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ISSN 1514-3465

 

Concepção de vida saudável: um estudo com lideranças religiosas

Conception of Healthy Living: A Study with Religious Leaders

Concepción de vida saludable: un estudio con líderes religiosos

 

Giselly dos Santos Holanda de Oliveira*

rgsaudesim@gmail.com

Iraquitan de Oliveira Caminha**

caminhairaquitan@gmail.com

Clara Maria Silvestre Monteiro de Freitas***

clarasilvestre@gmail.com

 

*Mestra em Educação Física pelo Programa Associado

de Pós-Graduação em Educação Física (UPE/UFPB).

Universidade de Pernambuco/Universidade Federal da Paraíba

**Doutor em Filosofia pela Université Catholique de Louvain

Líder do Laboratório de Estudos sobre Corpo, Estética e Sociedade

e do Grupo de Estudos de Filosofia da Percepção

Universidade Federal da Paraíba

***Doutora em Educação Física pela Universidade do Porto, Portugal

Universidade de Pernambuco

Autora Falecida

(Brasil)

 

Recepción: 02/03/2025 - Aceptación: 27/07/2025

1ª Revisión: 08/07/2025 - 2ª Revisión: 20/07/2025

 

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Cita sugerida: Oliveira, G. dos S.H. de, Caminha, I. de O., e Freitas, C.M.S.M. de (2025). Concepção de vida saudável: um estudo com lideranças religiosas. Lecturas: Educación Física y Deportes, 30(329), 125-141. https://doi.org/10.46642/efd.v30i329.8159

 

Resumo

    O estudo buscou compreender a concepção de vida saudável na ótica das lideranças da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Trata-se de pesquisa de campo, com abordagem qualitativa. Os dados foram coletados com entrevista semiestruturada, e para análise, recorreu-se à técnica de análise de conteúdo. Foi destacado que os membros da Igreja devem se responsabilizar por diversas áreas da vida, incluindo a saúde, que é compreendida de forma integral, exigindo, assim, cuidados de natureza corporal, moral e espiritual. Os resultados revelaram que a Igreja encoraja a adoção de um estilo de vida saudável que inclui obediência aos mandamentos, como a Lei da castidade (prática sexual segura, respeito ao corpo); Lei do jejum (oração, força espiritual, altruísmo), Palavra de sabedoria (abstenção de substâncias que tragam vícios e possam ser prejudiciais ao corpo; orientações para dieta balanceada), além do incentivo à prática regular de exercícios físicos, associada ao descanso e ao sono adequado. Ao fomentar uma vida ativa, a Igreja oferece apoio social para a prática de atividades físicas, disponibilizando estrutura, materiais e organização de eventos esportivos. Em geral, a maioria das concepções apontadas pelas lideranças condiz com a literatura, sumarizando o ideal de uma vida saudável de maneira integral. Conclui-se, portanto, que essa instituição religiosa preconiza cuidados para que seus membros tenham uma vida mais saudável, associando, desse modo, vida saudável com valores religiosos.

    Unitermos: Saúde. Estilo de vida saudável. Igreja. Religião.

 

Abstract

    The study sought to understand the concept of healthy living from the perspective of leaders of The Church of Jesus Christ of Latter-day Saints. This was field research with a qualitative approach. Data were collected through semi-structured interviews, and content analysis was used for analysis. It was emphasized that Church members must take responsibility for various areas of life, including health, which is understood holistically, thus requiring physical, moral, and spiritual care. The results revealed that the Church encourages the adoption of a healthy lifestyle that includes obedience to commandments such as the Law of Chastity (safe sexual practices, respect for the body); the Law of the Fast (prayer, spiritual strength, altruism); the Word of Wisdom (abstaining from addictive and harmful substances; guidelines for a balanced diet); and encourages regular physical exercise, combined with rest and adequate sleep. By promoting an active lifestyle, the Church offers social support for physical activity, providing facilities, materials, and organizing sporting events. In general, most of the concepts presented by the leaders are consistent with the literature, summarizing the ideal of a healthy life in a comprehensive manner. Therefore, it can be concluded that this religious institution advocates for its members to have healthier lives, thus associating a healthy life with religious values.

    Keywords: Health. Healthy lifestyle. Church. Religion.

 

Resumen

    El presente estudio buscó comprender el concepto de vida saludable desde la perspectiva de los líderes de la Iglesia de Jesucristo de los Santos de los Últimos Días. Se trató de una investigación de campo con un enfoque cualitativo. Los datos se recopilaron mediante entrevistas semiestructuradas y se utilizó el análisis de contenido. Se enfatizó que los miembros de la Iglesia deben asumir la responsabilidad de diversas áreas de la vida, incluyendo la salud, la cual se entiende de forma holística y, por lo tanto, requiere cuidado físico, moral y espiritual. Los resultados revelaron que la Iglesia fomenta la adopción de un estilo de vida saludable que incluye la obediencia a mandamientos como la Ley de Castidad (prácticas sexuales seguras, respeto por el cuerpo); la Ley del Ayuno (oración, fortaleza espiritual, altruismo); la Palabra de Sabiduría (abstención de sustancias adictivas y nocivas; pautas para una dieta equilibrada); y fomenta el ejercicio físico regular, combinado con descanso y sueño adecuado. Al promover un estilo de vida activo, la Iglesia ofrece apoyo social para la actividad física, proporcionando instalaciones, materiales y organizando eventos deportivos. En general, la mayoría de los conceptos presentados por los líderes concuerdan con la literatura, resumiendo el ideal de una vida saludable de forma integral. Por lo tanto, se puede concluir que esta institución religiosa aboga por una vida más saludable para sus miembros, asociando así la vida saludable con los valores religiosos.

    Palabras clave: Salud. Estilo de vida saludable. Iglesia. Religión.

 

Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 30, Núm. 329, Oct. (2025)


 

Introdução 

 

    Levar uma vida saudável contempla diversos aspectos relacionados ao modo de viver das pessoas. Dentre os fatores que compõem o “viver saudável”, destacam-se o acesso aos serviços públicos, opções de lazer, bem-estar consigo mesmo, relações sociais e adoção de hábitos de vida saudáveis. (Brasil, 2008)

 

    Sabe-se que o envolvimento religioso exerce influência significativa na vida cotidiana dos indivíduos, impactando suas atitudes, hábitos, crenças e valores. (Ferreira, Staut, Araujo, Oliveira, e Portes, 2011; Iannello, Inguglia, Silletti, Albiero, Cassibba, Lo Coco, e Musso, 2022)

 

    Nessa direção, argumenta-se que a religião pode promover estilos de vida mais saudáveis estando associada a uma melhor dieta (Arslan, e Aydın, 2024; Cabistany, e Rombaldi, 2014), adesão a exercícios físicos (Cabistany, e Rombaldi, 2014; Jung, 2022), controle do estresse, visão otimista e positiva da vida (Sanders, Allen, Fischer, Richards, Morgan, e Potts, 2015; Vega Riaño, e Torres, 2023), abstenção de álcool e cigarro e prática sexual segura (Conceição, Jeske, Divino, Abdala, e Rodrigues Filho, 2020; Hope, Lee, Hsieh, Hurd, Sparks, e Zimmerman, 2019; Santos, Oliveira, Farias Júnior, Silva, Silva, e Freitas, 2015) e contribui para maior longevidade. (Enstrom, e Breslow, 2008; Saldías-Ortega, e Moyano-Díaz, 2023)

 

    Observa-se, na literatura, que, de modo geral, a prática religiosa se apresenta como um fator promotor de saúde. Os ensinamentos sobre hábitos salutares são enfatizados pelas lideranças religiosas e consolidados na vivência comunitária. Nesse contexto, destaca-se a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (IJCSUD), cujos membros são popularmente conhecidos como “mórmons”, e representam uma comunidade religiosa cristã marcada pelo seu estilo de vida peculiar.

 

    A Igreja é uma instituição influente em aspectos de saúde e tem sido alvo de estudos internacionais na área (Badanta, Lucchetti, e Cordero, 2020; Cordero, e Rodriguez, 2018; Cordero, e Romero, 2017). As pesquisas indicam que os hábitos de vida incentivados pelas lideranças religiosas e fortalecidos pela vivência comunitária exercem impacto positivo na saúde dos fiéis.

 

    Observa-se que as cosmovisões adotadas e orientadas por líderes religiosos podem servir de referência para elaboração de concepções e estratégias de saúde. Nesse sentido, as práticas de saúde no século XXI não se baseiam exclusivamente em evidências científicas, mas também consideram perspectivas religiosas. Portanto, compreender o entendimento e direcionamento de instituições socioculturais, como a igreja, para temas relacionados à saúde é pertinente, pois tais instituições exercem influência nas pessoas, podendo atingir não apenas os seus seguidores, mas também os que convivem com eles e participam indiretamente da igreja.

 

    Investigações que abordem as relações entre religião e vida saudável constituem uma área de estudo em constante avanço (Badanta, Lucchetti, e Cordero, 2020, Cabistany, e Rombaldi, 2014; Koenig, 2012; McManus, 2024; Sarrazin, 2021; Vega Riaño, e Torres, 2023). No entanto, identifica-se uma limitação em investigações locais, bem como internacionais, que contemplassem líderes da Igreja para compreender a partir de suas doutrinas, os hábitos de saúde incentivados.

 

    Tais discussões podem contribuir para a literatura da Educação Física, uma vez que esta exerce um papel importante na promoção e discussão sobre vida saudável, atuando como um elo entre conhecimento teórico e práticas concretas que fomentam a saúde e o bem-estar geral. Na luz dessas considerações, o objetivo do estudo é compreender a concepção de vida saudável, na ótica das lideranças da IJCSUD.

 

Método 

 

    Trata-se de uma pesquisa de campo, com abordagem qualitativa. Este trabalho foi aceito e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Pernambuco sob o CAAE de número: 83446318.5.0000.5207, seguindo as Resoluções Nº 466/2012 e Nº 510/2016 do Conselho Nacional de Saúde. Todos os sujeitos foram informados do caráter voluntário e sigiloso do estudo e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

 

    O local da pesquisa foi uma das estacas da IJCSUD, situada na cidade de João Pessoa-PB e composta por cinco alas e um ramo. Compreende-se por “alas”, “ramos” e “estacas” as divisões organizacionais da Igreja, sendo a ala e o ramo unidades menores e a estaca um conjunto de alas e ramos.

 

    Em um universo de sete lideranças religiosas que compõem a estaca estudada, foram sujeitos sociais do estudo três bispos (líderes das alas) e o presidente da estaca. O critério de elegibilidade foi ser líder religioso e congregar na capela sede da estaca. A coleta de dados foi realizada a partir de entrevista semiestruturada, subsidada por um roteiro, que contemplou duas etapas: a primeira correspondeu aos aspectos gerais dos sujeitos sociais e da Igreja, e a segunda ao entendimento da igreja sobre vida saudável e seus ensinamentos acerca do tema.

 

    As entrevistas foram previamente agendadas e realizadas de forma individual na própria instituição, com duração aproximada de 30 minutos. Para garantir a fidelidade das falas dos participantes, utilizou-se um gravador, com autorização prévia. Os discursos obtidos foram transcritos e submetidos à análise de conteúdo categorial, proposta por Bardin (2016).

 

    A análise foi norteada por um roteiro didático, sugerido por Souza, Melo, e Santiago (2010) e foram organizadas em três fases: 1) a pré-análise, relacionada à organização dos documentos; 2) a exploração do material, voltada para a codificação dos textos (recorte, enumeração e classificação); 3) o tratamento dos resultados, a inferência e a interpretação, relacionado ao estabelecimento de núcleos de sentidos e significados às mensagens analisadas.

 

Resultados 

 

    Inicialmente, será apresentada uma análise descritiva que caracteriza os sujeitos sociais do estudo e suas respectivas funções na IJCSUD. Em seguida, será discutida a concepção de vida saudável, considerando o entendimento e os ensinamentos da igreja.

 

    Identificou-se que as lideranças da Igreja (um presidente e três bispos) são formadas por homens casados, com idades entre 35 e 46 anos. A maioria nasceu em cidades do Estado da Paraíba e possui formação superior. Esses líderes são membros consolidados na Igreja, sendo que um deles é membro geracional, ou seja, participa da Igreja desde a infância por influência dos pais. Foi explicado que, na Igreja, o batismo ocorre a partir dos oito anos, considerada como a fase do discernimento.

 

    As lideranças destacam que o clero da Igreja não é remunerado, sendo os cargos ocupados de forma voluntária e temporária, atribuídos por revelação divina. Para compreender melhor as funções dos líderes, é importante destacar que os membros da IJCSUD estão organizados em unidades maiores chamadas estacas, que englobam várias pequenas congregações conhecidas como alas e ramos. Nesse contexto, o presidente da estaca supervisiona algumas dessas unidades (alas ou ramos) e é responsável por orientar os bispos que atuam sob sua direção nas alas. Suas atribuições incluem treinamentos, acompanhamentos, entrevistas e apoio em outras atividades organizacionais das unidades.

 

    O bispo, por sua vez, é o líder espiritual de uma ala e tem como principal responsabilidade cuidar da juventude, composta por moças e rapazes de 12 a 18 anos. Além disso, lidera os membros mais experientes, assume responsabilidade direta pela obra missionária e, junto com seus conselheiros, desempenha a função de assistir aos pobres e necessitados.

 

    Com relação ao objetivo geral do estudo, a partir da constituição do corpus e da análise dos conteúdos manifestos, emergiram núcleos de sentido que foram organizados em categorias relacionadas à concepção da Igreja sobre uma vida saudável: 1) Entendimento da Igreja sobre saúde; 2) Leis da Castidade e do Jejum; 3) Lei de Saúde (Palavra de Sabedoria, exercícios físicos, regulação do sono e do descanso).

 

Discussão 

 

Entendimento da Igreja sobre saúde 

 

    Para a IJCSUD, todos devem buscar a autossuficiência na vida, comprometendo-se e se esforçando para atender às próprias necessidades espirituais e materiais, bem como as de suas famílias. Sobre esse princípio, o entrevistado 1 afirma: “[...] A igreja tem essa frente forte, o ensinamento para que todos sejam autossuficientes tanto no trabalho, como nas finanças, na educação e na saúde.” Ressalta-se que a autossuficiência é considerada essencial para que os membros da Igreja estejam mais capacitados a servir e ensinar ao próximo de maneira mais eficaz. Dullo (2012) destaca que, no contexto religioso, há uma busca pelo aprimoramento do ser humano, vinculada à glória de Deus, o que abre espaço para o conceito de humanismo autossuficiente.

 

    Outras falas das entrevistas apresentam a compreensão da Igreja sobre saúde. O entrevistado 3 declarou: “a saúde nos foi dada por Deus, e só isso faz com que tenhamos obrigação de cuidar de nós mesmos e zelar por esse presente”. O entrevistado 4 destacou “a saúde é preciosa, sem ela não conseguimos executar as obras do Senhor [...] e não falo só do lado físico, mas é importante que cuidemos da saúde social, com as pessoas que fazem parte da nossa vida”. O entrevistado 1 destaca: “somos ensinados a cuidar da saúde do corpo e do espírito”.

 

    Os líderes enfatizam que a atenção à saúde está atrelada ao entendimento bíblico do corpo como morada do Espírito Santo de Deus, conforme escrito na Bíblia Sagrada em 1 Coríntios 6:19. O entrevistado 4 comenta “[...] a igreja ensina, de forma geral, que devemos cuidar do nosso corpo sagrado, assim como cuidamos do nosso espírito, eles precisam estar em comunhão”.

 

    Nesse sentido, além das regras impostas nos ensinamentos religiosos, o entendimento do corpo como sagrado, comumente presente nas instituições religiosas cristãs, leva o indivíduo a valorizar os cuidados com a saúde (Sarrazin, 2021; Vasconcelos, 2010). Outras tradições religiosas também destacam em suas escrituras que seus seguidores devem cuidar e nutrir o corpo, evitando comportamentos que possam prejudicá-lo. (Walters, e Benjamins, 2022)

 

    Em suma, a IJCSUD estimula um conceito de saúde integral que visa encorajar o indivíduo nas dimensões física, social, emocional e espiritual. Vale destacar que o domínio espiritualidade/religiosidade/crenças pessoais faz parte do conceito multidimensional de saúde, e considera questões de significado e sentido da vida, sem restringir-se à crença ou prática religiosa. (Borges, Santos, Alves, Borges, Lucchetti, Barbosa, Porto, e Fernandes 2021; Koenig, 2012)

 

    Os líderes ressaltam que a Igreja valoriza o ensino, e temas relacionados à saúde são abordados nas aulas que fazem parte das atividades da Igreja, como seminários, mutuais e aulas dominicais. Nesses encontros, os membros são organizados em salas de acordo com idade (crianças, jovens, adultos, idosos), sexo e estado civil.

 

    Os estudos são baseados nas escrituras sagradas. Rozendo (2016) destaca que, além da Bíblia, os mórmons reconhecem outros documentos sagrados, como o “Livro de Mórmon” (que possui forma e conteúdo semelhantes à Bíblia), “Doutrina e Convênios” e “Pérola de Grande Valor”, os quais possuem autoridade e refletem algumas crenças da Igreja.

 

    A Igreja também produz materiais didáticos sobre diversos temas, incluindo a saúde, e todos os fiéis têm acesso a esses conteúdos por meio eletrônico (site, aplicativos) e em versões impressas. Esses materiais são direcionados de acordo com faixa etária e sexo, o que pode favorecer o interesse e o aprendizado. Acredita-se que muitas pessoas podem ser alcançadas por meio dessas informações amplamente divulgadas pela Igreja, o que contribui para a promoção e manutenção da saúde.

 

    Além das escrituras sagradas e materiais didáticos, a Igreja também considera perspectivas científicas. Sobre isso, o entrevistado 2 comenta “algumas vezes a gente convida pessoas da área da saúde, já chamamos nutricionista, médico, fisioterapeuta para conversar com nosso grupo, fazer uma palestra, nos ensinar sobre determinados temas”. O entrevistado 3 destaca “[...] estamos de prontidão para aprender e ensinar aquilo que é agradável ao Pai”.

 

    Percebe-se, portanto, que a Igreja faz um trabalho constante e variado para estimular a reflexão sobre vida saudável entre os fiéis, utilizando-se de estratégias como a oferta de materiais educativos sobre saúde, e a promoção de práticas que encorajem a autossuficiência e o cuidado com o corpo, o que representa um comprometimento com a qualidade de vida dos seus membros.

 

Leis da Castidade e do Jejum 

 

    Quanto aos hábitos saudáveis incentivados, os líderes destacam que os membros da Igreja são orientados a viverem a lei da castidade, que inclui total abstinência de relações sexuais antes do casamento e absoluta fidelidade e lealdade ao cônjuge após o casamento. A lei também proíbe comportamentos homossexuais e requer o controle dos pensamentos, palavras e atitudes, sugerindo respeito ao corpo.

 

    As visões das lideranças apontam que mandamentos como a lei da castidade ajudam os membros da Igreja a utilizarem o corpo com retidão, controlando apetites e desejos. A respeito disso, Rigoni, e Prodócimo (2013) destacam que cada religião ensina a seus seguidores quais são as formas mais adequadas de utilizar o corpo para que este não “caia em tentação” e não “cometa pecados”.

 

    Em seu estudo sobre a sexualidade mórmon, Silva (2016) ressalta que a lei da castidade é um meio para evitar danos emocionais e físicos. Desse modo, indivíduos que se abstêm de comportamento sexual de risco (múltiplos parceiros, relações sexuais fora do casamento) podem ter benefícios relacionados ao bem-estar, evitando, portanto, gravidez indesejada, doença sexualmente transmissível, ou mesmo, problemas emocionais como a depressão (Dunbar, 2021). Tudo isso influencia na saúde e contribui para a longevidade.

 

    Estudos (Badanta, Lucchetti, e Cordero, 2020; Cordero, e Rodriguez, 2018) destacam que membros da IJCSUD são menos propensos a se envolverem em relações sexuais antes do casamento, o que parece estar relacionado aos ensinamentos sobre a Lei da Castidade na Igreja. A partir de preceitos como esse, a Igreja preconiza o respeito e o cuidado com o corpo, bem como a preservação da vida.

 

    Os líderes relatam que os membros da IJCSUD também buscam seguir a lei do jejum, e são incentivados a jejuar sempre que sua fé precisar de um fortalecimento especial, bem como a jejuar regularmente todos os meses, no “dia de jejum”, primeiro domingo de cada mês. Para observar corretamente esse dia, os mórmons ficam sem comer nem beber por um período de duas refeições consecutivas. O entrevistado 1 comenta “tenho visto estudos científicos que dizem que jejuar faz bem para a saúde, não sou especialista da área, mas tenho lido isso que pessoas que realmente tem essa prática de jejuar, ficando um período sem se alimentar pode ter benefícios para o corpo que tanto trabalha”.

 

    Nessa direção, a pesquisa de Horne, Maio, Anderson, Kfoury, Bailey, e McClure (2008), buscou investigar por que os mórmons tiveram menores taxas de doença cardíaca em comparação com outros participantes da pesquisa, que não eram membros da Igreja. O estudo identificou que o jejum periódico feito pelos seguidores da Igreja foi uma das variáveis associadas com menor risco da doença.

 

    A lei do jejum também contempla sentidos de altruísmo, relacionados à vontade de promover ajuda a indivíduos com diversas carências. O entrevistado 2 comenta “[...] com oferta e jejum suprimos nossos irmãos, seja no alimento, em uma conta de água, uma luz, somos os braços e pernas de Deus nessa terra, temos que ajudar os outros e isso nos fortalece”. O entrevistado 4 destaca “[...] o jejum também está ligado à nossa saúde espiritual, além disso podemos ajudar os outros, que muitas vezes possuem poucas condições financeiras”.

 

    Os líderes explicam a importância da ajuda ao próximo, que inclui fazer uma oferta de jejum para ajudar os necessitados. Desse modo, os membros da Igreja utilizam o dinheiro (que teria sido gasto com as refeições abstidas) para realizar uma doação. Ressalta-se, que os sentimentos como amor e cuidado ao próximo fazem parte do próprio sistema de crença religiosa. Além disso, tais comportamentos altruístas são associados a melhor saúde mental, bem-estar e satisfação com a vida. (Abdel-Khalek, 2006)

 

    Além dos benefícios físicos, mencionados sob a perspectiva fisiológica, foi ressaltado que a lei do jejum possibilita também benefícios espirituais, por meio da doação e da oração. Em seu estudo, Vega Riaño, e Torres (2023) apontam que a influência positiva da religiosidade na saúde transcende o físico e se estende ao psicológico, contribuindo para a resiliência emocional, contentamento com a vida e o bem-estar geral.

 

    Conforme as lideranças, a lei do jejum tem propósitos significativos, como: possibilitar a ajuda aos pobres e necessitados por meio das ofertas de jejum; trazer benefícios para a saúde física; cultivar valores positivos nas pessoas, como a humildade; e ser uma fonte de força espiritual.

 

Lei de Saúde (Palavra de Sabedoria, exercícios físicos, regulação do sono e descanso) 

 

    De acordo com os líderes, os principais direcionamentos divinos sobre a boa saúde estão contidos em um mandamento chamado “palavra de sabedoria”, que é considerada uma lei de saúde para os membros. A palavra de sabedoria está contida em Doutrina e Convênios, uma escritura sagrada da Igreja. Sobre isso, um dos líderes comentou:

    A palavra de sabedoria é uma revelação do Pai Celestial (Deus) sobre os alimentos que deveríamos ingerir e algumas coisas que deveríamos evitar para não prejudicar o nosso corpo. Entre elas o Senhor nos aconselhou a não utilizar o chá preto, café, drogas lícitas e ilícitas e isso por si só já nos traz uma boa qualidade de vida. (Entrevistado 3).

    Rozendo (2016), destaca que para os mórmons, a palavra de sabedoria é considerada uma revelação moderna dos tempos atuais e foi dada por Deus através do primeiro profeta e presidente da Igreja, Joseph Smith, para que as pessoas tenham benefício físico e espiritual. A partir da palavra de sabedoria, a Igreja direciona os mórmons para abstenção de substâncias que tragam vícios e possam ser prejudiciais ao corpo.

 

    Nesse sentido, ao seguir uma denominação religiosa, o indivíduo é influenciado a aderir um conjunto de valores, símbolos, condutas e práticas sociais, incluindo, entre outras coisas, a aceitação ou recusa de certas substâncias que trazem malefícios como álcool e drogas (Abdala, Rodrigues, Torres, Rios, e Souza, 2009; Facundo, Carrillo, Aguilar, Martinez, e Arredondo, 2019; Conceição et al., 2020). Estudos internacionais como os de Merrill, Lyon, e Jensen (2003) e Badanta, Lucchetti, e Cordero (2020) identificaram melhor saúde e longevidade em indivíduos mórmons nos Estados Unidos e na Espanha respectivamente, associada à palavra de sabedoria.

 

    Além de desencorajar comportamentos nocivos à saúde, a palavra de sabedoria também prescreve hábitos salutares, de acordo com o entrevistado 3 “essa lei nos orienta a ter uma alimentação mais saudável, consumindo grãos, frutas, legumes, comendo carne moderadamente”. O entrevistado 1 menciona: “a Igreja nos incentiva a não comer exageradamente e buscar os melhores alimentos, com uma dieta balanceada, e quando necessário, incentivamos a busca de um nutricionista, pois nós não ditamos isso ou aquilo, sempre cabe refletir sobre o equilíbrio”.

 

    As lideranças ressaltam que os princípios da palavra de sabedoria não são explicados em detalhes, fato que dá liberdade aos mórmons para descobrirem o que é adequado para a saúde. Foi comentado que existem substâncias que causam dependências, podendo ser ingeridas, injetadas ou mesmo inaladas, pois trazem malefícios para o corpo e o espírito, e, no entanto, não são mencionadas na palavra de sabedoria, cabendo aos mórmons buscarem direcionamento.

 

    Compreende-se que viver conforme a palavra de sabedoria pode proporcionar uma vida mais saudável. O entrevistado 1 comenta “[...] as razões da lei a gente não adentra muito, mas acreditamos que a partir dessa lei de saúde as pessoas podem buscar um padrão de excelência na vida. Corroborando com tais discussões, Cordero, e Romero (2017), e Badanta, Lucchetti, e Cordero (2020) refletem que em meio a uma sociedade sem limites, na qual tudo é permitido, é necessário um padrão de organização e ordem social.

 

    A partir de suas estruturas teológicas, algumas instituições possuem escrituras contendo orientações e mandamentos acerca da saúde. Fróes (2014), ao investigar a Igreja Adventista do Sétimo Dia, apresenta trechos dos escritos de Ellen White, profetiza da igreja. Tais documentos apresentam recomendações, fundamentadas na Bíblia, que contemplam oito remédios naturais: alimentação vegetariana, boa hidratação, ar puro, luz solar, prática de exercícios físicos, abstinência de substâncias nocivas à saúde, repouso e relacionamento constante com Deus. Esses hábitos são considerados saudáveis e edificantes para os adventistas.

 

    No tocante à palavra de sabedoria, as lideranças destacam que esta traz um sentido de obediência, bem como é uma espécie de proteção contra os vícios da sociedade contemporânea, possibilitando autocontrole e bom senso. O entrevistado 3 acrescenta “seguir essa lei é imprescindível para ser membro da Igreja, bem como para poder ensinar e assumir cargos na Instituição”. Bênçãos de saúde, força, proteção contra o mal são prometidas àqueles que demonstrarem fé, obedecendo a este mandamento. (Arrington, 1959; Badanta, Lucchetti, e Cordero, 2020; Rozendo, 2016)

 

    Associado à palavra de sabedoria, os líderes mencionam que a lei de saúde do Senhor está presente em outras passagens da escritura “Doutrina e Convênios”, trazendo orientações acerca de cuidados com o corpo, como a prática de exercícios físicos. Algumas instituições religiosas incentivam a prática de exercícios físicos aos seus seguidores, reconhecendo que o corpo é sagrado e necessita de cuidados constantes. (Walters, e Benjamins, 2022)

 

    O entrevistado 2 esclarece algumas orientações da Igreja: “[...] somos ensinados a ter bastante cuidado com o nosso corpo e por isso somos sempre incentivados a fazer exercícios físicos, e a cuidar do corpo de várias maneiras: acordar cedo, dormir cedo e não o sobrecarregar”.

 

    Foi destacado que a Igreja incentiva a prática de exercícios físicos sob diversas formas: materiais didáticos, aulas temáticas, além de dispor de espaços propícios para realização dessas atividades. Ressalta-se que a IJCSUD foi precursora na promoção de atividades físicas para seus seguidores, preocupando-se com a construção de espaços adequados para tais atividades em seu interior. (Putney, 2001)

 

    Atualmente esses espaços podem contemplar quadra esportiva, campo de futebol e salão cultural (destinado às atividades como cinema, músicas, teatro, entre outras). O entrevistado 4 comenta “[...] na maioria das capelas tem quadras esportivas para que as pessoas possam se divertir, praticar esportes, socializar e ter bons momentos”.

 

    Conforme as lideranças, a Igreja dispõe de um orçamento para materiais esportivos e organiza eventos relacionados, além disso, a estrutura da Igreja e esses materiais podem ser utilizados pelos membros e convidados. Vale considerar que o apoio social de instituições religiosas para a prática de atividades físicas pode favorecer o engajamento em programas dessa natureza. (Reis, Parra, e Reis, 2016)

 

    Assim, os mórmons são encorajados a praticarem exercícios físicos, a fim de fortalecer o corpo e acalmar a mente. Widstoe (1954) destaca alguns ensinamentos de Brigham Young, presidente e profeta da Igreja, “[...] se você quer dançar, correr ou jogar bola, faça e exercite seus corpos e deixe suas mentes descansarem”. Brigham Young declarou que a partir de tais atividades, o corpo seria renovado, inspirado, estimulado e reanimado, impedindo que a mente se desgastasse.

 

    No contexto sobre o corpo, remetemo-nos a Michel Serres (2004), filósofo cristão, que assume: “o corpo em movimento federa os sentidos e os unifica nele”. De forma similar à IJCSUD, Serres louva uma vida subordinada aos ritmos do corpo, à observância rigorosa do sono e alimentação sadia, além disso, valoriza o treinamento do corpo “[...] treinem o corpo e confiem nele”, pois o seu bom funcionamento depende disso.

 

    Em associação a uma vida fisicamente ativa, a Igreja também ensina que é importante saber gerenciar a rotina diária, evitando ter horários desregrados que venham prejudicar o descanso. Para que o indivíduo tenha vida longa e boa saúde, deve, após esforço suficiente, permitir que o corpo descanse antes que esteja inteiramente esgotado. (Badanta, Lucchetti, e Cordero, 2020)

 

    Os líderes explanam que, a partir de tais orientações, os mórmons buscam organizar seus horários e compromissos, destacando que o equilíbrio e a moderação em todos os aspectos da vida são essenciais, sendo necessário associar os cuidados com o corpo físico à competência nos cuidados com o espírito.

 

    Nesse sentido, o estudo com as lideranças da IJCSUD mostra que a saúde não é apenas vista como a apropriação de dispositivos com base em evidências científicas. Ela também pode ser considerada por meio de uma associação entre discursos científicos de cuidado do corpo com valores morais fundados em preceitos religiosos. Assim, entende-se que a prática religiosa não precisa se dissociar das práticas corporais, indispensáveis para uma vida saudável segundo o modelo biomédico.

 

Conclusões 

 

    O artigo buscou compreender a concepção de vida saudável na ótica das lideranças religiosas. Constatou-se, que os membros da Igreja estudada devem ter responsabilidade com a própria saúde, e para isso a instituição aconselha e estimula cuidados corporais, morais e espirituais, contemplando hábitos considerados saudáveis como a prática sexual segura, altruísmo, alimentação balanceada, abstenção de substâncias que causam vícios e são nocivas ao corpo, prática de exercícios físicos e regulação do sono e descanso.

 

    Mesmo sabendo que os cuidados para o alcance de uma vida mais saudável não é exclusividade da IJCSUD, identificou-se que essa instituição possui um trabalho que inclui a produção e disponibilização de materiais didáticos, sistematização de estudos, bem como a realização de eventos (palestras) com profissionais da saúde.

 

    Tais ensinamentos sobre hábitos salutares advindos da Igreja não diferem, em sua maioria, dos apresentados na literatura e revelam preocupação com a integralidade do ser humano. Nesse sentido, ter uma vida saudável não implica apenas em afastar doenças e retardar a morte, mas viver bem, seguindo valores de natureza ético-religiosa.

 

    Sabe-se que as instituições religiosas têm suas verdades e peculiaridades, e nem sempre seus ensinamentos apoiam-se em evidências científicas. Dessa forma, os comportamentos dos membros das IJCSUD podem ser comedidos no que é agradável a Deus, sustentado-se em suas profecias, escrituras sagradas e direcionamento de suas lideranças.

 

    Portanto, a Igreja, fundada na adoção de valores morais que possibilitem uma forte aliança entre cuidar do corpo e seguir uma prática religiosa, propõe, por meio de seus líderes religiosos, ensinar e encorajar os membros da comunidade para a adesão de hábitos saudáveis, criando uma base sólida de fundamentos morais e uma rede de apoio social. Espera-se com tudo isso criar um ambiente propício e colaborativo para intervenções e promoção de uma vida saudável.

 

    Destaca-se que os resultados apresentados não podem ser generalizados para outras comunidades religiosas, de modo que se incentiva a realização de novos estudos que evidenciem outras visões e direcionamentos sobre a influência da religião na vida saudável dos fiéis.

 

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Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 30, Núm. 329, Oct. (2025)