Lecturas: Educación Física y Deportes | http://www.efdeportes.com

ISSN 1514-3465

 

Terapias cognitivo-comportamentais para adultos obesos 

com transtorno de compulsão alimentar. Revisão de literatura

Cognitive-Behavioral Therapies for Obese Adults with Binge Eating Disorder. Literature Review

Terapias cognitivo-conductuales para adultos obesos con trastorno alimentario compulsivo. Revisión de literatura

 

Naylane Michel Weidle*
naylanemichel@gmail.com

Fernanda Cerutti**
fernanda.cerutti@atitus.edu.br

 

*Psicóloga. Pós-graduanda em Terapia Cognitivo-Comportamental

**Psicóloga, Mestre e Doutora em Psicologia Clínica

Especialista em Terapia Cognitivo-comportamental

Docente do curso de graduação em psicologia da ATITUS Educação

(Brasil)

 

Recepción: 06/02/2025 - Aceptación: 27/07/2025

1ª Revisión: 05/05/2025 - 2ª Revisión: 21/07/2025

 

Level A conformance,
            W3C WAI Web Content Accessibility Guidelines 2.0
Documento acessível. Lei N° 26.653. WCAG 2.0

 

Creative Commons

Este trabalho está sob uma licença Creative Commons

Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional (CC BY-NC-ND 4.0)

https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt

Cita sugerida: Weidle, N.M., e Cerutti, F. (2025). Terapias cognitivo-comportamentais para adultos obesos com transtorno de compulsão alimentar. Revisão de literatura. Lecturas: Educación Física y Deportes, 30(328), 249-263. https://doi.org/10.46642/efd.v30i328.8125

 

Resumo

    A obesidade e o Transtorno de Compulsão Alimentar (TCA) representam desafios significativos para a saúde pública, afetando um número substancial de adultos em todo o mundo. Este estudo é uma revisão de literatura, com ênfase em publicações dos últimos dez anos, que teve como objetivo analisar as contribuições das Terapias Cognitivo-Comportamentais (TCCs) no tratamento de adultos com obesidade e TCA. Foram exploradas três abordagens principais: Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), Terapia Comportamental Dialética (DBT) e Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT). A revisão contemplou aspectos fundamentais da obesidade e do TCA, apresentando os fundamentos teóricos das abordagens analisadas e o que a literatura científica aponta sobre sua eficácia. As evidências indicam que essas terapias apresentam bons resultados na redução dos episódios de compulsão alimentar e na melhoria do bem-estar psicológico; entretanto, sua eficácia na promoção da perda de peso simultaneamente ao tratamento do TCA mostra-se menos consistente. Esses achados reforçam a importância de intervenções integradas e multidisciplinares para alcançar resultados mais abrangentes e duradouros.

    Unitermos: Obesidade. Transtorno de compulsão alimentar. Terapia cognitivo-comportamental.

 

Abstract

    Obesity and Binge Eating Disorder (BED) pose significant public health challenges, affecting a substantial number of adults worldwide. This study is a literature review, with an emphasis on publications from the last ten years, which aimed to analyze the contributions of Cognitive Behavioral Therapies (CBTs) in the treatment of adults with obesity and BED. Three main approaches were explored: Cognitive Behavioral Therapy (CBT), Dialectical Behavioral Therapy (DBT), and Acceptance and Commitment Therapy (ACT). The review addressed fundamental aspects of obesity and BED, presenting the theoretical foundations of the approaches analyzed and the scientific literature's findings regarding their effectiveness. Evidence indicates that these therapies are successful in reducing binge eating episodes and improving psychological well-being; however, their effectiveness in promoting weight loss simultaneously with BED treatment is less consistent. These findings reinforce the importance of integrated, multidisciplinary interventions to achieve more comprehensive and lasting results.

    Keywords: Obesity. Binge eating disorder. Cognitive behavioral therapy.

 

Resumen

    La obesidad y el trastorno alimentario compulsivo (TAC) plantean importantes desafíos para la salud pública y afectan a un número considerable de adultos en todo el mundo. Este estudio es una revisión bibliográfica, con énfasis en publicaciones de los últimos diez años, cuyo objetivo fue analizar las contribuciones de las terapias cognitivo-conductuales (TCC) en el tratamiento de adultos con obesidad y TAC. Se exploraron tres enfoques principales: la terapia cognitivo-conductual (TCC), la terapia dialéctica conductual (TDC) y la terapia de aceptación y compromiso (ACT). La revisión abordó aspectos fundamentales de la obesidad y el TAC, presentando los fundamentos teóricos de los enfoques analizados y los hallazgos de la literatura científica sobre su efectividad. La evidencia indica que estas terapias son exitosas en la reducción de los episodios alimentarios compulsivos y en la mejora del bienestar psicológico; sin embargo, su efectividad para promover la pérdida de peso simultáneamente con el tratamiento del TAC es menos consistente. Estos hallazgos refuerzan la importancia de las intervenciones integradas y multidisciplinarias para lograr resultados más integrales y duraderos.

    Palabras clave: Obesidad. Trastorno alimentario compulsivo. Terapia cognitivo-conductual.

 

Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 30, Núm. 328, Sep. (2025)


 

Introdução 

 

    A obesidade é considerada uma doença crônica de grande complexidade, resultante da interação de diversos fatores, tornando-se, assim uma condição de origem multicausal (Ministério da saúde, 2022). Conforme o último levantamento da Organização Mundial da Saúde, mais de um bilhão de pessoas no mundo são obesas, sendo que, dessas, 650 milhões são adultos (Organização Mundial da Saúde [OMS], 2022). No Brasil, cerca de 60,3% dos adultos estão acima do peso, com projeções de aumento significativo até 2035. (Ministério da Saúde, 2022; World Obesity Federation, 2023)

 

    Caracterizada por um distúrbio metabólico, a obesidade resulta de um desequilíbrio energético provocado pela ingestão calórica excessiva em relação ao gasto energético (OMS, 2022). Esse quadro compromete o funcionamento saudável e pode ser classificado como endógeno, relacionado a disfunções metabólicas, ou exógeno, associado ao consumo excessivo e estilo de vida. (Silva, e Dionisio, 2019)

 

    Existe um padrão para calcular e definir se o peso é considerado saudável para uma pessoa. Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, 2024) classificam sobrepeso e obesidade como um peso acima do considerado saudável para uma determinada altura. A avaliação mais comum do peso é o Índice de Massa Corporal (IMC), que classifica a obesidade em graus I, II e III (OMS, 2025). No entanto, esse indicador não é suficiente para uma análise detalhada da composição corporal, sendo recomendada uma avaliação mais completa. (Sampaio et al., 2012; CDC, 2024)

 

    Para compreender a complexidade dessa condição, é necessário considerar os múltiplos fatores que contribuem para seu desenvolvimento, incluindo predisposição genética, ambiente, estilo de vida e aspectos culturais (Silva, e Dionisio, 2019). A obesidade, por sua vez, constitui importante fator de risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), como diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares (Ferreira et al., 2019; Ministério da Saúde, 2022). De acordo com a OMS (2023), as DCNTs respondem por 74% das mortes no mundo, sendo o excesso de peso apontado como a terceira principal causa de óbitos.

 

    Fatores emocionais, como vergonha do corpo e isolamento social, podem agravar o quadro, aumentando a probabilidade de problemas de saúde mental (Silva, e Dionisio, 2019; Abiri, 2022). A obesidade está associada a diversas comorbidades, incluindo transtornos psicológicos, como o Transtorno de Compulsão Alimentar (TCA), que apresenta uma prevalência de 1,9% na população geral (Hilbert et al., 2020). Estudos adicionais destacam uma relação significativa entre o TCA e indivíduos com obesidade, especialmente em casos de obesidade extrema (Udo, e Grilo, 2018; Agüera et al., 2021). Em um estudo publicado pela revista JAMA Network, foi relatado que 17% dos pacientes submetidos a cirurgia bariátrica apresentam o diagnóstico de TCA. (Dawes et al., 2016)

 

    Embora a obesidade não implique necessariamente a presença do TCA, e vice-versa, o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, quinta edição revisada (DSM-5-TR; American Psychiatric Association [APA], 2023), reconhece a obesidade como uma condição que exige atenção clínica. Essa atenção é especialmente importante devido à associação com o TCA, que é o transtorno alimentar mais prevalente entre pessoas com obesidade, com estudos apontando taxas que podem variar entre 5% e 30%, dependendo dos critérios diagnósticos (Umeda et al., 2024; Silva, e Sousa, 2016). Pesquisas indicam que fatores psicológicos como impulsividade, depressão e ansiedade estão relacionados a ambas as condições, contribuindo para padrões alimentares disfuncionais. (Pruccoli et al., 2023; Reas et al., 2021)

 

    O TCA é caracterizado por episódios recorrentes de compulsão alimentar sem comportamentos compensatórios, impactando negativamente a autoestima e a relação com o corpo e a alimentação (Marçal, e Jardim Júnior, 2018; Agüera et al., 2021). É importante salientar que o TCA faz parte do grupo de Transtornos Alimentares (TAs), classificado em duas categorias diagnósticas, pelo DSM-5-TR (APA, 2023) e pela CID-11, Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde. (OMS, 2018)

 

    A inclusão do TCA no DSM-5 representa um reconhecimento da complexidade e gravidade desse distúrbio. Na categorização atual, segundo o DSM-5-TR (APA, 2023), o TCA se caracteriza por episódios frequentes de ingestão excessiva de alimentos em curto período, acompanhados de perda de controle e sofrimento psicológico. Esses episódios, que ocorrem pelo menos uma vez por semana, incluem comportamentos como comer rápido, até o desconforto, sem fome ou escondido por vergonha (APA, 2023). A compreensão do TCA não se restringe a uma causa única, sendo resultado de uma interação entre fatores biológicos, psicológicos e sociais, como padrões familiares e culturais. (Hilbert et al., 2020)

 

    No âmbito familiar, diversos fatores aumentam o risco de desenvolvimento do TCA. Hábitos alimentares excessivos, transtornos de humor, ansiedade ou uso de substâncias por parte de um dos pais, conflitos familiares, expectativas excessivas ou perfeccionismo parental, além de eventos como a separação dos pais, são preditores importantes (Agüera et al., 2021). Críticas constantes relacionadas à forma corporal, peso e alimentação, assim como experiências traumáticas ou estressantes, como a perda de entes queridos e abusos emocionais ou sexuais, também podem contribuir para o surgimento do transtorno. (Lie et al., 2021)

 

    A mídia desempenha um papel significativo na formação de percepções de beleza, frequentemente exaltando a magreza como ideal, o que contribui para expectativas corporais irreais e insatisfação com a própria imagem (Martínez et al., 2019). Embora haja um movimento crescente para mudar esses paradigmas, a prevalência de imagens que glorificam corpos magros ainda é marcante, reforçando a ênfase excessiva em peso e forma. Esse foco está associado a uma maior intensidade de psicopatologia alimentar e sofrimento psicológico, dificultando o tratamento. (Agüera et al., 2021)

 

    Além dos fatores já mencionados, a alimentação e sua relação disfuncional representam aspectos centrais no TCA. Pessoas com esse transtorno frequentemente utilizam o consumo excessivo de alimentos como estratégia para lidar com sofrimento emocional, o que pode se tornar um hábito automático (Cavenage, e Neufeld, 2010). Esses episódios, geralmente relacionados a alimentos ricos em açúcar e gordura, oferecem alívio momentâneo, mas perpetuam um ciclo de compulsão alimentar e culpa, agravando o estresse psicológico e a dificuldade de mudança. (Andrade, e Rubiatti, 2019)

 

    O TCA, especialmente quando associado à obesidade, exige estratégias de tratamento integradas e baseadas em evidências. A psicologia é uma das intervenções mais eficazes nesse contexto, com destaque para a TCC, amplamente estudada e aplicada em centros especializados (Giel et al., 2022; Duchesne et al., 2019; Marçal, e Jardim Júnior, 2018). Na obra Terapia Cognitivo-Comportamental, Judith S. Beck (2022) destaca a abordagem pela ênfase na interação dinâmica entre pensamentos, emoções e comportamentos, evidenciando como essas dimensões se influenciam mutuamente. Sendo assim, o foco do tratamento concentra-se na modificação de padrões de pensamentos distorcidos e na reestruturação de crenças desadaptativas relacionadas ao peso, à imagem corporal e à relação com o comportamento alimentar. (Marçal, e Jardim Júnior, 2018)

 

    Dessa forma, conforme Beck (2022), quando as pessoas desenvolvem habilidades para analisar seus pensamentos de maneira mais precisa e adequada, tendem a vivenciar uma redução nas emoções negativas e nos comportamentos desadaptativos. Com base nesse entendimento, o psicólogo ajudará para que o paciente perceba a relação entre seus pensamentos, emoções e comportamentos que lhe causam sofrimento, para que então possam ocorrer modificações no seu comportamento e sistema de crenças. (Pires, e Laport, 2019)

 

    Além da TCC tradicional, abordagens contemporâneas como a Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT) e a Terapia Comportamental Dialética (DBT) também têm sido exploradas no contexto do TCA e obesidade. A ACT, desenvolvida por Hayes et al. (1986), não busca eliminar comportamentos considerados problemáticos, mas compreender a função que eles desempenham no contexto da vida da pessoa. Essa abordagem foca na promoção de flexibilidade psicológica, ajudando os pacientes a se relacionarem de maneira diferente com seus pensamentos e emoções, sem a necessidade de evitá-los ou controlá-los, mas sim aceitando essas experiências internas e escolhendo ações alinhadas com seus valores pessoais. (Hayes et al., 2021)

 

    Já a DBT, desenvolvida por Linehan (2015), oferece estratégias voltadas para a regulação emocional e a tolerância ao desconforto, sendo especialmente útil em casos que envolvem impulsividade e dificuldades de manejo emocional, aspectos frequentemente observados no TCA. Ambas as abordagens complementam os esforços tradicionais da TCC ao oferecer ferramentas adicionais para lidar com a complexidade das relações entre emoção, comportamento e bem-estar.

 

    Diante do exposto, este estudo tem como objetivo revisar a literatura existente sobre as Terapias Cognitivo-Comportamentais no tratamento de adultos obesos com Transtorno de Compulsão Alimentar, destacando a aplicação da TCC tradicional, bem como das abordagens baseadas na ACT e DBT, e os resultados observados na prática clínica.

 

Metodologia 

 

    Este estudo consistiu em uma Revisão de Literatura, com o objetivo de explorar as abordagens terapêuticas baseadas na Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), Terapia Comportamental Dialética (DBT) e Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT) no tratamento da obesidade e do Transtorno de Compulsão Alimentar (TCA). Para tanto, foram pesquisados materiais bibliográficos nas principais bases de dados de artigos científicos, incluindo SciELO, PubMed, BVS, LILACS, PePSIC, e Google Acadêmico. Além disso, foram consultados livros e capítulos de autores referência na temática, bem como teses e dissertações relevantes. Buscou-se priorizar estudos publicados nos últimos dez anos, sem desconsiderar trabalhos anteriores de relevância teórica.

 

    Os critérios de inclusão consideraram materiais publicados em português e inglês, que abordassem diretamente a obesidade e/ou o TCA a partir das perspectivas psicoterápicas mencionadas. As palavras-chave utilizadas foram definidas com base nos principais termos encontrados na literatura, a fim de garantir uma ampla cobertura do tema. Por outro lado, foram excluídos materiais que tratavam a temática com outras abordagens psicoterápicas ou que não abordassem especificamente a obesidade ou o TCA. O material encontrado foi organizado de forma a atender aos objetivos do estudo, sendo dividido em três subtítulos principais: 1) Terapia Cognitivo-Comportamental no tratamento do Transtorno de Compulsão Alimentar e obesidade; 2) Terapia Comportamental Dialética no tratamento do Transtorno de Compulsão Alimentar e Obesidade e 3) Terapia Aceitação e Compromisso no tratamento do Transtorno de Compulsão Alimentar e Obesidade.

 

Terapia Cognitivo-Comportamental no tratamento do Transtorno de Compulsão Alimentar e Obesidade 

 

    A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma abordagem focada no presente, que busca compreender e modificar prejuízos cognitivos e comportamentais. Um elemento central para o profissional é a conceitualização cognitiva, que organiza o caso clínico e direciona as intervenções. Por meio da identificação de pensamentos automáticos, é possível acessar crenças nucleares e intermediárias, vinculadas às emoções e aos comportamentos do indivíduo. (Beck, 2022)

 

    No tratamento do TCA, a TCC trabalha na reestruturação de crenças, como o pensamento "tudo ou nada", comum nesse contexto. Essa distorção leva a uma postura inflexível quanto à alimentação, e se não conseguir cumprir exatamente o proposto, a interpretação é de que houve uma falha pessoal, acreditando que precisa redobrar seu esforço para manter a dieta rígida. (Duchesne et al., 2019; Cooper et al., 2020). Assim, a TCC busca normalizar hábitos alimentares por meio de mudanças cognitivas e comportamentais, capacitando o paciente a lidar com situações estressantes e reduzindo episódios de compulsão. (Agüera et al., 2021)

 

    Entre as técnicas utilizadas estão o automonitoramento alimentar, o controle de estímulos e o treinamento em resolução de problemas, que ajudam a evitar situações que desencadeiam compulsões e promovem escolhas mais assertivas (Marçal, e Jardim Júnior, 2018). Um grande aliado do processo terapêutico é a psicoeducação, que orienta o paciente sobre os riscos da obesidade e do TCA, além de promover uma participação ativa e o empirismo colaborativo. (Beck, 2022; Oliveira et al., 2016)

 

    Um estudo de metanálise examinou a eficácia a longo prazo comparando diferentes tratamentos psicológicos e médicos, onde a psicoterapia pela TCC apresentou eficácia na sintomatologia da compulsão alimentar e na psicopatologia associada, também com diminuições significativas no Índice de Massa Corporal (IMC), persistindo por mais de 6 e 12 meses pós-tratamento (Hilbert et al., 2020). No entanto, a questão da diminuição do peso não demonstra ser unânime nas pesquisas. Segundo Agüera et al. (2021) pessoas em tratamento do TCA e que são obesas, não obtêm resultados na redução do peso, necessitando de uma abordagem que integre o emagrecimento e diminuição ou remissão da compulsão alimentar.

 

Terapia Comportamental Dialética no tratamento do Transtorno de Compulsão Alimentar e Obesidade 

 

    No guarda-chuva das TCCs encontra-se a Terapia Comportamental Dialética (Dialectical Behavior Therapy, TCD/DBT), outra abordagem eficaz para o TCA considerada de “Terceira Onda” (Cancian, 2016). A BDT entende que comportamentos compulsivos surgem como reação a emoções intensas, com a compulsão alimentar sendo usada como estratégia para lidar com tais emoções (Lammers et al., 2020). A inabilidade para lidar com emoções desconfortáveis aumenta a possibilidade de a pessoa ter compulsão alimentar, pois há uma perda de controle diante de um sofrimento, buscando a comida como alívio (Safer et al., 2020). Isso é evidenciado por um estudo realizado por Sultson, e Akkermann (2019), no qual observam-se níveis mais altos de dificuldades na regulação emocional em pessoas que consomem alimentos como resposta a emoções consideradas mais difíceis de lidar em comparação com aqueles que não apresentam esse padrão alimentar.

 

    Além da terapia individual, a DBT inclui o Treinamento de Habilidades, que pode ser realizado em grupo ou individualmente. Segundo Linehan (2018), essa intervenção ensina competências para regular comportamentos, emoções e pensamentos prejudiciais, abrangendo quatro habilidades principais: Mindfulness, Efetividade Interpessoal, Regulação Emocional e Tolerância ao Mal-estar, cada uma com protocolos específicos.

 

    Um estudo randomizado realizado por Cancian (2016) investigou os efeitos de uma intervenção fundamentada no Treinamento de Habilidades da DBT em adultos brasileiros com obesidade. A pesquisa contou com treze participantes obesos e treze do grupo de controle, o estudo foi reduzido e adaptado para dez sessões, com o tema voltado apenas para habilidades de regulação emocional. O estudo apresentou diminuição na gravidade da compulsão alimentar e ajudou no desenvolvimento de padrões alimentares mais saudáveis, trazendo maior conexão com as reações fisiológicas de fome e saciedade (Cancian, 2016).

 

    Outro estudo de ensaio clínico randomizado e controlado teve por objetivo identificar a eficácia de Autoajuda guiada da DBT para o tratamento de TCA. Os resultados apresentaram diminuições significativas na frequência de compulsão alimentar, mas não houve diferenças significativas no peso (Carter et al., 2019). Em contrapartida, outro estudo com grupos de tratamento e controle, apresentou diminuição no IMC após o tratamento, redução da compulsão alimentar redução da compulsão alimentar e melhora da regulação emocional em comparação ao grupo controle. (Rahmani et al., 2018)

 

Terapia Aceitação e Compromisso no tratamento do Transtorno de Compulsão Alimentar e Obesidade 

 

    O sofrimento psicológico é uma experiência comum que pode restringir significativamente o bem-estar das pessoas, sendo que a tentativa de evitar o sofrimento é o que realmente pode causar o adoecimento (Olaz, 2016). Nesse sentido, tirar o peso que o sofrimento em si carrega e permitir-se entrar em contato com ele pode, paradoxalmente, melhorar a capacidade de seguir adiante e viver de acordo com os próprios valores (Hayes et al., 2021). Essa perspectiva é encontrada na Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT - Acceptance and Commitment Therapy), desenvolvida por Steven C. Hayes em 1987. Seu objetivo é ensinar como lidar comportamentalmente com os pensamentos, combinando processos de aceitação e ampliação da flexibilidade psicológica dos indivíduos. (Freitas et al., 2017)

 

    A compulsão alimentar é entendida pela ACT como uma estratégia de evitação experiencial. O comportamento compulsivo serve para evitar, suprimir ou diminuir a exposição a pensamentos e emoções negativas, concentrando-se nos benefícios imediatos que isso proporciona (Freitas et al., 2017). Lidar com as emoções desagradáveis e engajar-se no tratamento é um dos grandes desafios para quem tem TCA. Desse modo, identificar o que é mais importante para os indivíduos, aceitar suas experiências internas sem julgamento e agir de acordo com esses valores, pode fornecer a motivação e as habilidades necessárias para enfrentar os aspectos mais difíceis do tratamento (Juarascio et al., 2017). Segundo os autores, participar de atividades que estejam alinhadas com valores importantes ou que tragam prazer pode elevar o humor, e reduzir a frequência e a intensidade das emoções negativas e, consequentemente, diminuir a ocorrência de episódios de compulsão alimentar. (Juarascio et al., 2017)

 

    Um estudo realizado por Freitas et al. (2017) avaliou uma intervenção breve baseada na ACT em mulheres com sobrepeso e obesidade, avaliando de acordo com o nível do TCA. Foi encontrada uma redução significativa nos episódios de compulsão alimentar, diminuição no IMC e um aumento na prática de atividade física, especialmente em grupos com sintomas moderados e graves. O estudo sugere que os resultados foram possivelmente influenciados pela diminuição da evitação experiencial e pela utilização de técnicas de desfusão cognitiva, que ajudaram os participantes a enfrentar diretamente suas emoções e sensações internas e a adotar comportamentos alinhados com seus valores. (Freitas et al., 2017)

 

    Em consonância com os resultados acima, Finger et al. (2018) evidenciaram alto nível de evitação de experiencial em pessoas obesas com TCA grave, e maior fusão cognitiva. Além disso, esse estudo apresentou que o TCA grave está associado a alimentação menos consciente, ou seja, estão menos conectados com o presente, sendo um indicador de inflexibilidade psicológica. Um estudo de ensaio clínico randomizado também evidenciou melhorias no comportamento de compulsão alimentar, onde foram observadas em conjunto com reduções na evitação experiencial relacionada ao peso. Cabe citar que os participantes do grupo mantiveram reduções na compulsão alimentar desde o pós-tratamento até o acompanhamento de três meses. (Afari et al., 2019)

 

    Conclui-se que promover a flexibilidade psicológica em indivíduos com TCA é essencial, pois reduz a dependência de estratégias de enfrentamento para evitar sofrimento interno, como pensamentos e emoções indesejados (Freitas et al., 2017). A ACT busca alinhar as ações dos indivíduos com seus valores, promovendo uma vida significativa e satisfatória. Isso pode melhorar a qualidade de vida, favorecer hábitos saudáveis e contribuir para a redução dos sintomas do TCA e a perda de peso. (Finger et al., 2021)

 

Conclusões 

 

    Este estudo revisou as contribuições das abordagens TCC tradicional, DBT e ACT no tratamento de adultos com obesidade e TCA, destacando a relevância de intervenções baseadas em evidências para essas condições. A TCC é amplamente recomendada por abordar pensamentos e comportamentos disfuncionais, a DBT auxilia na regulação emocional e a ACT promove aceitação e flexibilidade psicológica, interpretando a compulsão alimentar como evitação experiencial.

 

    Embora essas terapias apresentem bons resultados na redução dos episódios compulsivos e na melhora do bem-estar psicológico, o tratamento conjunto de obesidade e TCA apresenta resultados inconsistentes. A perda de peso sustentável costuma ser limitada, e a manutenção dos efeitos a longo prazo permanece um desafio. Essa inconsistência reforça a necessidade de investigações adicionais que combinem elementos teóricos e práticos das diferentes terapias, buscando intervenções mais abrangentes e eficazes para ambas as condições.

 

    Além dos avanços terapêuticos, o impacto social deste tema não pode ser subestimado. Programas municipais e estaduais que promovam hábitos saudáveis e saúde mental, com o apoio de profissionais especializados, poderiam reduzir significativamente os índices de obesidade e compulsão alimentar. Ações como psicoeducação comunitária, promoção de ambientes escolares mais saudáveis e incentivos à prática de atividades físicas são exemplos de políticas públicas que podem prevenir essas condições e transformar a relação da sociedade com o corpo, a alimentação e o bem-estar.

 

    No campo teórico, este estudo enfatiza a importância de ampliar o entendimento sobre abordagens integradas para tratar condições como TCA e obesidade. Clinicamente, é urgente desenvolver técnicas que articulem os benefícios das terapias existentes, otimizando os resultados físicos e emocionais. Para a pesquisa, recomenda-se explorar protocolos inovadores e realizar estudos longitudinais que avaliem a eficácia combinada das intervenções, além de investigar novas terapias emergentes no contexto de transtornos alimentares e obesidade.

 

    Algumas limitações devem ser reconhecidas. A revisão possui caráter narrativo, implicando menor rigor metodológico em comparação a revisões sistemáticas. Além disso, os critérios de seleção, embora tenham incluído estudos publicados em português e inglês e priorizado os últimos dez anos, não seguiram protocolos formais como o PRISMA. O número reduzido de artigos incluídos também restringe a generalização dos achados. Apesar dessas limitações, as reflexões apresentadas fornecem subsídios relevantes para futuras pesquisas e práticas clínicas.

 

    Por fim, este estudo contribui não apenas para o avanço teórico e clínico, mas também para a construção de uma sociedade mais empática e informada. Ao promover a compreensão e desmistificação do TCA e da obesidade, rompe-se com estereótipos e preconceitos, promovendo maior inclusão e qualidade de vida para indivíduos, famílias e comunidades.

 

Referências 

 

Abiri, B., Hosseinpanah, F., Banihashem, S., Madinehzad, S.A., e Valizadeh, M. (2022). Mental health and quality of life in different obesity phenotypes: a systematic review. In Health and Quality of Life Outcomes, 20(1), 1-14. https://doi.org/10.1186/s12955-022-01974-2

 

Afari, N., Herbert, MS, Godfrey, KM, Cuneo, JG, Salamat, JS, Mostoufi, S., Gasperi, M., Ober, K., Backhaus, A., Rutledge, T., e Wetherell, JL (2019). Acceptance and commitment therapy as an adjunct to the MOVE! programme: a randomized controlled trial. Obesity Science and Practice, 5(5), 397-407. https://doi.org/10.1002/osp4.356

 

Agüera, Z., Lozano-Madrid, M., Mallorquí-Bagué, N., Jiménez-Murcia, S., Menchón, J.M., e Fernández-Aranda, F. (2021). A review of binge eating disorder and obesity. Neuropsychiatrie, 35(2), 57-67. https://doi.org/10.1007/s40211-020-00346-w

 

Andrade, M.Q.B. de, e Rubiatti, A.M.M. (2019). O trabalho psicoterapêutico em sujeitos com excesso de peso que possuem transtorno de compulsão alimentar (TCA). Revista Brasileira Multidisciplinar, 22(1), 33-46. https://doi.org/10.25061/2527-2675/ReBraM/2019.v22i1.602

 

American Psychiatric Association (2023). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5-TR (5° ed., texto revisado). Artmed Editora.

 

Beck, J. (2022). Terapia cognitivo-comportamental. Teoria e prática (3°ed.). Editora Artmed.

 

Cancian, A.C.M. (2016). Efeitos de uma intervenção baseada no treinamento de habilidades da terapia comportamental dialética em indivíduos com obesidade [Tese de Mestrado, Programa de Pós-Graduação em Psicologia. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul]. https://repositorio.pucrs.br/dspace/handle/10923/9804

 

Carter, J.C., Kenny, T.E., Singleton, C., van Wijk, M., e Heath, O. (2019). Dialectical behavior therapy self-help for binge-eating disorder: A randomized controlled study. International Journal of Eating Disorders, 53(3), 451-460. https://doi.org/10.1002/eat.23208

 

Cavenage, C.C., e Neufeld, C.B. (2010). Conceitualização cognitiva de caso: uma proposta de sistematização a partir da prática clínica e da formação de terapeutas cognitivos-comportamentais. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas, 6(2),1-35. https://doi.org/ 10.5935/1808-5687.20100014

 

Centers for Disease Control and Prevention (2024). About adult BMI. https://www.cdc.gov/bmi/about/index.html

 

Cooper, Z., Calugi, S., e Dalle Grave, R. (2020). Controlling binge eating and weight: a treatment for binge eating disorder worth researching? Eating and Weight Disorders, 25(4), 1105-1109. https://doi.org/10.1007/s40519-019-00734-4

 

Dawes, AJ, Maggard-Gibbons, M., Maher, AR, Booth, MJ, Miake-Lye, I., Beroes, JM, e Shekelle, PG (2016). Mental health conditions among patients seeking and undergoing bariatric surgery a meta-analysis. JAMA - Journal of the American Medical Association, 315(2), 150-163. https://doi.org/10.1001/jama.2015.18118

 

Duchesne, M., Campos, M.C., e Pereira, M.C.B. (2019). Intervenções psicológicas no tratamento dos transtornos alimentares. Debates em Psiquiatria, 9(3), 32-38. https://doi.org/10.25118/2763-9037.2019.v9.52

 

Olaz, F.O. (2016). Aplicações da terapia de aceitação e compromisso na abordagem da bulimia nervosa. Em I.R. Finger, e M.S. Oliveira (Eds.), A prática da Terapia cognitivo-comportamental nos transtornos alimentares e obesidade (pp. 278-320). Editora Sinopys.

 

Finger, I.R., Freitas, B.I., e Oliveira, M.S. (2018). Inflexibilidade psicológica em pessoas com sobrepeso e obesidade na perspectiva da terapia de aceitação e compromisso (ACT). Eating and Weight Disorders, 25, 169-175. https://doi.org/10.1007/s40519-018-0541-y

 

Finger, I.R., Heinen, M., Freitas, B.I., Guedes, P.A., Alano, D.S., e Oliveira, M.S. (2021). Comparação experimental entre intervenções intensivas baseadas na terapia de aceitação e compromisso e terapia cognitivo-comportamental para pessoas com sobrepeso e obesidade. Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva, 23(1), 1-22. https://doi.org/10.31505/rbtcc.v23i1.1567

 

Freitas, B.I., Cancian, A.C.M., Zacan, R.K., e Oliveira, M.S. (2017). Respostas a uma intervenção baseada em ACT de acordo com a severidade da compulsão alimentar em mulheres. Revista brasileira de terapia comportamental e cognitivo, 19(3), 49-62. https://rbtcc.com.br/RBTCC/article/view/1054/524

 

Giel, KE, Bulik, CM, Fernandez-Aranda, F., Hay, P., Keski-Rahkonen, A., Schag, K., Schmidt, U., e Zipfel, S. (2022). Binge eating disorder. Nature Reviews Disease Primers, 8(1). https://doi.org/10.1038/s41572-022-00344-y

 

Hayes, S.C., Strosahl, K.D., e Wilson, K.G. (2021). Terapia de aceitação e compromisso: O processo e a prática da mudança consciente (2ª ed.). Editora Artmed.

 

Hilbert, A., Petroff, D., Herpertz, S., Pietrowsky, R., Tuschen-Caffier, B., Vocks, S., e Schmidt, R. (2020). Meta-Analysis of the Efficacy of Psychological and Medical Treatments for Binge-Eating Disorder. Journal of Consulting and Clinical Psychology, 87(1), 91-105. https://doi.org/10.1002/eat.23297

 

Juarascio, A.S., Manasse, S.M., Espel, H.M., Schumacher, L.M., Kerrigan, S., e Forman, E.M. (2017). A pilot study of an acceptance-based behavioral treatment for binge eating disorder. Journal of Contextual Behavioral Science, 6(1), 1-7. https://doi.org/10.1016/j.jcbs.2016.12.003

 

Lammers, M.W., Vroling, M.S., Crosby, R.D., e van Strien, T. (2020). Dialectical behavior therapy adapted for binge eating compared to cognitive behavior therapy in obese adults with binge eating disorder: A controlled study. Journal of Eating Disorders, 8(27). https://doi.org/10.1186/s40337-020-00299-z

 

Lie, S., Bulik, C.M., Andreassen, O.A., Rø, Ø., e Bang, L. (2021). Stressful life events among individuals with a history of eating disorders: a case-control comparison. BMC Psychiatry, 21(1), 1-14. https://doi.org/10.1186/s12888-021-03499-2

 

Linehan, M.M., e Wilks, C.R. (2018). The Course and Evolution of Dialectical Behavior Therapy. In American Journal of psychotherapy, 69(2). https://doi.org/10.1176/appi.psicoterapia.2015.69.2.97

 

Linehan, M.M. (2015). Terapia comportamental dialética: Manual de tratamento para transtorno de personalidade borderline. Editora Artmed.

 

Marçal, T.A.E. de A., e Jardim Júnior, E.G. (2018). Intervenção psicológica em adultos obesos com o transtorno da compulsão alimentar periódica (TCAP). Archives of health investigation, 7(2). https://doi.org/10.21270/archi.v7i2.2377

 

Martínez, P.A., Perea-Moreno, A.J., Martinez-Jimenez, M.P., Redel-Macías, M.D., Pagliari, C., e Vaquero-Abellan, M. (2019). Social media, thin-ideal, body dissatisfaction and disordered eating attitudes: An exploratory analysis. International Journal of. Environmental Research and Public Health, 16(21), 1-16. https://doi.org/10.3390/ijerph16214177

 

Ministério da Saúde (2022). O impacto da obesidade. https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-brasil/eu-quero-ter-peso-saudavel/noticias/2022/o-impacto-da-obesidade

 

Ferreira, S.C., Machado, M.M.E., e Moreira, M.L. (2019). Enfrentamento da obesidade. Material para atualização de professores. Editora UFOP. https://www.editora.ufop.br/index.php/editora/catalog/book/192

 

Olaz, F.O. (2016). Aplicações da terapia de aceitação e compromisso na abordagem da bulimia nervosa. In I.R. Finger, e M.S. Oliveira (Eds.), A prática da terapia cognitivo-comportamental nos transtornos alimentares e obesidade (pp. 278-320). Editora Sinopsys.

 

Oliveira, M.S., e Finger, I.R. (2016). Tratamento de transtornos alimentares em comorbidade com transtorno de personalidade. In V.G. Dornelles, G. Ebert (Eds.), A prática da terapia cognitivo-comportamental nos transtornos alimentares (pp. 244-274). Editora Sinopys.

 

Organização Mundial da Saúde (2022). Dia Mundial da Obesidade 2022: acelerar ação para acabar com a obesidade. https://www.paho.org/pt/noticias/4-3-2022-dia-mundial-da-obesidade-2022-acelerar-acao-para-acabar-com-obesidade

 

Pires, J.A., e Laport, T.J. (2019). Transtornos alimentares e as contribuições da Terapia Cognitivo-comportamental para o tratamento. Revista Mosaico, 10(2), 116-123. https://doi.org/10.21727/rm.v10i2Sup.1952

 

Pruccoli, J., Mack, I., Klos, B., Schild, S., Stengel, A., Zipfel, S., Giel, K.E., e Schag, K. (2023). Mental Health Variables Impact Weight Loss, Especially in Patients with Obesity and Binge Eating: A Mediation Model on the Role of Eating Disorder Pathology. Nutrients, 15(18), 3915. https://doi.org/10.3390/nu15183915

 

Rahmani, M., Omidi, A., Asemi, Z., e Akbari, H. (2018). The effect of dialectical behaviour therapy on binge eating, difficulties in emotion regulation and BMI in overweight patients with binge-eating disorder: A randomized controlled trial. Mental Health and Prevention, 9, 13-18. https://doi.org/10.1016/j.mhp.2017.11.002

 

Reas, D.L., e Grilo, C.M. (2021). Psychotherapy and Medications for Eating Disorders: Better Together? Clinical Therapeutics, 43(1), 17-39. https://doi.org/10.1016/j.clinthera.2020.10.006

 

Safer. D.L., Adler, S., e Masson, P. (2020). Programa DBT para o comer emocional e compulsivo. Editora Hogrefe.

 

Sampaio, L.R., Silva, M. da C. M. da, Oliveira, T.M. de, e Ramos, C.I. (2012). Antropometria. Avaliação nutricional. 73-87. https://doi.org/10.7476/9788523218744.0006

 

Silva, J.M., e Dionisio, G.H. (2019). Panorama sobre a obesidade: do viés cultural aos aspectos psíquicos. Revista da SBPH, 22(2), 248-275. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-08582019000300014

 

Silva, B.Y.C., e Sousa, M.E.S. (2016). Prevalência de compulsão alimentar periódica e avaliação do consumo alimentar de indivíduos com excesso de peso. Revista Brasileira Promoção da Saúde, 29(3). https://doi.org/10.5020/18061230.2016.p326

 

Sultson, H., e Akkermann, K. (2019). Investigating phenotypes of emotional eating based on weight categories: A latent profile analysis. International Journal of Eating Disorders, 52(9), 1024-1034. https://doi.org/10.1002/eat.23119

 

Udo, T., e Grilo, C, M. (2018). Prevalence and Correlates of DSM-5-Defined Eating Disorders in a Nationally Representative Sample of U.S. Adults. Biological Psychiatry, 84(5), 345-354. https://doi.org/10.1016/j.biopsych.2018.03.014

 

Umeda, L.M., Ribeiro, L.S., Errico, R.G., Matos, M.I.R., Nakano, C.M.F., e First, O.S. (2024) Prevalência de transtorno de compulsão alimentar em indivíduos com excesso de peso no serviço ambulatorial de endocrinologia em Hospital Estadual de São Paulo. Revista Sociedade Brasileira Clinica Medica, 22(3). https://www.sbcm.org.br/ojs3/index.php/rsbcm/article/view/934

 

World Health Organization (2018). Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-11). https://icd.who.int/browse11/l-m/en

 

World Health Organization (2025). Obesidade e excesso de peso. https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/obesity-and-overweight

 

World Health Organization (2023). Doenças não comunicáveis. https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/noncommunicable-diseases

 

World Obesity Federation (2023). World Obesity Atlas. https://www.worldobesity.org/resources/resource-library/world-obesity-atlas-2023


Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 30, Núm. 328, Sep. (2025)