al. |
2017 |
DEMETRA: Alimentação, Nutrição
& Saúde |
Pieper, e Cordova |
2018 |
Revista Brasileira de Obesidade,
Nutrição e Emagrecimento |
Reis, e Soares |
2017 |
Revista Brasileira de Ciências da
Saúde |
Santos
et al. |
2019 |
Revista Brasileira de Educação e
Cultura |
Silva
et al. |
2012 |
Ciência
& Saúde Coletiva |
Sousa
et al. |
2015 |
Cinergis |
Toral
et al. |
2016 |
Arch.
latinoam. nutr |
Fonte: Elaboração própria
Dado o impacto do sexo e do ponto de corte do BSQ na prevalência da insatisfação corporal (Gama et al., 2024), os resultados foram organizados em três blocos analíticos: Bloco 1: estudos com dados de classificação oriundos de amostras femininas (Tabela 2); Bloco 2: estudos que analisaram amostras masculinas separadamente (Tabela 3); e Bloco 3: estudos que classificaram a insatisfação sem distinguir o sexo dos participantes ou que apresentaram dados de classificação de maneira agrupada (Tabela 4).
Em acréscimo, a Tabela 5 sintetiza informações sobre os pontos de corte do BSQ, os locais de realização dos estudos por estado brasileiro e as respectivas áreas acadêmicas dos participantes universitários.
Em destaque, a maioria dos estudos incluídos na análise abordou diretamente a insatisfação corporal, embora alguns tenham tratado o tema de forma indireta e correlacionada. A maior parte das amostras foi composta por universitários da área da Saúde, e todos os artigos analisados foram publicados na íntegra em língua portuguesa. Quanto ao instrumento BSQ, nossas análises deram publicidade aos critérios de pontos de corte adotados pelos autores. Observou-se que 11 estudos utilizaram o ponto de corte >110, 18 estudos adotaram >80 pontos e apenas 5 estudos aplicaram o critério ≥70 pontos para classificar os participantes com insatisfação corporal.
De modo geral, os estudos apresentaram dados segmentados por sexo, embora alguns não tenham feito essa distinção; contudo, todos foram selecionados para análise. Para melhor análise e interpretação, as características gerais dos estudos estão detalhadas na Tabela 5, adaptada de Gama et al. (2024).
Tabela 2. Distribuição da prevalência global da insatisfação corporal e interníveis
considerando estudos que forneceram dados de amostra apenas do subgrupo de mulheres.
Id.
estudo |
Ano |
A(n) |
Pn(%) |
Ln(%),
Mn(%), Gn(%) |
Alexandre
et al. |
2013 |
55 |
12
(21,80%) |
9
(16,3%), 3 (5,5%), 0 (0%) |
Bandeira
et al. |
2016 |
300 |
141
(47%) |
87
(29%), 43 (14%), 11 (4%) |
Batista
et al. |
2015 |
167 |
35
(20,6%) |
26
(15,3%), 8 (4,7%), 1 (0,6%) |
Batista
et al. |
2017 |
79 |
42
(53,15%) |
24
(30,37%), 9 (11,39%), 9 (11,39%) |
Bento
et al. |
2016 |
174 |
18
(10,34%) |
15
(8,62%), 3 (1,7%), 0 (0%) |
Bosi
et al. |
2006 |
193 |
78
(40,4%) |
42
(21,8%), 24 (12,4%), 12 (6,2%) |
Bosi
et al. |
2014 |
189 |
52
(27,7%) |
Lx
(x%), 33 (17,6%), 19 (10,1%) |
Bosi
et al. |
2009 |
175 |
76
(43,4%) |
42
(24%), 17 (9,7%), 17 (9,7%) |
Bracht
et al. |
2013 |
26 |
13
(50%) |
5
(19,2%), 4 (15,4%), 4 (15,4%) |
Costa,
e Vasconcelos |
2010 |
220 |
104
(47,3%) |
60
(27,3%), 34 (15,5%), 10 (4,5%) |
Damasceno
et al. |
2011 |
89 |
42
(47,20%) |
23
(25,89%), 12 (13,5%), 7 (7,8%) |
Di
Pietro, e Silveira |
2009 |
71 |
15
(21,1%) |
8
(11,2%), 7 (9,9%), 0 (0%) |
Gaudioso
et al. |
2017 |
95 |
24
(25,3%) |
11
(11,6%), 8 (8,4%), 5 (5,3%) |
Kessler,
e Poli |
2018 |
225 |
115
(51,1%) |
67
(29,8%), 29 (12,9%), 19 (8,4%) |
Laus
et al. |
2009 |
127 |
77
(60,63%) |
27
(21,26%), 15 (11,8%), 35 (27,6%) |
Lopes
et al. |
2020 |
154 |
73
(47,4%) |
33(21,43%),
23 (14,94%), 17 (11,04%) |
Maia
et al. |
2018 |
52 |
24
(46,14%) |
11(21,15%),
5 (9,61%), 8 (15,38%) |
Miranda
et al. |
2012 |
290 |
44
(15,1%) |
32
(11%), 12 (4,1%), 0 (0%) |
Nilson
et al. |
2013 |
24 |
9
(37,5%) |
5
(20,8%), 4 (16,7%), 0 (0%) |
Oliveira
et al. |
2020 |
45 |
11
(24,4%) |
5
(11,1%), 4 (8,9%), 2 (4,4%) |
Paiva
et al. |
2017 |
90 |
42
(46,6%) |
18
(20%), 15(16,6%), 9 (10%) |
Pieper,
e Cordova |
2018 |
89 |
46
(51,7%) |
19(21,3%),
24 (27%), 3 (3,4%) |
Reis,
e Soares |
2017 |
165 |
64
(38,8%) |
34
(20,6%), 21(12,7%), 9 (5,5%) |
Silva
et al. |
2012 |
175 |
64
(36,6%) |
40
(22,9%), 14 (8%), 10 (5,7%) |
Sousa
et al. |
2015 |
30 |
12
(39,98%) |
8
(26,66%), 2 (6,66%), 2 (6,66%) |
Toral
et al. |
2016 |
427 |
232
(54,3%) |
83
(19,4%), 35 (8,2%), 114 (26,7%) |
Legenda: A(n): tamanho da amostra; Pn (%): prevalência de insatisfação com participantes e porcentagem; Ln(%), Mn(%), Gn(%): prevalência de insatisfação nos níveis leve (L); moderado (M) e grave (G) com população e porcentagens. Fonte: Elaboração própria
Distribuição da insatisfação corporal entre mulheres
A Tabela 2 apresenta a distribuição da prevalência global da insatisfação corporal nos estudos que forneceram dados femininos. Observa-se que todos os estudos relataram alguma prevalência de insatisfação, as quais, ainda que destoantes (por fatores específicos e também metodológicos), foram notadamente expressivas.
Os valores de insatisfação corporal variaram consideravelmente entre os estudos. Por exemplo, Bento et al. (2016) identificaram 10,34% de insatisfeitas (8,62% leve, 1,7% moderada e 0% grave), enquanto Toral et al. (2016) encontrou um percentual bem mais alto, alcançando 54,3% (19,4% leve, 8,2% moderada e 26,7% grave). Essa ampla variação pode ser explicada pelos diferentes tipos de cursos analisados, por diferentes fatores associados (como local, idade, raça, cor, estilo de vida, hábitos, etc.) ou, até mesmo, pelos diferentes critérios metodológicos adotados, sobretudo na adoção de distintos pontos de corte do BSQ.
A maior parte das participantes apresentou insatisfação leve ou moderada, enquanto a insatisfação grave foi menos comum. No entanto, alguns estudos encontraram taxas elevadas dessa categoria, como Laus et al. (2009) (27,6% grave) e Toral et al. (2016) (26,7% grave). Esses achados sugerem que um subconjunto significativo de universitárias apresenta insatisfação corporal grave, o que pode representar um fator de risco para transtornos alimentares e outras condições patológicas.
A predominância da insatisfação corporal entre mulheres está associada a fatores socioculturais, incluindo a pressão pela magreza, a correlação entre corpo e sucesso social e a influência midiática (Damasceno et al., 2011; Santos et al., 2021; Paterna et al., 2021). Além disso, Gama et al. (2024) reforçam essa tendência ao identificar uma prevalência de insatisfação corporal de 33% entre as mulheres (IC95%: 27,8-38,5; I² = 95%), contrastando com os 5,6% observados entre os homens (IC95%: 2,8-9,1; I² = 84%) e os 32,4% no grupo sem especificação de sexo (IC95%: 23,7-41,8; I² = 96%).
Tabela 3. Distribuição da prevalência global da insatisfação corporal e interníveis,
considerando estudos que forneceram dados da amostra apenas do subgrupo de homens.
Id.
estudo |
Ano |
A(n) |
Pn(%) |
Ln(%),
Mn(%), Gn(%) |
Alexandre
et al. |
2013 |
45 |
0 (0%) |
0
(0%), 0 (0%), 0 (0%) |
Batista
et al. |
2015 |
40 |
0 (0%) |
0
(0%), 0 (0%), 0 (0%) |
Bracht
et al. |
2013 |
5 |
3
(60%) |
1
(20%), 2 (40%), 0 (0%) |
Di
Pietro, e Silveira |
2009 |
93 |
7
(7,5%) |
5
(5,3%), 2(2,2%), 0 (0%) |
Miranda
et al. |
2012 |
245 |
10
(4%) |
6
(2,4%), 4 (1,6%), 0 (0%) |
Nilson
et al. |
2013 |
41 |
3
(7,3%) |
3
(7,3%), 0 (0%), 0 (0%) |
Sousa
et al., 2015 |
2015 |
70 |
14
(19,98%) |
11
(15,71%), 2 (2,85%), 1 (1,42%) |
Legenda: A(n): tamanho da amostra; Pn(%): prevalência de insatisfação com participantes e porcentagem; Ln(%), Mn(%), Gn(%): prevalência de insatisfação nos níveis leve (L); moderado (M) e grave (G) com população e porcentagens. Fonte: Elaboração própria.
Distribuição da insatisfação corporal entre homens
A Tabela 3 apresenta a distribuição da insatisfação corporal nos estudos que incluíram a classificação interníveis de amostras masculinas em suas análises. De maneira geral, a prevalência entre os homens insatisfeitos foi consideravelmente inferior à observada entre as mulheres, um achado consistente com a literatura existente. Todavia, é importante considerar que o menor número de estudos focados no público masculino pode influenciar essa diferença, subestimando a real magnitude do fenômeno entre os homens.
Entre os estudos analisados, apenas Sousa et al. (2015) relataram uma prevalência expressiva de insatisfação masculina, atingindo 19,98% (15,71% leve, 2,85% moderada e 1,42% grave). Notavelmente, esse foi o único estudo a identificar um caso de insatisfação grave, um achado isolado dentro do conjunto analisado. Em contrapartida, pesquisas como as de Batista et al. (2015) e Alexandre et al. (2013) não registraram nenhum participante masculino insatisfeito.
A menor prevalência de insatisfação corporal entre os homens pode estar relacionada a fatores socioculturais, como padrões estéticos menos rígidos e menor pressão social para aderir a um ideal corporal específico. Enquanto as mulheres frequentemente internalizam a busca pela magreza como um padrão estético dominante (Damasceno et al., 2011; Paterna et al., 2021), os homens tendem a enfrentar exigências menos uniformes. No entanto, esse cenário pode se modificar em determinados contextos, como nos cursos da área da Saúde. A exposição contínua a conteúdos relacionados à nutrição, estética e atividade física pode amplificar a preocupação com a IC entre esses estudantes, tornando-os mais propensos a desenvolver algum grau de insatisfação.
O achado de Sousa et al. (2015), que identificou um caso isolado de insatisfação corporal grave entre homens, destaca a importância de investigações mais aprofundadas sobre esse subgrupo. Embora a literatura geralmente indique níveis mais baixos de insatisfação corporal entre os homens, a ocorrência desse caso sugere que fatores acadêmicos, sociais e contextuais, especialmente os vivenciados no ambiente universitário, podem exercer influência significativa sobre sua percepção corporal. No contexto universitário, jovens adultos estão frequentemente expostos a padrões estéticos idealizados, redes sociais, comparação corporal constante, além de vivenciarem transições identitárias e demandas por aceitação social, o que pode intensificar conflitos com a própria imagem. Compreender esses determinantes é essencial para o desenvolvimento de estratégias de prevenção e intervenção mais eficazes, adaptadas às especificidades desse grupo. Dessa forma, torna-se imprescindível ampliar as investigações sobre o tema, evitando generalizações que possam subestimar a relevância da insatisfação corporal no público masculino, sobretudo no contexto universitário.
Tabela 4. Distribuição da prevalência global da Insatisfação com a IC e interníveis, considerando estudos que forneceram dados
de pesquisa com amostra “sem distinção do sexo do respondente” ou que forneceram seus dados também de forma agrupada.
Id.
estudo (ano) |
Ano |
A(n) |
Pn(%) |
Ln(%),
Mn(%), Gn(%) |
Alexandre
et al. |
2013 |
100 |
12
(12%) |
9
(9%), 3 (3%), 0 (0%) |
Batista
et al. |
2015 |
207 |
35
(16,9%) |
26
(12,56%), 8 (3,86%), 1 (0,48%) |
Bernardino
et al. |
2019 |
72 |
22
(30,6%) |
6
(8,5%), 6 (8,5%), 10 (13,6%) |
Bracht
et al. |
2013 |
31 |
16
(51,6%) |
6
(19,40%), 6 (19,40%), 4 (12,9%) |
Cruz
et al. |
2018 |
24 |
7
(29%) |
2
(8,5%), 3 (12%), 2 (8,5%) |
Di
Pietro, e Silveira |
2009 |
164 |
22
(13,4%) |
13
(7,9%), 9 (5,5%), 0 (0%) |
Garcia
et al. |
2010 |
104 |
41
(39,5%) |
27
(26%), 11 (10,6%), 3 (2,9%) |
Lizot,
e Nicoletto |
2018 |
130 |
53
(40,8%) |
37
(28,5%), 10 (7,7%), 6 (4,6%) |
Lustosa
et al. |
2017 |
90 |
9
(10%) |
5
(5,55%), 4 (4,44%), 0 (%) |
Miranda
et al. |
2012 |
535 |
54
(10,1%) |
38
(7,1%), 16(3%), 0 (%) |
Nascimento,
e Araújo |
2019 |
135 |
20
(14,9%) |
10
(7,4%), 8 (5,9%), 2 (1,4%) |
Neto
et al. |
2018 |
866 |
356
(41,23%) |
211
(24,36%), 90 (10,5%), 55 (6,37%) |
Nilson
et al. |
2013 |
65 |
12
(18%) |
8
(12%), 4(6%), 0 (0%) |
Santos
et al. |
2019 |
719 |
107
(14,9%) |
69
(9,6%), 32 (4,5%), 6 (0,8%) |
Sousa
et al. |
2015 |
100 |
26
(26%) |
19
(19%), 4 (4%), 3 (3%) |
Legenda: A(n): tamanho da amostra; Pn (%): prevalência de insatisfação com participantes e porcentagem; Ln(%), Mn(%), Gn(%): prevalência de insatisfação nos níveis leve (L); moderado (M) e grave (G) com população e porcentagens. Fonte: Elaboração própria
Distribuição da insatisfação corporal sem distinção de sexo na amostra ou que apresentaram os dados de ambos os sexos também de maneira agrupada
A Tabela 4 apresenta dados de estudos que não diferenciaram os participantes por sexo ou que reportaram os resultados também de forma agrupada, analisando homens e mulheres em conjunto. Essa abordagem permite uma visão geral da prevalência da insatisfação corporal sem viés explícito de gênero, o que possibilita uma comparação mais ampla com os achados das tabelas anteriores.
De maneira geral, as prevalências globais de insatisfação foram elevadas. Destacam-se os estudos de Bracht et al. (2013), com 51,6% de participantes insatisfeitos, Neto et al. (2018), com 41,23%, e Lizot, e Nicoletto (2018), com 40,8%. Em todos os casos, observou-se uma predominância de insatisfação leve e moderada, o que sugere que esse fenômeno afeta uma parcela expressiva da população, ainda que com diferentes graus de intensidade.
Entretanto, a comparação entre os estudos é limitada pela falta de padronização nos pontos de corte do BSQ, o que pode influenciar na categorização dos níveis de insatisfação e, até mesmo, incluir indivíduos satisfeitos entre os insatisfeitos. Além disso, é possível que os valores elevados sejam parcialmente explicados pela predominância de mulheres nas amostras analisadas nas tabelas anteriores (Tabelas 1 e 2), dado que a insatisfação corporal tende a ser mais prevalente no público feminino.
A análise detalhada das prevalências por nível de insatisfação reforça esse cenário. No estudo de Bracht et al. (2013), os índices foram 19,40% leve, 19,40% moderado e 12,9% grave; em Neto et al. (2018), 24,36% leve, 10,5% moderado e 6,37% grave; e em Lizot, e Nicoletto (2018), 28,5% leve, 7,7% moderado e 4,6% grave. A predominância dos níveis leve e moderado é consistente com a tendência observada na literatura, mas os casos de insatisfação grave também apresentaram valores expressivos.
A ausência de dados desagregados por sexo dificulta inferências mais precisas nesses estudos elencados. Posto isto, a análise e interpretação dos resultados destes estudos não podem partir de uma perspectiva de gênero/sexo, mesmo tendo em vista a baixa prevalência de insatisfação corporal grave entre homens.
Qualquer hipótese desta natureza permanece no campo especulativa da interpretação dos estudos, uma vez que os estudos não forneceram informações detalhadas sobre a composição das amostras. A heterogeneidade nos critérios de classificação e a provável influência do viés amostral impõem limites à interpretação dos dados, destacando a necessidade de investigações mais detalhadas com controle adequado para variáveis como sexo, hábitos, costumes e contexto sociocultural.
Tabela 5. Características dos estudos incluídos na presente revisão
Estudo |
Ano |
Amostra (n) |
Mulheres
(%) |
Cursos
graduação |
Local |
Corte
BSQ |
Alexandre
et al. |
2013 |
100 |
55 |
Medicina |
SP |
>110 |
Bandeira
et al. |
2016 |
300 |
100 |
Área
da Saúde |
CE |
>80 |
Batista
et al. |
2015 |
207 |
80,7 |
Estética,
Educação Física e Nutrição |
MG |
>110 |
Batista
et al. |
2017 |
79 |
100 |
Estética |
RS |
>110 |
Bento
et al. |
2016 |
174 |
100 |
Enfermagem,
Fisioterapia e Nutrição |
PE |
>80 |
Bernardino
et al. |
2019 |
72 |
69,4 |
Área
da Saúde |
SP |
>80 |
Bosi
et al. |
2006 |
193 |
100 |
Nutrição |
RJ |
>80 |
Bosi
et al. |
2014 |
189 |
100 |
Medicina |
RJ |
>110 |
Bosi
et al. |
2009 |
175 |
100 |
Psicologia |
RJ |
>110 |
Bracht
et al. |
2013 |
31 |
83,9 |
Nutrição,
Educação Física, Pedagogia, Biología |
RS |
≥70 |
Costa,
e Vasconcelos |
2010 |
220 |
100 |
Diversos |
SC |
>80 |
Cruz
et al. |
2018 |
24a |
|
Nutrição |
SP |
>80 |
Damasceno
et al. |
2011 |
89 |
100 |
Diversos |
PR |
>80 |
Di
Pietro, e Silveira et al. |
2009 |
164 |
43,3 |
Medicina |
SP |
>110 |
Garcia
et al. |
2010 |
104a |
|
Nutrição |
RS |
>80 |
Gaudioso
et al. |
2017 |
95 |
100 |
Diversos |
MS |
>80 |
Kessler,
e Poli |
2018 |
225 |
100 |
Área
da Saúde |
RS |
>80 |
Laus
et al. |
2009 |
127 |
100 |
Saúde
e Humanas |
SP |
≥70 |
Lizot,
e Nicoletto |
2018 |
130a |
|
Nutrição |
RS |
>80 |
Lopes
et al. |
2020 |
154 |
100 |
Medicina |
MS |
>80 |
Lustosa
et al. |
2017 |
90a |
|
Educação
Física |
CE |
>110 |
Maia
et al. |
2018 |
52 |
100 |
Nutrição |
CE |
≥70 |
Miranda
et al. |
2012 |
535 |
54,2 |
Saúde,
Exatas e Humanas |
MG |
>110 |
Nascimento,
e Araújo |
2019 |
135a |
|
Área
da Saúde |
PE |
>110 |
Neto
et al. |
2018 |
866a |
|
Saúde
e não Saúde |
MG |
>80 |
Nilson
et al. |
2013 |
65 |
36,9 |
Educação
Física |
RS |
>80 |
Oliveira
et al. |
2020 |
45 |
100 |
Área
da Saúde |
MG |
>110 |
Paiva
et al. |
2017 |
90 |
100 |
Nutrição |
PI |
≥70 |
Pieper,
e Cordova |
2018 |
89 |
100 |
Nutrição,
Fisioterapia |
RS |
>80 |
Reis,
e Soares |
2017 |
165 |
100 |
Nutrição |
MG |
>80 |
Santos
et al. |
2019 |
719a |
|
Diversos |
MG |
>110 |
Silva
et al. |
2012 |
175 |
100 |
Nutrição |
MG |
>80 |
Sousa
et al. |
2015 |
100 |
30 |
Educação
Física |
CE |
>80 |
Toral
et al. |
2016 |
427 |
100 |
Nutrição |
Nacional |
≥70 |
Notas: aAmostra com a população sem especificação de sexo. Fonte: Elaboração própria (adaptado de Gama et al., 2024)
Em se tratando da discussão envolvendo a heterogeneidade dos pontos de corte utilizados nos estudos, e conforme assinalado no estudo de Gama et al. (2022), a classificação do ponto de corte do BSQ apresenta relação direta com seu nível de gravidade, conforme mostra o Quadro 1.
Quadro 1. Classificação de insatisfação corporal medida pelo BSQ
Body
Shape Questionnaire (BSQ) |
||||
Ponto
de corte |
Ausência |
Leve |
Moderada |
Grave |
BSQ ≥ 70 pontos |
<70
|
70
a 90 |
90
a 110 |
>
110 |
BSQ
> 80 pontos |
≤ 80 |
81
a 110 |
111
a 140 |
>
140 |
BSQ
> 110 pontos |
≤ 110 |
> 110 ou ≤ 138 |
> 138 ou ≤ 167 |
≥ 168 |
Fonte: Gama et al. (2022)
Pontos de corte do BSQ e impacto na insatisfação corporal
A Tabela 5 resume as características metodológicas dos estudos incluídos, com destaque na maior frequência nos cursos universitários envolvidos com a área da saúde, no maior percentual do sexo feminino compondo as amostras dos estudos e na diversidade dos pontos de corte adotados para o BSQ. Como sinalizado, essa variação compromete a comparabilidade entre os estudos e dificulta a interpretação global dos achados.
O Quadro 1 apresenta os três principais esquemas de classificação utilizados para o BSQ:
BSQ
BSQ > 80 pontos:
BSQ > 110 pontos:
A literatura brasileira tende a adotar o critério > 110 pontos, conforme sugerido por Di Pietro, e Silveira (2009) e Campana, e Tavares (2009), que adaptaram o questionário para o Brasil. No entanto, a falta de padronização entre os estudos analisados gera inconsistências nos resultados e limita a construção de um panorama unificado sobre a insatisfação corporal no país.
A revisão conduzida por Gama et al. (2024) reforça esse desafio, destacando que a diversidade nos pontos de corte pode impactar diretamente as prevalências reportadas. Embora a pontuação > 110 pontos seja amplamente divulgada na literatura científica Brasileira, a maioria dos estudos utilizou > 80 pontos, e outros adotaram um critério ainda mais flexível (≥ 70 pontos). Essa discrepância pode influenciar as taxas de insatisfação reportadas, gerando distorções na interpretação dos dados.
Apesar dessas limitações, a qualidade metodológica dos estudos foi avaliada como satisfatória, com seis dos nove critérios estabelecidos pelo Instituto Joanna Briggs (JBI) atendidos (Munn et al., 2015). A metanálise realizada por Gama et al. (2024) apontou uma prevalência global de insatisfação corporal de 30,2% (IC 95%: 25,3-35,2; I² = 96,8%), com a maior taxa observada sendo 60,6% (IC 95%: 51,6-69,2) no estudo de Laus, Moreira & Costa (2009). Outro fator que pode influenciar os achados é a formulação das questões do BSQ, que parecem enfatizar preocupações relacionadas ao excesso de peso, em detrimento da magreza. Esse viés pode subestimar a insatisfação corporal em populações masculinas, reforçando a necessidade de ajustes na escala para melhor representar diferentes percepções corporais. (Gama et al., 2024)
Considerando o impacto crescente das redes sociais e as mudanças no comportamento pós-pandemia, sugere-se que futuras pesquisas levem em conta esses novos fatores de influência. A intensificação da exposição à mídia digital durante o isolamento social pode ter alterado significativamente os padrões de insatisfação corporal, tornando essencial a condução de novos estudos que avaliem essas mudanças no contexto contemporâneo. Além disso, a adoção de critérios padronizados para a aplicação do BSQ é fundamental para garantir maior comparabilidade entre os achados e permitir inferências mais robustas sobre a insatisfação corporal na população brasileira.
Conclusão
A insatisfação com a IC é um fenômeno crescente no campo da saúde física e mental, amplamente discutido na literatura científica devido ao seu impacto significativo no bem-estar psicológico e emocional dos indivíduos. Além de servir como base para futuras investigações sobre o tema, o presente estudo teve um caráter diagnóstico, explorando aspectos críticos da categorização da insatisfação corporal em universitários.
Esta análise avançou em relação às investigações realizadas no estudo de base, incorporando uma abordagem internível para examinar como os diferentes pontos de corte do BSQ e as análises distintas por sexo influenciam na insatisfação corporal. Os achados evidenciaram desafios metodológicos, onde a ausência de padronização nos critérios de classificação compromete a comparabilidade entre os estudos e a generalização dos resultados. Além disso, os achados reafirmam a importância de análises de subgrupos por sexo, visto que a insatisfação corporal grave apresenta baixa prevalência entre os homens, mas ocorre de maneira significativa entre as mulheres. Assim, há necessidade de aprofundar a investigação dos fatores associados à insatisfação grave nas mulheres.
A diversidade de pontos de corte do BSQ (≥70, >80 e >110 pontos) reflete diferentes abordagens na mensuração da insatisfação corporal, especialmente nos níveis moderado e grave, que foram o foco desta revisão. Indivíduos que apresentam insatisfação corporal nesses níveis podem estar em risco aumentado para comprometimentos de saúde mental, tornando fundamental que os órgãos de saúde adotem estratégias para identificação precoce e intervenção adequada.
Em síntese, esta revisão priorizou a identificação das prevalências de insatisfação corporal e suas discrepâncias metodológicas. Embora o grupo com insatisfação grave seja numericamente reduzido, sua relevância clínica justifica investigações mais aprofundadas, com foco em fatores associados e riscos específicos. Recomenda-se a realização de novos estudos, com análise de subgrupos por sexo e uso de pontos de corte padronizados, especialmente com delineamento observacional e métodos estatísticos robustos. Ressalta-se que, embora as redes sociais não tenham sido foco central desta investigação, sua influência crescente sobre padrões corporais irreais e o bem-estar psicológico dos jovens reforça a urgência de políticas públicas voltadas à aceitação corporal e à prevenção de agravos associados.
Referências
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