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ISSN 1514-3465

 

Lance livre no basquetebol: avaliando a influência

da torcida adversária no desempenho e humor

Free-Throw Shooting in Basketball: Evaluating the Impact

of Opposing Crowd Pressure on Performance and Mood

Tiros libres en baloncesto: evaluación de la influencia de

la hinchada rival en el rendimiento y el estado de ánimo

 

João Pedro Bernardes de Oliveria*

joaop3.nba@hotmail.com

Izabela A. Santos**

izabelaeduca94@hotmail.com

 

*Graduado em Educação Física

pela Universidade de Uberaba (UNIUBE)

**Grupo de pesquisa Fisiologia do Exercício

na Saúde e Desempenho Humano (FIESD, UNIUBE)

Docente do curso de Educação Física, UNIUBE

(Brasil)

 

Recepción: 28/01/2025 - Aceptación: 26/06/2025

1ª Revisión: 22/05/2025 - 2ª Revisión: 01/06/2025

 

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Cita sugerida: Oliveria, J.P.B. de, e Santos, I.A. (2025). Lance livre no basquetebol: avaliando a influência da torcida adversária no desempenho e humor. Lecturas: Educación Física y Deportes, 30(328), 110-122. https://doi.org/10.46642/efd.v30i328.8113

 

Resumo

    Introdução: Durante uma partida de basquete acontecem situações que fazem o despertar de emoções, entre essas situações está o lance livre (LL). Jogar fora de casa, isto é, com a torcida adversária atuando contra parece piorar o desempenho. Objetivo: Avaliar a influência externa (torcida adversária) sobre o desempenho de LL em jovens jogadores de basquetebol. Metodologia: Doze jogadores de basquetebol (15,8 ± 0,7 anos) participaram do estudo. As sessões experimentais foram separadas em dois dias distintos. No dia A, os jogadores respondiam a escala de percepção subjetiva de recuperação, após isso eram submetidos a 40 tentativas de LL (4 blocos de 10 repetições com 20 segundos de intervalo), por fim era respondido o questionário de humor de BRUMS, o dia B seguiu todos os protocolos do dia A, porém com uma torcida adversária proferindo palavras negativas (padronizadas). Resultados: O bloco 3 se diferiu entre as duas condições, sem influência externa o número de acertos foram = 8,01 ± 2,23, já com influência, o número ficou em = 4,83 ± 2,36 (p = 0,0001), em relação ao humor, com a torcida adversária os jogadores sentiram-se mais tensos. Conclusão: A torcida adversária influência de maneira negativa no desempenho de LL, além de proporcionar maiores níveis de tensão.

    Unitermos: Concentração. Desempenho. Psicologia. Humor. Esportes coletivos.

 

Abstract

    Introduction: During a basketball game, situations happen that awaken emotions, among these situations is the free throw (FT). Playing away from home, that is, with the opposing crowd acting against, seems to worsen the performance. Objective: To evaluate the external influence (opposing fans) on the performance of FT in young basketball players. Methodology: Twelve basketball players (15.8 ± 0.7 years) participated in the study. The experimental sessions were separated into two different days. On day A, the players responded to the subjective perception of recovery scale, after which they were submitted to 40 FT attempts (4 blocks of 10 repetitions with 20 seconds of rest), finally the BRUMS mood questionnaire was answered, the day B followed all the protocols of day A, but with an opposing crowd uttering negative (standardized) word. Results: Block 3 differed between the two conditions, with no external influence the correct answers were = 8.01 ± 2.23, with influence it was 4.83 ± 2.36 (p = 0.0001), in regarding mood, with the opposing crowd the players felt more tense. Conclusion: The opposing crowd negatively influences the performance of FT, in addition to providing higher levels of tension.

    Keywords: Concentration. Performance. Psychology. Humor. Team sports.

 

Resumen

    Introducción: Durante un partido de baloncesto, surgen situaciones que desencadenan emociones, entre ellas el tiro libre (TL). Jugar fuera de casa, es decir, con la hinchada contraria jugando en su contra, parece empeorar el rendimiento. Objetivo: Evaluar la influencia externa (hinchada contraria) en el rendimiento en TL de jóvenes jugadores de baloncesto. Metodología: Doce jugadores de baloncesto (15,8 ± 0,7 años) participaron en el estudio. Las sesiones experimentales se dividieron en dos días diferentes. El día A, los jugadores respondieron a la escala de percepción subjetiva de recuperación. Posteriormente, se sometieron a 40 intentos de TL (cuatro bloques de 10 repeticiones con un intervalo de 20 segundos). Finalmente, completaron el cuestionario de estado de ánimo BRUMS. El día B siguió todos los protocolos del día A, pero con una hinchada contraria pronunciando palabras negativas (estandarizadas). Resultados: El bloque 3 difirió entre las dos condiciones. Sin influencia externa, el número de respuestas correctas fue de 8,01 ± 2,23, mientras que con influencia, fue de 4,83 ± 2,36 (p = 0,0001). En cuanto al estado de ánimo, con la presencia de la hinchada contraria, los jugadores se sintieron más tensos. Conclusión: La hinchada contraria influye negativamente en el rendimiento de los jugadores en el tiro libre, además de provocar mayores niveles de tensión.

    Palabras clave: Concentración. Rendimiento. Psicología. Humor. Deportes de equipo.

 

Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 30, Núm. 328, Sep. (2025)


 

Introdução 

 

    O basquetebol é caracterizado como uma modalidade coletiva que conta com um alto índice de imprevisibilidade durante a partida. Fisicamente é exigido esforços intermitentes e de alta intensidade. (Marcelino et al., 2016)

 

    Para atingir um bom desempenho, o basquetebolista necessita de bons índices de aptidão cardiorrespiratória e neuromuscular, além de eficiência na tomada de decisão, bom desenvolvimento técnico-tático e capacidade mental. (Berdejo-del-Fresno, e González-Ravé, 2014).

 

    A capacidade mental vem ganhando destaque no cenário esportivo, uma vez que é um local propicio para o aparecimento de diferentes emoções, motivações e intensidades desses sentimentos. (Rose Junior, 2002)

 

    Durante uma partida de basquete acontecem situações que fazem o despertar de emoções, entre essas situações está o lance livre (LL) (Cedra, e Sério, 2008). Esse momento se destaca por ser decisivo, podendo decidir o jogo de forma positiva ou negativa. (Almas, 2015)

 

    Dentre as capacidades fundamentais para o sucesso na execução do LL está a concentração, que em suma, "É a capacidade mental de concentrar-se e manter-se em torno de um assunto, tarefa ou objeto, isolando-os de todos os outros do meio no qual se encontra”. (Adriano, 2003)

 

    É visto que concentrar-se em um ambiente estressante torna-se uma tarefa árdua, para esportistas, ambiente estressante são aqueles desconhecidos, principalmente quando há torcedores desejando seu fracasso, isto é, jogos na casa dos adversários. (Silva et al., 2014)

 

    Não é claro na literatura a influência da torcida adversária no desempenho esportivo, isto é, tem atletas que reagem de forma improdutiva com a presença da torcida, porém outros regem de maneira eficiente, otimizando a performance. (Machado, e Brandão, 2006)

 

    Um sentimento potencialmente despertado por influências externas (torcida, por exemplo), é o humor. Estudo de Vieira et al., (2008) identificou a interferência do estado de humor de atletas de voleibol no desempenho motor, ou seja, atletas que apresentaram índices de desestabilidade emocional, desempenharam de modo negativo suas funções dentro do jogo.

 

    Visto que o LL é um momento fundamental para o jogo de basquete podendo influenciar diretamente no placar final e que a concentração, torcida adversária e status de humor atinge o desempenho motor, torna-se necessário levantar investigações acerca dessas variáveis, portanto, o objetivo do presente estudo foi avaliar a influência externa (torcida adversária) sobre o desempenho de LL e status de humor em jovens jogadores de basquetebol.

 

Métodos 

 

Amostra e cuidados éticos 

 

    Foi realizado um estudo de característica experimental, transversal e cruzado. Participaram do estudo doze basquetebolistas (n = 12). Os critérios para participação no estudo foram: a) estar treinando basquetebol por pelo menos seis meses de forma ininterrupta; b) ser do sexo masculino; c) não possuir nenhuma lesão musculoesquelética que impedisse a execução do LL; d) estar inserido entre as categorias sub-15 a sub-17.

 

    Antes de participar das sessões experimentais, foram entregues os termos de consentimento livre e esclarecido (TCLE) para os pais/responsáveis, bem como os termos de assentimentos livre e esclarecido (TALE) para os voluntários. O estudo foi previamente aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade de Uberaba sob o protocolo nº 5.696.443/2022. As características da amostra e treinos estão apresentadas na Tabela 1.

 

Tabela 1. Características da amostra e carga de treinos.

Variáveis

Média ± DP

Idade (anos)

15,8 ± 0,7

Tempo de prática (meses)

36,0 ± 24,3

Quantidade de treinos semanais (dias)

3,7 ± 1,6

Quantidade de treinos semanais (horas)

3,2 ± 1,0

Treinos de lance livre (dias)

2,8 ± 2,0

Nota: Dados apresentados em média e desvio padrão. Fonte: Dados da pesquisa

 

Desenho do estudo 

 

    No primeiro dia, inicialmente foi aplicado uma anamnese (com resultados apresentados na Tabela 1), mostrando características da amostra e carga de treinos, para garantir a confiabilidade das informações coletadas da anamnese, os jogadores responderam de maneira individual.

 

    Após responder a anamnese, era reportada a percepção subjetiva de recuperação (PSREC), bem como as horas dormidas na noite anterior. Em seguida, os jogadores eram direcionados (individualmente) para a execução dos LL. Foram realizados quatro blocos de dez tentativas em cada com intervalo de vinte segundos entre os blocos, imediatamente após, também de maneira individual, era respondido o questionário de humor de BRUMS.

 

    Com o intervalo de uma semana, no mesmo horário e local da sessão anterior (Dia B), foi realizado o mesmo protocolo (exceto anamnese), a diferença foi a presença da influência externa com uma torcida simulada e os estímulos padronizados para todos os jogadores. A Figura 1 ilustra o delineamento do estudo.

 

Figura 1. Delineamento do estudo

Figura 1. Delineamento do estudo

Legenda: PSREC = Percepção subjetiva de recuperação; BRUMS = Questionário de Humor. Fonte: Dados da pesquisa

 

Percepção subjetiva de recuperação (PSREC) e horas dormidas 

 

    Para garantir a homogeneidade entre os dias A e B em relação a recuperação, foi reportado no início de ambas as sessões a escala de PSREC, a escala possui uma variação de 0 a 10 unidades arbitrárias (UA), onde 0 equivale a muito mal recuperado/extremamente cansado" e 10 "muito bem recuperado/com grande energia". (Laurent et al., 2011)

 

    Era perguntado aos jogadores a quantidade de horas dormidas na noite anterior ao dia do teste, uma vez que o sono influência diretamente nas variáveis de concentração, humor e desempenho. (Martins, e Amaral, 2021)

 

Avaliação dos lances livres 

 

    Todos os jogadores passaram pelos dois momentos (A e B). A sequência foi definida de forma aleatória. No momento (A) realizou se 40 lances livres em quatro blocos de 10 tentativas com 20 segundos de intervalo cronometrados, sem interferência externa, isto é, o ambiente estava sem interferência sonora alguma. No outro momento (B), os jogadores realizaram os mesmos 40 lances livres alocados em quatro blocos, porém com a interferência externa (torcida adversária - padronizada). A padronização foi pré-definida por estímulos negativos, sendo eles: “Vai errar” e “Erra”, e sempre proferidos nos momentos de execução dos LL.

 

Questionário de Humor (BRUMS) 

 

    O questionário de humor de BRUMS, é considerado um instrumento adequado para avaliação de perfis do humor, por ser breve e de baixo custo, facilita a coleta de dados (Rohlfs et al., 2008), além de ser um instrumento validado para jovens e adultos. (Lane et al., 2008)

 

    A BRUMS contém 24 indicadores simples de humor, distribuídos em 6 subescalas: tensão (T), depressão (D), raiva (R), vigor (V), fadiga (F) e confusão mental (CM). Cada subescala possui 4 itens onde o avaliado irá indicar em: Nada = 0; Um pouco = 1; Moderadamente = 2; Bastante = 3; Extremamente = 4. (Rohlfs et al., 2008)

 

Análise estatística 

 

    Para testar a normalidade dos dados utilizou-se o teste de Shapiro-Wilk, posteriormente aplicou se o teste T pareado para as variáveis de PSREC e horas dormidas, para as variáveis de acertos dos LL e escala de BRUMS, foi aplicado o teste de ANOVA one-way. O nível de significância adotado foi de 5% (p < 0,05) e o software utilizado foi o GraphPad® (Prism 6.0, San Diego, CA, EUA).

 

Resultados 

 

    A PSREC entre as duas condições não foi diferente, SI = 7,9 ± 1,2 UA e CI = 7,9 ± 1,0 UA, p = 0,99, outro dado que também não se diferiu foram as horas dormidas, SI = 7,2 ± 0,9 horas; CI = 7,4 ± 1,1horas (p = 0,73).

 

    A Figura 2 apresenta os acertos de LL por blocos nas condições SI (bloco 1 = 4,50 ± 2,27, bloco 2 = 5,08 ± 2,87, bloco 3 = 8,01 ± 2,23 e bloco 4 = 4,66 ± 1,55) e CI (bloco 1 = 3,75 ± 1,91; bloco 2 = 5,16 ± 2,12, bloco 3 = 4,83 ± 2,36, bloco 4 = 5,41 ± 2,23). Houve diferença entre os blocos 3, sendo p = 0,0001.

 

Figura 2. Comparação do número de acertos entre as sessões A e B.

Figura 2. Comparação do número de acertos entre as sessões A e B.

Nota: LL = Lance livre; S/ = sem; C/ = com; * = p 0,0001. Fonte: Dados da pesquisa

 

    A Figura 3 apresenta os itens do estado de humor dos jogadores pós realização dos LL. Houve diferença apenas na tensão, sendo maior quando houve influência externa (1,68 ± 1,30) em relação ao momento em que não teve a influência (1,12 ± 1,14), p = 0,0008.

 

Figura 3. Scores dos itens do estado de humor de BRUMS entre as condições sem influência e com influência externa

Figura 3. Scores dos itens do estado de humor de BRUMS entre as condições sem influência e com influência externa

Nota: S/ = sem; C/ = com; * = p 0,0008. Fonte: Dados da pesquisa

 

Discussão 

 

    O presente estudo teve como objetivo avaliar a influência externa (torcida adversária) sobre o desempenho de LL e status de humor em jovens jogadores de basquetebol. Foi observado uma queda no desempenho no 3º dos quatro blocos de tentativas do LL, isto é, quando houve a influência externa (torcida), os jogadores erraram mais (p = 0,0001).

 

    Esse achado exibe que há uma influência negativa quando proferidas palavras desmotivadoras (por exemplo, “vai errar”) comumente realizadas em jogos de basquete por torcidas adversárias. Sugere-se essa ocorrência pela influência na autoeficácia dos jogadores. Autoeficácia, em suma, consiste no julgamento que as pessoas fazem de sua capacidade de planejar e executar ações para alcançar um rendimento, ou seja, ela (autoeficácia) determina como alguém age e se comporta em determinadas situações (Bandura, 1993). No caso dos resultados presentes nesse estudo, a torcida adversária influenciou e fez com que os jogadores acreditassem que iam cometer erros e por consequência os cometeram.

 

    Além da crença, o fator externo tende a influenciar no nível de motivação dos jogadores, nesse caso reduzindo os índices motivacionais, dificultando a execução da tarefa e por consequência, piorando o desempenho. (Samulski, 2009)

 

    O LL é uma ação decisiva na partida de basquetebol e requer um alto nível de atenção e concentração, com isso, intervenções especificas para otimizar esse parâmetro estão sendo propostas desde a iniciação (López, e Venegas, 2024; Vivancos-Marín, Tarodo, e Ortega-Toro, 2024; Uludağ et al., 2021). Além dos aspectos cognitivos, variações nas tarefas motoras durante o treinamento desse fundamento demonstram ser mais benéfico do que o treinamento tradicional (voltado para repetições). (Gonzalez et al., 2024)

 

    Uma recente revisão sistemática objetivou avaliar o controle da ansiedade durante arremessos de LL, as descobertas destacaram a relevância de uma abordagem de treinamento holística, integrando técnicas e estratégias psicológicas a fim de reduzir os níveis de ansiedade e melhorar a habilidade técnica dos LL. Simulações reais, como a realizada no presente estudo parece ser uma alternativa válida para o gerenciamento da ansiedade. (Gallardo, 2025)

 

    Outro aspecto que demonstra ser promissor na melhora do desempenho do LL é o autodiálogo com frases motivacionais (Galanis et al., 2022), ou seja, opostas das que foram proferidas e padronizadas neste estudo. Isso reforça a importância do desenvolvimento da autonomia e motivação intrínseca para o sucesso de tarefas motoras, incluindo o LL. (Shooli et al., 2024)

 

    Em relação ao status de recuperação, bem como, a quantidade de horas dormidas na noite anterior aos testes, não foram identificadas diferenças entre as duas condições experimentas (p > 0,05). Esses resultados respaldam a confiabilidade nos demais dados apresentados no estudo, uma vez que a recuperação está intimamente relacionada a um bom desempenho, bem como o sono, que é uma variável relevante na investigação do rendimento esportivo de modo geral, uma vez que a privação do sono (redução da quantidade) acomete diferentes sistemas fisiológicos do organismo (imune, cardiovascular), além de prejudicar o sistema cognitivo, desse modo, promovendo quedas de performance no esporte. (Bonnar et al., 2018; Doherty et al., 2019; Filipas et al., 2021)

 

    Com o intuito de identificar se a influência externa era capaz de modificar o humor dos jogadores, após as sessões experimentais, era respondido o questionário BRUMS, essa ferramenta é dividida em seis subescalas, sendo elas: depressão, raiva, fadiga, confusão e tensão. Foi observada diferença significativa no item “tensão” entre as duas condições experimentais, isto é, quando houve a presença da torcida simulada e eram proferidas palavras desencorajadoras, os jogadores ficaram mais tensos. Neto et al. [s.d.] afirma que estados negativos de humor influenciam de maneira significativa na concentração de atletas, e completa mencionando a importância de estudar e elucidar a capacidade de concentração, afinal, é uma capacidade ainda pouco evidenciada e que possui interferência no êxito esportivo.

 

    A tensão está relacionada a alta tensão produzida pelo sistema musculoesquelética, por consequência não pode ser observada por manifestações psicomotoras, como por exemplo, agitação, inquietação (Terry, 1995), com isso o questionário de BRUMS torna-se um importante aliado para essa investigação.

 

    Acredita-se que a quantidade de pessoas presentes na torcida não é um fator considerável, mas sim as palavras proferidas e a recepção dessas informações externas pelos jogadores.

 

    Se faz conveniente levantar limitações presentes nesse estudo, como por exemplo, uma avaliação mais aprofundada sobre a qualidade do sono e não apenas quantidade, bem como, marcadores fisiológicos, como por exemplo, análise da frequência cardíaca (FC), uma vez que o aumento da tensão pode ter influência do sistema nervoso simpático e por consequência elevaria a FC.

 

Conclusão 

 

    A influência externa (torcida adversária) afeta de maneira negativa no desempenho do lance livre, ou seja, aumenta índices de erro, assim como, eleva o nível de tensão em jogadores jovens de basquetebol. Com isso, é importante a elaboração de estratégias psicológicas nas equipes desde a iniciação, a fim de diminuir este impacto negativo para preservar o bom desempenho dos jogadores, além da manutenção na prática do basquetebol.

 

Referências 

 

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Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 30, Núm. 328, Sep. (2025)