ISSN 1514-3465
Avaliação de sarcopenia e funcionalidade
de uma paciente com nefropatia diabética
Assessment of Sarcopenia and Functionality in a Patient with Diabetic Nephropathy
Evaluación de la sarcopenia y funcionalidad en pacientes con nefropatía diabética
Gabriela Cavalcante Pacífico
*gabicpacifico@gmail.com
Enoly Cristine Frazão da Silva
**enolyc.f@gmail.com
Lidia Maria Loiola Melo
+loiola.lidia@hotmail.com
Daniel Viera Pinto
++daniel.pinto.1@ebserh.gov.br
*
Bacharela em Educação Física com ênfase em Treinamento Esportivopela Universidade Federal do Amazonas (UFAM)
Pós-graduada na modalidade de Residência Multiprofissional
em "Atenção Integral à Saúde Funcional em Doenças Neurológicas" pela UFAM,
em parceria com o Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV)
Pós-graduanda lato-sensu na modalidade EAD em "Geriatria e Gerontologia"
e "Atividade Física e Saúde" pelo Instituto Prominas
**Residente no Programa multiprofissional em atenção integral
a pacientes com doenças neurológicas pela UFAM/ EBSERH
Mestre em Ciências da saúde (Educação Física) pela EEFE/USP
Pós-graduanda em Ludopedagia em Educação física escolar pela FAVENI
MBA em Gestão escolar pela USP ESALQ
Graduada no Curso em Educação Física na UFAM
Voluntaria no Centro de referência Paralímpico do Amazonas
Integrante do Grupo de Estudos de Pesquisas em ginásticas da USP (GYMNUSP)
+Graduação em Educação Física, licenciada pela Universidade Norte do Paraná
Bacharelado pela Universidade Santo Amaro
Especialista em residência multiprofissional no programa
de atenção integral na saúde funcional
em doenças neurológicas (Neurofuncional)
pelo hospital universitário Getúlio Vargas, Manaus - AM/UFAM
Especialista em Residência Multiprofissional
em Saúde da Família e Comunidade, integrando
a turma VIII de Tauá (2021-2023)
Especialista em Yoga pela Universidade Unyleya em 2023
++Mestre e Doutor vinculado à Ciências Médicas
da Universidade Federal do Ceará (UFC)
estágio pós doutoral vinculado à pesquisas clínicas e pré-clinicas
em inflamação no tecido nervoso e renal (UFC/UC-Pt
Docente nos cursos de Educação Física e Medicina
na área de Anatomia da Universidade Nilton Lins,
além de atuar como docente em cursos strictu
e lato sensu na Universidade Federal do Amazonas
Atualmente coordena a residência multiprofissional
de Atenção Integral na Saúde Funcional
em Doenças Neurológicas no HUGV/UFAM/EBSERH
(Brasil)
Recepción: 03/03/2025 - Aceptación: 12/05/2025
1ª Revisión: 05/05/2025 - 2ª Revisión: 09/05/2025
Documento acessível. Lei N° 26.653. WCAG 2.0
|
Este trabalho está sob uma licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional (CC BY-NC-ND 4.0) https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt |
Cita sugerida
: Pacífico, G.C., Silva, E.F. da, Melo, L.M.L., e Pinto, D.V. (2025). Avaliação de sarcopenia e funcionalidade de uma paciente com nefropatia diabética. Lecturas: Educación Física y Deportes, 30(326), 120-135. https://doi.org/10.46642/efd.v30i326.8163
Resumo
A nefropatia diabética é uma condição crônica, decorrente do diabetes mellitus, que leva, subsequentemente, à doença renal crônica e à necessidade de tratamento com hemodiálise, aumentando o risco de sarcopenia. Este estudo de caso teve como objetivo investigar os efeitos a longo prazo do exercício físico intradiálitico na melhoria da sarcopenia e da capacidade funcional em uma paciente com nefropatia diabética. A paciente participou de um programa de exercícios intradialíticos durante nove meses, incluindo atividades de força, resistência e flexibilidade, sempre respeitando sua estabilidade hemodinâmica. Foi realizada avaliação antropométrica e de dobras na paciente, a primeira por meio da circunferência da panturrilha permitiu a avaliação de sarcopenia. Para uma melhor avaliação das capacidades físicas da paciente, foram realizados quatro testes: o Teste de Caminhada de 6 Minutos, o Teste de Sentar e Levantar em 1 Minuto, força de preensão manual e Teste de Equilíbrio de Berg. Os resultados mostraram efeitos promissores dos exercícios físicos na melhoria da sarcopenia e da capacidade funcional, com mudanças positivas nos testes neuromotores. As melhorias observadas transcenderam o contexto clínico, impactando positivamente as atividades de vida diária e o bem-estar físico e mental da paciente.
Unitermos:
Nefropatia diabética. Sarcopenia. Exercício resistido. Capacidade funcional. Hemodiálise.
Abstract
Diabetic nephropathy is a chronic condition resulting from diabetes mellitus that subsequently leads to chronic kidney disease and the need for hemodialysis treatment, increasing the risk of sarcopenia. This case study aimed to investigate the long-term effects of intradialytic physical exercise in improving sarcopenia and functional capacity in a patient with diabetic nephropathy. A patient participated in an intradialytic exercise program for nine months, including strength, endurance, and flexibility activities, always respecting his hemodynamic stability. Anthropometric and skinfold assessments were performed on the patient, the first through the calf allowed the assessment of sarcopenia. For a better assessment of the patient's physical capacities, four tests were performed: the 6-Minute Walk Test, the 1-Minute Sit-to-Stand Test, handgrip strength, and the Berg Balance Test. The results showed promising effects of physical exercise in improving sarcopenia and functional capacity, with positive changes in neuromotor tests. The improvements observed transcended the clinical context, positively impacting the patient's daily activities and physical and mental well-being.
Keywords
: Diabetic nephropathy. Sarcopenia. Physical exercise. Functional capacity. Hemodialysis.
Resumen
La nefropatía diabética es una enfermedad crónica derivada de la diabetes mellitus que posteriormente deriva en enfermedad renal crónica y la necesidad de hemodiálisis, lo que aumenta el riesgo de sarcopenia. Este estudio de caso tuvo como objetivo investigar los efectos a largo plazo del ejercicio físico intradiálisis en la mejora de la sarcopenia y la capacidad funcional en un paciente con nefropatía diabética. El paciente participó en un programa de ejercicio intradiálisis durante nueve meses, que incluyó actividades de fuerza, resistencia y flexibilidad, respetando siempre su estabilidad hemodinámica. Se le realizaron evaluaciones antropométricas y de pliegues cutáneos; la primera, mediante la circunferencia de la pantorrilla, permitió evaluar la sarcopenia. Para evaluar mejor las capacidades físicas del paciente, se realizaron cuatro pruebas: la Prueba de marcha de 6 minutos, la Prueba de bipedestación de 1 minuto, la Prueba de fuerza de prensión manual y la Prueba de equilibrio de Berg. Los resultados mostraron efectos prometedores del ejercicio físico en la mejora de la sarcopenia y la capacidad funcional, con cambios positivos en las pruebas neuromotoras. Las mejoras observadas trascendieron el contexto clínico, impactando positivamente en las actividades diarias del paciente y su bienestar físico y mental.
Palabras clave
: Nefropatía diabética. Sarcopenia. Ejercicio de resistencia. Capacidad funcional. Hemodiálisis.
Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 30, Núm. 326, Jul. (2025)
Introdução
A diabetes mellitus (DM) é um distúrbio metabólico decorrente de falhas na secreção, na ação da insulina ou ambos, podendo ser caracterizada como uma condição crônica marcada por níveis elevados de glicose no sangue. Essa elevação prolongada de glicose pode resultar em danos sérios ao coração, vasos sanguíneos, olhos, rins e nervos ao longo do tempo. A doença está associada a uma carga significativa de problemas de saúde, abrangendo complicações microvasculares, que afetam a retina, os rins e o sistema neurológico, e complicações macrovasculares, como doenças cardiovasculares, vasculares periféricas e cerebrovasculares. (Sempere-Bigorra, Julián-Rochina, e Cauli, 2021; Peer, Balakrishna, e Durao, 2020)
Uma das doenças cujo fator etiológico está associado a complicações microvasculares da diabetes é a nefropatia diabética, uma síndrome clínica decorrente de alterações na função e/ou estrutura renal, apresentando-se com características de irreversibilidade e progressão gradual, caracterizado como doença renal crônica (DCR). (Ammirati, 2020)
A DRC também desempenha um papel significativo na progressão da sarcopenia, já que seu principal tratamento é a hemodiálise, que comprovadamente desencadeia diversos efeitos adversos devido a fatores como o catabolismo proteico disforme, inflamação crônica, desequilíbrio hormonal e perda de nutrientes essenciais, predispondo o paciente à um declínio físico, funcional, perda de massa muscular e de força, resultando num aumento de 2 a 3 vezes no risco de quedas e mortalidade (Pender et al., 2023). Além dos fatores fisiológicos, a diminuição significativa do nível de atividade física desempenhada por essa população após o diagnóstico e os longos períodos de imobilidade durante as sessões de hemodiálise contribuem para o agravamento desse quadro. Cerca de 40% dos pacientes em hemodiálise possuíam sarcopenia, atribuído geralmente pela pouca informação sobre o impacto do sedentarismo na progressão da DCR e da importância do exercício físico na sua saúde. (Mori et al., 2019)
Inicialmente proposto por Irwin Rosenberg para descrever a perda de massa muscular, o termo “sarcopenia” evoluiu, visto a importância de incorporar um componente funcional, para abranger disfunções como perda de força muscular ao longo do tempo (Yuan, e Larsson, 2023). De acordo com Cruz-Jentoft et al. (2019), o diagnóstico da sarcopenia se fundamenta em três critérios: (1) Redução da força muscular; (2) Diminuição da quantidade de massa muscular; e (3) Decréscimo na performance física.
Reconhecemos que pacientes com DRC frequentemente enfrentam uma série de desafios de saúde, e o exercício físico regular adaptado às capacidades individuais pode ajudar a mitigar esses problemas de várias maneiras, proporcionando benefícios como melhora da capacidade física, eficácia da diálise, qualidade de vida (Do Valle et al., 2020), ganho de força muscular e resistência (Yeh et al., 2020), além de benefícios na hipotensão intradialítica e na depressão em termos de saúde mental, outros benefícios incluem melhora do equilíbrio, do sono, da síndrome das pernas inquietas, da fadiga e a redução no número de hospitalizações. (Martin-Alemañy et al., 2020)
Nesse contexto, surgem duas categorias de exercício físico na DRC: o exercício físico intradialítico (EFI) realizado durante a hemodiálise e o exercício físico interdialítico, realizado fora e entre as sessões de hemodiálise. Enquanto na literatura não há um consenso sobre qual é mais eficiente, Fang et al. (2020) analisaram as possíveis vantagens e desvantagens de ambas, onde o exercício intradialítico tem sua vantagem principalmente sobre a facilidade de monitoramento e maior segurança, enquanto o interdialítico mostrou-se vantajoso pelas ilimitadas escolhas de exercício, intensidade e mobilidade. De qualquer forma, os estudos incentivam a prática do exercício físico independentemente da sua categoria, devendo o profissional optar pelo que melhor se enquadra na realidade clínica do paciente.
Ainda em defesa do EFI, Rodrigues et al. (2021), acrescentam que a implementação de programas de EFI, buscam reverter o quadro da sarcopenia, incorporando atividades físicas adaptadas ao ambiente da sala de hemodiálise, geralmente combinando treinamento resistido, aeróbico e alongamentos. Os estudos de Krase et al. (2021), mostram o exercício físico intradialítico (EFI) melhora a capacidade funcional e previne a perda de massa muscular na coxa em pacientes submetidos à hemodiálise, sendo que tanto o exercício aeróbico quanto o resistido contribuem para o aprimoramento do desempenho funcional, além de promoverem ganho de força e resistência.
Todavia, a escassez de estudos científicos dedicados ao EFI é notável e embora não haja um protocolo estabelecido para prescrição de EFI, é necessário incentivar os pacientes a aumentarem seus níveis de exercício, diminuindo dessa forma a incidência de mortalidade nessa população. (Bündchen et al., 2021; Wilund, Jeonge, e Greenwood, 2019)
Visto que, a perda de massa muscular e força é um quadro comum em pacientes com nefropatia diabética, o presente trabalho tem como objetivo investigar os efeitos a longo prazo do EFI na melhoria da sarcopenia e da capacidade funcional em uma paciente com nefropatia diabética. Espera-se fornecer uma compreensão mais profunda dos benefícios do EFI, no tratamento da sarcopenia nessa população.
Metodologia
Trata-se de um relato de caso baseado no histórico de atendimento realizado com uma paciente renal crônica participante do programa de Educação Física intradialítica do setor de Educação Física do Hospital Universitário do Amazonas. O caso foi selecionado por atender aos seguintes critérios de inclusão: estar apta e ter consentido em participar das intervenções propostas, apresentar condições agravantes para sarcopenia, como nefropatia diabética e retinopatia diabética e estar em tratamento de hemodiálise.
O protocolo de EFI foi prescrito por uma equipe de três profissionais de Educação Física do hospital, seguindo as diretrizes do American College of Sports Medicine. A intervenção foi estruturada considerando variáveis de treinamento como frequência, intensidade, tempo e tipo.
Esta pesquisa atende os requisitos de ética presentes na Resolução 466, com aprovação no Comitê de Ética.
Descrição da paciente
A partir de uma entrevista não estruturada realizada com a paciente estudada, foram obtidas as seguintes informações: Paciente do sexo feminino, 50 anos de idade, dona de casa, possui ensino fundamental incompleto, procedente de um município interior do Amazonas, residindo na capital há 10 anos. Nega tabagismo e etilismo. Possui diagnóstico de Hipertensão Arterial Sistêmica desde 2002, e DM tipo dois, desde 2003. No ano de 2019, começou a sentir sintomas de fadiga muscular nos membros inferiores e inchaço nos dedos dos pés, foi encaminhada ao hospital de emergência onde foi diagnosticada com insuficiência renal crônica e encaminhada ao nefrologista, iniciando tratamento com hemodiálise. Em outubro de 2019 manifestou redução na acuidade visual no olho esquerdo, sendo encaminhada ao oftalmologista, onde foi diagnosticada com Retinopatia Diabética, por volta de maio de 2022, foi identificada a perda completa da visão em ambos os olhos. Possui fístula arteriovenosa no membro superior esquerdo.
A paciente relata nunca ter praticado exercícios físicos formais ao longo de sua vida, com sua rotina marcada por trabalhos manuais na roça. Após os primeiros diagnósticos, continuou com o estilo de vida sedentário, porém ainda laboral. Assim que evoluiu seu quadro para uma DCR sendo necessário o tratamento da hemodiálise, a paciente passou a dedicar-se integralmente às atividades domésticas. Quando perdeu a visão, diminuiu ainda mais o seu nível de atividade física, passando a maior parte do seu dia em casa, mais especificamente deitada em sua cama, devido à dificuldade de mobilidade.
Intervenção e coleta de dados
Foram realizadas 108 intervenções durante nove meses. A paciente realizava três sessões de hemodiálise por semana com duração de quatro horas cada, a intervenção de exercício era realizada durante 30 minutos, durante a hemodiálise onde era dividido em: cinco minutos de alongamento, 20 minutos de atividade principal (mesclando exercícios aeróbios e resistidos) e 5 cinco minutos de desaquecimento (exercícios de mobilidade ou respiração), em todas as sessões.
A intensidade foi determinada a partir da Escala de Esforço de Borg (classificação de zero a 10, onde zero é “Muito leve” e 10 “Máximo de exaustão”), classificado frequentemente pela paciente ente cinco e sete, ou seja, intensidade moderada. A intensidade era determinada ajustando algumas variáveis como a carga (faixas elásticas, caneleira três e cinco quilos, força manual do profissional) e repetições, respeitando a individualidade da paciente.
Quanto ao tipo de exercício a intervenção consistia em atividades que trabalhavam as capacidades físicas por meio de exercícios aeróbicos e resistidos, de movimentos repetitivos dos membros por determinado período, variando de um a dois minutos, repetindo o ciclo de duas a cinco vezes, durante a intervenção, alternando segmentos a cada repetição. Os exercícios consistiam em movimentos articulares de tornozelo, joelho, quadril, cotovelo, ombro e punho. Para flexibilidade, foram realizados exercícios de mobilidade articular e alongamentos estáticos passivos, das articulações do tornozelo, joelho, quadril, punho e ombro.
A intervenção iniciava-se após pelo menos 30 minutos de hemodiálise, respeitando a estabilidade hemodinâmica, respeitando a não realização da intervenção quando havia queixas de dores no peito, dispneia, palidez, sudorese ou tontura; a pressão sistólica precisa estar menor 200 mmHg e a diastólica menor 100 mmHg; além de ser necessário a liberação da equipe médica e enfermagem.
Para melhor avaliação das capacidades físicas da paciente foram realizados quatro testes, coletados antecedendo a primeira sessão de intervenção e após os nove meses. Foram realizados os Teste de Caminhada de 6 Minutos, Teste de preensão manual com dinamômetro, Teste de Sentar e Levantar em 1 Minuto e o Teste de Equilíbrio de Berg, para avaliar aspectos de desempenho físico e equilíbrio. Embora não específicos para sarcopenia, esses testes oferecem informações valiosas sobre a função muscular e o estado físico dos pacientes em hemodiálise.
Ainda, foram realizadas avaliações corporais antropométricas de dobras cutâneas e circunferências. Para análise do parâmetro de sarcopenia, foram realizados o teste de força de preensão manual (FPM) e análise da circunferência da panturrilha direita. De acordo com a Asian Working Group for Sarcopenia (AWS), para mulheres, a sarcopenia é indicada por valores de FPM inferiores a 18 kg e por circunferência da panturrilha abaixo de 33 cm. (Chen et al., 2020)
Análise de dados
A análise dos dados foi realizada utilizando o software Excel, por meio de estatísticas descritivas simples. Foram calculadas medidas de tendência central, como média e mediana. Foi realizada uma comparação entre os dados iniciais e finais, a fim de avaliar possíveis mudanças ou melhorias após a intervenção ou o período de estudo. Gráficos e tabelas foram gerados para a visualização dos resultados, permitindo uma melhor interpretação dos dados coletados.
Resultados e discussão
Durante a realização das coletas e intervenções a paciente sempre demonstrou interesse na prática do EFI, realizando a maior parte dos dias de intervenção, salvo ocasiões em que estava com algum dos critérios de exclusão no momento do atendimento. Por conta disso, ao final dos nove meses retornou a equipe de Educação Física melhoras na mobilidade dos membros superiores e das mãos, ao caminhar, percebeu melhora na sua resistência e percebeu-se menos cansada ao realizar suas atividades de vida diária, além do ganho de força. Outra melhoria informada pela paciente, foi na diminuição de episódios de hipertensão ou hipotensão arterial, durante e fora da hemodiálise. Com incentivo e orientações da equipe, a paciente relata estar se exercitando em casa nos dias entre as sessões de hemodiálise (caminhada pelo corredor de sua casa, agachamento, flexão plantar, mobilidade de membros superiores e inferiores), sendo a primeira vez que realiza exercícios físicos sistematizados.
Composição corporal
Para a análise da composição corporal, utilizou-se o adipômetro científico digital inteligente Prime Vision DGi para as dobras cutâneas, fita métrica antropométrica para as circunferências e paquímetro para os diâmetros ósseos. A circunferência da panturrilha direita foi considerada para a análise, pois, segundo Duarte et al. (2022), está fortemente associada à prevalência de sarcopenia em pacientes dialíticos. O AWS propõe que valores abaixo de 33 cm sejam o parâmetro indicativo de sarcopenia em mulheres. (Chen et al., 2020)
Após nove meses de intervenção com EFI, os dados comparativos entre a avaliação inicial e a final foram observados. A circunferência da panturrilha apresentou um leve aumento, passando de 31,7 cm para 32,1 cm (1,26%), indicando uma modesta diminuição no índice de sarcopenia, embora ainda estivesse abaixo do valor esperado (33 cm). Outros parâmetros da composição corporal mostraram uma discreta redução, incluindo o peso seco, que foi de 71,85 kg para 70,05 kg (-2,51%), a porcentagem de gordura, que caiu de 29,53% para 29,39% (-0,47%), a massa magra, que reduziu de 50,63 kg para 49,46 kg (-2,31%), a massa gorda, que diminuiu de 21,22 kg para 20,59 kg (-2,97%), e o peso muscular, que passou de 27,23 kg para 26,13 kg (-4,04%). Por outro lado, o peso ósseo apresentou um leve aumento, indo de 8,39 kg para 8,69 kg (3,57%) (ver Tabela 1).
Tabela 1. Composição corporal
Variáveis |
Mar/2023 |
Dez/ 2023 |
Δ % |
Peso Seco (kg) |
71,85 |
70,05 |
-2,51 |
Porcentagem de Gordura (%) |
29,53 |
29,39 |
-0,47 |
Massa magra (kg) |
50,63 |
49,46 |
-2,31 |
Massa gorda (kg) |
21,22 |
20,59 |
-2,97 |
Peso muscular (kg) |
27,23 |
26,13 |
-4,04 |
Peso ósseo (kg) |
8,39 |
8,69 |
3,57 |
Circunferência da Panturrilha (cm) |
31,7 |
32,1 |
1,26 |
Fonte: Elaboração própria
Em relação a circunferência da panturrilha, a paciente apresentou leve ganho, 31,7 cm para 32,1 cm, porém dentro do esperado pelas evidências da literatura, que apontam poucas mudanças na parte da composição corporal e antropométrica (Bündchen et al., 2021). Apesar disso, os resultados são promissores para o parâmetro de sarcopenia, uma vez que a medida passou a estar apenas 0,59 cm abaixo do esperado (Chen et al., 2020). A literatura mostra que valores baixos de circunferência de panturrilha estão associados a maiores riscos de sarcopenia (Özcan et al., 2024), quedas (Rodrigues et al., 2023) e problemas ósseos (Ozawa et al., 2023) em pessoas com DRC, provando que o seu aumento mesmo que discreto é importante para o tratamento e prevenção de condições adversas.
Yuguero-Ortiz et al. (2021) e Vogiatzaki et al. (2022) revelaram que, após seis meses de intervenção com exercício físico intradialítico (EFI) combinado (aeróbico e de força) ou apenas exercícios aeróbicos, não foram observadas mudanças significativas na composição corporal. Além disso, Martin Alemañy e colaboradores (2022) não identificaram alterações significativas na massa muscular após seis meses de intervenção com exercícios combinados, corroborando os achados do presente estudo. Esses resultados podem estar relacionados à ausência de controle alimentar da paciente durante os meses de intervenção com EFI.
Noce et al. (2021) evidenciam, em sua revisão, que a abordagem ideal para tratar a sarcopenia em pacientes com doença renal crônica combina exercícios físicos com uma terapia dietética-nutricional personalizada. Essa combinação é considerada essencial para alcançar melhores resultados no manejo da sarcopenia.
Testes neuromotores
Em relação aos resultados do teste de Força de preensão manual, observou-se aumento na dinamometria no membro superior esquerdo, de 13,6 kg para 18,14 kg (18,86%) e o de dinamometria no membro superior direito sem nenhuma evolução ou decréscimo. Os demais testes neuromotores estiveram em concordância, apresentando melhora nas demais análises, como no teste de sentar e levantar (26,08%) e na caminhada de 6 minutos (18,86%) em relação aos valores iniciais. O teste de equilíbrio de Berg retornou apenas com uma melhora de 6,8% comparado ao valor inicial (Figura 1).
Figura 1. Resultados dos testes neuromotores
Fonte: Elaboração própria
Os dados apresentados no presente estudo apontam para uma melhoria nos parâmetros de sarcopenia avaliados. Para a avaliação de força, foi realizado o teste de força de preensão manual (FPM). O valor do membro superior esquerdo, coincidentemente local da fístula arteriovenosa (FAV), aumentou de 13,6 kg para 18,14 kg, o que implica dizer que saiu de um quadro de sarcopenia (Chen et al., 2020) para um valor considerado normal de força, corroborando com a maioria dos estudos que utilizam esse método como avaliação.
Zhang et al. (2020b) utilizou a FPM para investigar o impacto do exercício de resistência intradialítico na aptidão física de pacientes em hemodiálise, apresentando aumento nesse parâmetro após 12 semanas de intervenção. Assim também, os estudos de Martin-Alemañy et al. (2022), Michou et al. (2023), apontaram melhoras na FPM após intervenção com EFI.
Apesar de não estarem diretamente associados ao diagnóstico de sarcopenia, os demais testes neuromotores dão uma visão geral da performance física da paciente, uma vez que apresentou melhoras em todos eles em comparação aos valores iniciais, sugerindo uma possível melhora em um quadro de sarcopenia grave.
Para análise da resistência cardiovascular, foi realizado o teste de caminhada de 6 minutos, que apresentou resultados satisfatórios após o tempo de intervenção, tendo um aumento de 228 metros para 270 metros.
Bündchen et al. (2021) realizaram uma revisão guarda-chuva, onde averiguou com 11 revisões e 48 meta-análises que o EFI melhora a capacidade funcional dos pacientes, tendo o teste de caminhada de 6 minutos como a melhor opção para avaliar a capacidade funcional, e o exercício combinado associado a melhorias em variáveis físicas. Esses resultados podem ser comprovados em vários estudos, todos mostrando melhoras no teste de caminhada de 6 minutos, atestando os resultados do presente estudo. (Yuguero Ortiz et al., 2021; Martin-Alemañy et al., 2022; Michou et al., 2023; Araujo et al., 2024)
Outra variável de capacidade funcional e força de membros inferiores foi o teste de sentar e levantar em 1 minuto, e assim como os demais testes neuromotores, obteve-se um aumento de 23 vezes, para 29 vezes. Não foi encontrado na literatura muitos estudos que utilizaram o teste de sentar e levantar em 1 minuto como método de comparação dos benefícios do EFI, contudo, Segura-Ortí, e Martínez-Olmos (2011), atribuíram uma alta confiabilidade ao teste quando aplicado em pacientes renais.
O melhor resultado no teste de sentar e levantar está em concordância com os resultados de Liu et al. (2015), onde os pesquisadores utilizaram esse método para avaliar os efeitos do exercício aeróbico no desempenho físico de paciente renais crônicos, comprovando o aumento significativo quando há implementação de exercícios combinados (aeróbico e resistido).
E por fim, o teste de equilíbrio utilizando a escala de Berg, assim como os demais testes, mostraram uma evolução após o tempo de intervenção, de 44 pontos para 47. Miranda-Cantellops, e Tiu (2023), consideram a pontuação abaixo de 45 como alto risco de queda, portanto, os resultados já demonstram uma singela diminuição do risco de queda. Carletti et al. (2017), apontam que paciente com DRC tem menor controle postural e equilíbrio em comparação a indivíduos saudáveis e maior incidência de quedas do que a população em geral e os idosos, e esse risco aumenta quando associado a deficiência visual (Singh, e Maurya, 2022). O estudo de Frih et al. (2018), apresenta em seus resultados uma melhora significativa do teste de equilíbrio de Berg (45,3 ± 1,8 para 53,9 ± 1,9), após 6 meses de treinamento interdialítico aeróbico, de força e específico de equilíbrio. Portanto, realizar o monitoramento contínuo do equilíbrio para uma paciente com ambas as condições se torna de suma importância.
Conclusões
Os resultados desta investigação destacam os efeitos promissores do EFI na melhoria do quadro de sarcopenia e na capacidade funcional de pacientes com DCR. Embora os resultados não tenham demonstrado significância para a composição corporal, os testes neuromotores refletiram mudanças positivas, evidenciando os benefícios do programa de exercícios proposto, revelou melhorias especialmente na força de preensão manual, após um período de nove meses de intervenção com exercícios físicos combinados (aeróbicos e de força).
É importante ressaltar que essas melhorias não se limitam apenas ao contexto clínico, mas também se estendem às atividades de vida diária e à qualidade de vida dos pacientes. Além disso, a redução do sedentarismo, observada através da diminuição das dores, aumento da percepção de força e mobilidade, destaca a importância do papel do Profissional de Educação Física na equipe multidisciplinar de hemodiálise. A presença desse profissional não só proporciona orientação especializada durante as sessões, mas também motiva os pacientes a adotarem um estilo de vida mais ativo e saudável.
Referências
Ammirati, A.L. (2020). Chronic kidney disease. Revista da Associação Médica Brasileira, 66(Suppl. 1), s03-s09. https://doi.org/10.1590/1806-9282.66.S1.3
Araujo, AM, Orcy, RB, Feter, N., Weymar, MK, Cardoso, RK, Bohlke, M., e Rombaldi, AJ (2024). Effects of intradialytic exercise on functional capacity in patients with end-stage chronic kidney disease: A systematic review and meta-analysis. Research in Sports Medicine, 32(1), 28-48. https://doi.org/10.1080/15438627.2022.2079983
Bündchen, DC, Sousa, H., Afreixo, V., Frontini, R., Ribeiro, O., Figueiredo, D., e Costa, E. (2021). Exercício intradialítico na doença renal terminal: Uma revisão abrangente de revisões sistemáticas e/ou estudos meta-analíticos. Reabilitação Clínica, 35(6), 812-828. https://doi.org/10.1177/0269215520986784
Carletti, C.O., Rosa, C.S. da C., Souza, G.D. e, Ramirez, A.P., Daibem, C.G.L., e Monteiro, H.L.. (2017). Intradialytic exercise and postural control in patients with chronic kidney disease undergoing hemodialysis. Fisioterapia em Movimento, 30, 247-254. https://doi.org/10.1590/1980-5918.030.002.AO05
Chen, LK, Woo, J., Auyeung, TW, Chou, MY, Iijima, K., Jang, HC, Kang, L., Kim, M., Kim, S., Kojima, T., Kuzuya, M., Lee, JSW, Lee, SY, Lee, WJ, Lee, Y., Liang, CK, Lim, JY, Lim, WS, Peng, LN, Sugimoto, K., Tanaka, T., Won, CW, Yamada, M., Zhang, T., Akishita, M., e Arai, H. (2020). Asian Working Group for Sarcopenia: 2019 consensus update on sarcopenia diagnosis and treatment. Journal of the American Medical Directors Association, 21(3), 300-307.E2. https://doi.org/10.1016/j.jamda.2019.12.012
Cruz-Jentoft, AJ, Bahat, G., Bauer, J., Boirie, Y., Bruyère, O., Cederholm, T., Cooper, C., Landi, F., Rolland, Y., Sayer, AA, Schneider, SM, Sieber, CC, Topinkova, E., Vandewoude, M., Visser, M., Zamboni, M., Writing Group for the European Working Group on Sarcopenia in Older People 2 (EWGSOP2), e the Extended Group for EWGSOP2 et al. (2019). Sarcopenia: Revised European consensus on definition and diagnosis. Age and Ageing, 48(1), 16-31. https://doi.org/10.1093/ageing/afy169
Do Valle, MF, Pinheiro, BV, Barros, AAA, Mendonça, WF, Oliveira, AC, Werneck, GO, Paula, RB, e Reboredo, MM (2020). Effects of intradialytic resistance training on physical activity in daily life, muscle strength, physical capacity and quality of life in hemodialysis patients: A randomized clinical trial. Disability and Rehabilitation, 42(25), 3638-36414. https://doi.org/10.1080/09638288.2019.1606857
Duarte, M., Ribeiro, HS, Almeida, LS, Baião, VM, Inda-Filho, A., Avesani, CM, Ferreira, AP, e Lima, RM (2022). SARC‐F and SARC‐CalF are associated with sarcopenia traits in hemodialysis patients. Nutrition in Clinical Practice, 37(6), 1356-1365. https://doi.org/10.1002/ncp.10819
Fang, H.Y., Burrows, B.T., King, A.C., e Wilund, K.R. (2020). Uma comparação de programas de treinamento de exercícios intradialíticos versus fora da clínica para pacientes em hemodiálise. Blood Purification, 49(1-2), 151-157. https://doi.org/10.1159/000503772
Frih, B., Mkacher, W., Jaafar, H., Frih, A., ben Salah, Z., El May, M., e Hammami, M. (2018). Specific balance training included in an endurance-resistance exercise program improves postural balance in elderly patients undergoing haemodialysis. Disability and Rehabilitation, 40(7), 784-790. https://doi.org/10.1080/09638288.2016.1276971
Krase, AA, Terzis, G., Giannaki, GD, Stasinaki, AN, Wilkinson, TJ, Smith, AC, Zorz, C., Karatzaferi, C., Stefanidis, I., e Sakkas, GK (2022). Seven months of aerobic intradialytic exercise training can prevent muscle loss in haemodialysis patients: an ultrasonography study. Int Urol Nephrol, 54, 447-456. https://doi.org/10.1007/s11255-021-02931-6
Liu, Y.M., Chung, Y.C., Chang, J.S., e Yeh, M.L. (2015). Effects of aerobic exercise during hemodialysis on physical functional performance and depression. Biological Research for Nursing, 17(2), 214-221. https://doi.org/10.1177/1099800414539548
Martin-Alemañy, G., Perez-Navarro, M., Wilund, KR, García-Villalobos, G., Gómez-Guerrero, I. Cantú-Quintanilla, G., Reyes-Caldelas, MA, Espinosa-Cuevas, A., Escobedo, G., Medeiros, M., Bennett, PN, e Valdez-Ortiz, R. (2022). Effect of intradialytic oral nutritional supplementation with or without exercise improves muscle mass quality and physical function in hemodialysis patients: A pilot study. Nutrients, 14(14), 2946. https://doi.org/10.3390/nu14142946
Michou, V., Davioti, M., Syrakou, N., Liakopoulos, V., Deligiannis, A., e Kouidi, E. (2023). Effects of a combined intradialytic exercise training program on functional capacity and body composition in kidney transplant candidates. Journal of Functional Morphology and Kinesiology, 8(1), 9. https://doi.org/10.3390/jfmk8010009
Miranda-Cantellops, N., e Tiu, T.K. (2023). Berg balance testing. StatPearls Pulishing. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK574518/
Mori, K., Nishide, K., Okuno, S., Shoji, T., Emoto, M., Tsuda, A., Nakatani, S., Imanishi, Y., Ishimura, E., Yamakawa, T., Shoji, S., e Inaba, M. (2019). Impact of diabetes on sarcopenia and mortality in patients undergoing hemodialysis. BMC Nephrology, 20, 1-7. https://doi.org/10.1186/s12882-019-1271-8
Noce, A., Marrone, G., Ottaviani, E., Guerriero, C., Di Daniele, F., Zaitseva, AP, e Di Daniele, N. (2021). Uremic sarcopenia and its possible nutritional approach. Nutrients, 13(1), 147. https://doi.org/10.3390/nu13010147
Ozawa, M., Hirawa, N., Haze, T., Haruna, A., Kawano, R., Komiya, S., Ohki, Y., Suzuki, S., Kobayashi, Y., Fujiwara, A., Saka, S., Hanaoka, M., Mitsuhashi, H., Yamaguchi, S., Ohnishi, T., e Tamura, K. (2023). The implication of calf circumference and grip strength in osteoporosis and bone mineral density among hemodialysis patients. Clinical and Experimental Nephrology, 27(4), 365-373. https://doi.org/10.1007/s10157-022-02308-8
Özcan, B., Güner, M., Ceylan, S., Öztürk, Y., Girgin, S., Baş, AO, Koca, M., Balcı, C., Doğu, BB, Cankurtaran, M., Yıldırım, T., e Halil, MG (2024). Calf circumference predicts sarcopenia in maintenance hemodialysis. Nutrition in Clinical Practice, 39(1), 193-201. https://doi.org/10.1002/ncp.11089
Peer, N., Balakrishna, Y., e Durao, S. (2020). Screening for type 2 diabetes mellitus. John Wiley & Sons, Ltd. https://doi.org10.1002/14651858.CD005266.pub2
Pender, D., McGowan, E., McVeigh, J.G., e McCullagh, R. (2023). Os efeitos do exercício intradialítico em índices-chave de sarcopenia em pacientes com doença renal terminal: uma revisão sistemática de ensaios clínicos randomizados. Arquivos de Pesquisa em Reabilitação e Tradução Clínica, 5(1). https://doi.org/110.1016/j.arrct.2022.100252
Rodrigues, IG, Pacheco, LM, Inácio, I., Egidio, M., Garcia, O., Resende, CFCDM, e Souza, HC (2021). O impacto dos exercícios físicos intradialíticos na qualidade de vida de pacientes hemodialíticos: Uma revisão de literatura. Revista Master-Ensino, Pesquisa e Extensão, 6(12), 21-24. https://doi.org/10.47224/revistamaster.v6i12.216
Segura-Ortí, E., e Martínez-Olmos, F. J. (2011). Test-retest reliability and minimal detectable change scores for sit-to-stand-to-sit tests, the six-minute walk test, the one-leg heel-rise test, and handgrip strength in people undergoing hemodialysis. Physical Therapy, 91(8), 1244-1252. https://doi.org/10.2522/ptj.20100141
Sempere-Bigorra, M., Julián-Rochina, I., e Cauli, O. (2021). Differences and similarities in neuropathy in type 1 and 2 diabetes: A systematic review. Journal of Personalized Medicine, 11(3), 230. https://doi.org/10.3390/jpm11030230
Singh, R.R., e Maurya, P. (2022). Visual impairment and falls among older adults and elderly: Evidence from longitudinal study of ageing in India. BMC Public Health, 22(1), 1-11. https://doi.org/10.1186/s12889-022-14697-2
Vogiatzaki, E., Michou, V., Liakopoulos, V., Roumeliotis, A., Roumeliotis, S., Kouidi, E., e Deligiannis, A. (2022). The effect of a 6-month intradialytic exercise program on hemodialysis adequacy and body composition: A randomized controlled trial. International Urology and Nephrology, 54(11), 2983-2993. https://doi.org/10.1007/s11255-022-03238-w
Wilund, K.R., Jeong, J.H., e Greenwood, S.A. (2019). Addressing myths about exercise in hemodialysis patients. Seminars in Dialysis, 32(32), 297-302. https://doi.org/0.1111/sdi.12815
Yeh, M.L., Wang, M.H., Hsu, C.C., e Liu, Y.M. (2020). Twelve-week intradialytic cycling exercise improves physical functional performance with gain in muscle strength and endurance: A randomized controlled trial. Clinical Rehabilitation, 34(7), 916-926. https://doi.org/10.1177/0269215520921923
Yuan, S., e Larsson, S.C. (2023). Epidemiology of sarcopenia: Prevalence, risk factors, and consequences. Metabolism, 144. https://doi.org10.1016/j.metabol.2023.155533
Yuguero-Ortiz, A., Gomez, M., Arias-Guillén, M., Ojeda, R., Fontseré, N., Rodas, L., Broseta, JJ, Vera, M., Hernandez-Sanchez, S., e Maduell, F. (2021). Impact and safety outcomes of an intradialytic physical exercise program. Nefrología (English Edition), 41(5), 556-565. https://doi.org/10.1016/j.nefroe.2021.12.002
Zhang, F., Huang, L., Wang, W., Shen, Q., e Zhang, H. (2020). Effect of intradialytic progressive resistance exercise on physical fitness and quality of life in maintenance haemodialysis patients. Nursing Open, 7(6), 1945-1953. https://doi.org/10.1002/nop2.585
Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 30, Núm. 326, Jul. (2025)