ISSN 1514-3465
Influência do alongamento dos isquiotibiais na
prevenção de lesões do futebol: uma revisão sistemática
Influence of Hamstring Stretching on Soccer Injury Prevention: A Systematic Review
Influencia del estiramiento de los isquiotibiales en la prevención de lesiones en el fútbol: una revisión sistemática
Jean Claude Lafetá
*jean.lafeta@unimontes.br
Geraldo Magela Durães
**geraldo.duraes@unimontes.br
Marcel Guimarães da Silveira
***marcel.silveira@unimontes.br
Celina Aparecida Gonçalves Lima
+celina.prof@bol.com.br
Berenilde Valéria de Oliveira Sousa
++berenilde.sousa@unimontes.br
Hellen Veloso Rocha Marinho
+++hellen.marinho@unimontes.br
*Possui graduação em Fisioterapia
pela Faculdade de Fisioterapia de Patrocínio
Doutorado em Ciências do Desporto (UTAD/ Portugal)
Mestrado em Atividade Física e Saúde (UCB - Brasília)
Especialização em Fisioterapia Desportiva (UCB- RJ)
e Acupuntura (IMES / IPGU - Uberlândia)
Formação em Perícia Judicial e Assistência Técnica (IAPA-JUS)
Professor efetivo da Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES)
nos Departamentos de Fisiopatologia (Medicina e Odontologia),
Educação Física e das Faculdades Unidas do Norte de Minas (Fisioterapia)
Membro do Grupo Integrado de Pesquisa
em Psicologia do Esporte / Exercício e Saúde,
Saúde Ocupacional e Mídia - GIPESOM
Preceptor da Clínica Integrada III
(Atendimento multidisciplinar na Odontogeriatria) da UNIMONTES
Tutor da Residência Multiprofissional
em Saúde do Idoso da UNIMONTES (MG)
**Graduado (Licenciatura e Bacharelado) em Educação Física
pela Universidade Federal de Viçosa
Especializado em Ciência do Basquetebol pela UGF
e Metodologia do Ensino Superior pela UNIMONTES
Mestrado em Educação Física pela Universidade Católica de Brasília
Doutorado pela Universidade Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real, Portugal
Atualmente é Professor da UNIMONTES em Montes Claros/MG
***Professor da UNIMONTES na área de Educação Física
ministra disciplinas relacionadas aos esportes individuais:
Atletismo e Tênis de campo
+Doutorado em Ciências da Saúde pela UNIMONTES
Mestrado em Ciências da Saúde pela UNIMONTES
Graduada em Licenciatura Ciências/Matemática
pela Fundação Norte Mineira de Ensino Superior (FUNM)
Especialização em Métodos Quantitativos (FUNM)
e especialização em Estatística (UFMG)
Foi professora da Escola Estadual Eloy Pereira,
atuando no ensino fundamental e médio
Professora da UNIMONTES
++Mestre em Avaliação das Atividades Físicas e Desportivas
pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro UTAD (Portugal)
e revalidado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFRN
Graduação em Educação Física pela UNIMONTES
Atualmente é docente da UNIMONTES
Líder do Grupo Integrado de Pesquisa em Psicologia do Esporte/Exercício
e Saúde, Saúde Ocupacional e Mídia - GIPESOM
hellen.marinho@unimontes.br+++Doutora em Ciências de Reabilitação
Linha: Desempenho Funcional Humano
pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Mestre em Educação Física pela Universidade Católica de Brasília
Fisioterapeuta, graduada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Pós-graduada em Atividade Física e Esportes
para pessoas com necessidades especiais pela UNIMONTES
Professora efetiva do curso de Educação Física da UNIMONTES
(Brasil)
Recepción: 23/12/2024 - Aceptación: 24/05/2025
1ª Revisión: 28/04/2025 - 2ª Revisión: 21/05/2025
Documento acessível. Lei N° 26.653. WCAG 2.0
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Este trabalho está sob uma licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional (CC BY-NC-ND 4.0) https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt |
Cita sugerida
: Lafetá, J.C., Durães, G.M., Silveira, M.G. da, Lima, C.A.G., Sousa, B.V. de O., y Marinho, H.V.R. (2025). Influência do alongamento dos isquiotibiais na prevenção de lesões do futebol: uma revisão sistemática. Lecturas: Educación Física y Deportes, 30(329), 249-268. https://doi.org/10.46642/efd.v30i329.8076
Resumo
As lesões dos isquiotibiais são frequentes na prática do futebol. É comum a realização do aquecimento com alongamentos antes da sua prática esportiva com fins preventivos. No entanto, existem divergências acerca dos seus benefícios. O presente estudo objetivou revisar os principais achados sobre os efeitos do alongamento dos isquiotibiais na prevenção de lesões do futebol. Trata-se de uma revisão sistemática, que reuniu artigos científicos das bases de dados eletrônicas PubMed/Medline, ISI Web of Science e Scopus. Os artigos selecionados foram no idioma inglês. Os descritores foram: stretching, hamstring, prevention e soccer. Foram considerados estudos prospectivos (ensaios clínicos e estudo de coorte) que abordaram os efeitos dos alongamentos na prevenção das lesões em atletas do futebol, de ambos os sexos, sem restrição de datas. Foi realizada análise de títulos e resumos, exclusão de resgistros em duplicidade e leitura na íntegra, com exclusão de artigos que não atendiam aos criterios de inclusão. No total, foram encontrados 123 estudos e, após todo o processo de seleção, dois estudos foram selecionados. Em um dos estudos selecionados foi evidenciado que o programa que enfatizou exercicios de alongamentos teve efeito positivo quanto ao tempo de retorno à prática esportiva em atletas com lesões dos isquiotibiais, quando comparado a outro programa com menor ênfase ao alongamento, porém não havia grupo controle. No outro estudo analisado, não foram evidenciadas diferenças significativas na incidência de distensões dos isquiotibiais com o treinamento de flexibilidade. Conclui-se que as evidências são limitadas e inconclusivas para esta temática, merecendo futuras investigações.
Unitermos:
Exercício de alongamento muscular. Esportes. Cuidados preventivos.
Abstract
Hamstring injuries are common in soccer. It is common to warm up with stretching exercises before playing sports for preventive purposes. However, there are divergences regarding their benefits. This study aimed to review the main findings on the effects of hamstring stretching in preventing soccer injuries. This is a systematic review that gathered scientific articles from the electronic databases PubMed/Medline, ISI Web of Science and Scopus. The articles selected in English had the following descriptors: “stretching”, “hamstring”, “prevention” and “soccer”. Prospective studies (clinical trials and cohort studies) that addressed the effects of stretching in preventing injuries in soccer players of both sexes, without date restrictions, were considered. Titles and abstracts were analyzed, duplicate records were excluded and full texts were read, with exclusion of articles that did not meet the inclusion criteria. In total, 123 studies were found and after the entire selection process, two studies were selected. One of the selected studies showed that the program that emphasized stretching exercises had a positive effect on the time to return to sports practice in athletes with hamstring injuries, when compared to another program with less emphasis on stretching, but there was no control group. In the other study analyzed, no significant differences were found in the incidence of hamstring strains with flexibility training. It is concluded that the evidence is limited and inconclusive for this topic, deserving future investigations.
Keywords
: Muscle stretching exercise. Sports. Preventive care.
Resumen
Lesiones de isquiotibiales son comunes en el fútbol. Calentar con ejercicios de estiramiento antes de jugar es común con fines preventivos. Sin embargo, existen discrepancias en cuanto a sus beneficios. Este estudio tuvo como objetivo revisar los principales hallazgos sobre los efectos del estiramiento de isquiotibiales en la prevención de lesiones en fútbol. Revisión sistemática que recopiló artículos científicos de las bases de datos electrónicas PubMed/Medline, ISI Web of Science y Scopus. Los artículos seleccionados estaban en inglés. Los descriptores fueron: estiramiento, isquiotibiales, prevención y fútbol. Se consideraron estudios prospectivos (ensayos clínicos y estudios de cohorte) que abordaron los efectos del estiramiento en la prevención de lesiones en futbolistas de ambos sexos, sin restricciones de fecha. Se realizó un análisis de título y resumen, se excluyeron las entradas duplicadas y se leyeron los textos completos, excluyendo los artículos que no cumplían los criterios de inclusión. Se encontraron 123 estudios y, tras todo el proceso de selección, se seleccionaron dos. Uno de los estudios seleccionados mostró que un programa que enfatizaba los ejercicios de estiramiento tuvo un efecto positivo en el tiempo de retorno a la práctica deportiva en atletas con lesiones de isquiotibiales, en comparación con otro programa con menor énfasis en el estiramiento, pero no se incluyó un grupo control. El otro estudio analizado no encontró diferencias significativas en la incidencia de distensiones de isquiotibiales con el entrenamiento de flexibilidad. Se concluye que la evidencia es limitada e inconclusa sobre este tema, por lo que se requiere mayor investigación.
Palabras clave
: Ejercicios de estiramiento muscular. Deportes. Cuidados preventivos.
Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 30, Núm. 329, Oct. (2025)
Introdução
O futebol constitui o esporte com maior popularidade do mundo, praticado por homens e mulheres em diversos lugares desse planeta (Sousa, Aggio, e Pilão, 2024; Nunes et al., 2021). No Brasil é muito praticado em todo o país, transformando-se em uma paixão nacional, sendo referenciado como o país do futebol (Nakamura, e Cerqueira, 2021; Souza, 2020). A prática regular desta modalidade proporciona inúmeros benefícios para a saúde corpórea, tais como a redução da pressão arterial, frequência cardíaca em repouso e diminuição da massa gorda (Milanović et al., 2019). O futebol recreativo promove benefícios para a saúde cardiovascular, osteomuscular e metabólica. Além disso, o futebol possui componentes sociais, motivacionais e competitivos (Milanović et al., 2019). No entanto, o futebol é uma modalidade com elevada ocorrência de lesões (Beitune et al., 2023), principalmente em decorrência às suas características, como contato físico, movimentos rápidos e curtos, acelerações, desacelerações, mudanças de direção, saltos e pivoteamentos. (Neves, e Casa Júnior, 2024; Zhang, e Wang, 2023; Margato et al., 2020; Cardoso, 2018; Marcon, Souza, e Rabello, 2015)
As lesões esportivas são ocorrências muito frequentes e de grande repercussão para os profissionais que atuam no futebol, especialmente no alto rendimento, no qual é constante a busca pelo desempenho físico máximo e por melhores resultados, expondo aos atletas, a uma excessiva carga de treinamentos e competições (Egito et al., 2021). Lesões nos membros inferiores são muito frequentes, principalmente nas coxas, destacando-se as lesões dos músculos isquiotibiais. (Drummond et al., 2021; Margato et al., 2020)
As lesões dos isquiotibiais (distensão muscular) apresentam um elevado índice de reincidência e estão associadas a um maior tempo de recuperação, predispondo aos atletas um afastamento de seus treinamentos e competições (Drummond et al., 2021; Ekstrand, Hägglund, e Waldén, 2011). Dessa forma, torna-se essencial o aprimoramento e desenvolvimento de novas modalidades profiláticas e de treinamento visando melhorar o desempenho nesta modalidade desportiva. Neste contexto, diversas formas de treinamento têm sido aplicadas, no qual o alongamento configura-se como uma das possíveis estratégias utilizadas.
O alongamento constitui uma prática muito utilizada antes e depois de atividades físicas e esportivas, que visa aumentar a flexibilidade muscular/articular e preparar o corpo para o exercício (Oliveira et al., 2023; Sánchez, 2020). Este procedimento pode ser classificado em diversos tipos, sendo comumente utilizados os alongamentos estáticos e dinâmicos. O alongamento estático consiste em manter uma posição de alongamento por um determinado tempo, enquanto a técnica dinâmica envolve movimentos controlados e repetidos de alongamento e contração muscular (D'Elia et al., 2022). A prática regular dos alongamentos tem sido referenciada como um procedimento para aumentar a flexibilidade, a mobilidade articular e aprimorar a postura corporal. (Stovland, 2023; Mukhopadhyay, 2022)
Além destes aspectos abordados, tem sido preconizado pela literatura que os alongamentos são eficazes para prevenir as lesões musculares e articulares, amenizando o surgimento de síntomas como desconforto e dores localizadas, que poderia contribuir para o aprimoramento do desempenho físico e prática esportiva (Stovland, 2023; Mukhopadhyay, 2022; Nelson, e Kokkonen, 2018). No entanto, existem muitas divergências na literatura acerca dos benéficios dos alongamentos para aprimorar o desempenho e prevenir as lesões esportivas (Fernandes et al., 2024; Moreira et al., 2023; ACSM, 2018; Simic et al., 2013). Assim, esta pesquisa teve como objetivo sistematizar os principais achados referentes aos efeitos dos alongamentos dos isquiotibiais na prevenção de lesões por distensão em jogadores de futebol.
Métodos
Para alcançar o objetivo proposto desta investigação foi realizada uma revisão sistemática para abordar a influência do alongamento dos isquiotibiais na prevenção de lesões por distensão em atletas do futebol. Foram selecionados artigos científicos das bases de dados eletrônicas PubMed/Medline, Scopus e ISI Web of Science. Foram incluídos artigos científicos que abordaram os efeitos do alongamento de isquiotibiais na prevenção de lesões por distensão em atletas do futebol campo, sem restrição de datas e foram considerados estudos prospectivos (ensaios clínicos e estudo de corte) com atletas amadores e de alto rendimento, de ambos os sexos. Os artigos selecionados foram da língua inglesa. Os descritores utilizados incluíram: “stretching”, “hamstring”, “prevention”, com cruzamento da modalidade esportiva “soccer”. O operador booleano “and” foi empregado para limitar a pesquisa. O período de coleta dos dados ocorreu entre novembro de 2022 a junho de 2023.
Foi realizada a análise de títulos e resumos, sendo posteriormente excluídos os registros em duplicidade. Após a leitura na íntegra dos artigos, foram excluídos os artigos que não atenderam os critérios de inclusão (outras modalidades esportivas analisadas, outros tipos de estudos, ausência de enfoque na prevenção de lesões por distensão dos isquiotibiais e falta de acesso na integra). A análise da qualidade metodológica dos artigos selecionados foi realizada com as escalas PEDro e NOS. A escala PEDro aborda 11 aspectos relacionados à validade interna e externa do estudo, incluindo amostragem aleatória, ocultação de alocação, cegamento dos participantes, terapeutas e avaliadores, entre outros (Maher et al., 2003). Já a escala NOS contém oito itens para análise da qualidade metodológica de estudos de coorte e caso-controle, divididos em três dimensões: seleção, comparabilidade e desfecho ou exposição. (Brasil, 2014)
Resultados
Os resultados desta investigação estão apresentados no fluxograma a seguir, que descreve o processo de identificação e seleção de artigos para a presente revisão sistemática, que investigou a influência do alongamento dos isquiotibiais na prevenção de lesões em atletas de futebol, conforme preconizado pelas diretrizes do PRISMA 2020 (Page et al., 2021). O fluxograma ilustra o passo a passo da seleção dos estudos que foram analisados (Figura 1).
Figura 1. Fluxograma para apresentação do processo de seleção dos estudos da revisão
Fonte: Adaptado e traduzido de PRISMA 2020 (Page et al., 2021)
Inicialmente foram encontrados um total de 123 registros nas três bases de dados: Pubmed/Medline, ISI Web of Science e Scopus. Após a leitura de títulos e resumos, 101 registros foram excluídos por não atenderem aos critérios de inclusão. Dos 22 artigos selecionados, cinco artigos foram removidos por constituírem registros em duplicidade. Dos 17 artigos restantes, após leitura e análise detalhada dos textos na íntegra, 15 registros foram removidos por não atenderem aos critérios de inclusão (sete artigos não tiveram como desfecho a prevenção de lesões por distensão nos isquiotibiais, três estudos não abordaram especificamente futebol de campo, dois artigos apresentaram delineamento de estudo diferentes do proposto na presente análise e três estudos não apresentaram dados específicos referente ao desfecho distensão dos isquiotibiais). Dessa forma, dois estudos foram selecionados para esta revisão (Figura 1).
Tabela 1. Características, resultados e qualidade metodológica dos estudos
selecionados atendendo aos critérios de inclusão para revisão sistemática
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Estudo |
Escalas PEDro/NOS |
Amostra |
Variável(is) de interesse |
Método |
Resultados |
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Askling et al. (2013) |
5/10 |
75 jogadores de futebol profissional sueco com lesão aguda dos isquiotibiais. Grupos: 1. Alongamento (n=37, 25 ± 5 anos). 2. Exercicios convencionais (n=38, 25 ± 6 anos).
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1. Tempo de retorno aos treinos e jogos. 2. Recidivas das lesões dos isquiotibiais.
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Protocolos de intervenção: Protocolo L - Composto por 3 exercícios de alongamento dos isquiotibiais com ações musculares excêntricas: 1º- “O extensor” em posição supina (realizando extensões lentas do joelho), 2º- “O mergulhador” (flexões lentas de quadril) 3º- “O planador” em pé executa uma flexão do quadril com extensão contralateral. Protocolo C - Composto por 3 exercícios convencionais para os isquiotibiais com menor ênfase no alongamento, onde o exercício 1 visava principalmente aumentar a flexibilidade (Alongamento - contrair/relaxar), o exercício 2 era um exercício combinado para força e estabilização do tronco/pelve (Cabo-pêndulo) e o exercício 3 era mais um exercício específico de treinamento de força (Elevação pélvica). |
O tempo de retorno aos jogos e treinos foi significativamente menor (p < 0,001) no protocolo L (média de 28 dias) em comparação com o protocolo C (média de 58 dias). O protocolo L foi significativamente mais eficaz que o protocolo C em ambos os tipos de lesão (distensão dos isquiotibiais por “tipo alongamento” ou “tipo corrida”). Não foi verificada nenhuma reincidência no protocolo L. Foi observada apenas uma reincidência no protocolo C entre os 75 jogadores (0,8%) durante os 12 meses de acompanhamento.
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Arnason et al. (2008). |
6/9 |
A amostra foi composta por atletas (18 a 24 jogadores por equipe) de futebol de elite da Islândia (17 equipes) e da Noruega (14 equipes) durante as temporadas 1999-2002.
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Registro de incidência de distensões nos isquiotibiais. |
Baseline / Protocolos de intervenção: - 1999: Basiline (incidência) na Islândia. - 2000: Basiline (incidência) na Islândia e Noruega. - 2001: Protocolos de intervenção: a) Islãndia: aquecimento, flexibilidade e força. b) Noruega: aquecimento e flexibilidade. - 2002: Islândia e Noruega: aquecimento e força. |
Não houve diferença significativa na incidência de distensões dos isquiotibiais entre as equipes que usaram o programa de treinamento apenas de flexibilidade em comparação com os dados iniciais (p= 0,75) e daquelas que não realizaram o programa preventivo (p= 0,22). A incidência de distensões nos isquiotibiais foi menor nas equipes que usaram o programa de treinamento excêntrico associados aos alongamentos em comparação com as equipes que não usaram o programa (p=0,01), bem como em comparação com os dados iniciais (p= 0,009). |
Fonte: Elaborado pelos autores
A Tabela 1 fornece informações concisas sobre os estudos que atenderam aos critérios de inclusão estabelecidos para esta revisão, incluindo o autor e o ano de publicação, escalas PEDro / NOS, amostra, variáveis de interesse, intervenção e os resultados. Tratando-se da análise da qualidade dos estudos, recorrreu-se a escala PEDro (Maher et al., 2003) para o ensaio clínico randomizado e escala NOS (Brasil, 2014) para o estudo de corte. Neste contexto, verificou-se que os dois estudos selecionados (100%), apresentavam boa qualidade metodológica, com nota superior ou igual a 4 na escala PEDro e superior ou igual a 6 na escala NOS (Tabela 1).
Os resultados demonstraram dois artigos que buscavam avaliar os efeitos preventivos do alongamento nas lesões do futebol, no entanto, foram duas investigações com delineamentos e características bem distintas. Askling et al. (2013) avaliaram os efeitos dos alongamentos na prevenção secundária de lesões agudas (distensão muscular) dos isquiotibiais, do período de retorno aos treinamentos / jogos e da taxa de reincidência lesiva. A amostra (75 atletas de elite do futebol sueco) foram aleatoriamente distribuídos em dois protocolos com exercicios que priorizavam os alongamentos (grupo L) ou que não priorizavam os alongamentos (grupo C). Nos resultados observou-se que o tempo de retorno à prática esportiva foi menor para os atletas que integravam o grupo L (28 ±15 dias, com intervalo de 8 a 58 dias), em comparação com os atletas do grupo C (51 ± 21 dias, com intervalo de 12 a 94 dias). Quanto ao mecanismo de lesão, independentemente do protocolo, o tempo de retorno à prática esportiva foi significativamente maior nas lesões dos isquiotibiais do “tipo corrida” (ocorridas durante corrida e/ou aceleração em alta velocidade) quanto comparadas às lesões do “tipo alongamento” (ocorridas durante movimentos com grandes amplitudes articulares em chutes altos, divididas e desarmes) (Tabela 1).
Arnason et al. (2008) objetivaram avaliar o efeito do treinamento de força excêntrico e do treinamento de flexibilidade na incidência de distensões dos isquiotibiais no futebol. Nesse estudo, as duas primeiras temporadas foram utilizadas como linha de base, enquanto programas de intervenção incluíam aquecimento, treino de flexibilidade e/ou treinamento de força excêntrica foram introduzidos durante as temporadas de 2001 e 2002 (Tabela 1). Durante as temporadas de intervenção (2001 e 2002), 48% das equipes foram selecionadas para utilizar os programas de intervenção. Nos resultados averiguou-se uma maior incidência de distensões dos isquiotibiais no período de basiline (2000) da Islândia em comparação ao da Noruega (p < 0,035). Estas lesões agudas configuram 15,9% de todas as lesões dos atletas da Islândia e 13,4% das lesões dos jogadores da Noruega durante o período inicial. A incidência das lesões dos isquiotibiais foi 65% menor com a aplicação do treinamento excêntrico (exercício nórdico) associados ao aquecimento com alongamentos em comparação ao controle (p = 0,001). A taxa de reincidência das lesões não foi diferente (p = 1,0) entre as equipes de intervenção (36%) e de controle (39%). Da mesma forma, não ocorreu diferença significativa (p = 0,47) na recidiva de lesões entre o baseline (54%) e as equipes de intervenção (36%).
Discussão
O objetivo deste estudo foi sistematizar os principais achados sobre a influência do alongamento dos isquiotibiais na prevenção das lesões em jogadores de futebol. A partir dos resultados, evidenciou-se uma escassez de investigações acerca desta temática. Além disso, averigou-se que os dois estudos selecionados apresentaram delineamentos e objetivos distintos, principalmente relacionados aos níveis de prevenção, amostragem, intervenção e acompanhamento dos seus desfechos primários e secundários.
No que se refere ao estudo de Askling et al. (2013), os autores buscaram analisar os efeitos dos alongamentos na prevenção secundária em lesões agudas (distensões dos isquiotibiais) de 75 jogadores de futebol. Portanto, as avaliações (por ressonância nuclear magnética) e início da reabilitação de atletas lesados ocorreu cinco dias após o momento lesivo, no qual foram analisados como desfecho primário e secundário o tempo de retorno aos jogos e treinos, além da reincidência das lesões. Os participantes de ambos os protocolos não se diferenciavam em relação à idade, altura, massa corporal, sexo, nível de desempenho e tipo de lesão (“tipo alongamento” ou “tipo corrida”). A maioria destes atletas sofreram distensão dos isquiotibiais do “tipo corrida”, afetando 73% do protocolo L e 71% do protocolo C. Esses resultados corroboram com a literatura, visto que frequentemente jogadores de futebol sofrem mais distensões dos isquiotibiais principalmente associados às corridas com velocidade máxima, sem ocorrer qualquer impacto ou contato com o adversário. (Prieto-Lage et al., 2021; Askling, Malliaropoulos, e Karlsson, 2012; Junge, Dvorak, e Graf-Baumann, 2004)
Estas lesões apresentam aspectos multifatoriais, com fatores intrinsicos e extrinsicos. Os componentes intrínsecos estão associados às fatores como déficit da força muscular, alterações posturais, do controle motor e de estabilidade do core, redução da flexibilidade, dentre outros (Drummond et al., 2021; Ernlund, e Vieira, 2017; Mendiguchia, Alentorn-Geli, e Brughelli, 2012). Já os fatores extrínsecos, estão associados às variáveis ambientais (Ernlund, e Vieira, 2017; Inklaar, 1994), como o aquecimento inadequado, propiciando uma maior rigidez muscular e aumento da resistência aos alongamentos.
Como desfecho principal, Askling et al. (2013) evidenciaram que a aplicação do protocolo L (maior ênfase aos alongamentos, com contração excêntrica dos isquiotibias) foi mais efetivo para o tempo de retorno aos jogos/treinos em comparação ao protocolo C (menor ênfase aos alongamentos). Esses achados referentes ao protocolo L são observados em ambos os tipos de lesão. Além disso, não foi observada nenhuma reincidência no protocolo L e apenas uma reincidência no protocolo C durante os 12 meses de acompanhamento. Portanto, para estes autores, a reabilitação que prioriza exercícios de alongamento é mais eficaz do que um protocolo contendo exercícios convencionais para um retorno mais rápido e prevenção das reincidências em atletas de futebol de elite sueco.
Esses resultados se assemelham parcialmente a literatura, visto que, para Sherry, Johnston e Heiderscheit (2015), a reabilitação das lesões agudas dos isquiotibiais devem iniciar reduzindo o quadro inflamatório, edema e dor (com uso da crioterapia, elevação, compressão local, exercicios de estabilização do trono e menor ênfase nos alongamentos). Em seguida são aplicados protocolos que devem incluir a restauração da amplitude de movimento com alongamentos, exercícios de resistência excêntrica e um treinamento neuromuscular. Por fim, devem incluir exercicios de controle neuromuscular mais avançado e de fortalecimento excéntrico, exercicios de agilidade progressiva e exercícios de estabilização do tronco e específicos dos esportes. (Sherry et al., 2015)
Neste contexto abordado, dois componentes foram destacados pelos autores na reabilitação das distensões dos isquiotibiais, ou seja, o aprimoramento da flexibilidade através dos alongamentos e o fortalecimento dos isquiotibiais pelos treinamentos excêntricos. Dessa forma, estes achados vêm de encontro à literatura, no qual preconiza que os exercicios de alongamento promovem um aumento significativo a curto ou longo prazo da flexibilidade de atletas de futebol (Melo et al., 2021; Sánchez, 2020; Manzi et al., 2020; Kyranaoudis et al., 2019; Rodriguez Fernandes et al., 2016; Gonçalves et al., 2013; Jemni et al., 2014; Aguilar et al., 2012). Este aumento da flexibilidade através dos alongamentos pode ser atribuído ao aumento da tolerância à tensão, que gera uma ativação dos mecanorreceptores, que inibem o impulso aferente nociceptor, com maior adaptação das terminações nervosas livres. (Freitas et al., 2018; Apostolopoulos et al., 2015)
Além disso, o ganho da mobilidade pode estar relacionada com a redução da viscosidade do tecido conectivo, além de inibir a ativação dos órgãos tendinosos de Golgi (Moreira et al., 2022; Warneke et al, 2022; Morse et al., 2008; Alter, 1999). Magid, e Law (1985) complementam ao afirmarem que a aplicação dos alongamentos, tanto estático ou dinâmico, provocam uma dissociação das pontes cruzadas da miosina em relação às pontes cruzadas correspondentes de actina, propriciando um acrescimo no comprimento da fibras musculares, contribuindo para uma melhor amplitude de movimento.
Outro fator importante observado nestes resultados foi a presença dos exercicios com componente de resistência excêntrica associados aos alongamentos, que também configurou o protocolo L do estudo de Askling et al. (2013) e dos protocolos da investigação de Arnason et al. (2008). Os resultados evidenciados por Arnason et al. (2008) no fator de prevenção primária, demonstraram menor incidência (65%) das lesões dos isquiotibiais com a aplicação do treinamento excêntrico (exercício nórdico) associados ao aquecimento com alongamentos, mas não ocorreu nos times que realizaram apenas o treinamento de flexibilidade. Porém, a taxa de reincidência das lesões não se diferenciou entre as equipes de intervenção e de controle, bem como com o baseline.
O impacto do treinamento excêntrico na prevenção das lesões dos isquiotibiais são muito reportadas pela literatura. Van der Horst et al. (2015) evidenciaram uma redução significativa na incidência de lesões dos isquiotibiais em jogadores amadores. Da mesma forma, Ekstrand et al. (2011) observaram uma diferença significativa (p < 0,0001) na incidência lesiva entre o grupo de treinamento excêntrico (4,1) para o grupo controle (27,5). Mjolsnes et al. (2004) complementa evidenciando que um treinamento de 10 semanas com treinamento excêntrico (exercício nórdico) foi efetivo para aprimorar a força excêntrica dos isquiotibiais em atletas de futebol. Moore et al. (2005) enfatizam que o treinamento de força através de contrações excêntricas, promovem um aprimoramento mais rápido da síntese protéica miofibrilar em relação aos exercicios com contração muscular concêntrica. Paddon-Jones et al. (2005) salienta que após um treinamento excêntrico, os músculos ficam mais fortes ao executarem ações excêntricas.
Os resultados positivos quanto ao retorno mais rápido (45%) para os jogos/treinos que ocorreu no protocolo L, podem estar relacionados ao fato de que o referido protocolo, além de enfatizar os exercicios de alongamento mais amplos, foram realizados principalmente durante contrações excêntricas dos isquiotibiais (Askling et al., 2013). Entretanto, tais resultados devem ser vistos com cautela, tendo em vista que não havia grupo controle. Outro aspecto que limita as conclusões relacionadas ao referido estudo, se refere ao fato de que parte da amostra (n=11) do protocolo L, apresentou aparentemente menor gravidade das lesões, pois não apresentou alterações na ressonância nuclear magnética, embora com síntomas e sinais de lesão no exame clínico.
A presente revisão limitou-se à análise de artigos das bases de dados PubMed/Medline, Scopus e ISI Web of Science que abordaram sobre a influência do alongamento dos isquiotibiais na prevenção de lesões do futebol, no idioma inglês, considerando estudos prospectivos com atletas amadores e de alto rendimento, de ambos os sexos, com descritores específicos. Foi identificada escassez de estudos sobre o tema, sendo que um dos artigos selecionados deu enfoque à prevenção primária (Arnason et al., 2008), enquanto o foco principal do outro estudo foi a prevenção secundária (recidiva de lesões) (Askling et al., 2013), o que limita a comparação entre os estudos selecionados. Além disso, embora a classificação dos estudos selecionados tenha sido considerada boa na avaliação da qualidade metodológica seguindo as escalas utilizadas, se ressalta que a falta de grupo controle (Askling et al., 2013), randomização e mesmo a falta de adesão ao programa proposto ou controle sobre a qualidade da execução dos exercícios propostos (Arnason et al., 2008) constituem limitações metodológicas importantes nos estudos analisados, tornando inconclusivos os resultados. Há que se considerar a complexidade da dinâmica de treinos e competições, além de aspectos éticos, que pode dificultar a condução de estudos criteriosamente controlados. (Arnason et al., 2008)
Entretanto, em termos de perspectivas futuras, o presente estudo evidencia a necessidade permanente de estudos com maior rigor metodológico, a fim de que estratégias de prevenção de lesões nos isquiotibiais em atletas do futebol possam ser implementadas com segurança e eficácia.
Conclusão
São escassos os estudos que abordaram a influência dos alongamentos dos isquiotibiais na prevenção de lesões em jogadores de futebol. Embora exista evidência de efeitos positivos no tempo de retorno à prática esportiva em protocolo que enfatizou alongamento dos isquiotibiais, quando comparado à protocolo com menor ênfase em tal alongamento, a ausência de grupo controle, limita as conclusões relacionadas à esse aspecto. Além disso, baseado nos resultados de um dos estudos analisados, a comparação entre as equipes de futebol que utilizaram programa de treinamento específico de flexibilidade com o baseline e equipes que não realizaram o programa proposto, não evidenciou diferença tanto na prevenção primária (incidência de distensões dos isquiotibiais), quanto em recidivas de tais lesões. Nessa perspectiva, considerando a escassez de estudos e as limitações metodológicas dos estudos analisados, são inconclusivos os resultados, havendo necessidade de estudos futuros de forma a subsidiar estratégias seguras e eficazes na prevenção de lesões dos isquiotibiais em atletas do futebol.
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