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ISSN 1514-3465

 

Mobilidade ativa no trajeto escolar. Um estudo com

estudantes do 5º ano da rede pública de Anápolis (GO)

Active Mobility on the School Route. A Study with 

5th Grade Students from Public Schools in Anápolis (GO)

Movilidad activa en el trayecto escolar. Un estudio con estudiantes

de 5º grado de la red pública de educación de Anápolis (GO)

 

Livia Alessandra de Carvalho Teles*

liviale23@hotmail.com

Júlia Aparecida Devidé Nogueira**

julianogueira@yahoo.com

 

*Doutora em Educação Física pelo Programa de Pós-Graduação

em Educação Física da Universidade de Brasília

Professora da rede municipal de ensino de Anápolis (GO).

**Doutora em Ciências da Saúde pela Universidade de Brasília

com período sanduíche em MRC - Human Nutrition Research, Cambridge, Reino Unido

Estágio pós-doutoral na Universidade Federal do Ceará

Professora adjunta da Faculdade de Educação Física

Universidade de Brasília

(Brasil)

 

Recepción: 15/10/2024 - Aceptación: 23/08/2025

1ª Revisión: 05/08/2025 - 2ª Revisión: 17/08/2025

 

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Cita sugerida: Teles, L.A. de C., e Nogueira, J.A.D. (2025). Mobilidade ativa no trajeto escolar. Um estudo com estudantes do 5º ano da rede pública de Anápolis (GO). Lecturas: Educación Física y Deportes, 30(330), 83-97. https://doi.org/10.46642/efd.v30i330.7941

 

Resumo

    Este artigo reflete sobre a mobilidade ativa de crianças no trajeto escolar, relacionando o tempo semanal do deslocamento com o sexo, a classe social e a posse de veículo. O estudo se baseia em uma pesquisa exploratória, com delineamento quantitativo e corte transversal. Participaram da pesquisa 257 crianças do 5º ano do ensino fundamental da rede municipal de ensino de Anápolis (GO). Foi aplicado um questionário com questões sociodemográficas e aspectos relacionados à mobilidade ativa no percurso escolar. A mobilidade ativa no percurso escolar foi praticada por 71,2% das crianças; contribuindo com, em média 73 minutos de atividade física semanal. Crianças de classe social mais baixa e sem veículo passam significativamente maior tempo praticando a mobilidade ativa; e 80% do total das crianças relataram que gostam ou gostariam de realizar essa prática. Pode-se concluir que a mobilidade ativa no trajeto escolar é uma prática que favorece o alcance das recomendações de atividade física para crianças e de outros aspectos de saúde. A escola pode ser uma importante aliada na promoção da mobilidade ativa como experiência prazerosa, segura e saudável, por meio de estratégias que reduzam as barreiras e fortaleçam os facilitadores dessa prática.

    Unitermos: Mobilidade sustentável. Atividade física. Escola.

 

Abstract

    This article reflects on the active mobility of children on the school journey, relating the weekly travel time with gender, social class and vehicle ownership. The study is based on exploratory research, with a quantitative and cross-sectional design. 257 children in the 5th year of elementary school from the municipal education network of Anápolis (GO) participated in the research. A questionnaire was applied with sociodemographic questions and aspects related to active mobility during school. Active mobility during school was practiced by 71.2% of children; contributing, on average 73 minutes of weekly physical activity. Children from a lower social class and without a vehicle spend significantly more time actively commuting; and 80% of all children reported that they like or would like to do this practice. It can be concluded that active mobility on the school journey is a relevant practice for achieving the recommendations for physical activity in children, also favoring other health factors. The school can be an important ally in promoting active mobility as a pleasant, safe and healthy experience, using strategies that reduce barriers and strengthen the facilitators of this practice.

    Keywords: Sustainable mobility. Physical activity. School.

 

Resumen

    Este artículo reflexiona sobre la movilidad activa de los niños en el trayecto escolar, relacionando el tiempo de viaje semanal con el género, la clase social y la propiedad de vehículo. El estudio se basa en una investigación exploratoria con un diseño cuantitativo y transversal. Los participantes fueron 257 niños de quinto grado de la escuela primaria de la red escolar municipal de Anápolis (GO). Se administró un cuestionario con preguntas sociodemográficas y aspectos relacionados con la movilidad activa en el viaje escolar. La movilidad activa en el viaje escolar fue practicada por el 71,2% de los niños, contribuyendo con un promedio de 73 minutos de actividad física semanal. Los niños de clases sociales más bajas y aquellos sin vehículo pasan significativamente más tiempo practicando la movilidad activa; el 80% de todos los niños dijeron disfrutar o desear participar en esta actividad. Se puede concluir que la movilidad activa en el viaje escolar es una práctica relevante para cumplir con las recomendaciones de actividad física para niños, beneficiando también otros aspectos de la salud. Las escuelas pueden ser aliadas importantes para promover la movilidad activa como una experiencia placentera, segura y saludable, por medio de estrategias que reduzcan barreras y fortalezcan a los facilitadores de esta práctica.

    Palabras clave: Movilidad sostenible. Actividad física. Escuela.

 

Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 30, Núm. 330, Nov. (2025)


 

Introdução 

 

    O aumento da atividade física é reconhecido como essencial para a promoção da saúde, enquanto o comportamento sedentário tem crescido globalmente, favorecendo doenças crônicas não transmissíveis e altos custos humanos e financeiros (OMS, 2020). Estima-se que 81% dos adolescentes entre 11 e 17 anos eram fisicamente inativos em 2016 (Guthold et al., 2020). No Brasil, a PeNSE 2019 revelou que 61,8% dos estudantes de 13 a 17 anos tinham níveis insuficientes de atividade física, 8,7% eram completamente inativos e apenas 28,1% atingiam a recomendação mínima de 300 minutos semanais (IBGE, 2021). Esses índices dialogam com a elevada prevalência de sobrepeso e obesidade, que afeta cerca de 29% de crianças e adolescentes. (Silva et al., 2022)

 

    Diante desse panorama, torna-se urgente a implementação de políticas e estratégias que ampliem as oportunidades de atividade física, sobretudo no ambiente escolar. A adoção de hábitos ativos na infância favorece sua manutenção na vida adulta e gera benefícios à saúde ao longo do tempo (Silva et al., 2022; OMS, 2020). Nesse processo, família, amigos e escola exercem papel central ao incentivar a prática e a socialização, contribuindo para o bem-estar físico, mental e social. (Soares et al., 2023; IBGE, 2021)

 

    O sedentarismo, entretanto, deve ser compreendido como um comportamento socialmente condicionado, influenciado pelo aumento do tempo de tela, pela urbanização desordenada e pela precariedade da infraestrutura urbana no Brasil (Guthold et al., 2020; OMS, 2020). A ausência de transporte público eficiente, somada à poluição e à violência, restringe o acesso seguro a espaços de lazer e mobilidade, afetando especialmente populações de baixa renda e ampliando desigualdades sociais (Andrade et al., 2016; Burmann, e Cenci, 2017). Nessas condições, o comportamento sedentário reproduz disparidades relacionadas a gênero, renda e ambiente nos diferentes domínios da atividade física, incluindo o tempo livre, o deslocamento, o trabalho ou ambiente escolar e as atividades domésticas. Em análises das desigualdades sociais relacionadas à atividade física, constata-se que a prática vinculada ao lazer permanece predominantemente acessível às camadas socioeconômicas mais favorecidas, enquanto a prática relacionada ao deslocamento, como caminhar ou pedalar por necessidade, é mais frequente entre os estratos sociais de menor renda, reforçando as iniquidades em saúde. (Brasil, 2021; Knuth, e Antunes, 2021; OMS, 2020)

 

    No contexto da mobilidade urbana, a maior parte dos deslocamentos é realizada por meios ativos (a pé ou de bicicleta), representando 42% das viagens, seguidos pelo transporte individual motorizado (30%) e pelo transporte coletivo (28%) (ANTP, 2020). Embora o transporte não motorizado seja mais frequente em municípios menores, verifica-se uma redução preocupante da mobilidade ativa em grandes centros, acompanhada pelo aumento do transporte motorizado privado, menos saudável e sustentável (Pereira, e Vieira, 2024). Diante disso, incentivar a mobilidade ativa no trajeto escolar surge como medida estratégica, alinhada às recomendações internacionais de promoção de estilos de vida mais ativos. (Soares et al., 2023; Silva et al., 2022; OMS, 2018)

 

    Este estudo analisa a mobilidade ativa no trajeto casa-escola de crianças de escolas públicas, destacando o tempo semanal dedicado a essa prática, compreendida como atividade física, e seus impactos para a saúde e a equidade. A mobilidade ativa é considerada aqui como estratégia de enfrentamento das desigualdades sociais e de promoção da saúde, alinhada às agendas nacionais e internacionais voltadas à construção de sociedades mais saudáveis, inclusivas e ambientalmente sustentáveis (Tagliari, e Pawlowsky, 2021; ONU, 2015; Brasil, 2014). Reforça-se o papel da escola como território educativo capaz de transformar hábitos e fomentar consciência crítica, desde que apoiada por políticas estruturantes de reordenamento urbano (Silva et al., 2022; PNUD, 2017). O objetivo central da pesquisa é analisar a mobilidade ativa no trajeto escolar de crianças, explorando suas relações com variáveis sociodemográficas como classe social, sexo e posse de veículo, a fim de discutir seu potencial como alternativa acessível, sustentável e duradoura, sobretudo para grupos em maior condição de vulnerabilidade social.

 

Métodos 

 

    Este estudo adota uma abordagem exploratória, com delineamento quantitativo e corte transversal, com o objetivo de descrever o panorama da mobilidade ativa no contexto escolar entre estudantes do quinto ano do ensino fundamental da rede pública municipal de Anápolis (GO). O município, de porte médio, possui uma população de 398.869 habitantes (IBGE, 2022) e localiza-se entre Goiânia, capital do estado de Goiás, e Brasília, capital federal. Anápolis destaca-se como a terceira cidade mais populosa e a segunda maior força econômica do estado, impulsionada pela presença do Distrito Agroindustrial de Anápolis (DAIA), que abarca cerca de 110 empresas, com destaque para os setores farmacêutico, automobilístico e o porto seco. A rede municipal de ensino é composta por 63 escolas e 44 centros de educação infantil. (IBGE, 2022)

 

    Este trabalho é baseado em uma pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília, CAAE 88184218.0.0000.0030, sob o parecer nº 3.723.495. A participação dos estudantes foi voluntária, mediante convite formalizado por carta entregue às famílias, com a devida autorização expressa por meio do Termo de Assentimento Livre e Esclarecido (TALE), assinado pelas crianças, e do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), assinado pelos responsáveis.

 

    Para compor a amostra, foram selecionadas, por conveniência, dez das 21 escolas municipais que possuem professor graduado em Educação Física atuando. Em cada unidade escolar foram escolhidas duas turmas do quinto ano, totalizando 20 turmas. A seleção desse segmento escolar se justifica pela maior faixa etária dentre os anos iniciais, favorecendo a capacidade de compreensão dos enunciados e clareza nas respostas. A escolha por escolas com professor de Educação Física visa fomentar reflexões sobre mobilidade ativa no ambiente escolar, integrando o tema ao currículo de forma mais efetiva.

 

    As visitas às escolas ocorreram em dias e horários previamente agendados com os docentes responsáveis pelas aulas de Educação Física. Durante essas aulas, os pesquisadores apresentaram o estudo às turmas e distribuíram as cartas-convite. Na aula seguinte, os estudantes que retornaram com os termos devidamente assinados participaram da etapa de coleta de dados, respondendo a um questionário estruturado, contendo oito questões de múltipla escolha sobre mobilidade ativa no trajeto casa-escola. O instrumento foi elaborado com base nos questionários da PeNSE (IBGE, 2015) e em materiais da União dos Ciclistas do Brasil (UCB, 2016), adaptados à linguagem e ao nível de compreensão das crianças. Também foram coletadas informações sociodemográficas para a classificação socioeconômica com base no Critério Brasil (ABEP, 2015), excetuando-se a variável de escolaridade materna por baixo nível de respostas. O tempo médio de aplicação por turma foi de aproximadamente 30 minutos.

 

    As respostas sobre mobilidade ativa no trajeto escolar permitiram estimar a média do número de dias na semana e o tempo gasto por dia (somando ida e volta) com essa atividade. Por exemplo, a criança que marcou a opção “gasto até 10 minutos por dia” em cada trajeto (ida/volta), resultou em 20 minutos diários de atividade física. Para análise, três estudantes com tempo semanal maior que 300 minutos de atividade em mobilidade ativa foram considerados fora da curva (outliers) e tiveram seus tempos ajustados de acordo com o valor médio do grupo. A seguir, as crianças foram agrupadas em tercis: aqueles que relataram gastar “nenhum minuto” ativo no trajeto escolar; os que disseram gastar “até 60 minutos semanais”; e os que reportaram “mais que 60 minutos semanais” no percurso.

 

    Foram realizadas análises estatísticas descritivas, contemplando frequências absolutas e relativas (%), medidas de tendência central (média) e estimativas de intervalo de confiança (IC) para a média. Associações entre cada um dos tercis por tempo gasto com mobilidade ativa e as variáveis sociodemográficas foram realizadas pelo Teste Qui-quadrado de Pearson ou Exato de Fisher. O pacote estatístico utilizado foi o SPSS versão 22.0, e o nível de significância adotado foi de p <0,05.

 

Resultados 

 

    Dos 527 estudantes do quinto ano convidados a participar da pesquisa, 257 compuseram a amostra final, o que corresponde a 49% da população convidada. Destes, 86% estavam matriculados no turno matutino, 56% eram do sexo feminino, 80% tinham entre 10 e 11 anos de idade, 56% pertenciam à classe socioeconômica C e 80% relataram a existência de pelo menos um veículo automotor (carro ou motocicleta) em sua residência. A Tabela 1 a seguir apresenta a caracterização detalhada dos participantes, segundo o sexo.

 

Tabela 1. Dados descritivos dos participantes, n (%), da etapa quantitativa

total e por sexo entre estudantes do quinto ano, Anápolis (GO), 2018

Feminino

Masculino

Total

Idade

10 anos

66 (25,7%)

38 (14,8%)

104 (40,5%)

11 anos

50 (19,5%)

52 (20,2%)

102 (39,7%)

12 anos

12 (4,7%)

7 (2,7%)

19 (7,4%)

Não respondeu

17 (6,6%)

15 (5,8%)

32 (12,4%)

Classe

A

3 (1,2%)

2 (0,8%)

5 (2%)

B

39 (15,1%)

38 (14,8%)

77 (29,9%)

C

82 (31,9%)

62 (24,1%)

144 (56,0%)

DE

21 (8,2%)

10 (3,9%)

31 (12,1%)

Veículo automotor

Não

27 (10,5%)

23 (9%)

50 (19,5%)

Sim

118(45,9%)

89 (34,6%)

207 (80,5%)

Total

145 (56%)

112 (44%)

257 (100%)

Fonte: Dados de pesquisa

 

    Em relação à prática de mobilidade ativa, 71,2% das crianças (n = 183) relataram realizar o trajeto de ida e/ou volta da escola a pé ou de bicicleta em pelo menos um dia da semana. Dentre essas, 80,8% afirmaram realizar o deslocamento de forma ativa tanto na ida quanto na volta; 5,5% apenas na ida e 13,7% exclusivamente no retorno. Ainda, 73,0% dos estudantes praticavam mobilidade ativa durante os cinco dias da semana, enquanto 4,5% o faziam em três ou quatro dias.

 

    A análise do tempo diário de deslocamento indica que a maioria das crianças reside próxima à escola, uma vez que 74,1% relataram gastar até 10 minutos no trajeto de ida e 66,9% no trajeto de volta. Considerando que a maior parte realiza o percurso em ambos os sentidos, estima-se um tempo médio diário aproximado de 20 minutos de mobilidade ativa. Observou-se, ainda, que o tempo despendido no retorno tende a ser ligeiramente superior ao da ida.

 

    O tempo médio (IC) semanal de atividade física relacionada à mobilidade ativa foi de 73,2 (IC = 64,5 - 81,9) minutos entre os praticantes (n = 183). A maioria (68,5%) acumulou até 60 minutos semanais, sendo 19,3% com até 30 minutos e 49,2% entre 31 e 60 minutos. Além disso, 12,0% relataram entre 61 e 120 minutos semanais, 11,4% entre 121 e 150 minutos, e 8,1% mais de 150 minutos semanais.

 

    A análise estatística das associações entre variáveis sociodemográficas e os tercis de atividade física semanal demonstraram associações significativas com a renda familiar e a posse de veículo automotor. Por outro lado, não foi observada associação estatisticamente significativa em relação ao sexo (Tabela 2).

 

Tabela 2. Frequência (%) da distribuição das variáveis sociodemográficas das crianças (n = 257)

por tercis de tempo gasto na prática da mobilidade ativa escolar semanal. Anápolis (GO), 2018

Nenhum minuto/semana

(n= 73)

%

Até 60

minutos/semana

(n= 125)

%

Mais de 60

minutos/semana

(n= 58)

%

Sexo

Feminino (n= 144)

29,4

51,7

18,9

Masculino (n= 112)

26,8

45,5

27,7

Classe Sociala*

AB (n= 82)

37,8

50,0

12,2

C (n=142)

27,5

46,5

26,1

DE (n= 31)

6,5

58,1

35,5

Veículo automotorb**

Sim (n= 204)

34,3

48,0

17,6

Não (n= 50)

4,0

52,0

44,0

a 0,4% (n=1) e b 0,8% (n=2) não responderam; *p <0,05 e **p <0,001 pelo Qui-Quadrado de Pearson. Fonte: Dados de pesquisa

 

    A pesquisa revelou que 80% das crianças participantes gostam/gostariam de realizar o trajeto escolar de forma ativa. Entre aquelas que já praticam mobilidade ativa, 17,5% (n = 32) relataram não gostar dessa prática, apesar de a realizarem regularmente. Por outro lado, entre as 75 crianças que não adotam a mobilidade ativa no trajeto escolar, 74,3% (n = 55) expressaram interesse em fazê-lo, evidenciando uma demanda limitada por oportunidades seguras e acessíveis para a adoção de modos ativos de deslocamento.

 

Discussão 

 

    O presente estudo apresenta dados sobre a mobilidade ativa no trajeto escolar, com foco em crianças do ensino fundamental da rede pública de Anápolis (GO). Ele apresenta limitações, como o delineamento transversal, que impossibilita estabelecer relações de causalidade entre as variáveis investigadas; na utilização de instrumentos somente autorreferidos pode prevalecer o desejo das crianças nas respostas; pela faixa etária infantil, não permite extrapolar os achados para diferentes idades. Apesar dessas restrições, os resultados oferecem subsídios relevantes para a compreensão da mobilidade ativa e suas implicações para a saúde, contribuindo para o debate ao serem interpretados em conjunto com resultados de outras pesquisas nacionais e internacionais, permitindo reflexões sobre o potencial da mobilidade ativa no ambiente escolar como estratégia promotora da atividade física e da saúde.

 

    A frequência de mobilidade ativa escolar observada neste estudo (71,2%) é comparável aos dados da PeNSE, que apontaram percentuais de 70,6% em 2009, 61,7% em 2012 e 66,7% em 2015 (Ferreira et al., 2018). Em Pernambuco, por exemplo, 57,7% dos estudantes do 9º ano de três escolas municipais relataram utilizar meios ativos de deslocamento (Silva et al., 2014), enquanto em Uruguaiana (RS), 75,7% dos estudantes entre 10 e 17 anos praticavam mobilidade ativa (Streb et al., 2016). Em comparação internacional, as informações também são consistentes: no México, 70,8% dos estudantes relataram ir ou voltar da escola de forma ativa (Jáuregui et al., 2015); no Canadá, 63,0% (Cozma et al., 2015); e, nos Estados Unidos, os índices variam entre 10,0% (Everett Jones, e Sliwa, 2016) e 47,2% (Deweese, e Ohri-Vachaspati, 2015). Esses resultados demonstram que uma parcela significativa da população estudantil já incorpora essa prática em sua rotina.

 

    Embora, em geral, o tempo diário de prática de mobilidade ativa seja reduzido, sua regularidade contribui de forma relevante para o alcance das recomendações de atividade física. Apesar da distância ser uma barreira prevalente para a prática da mobilidade ativa (Nunes Júnior, Teles, e Silva, 2022), estudos indicam que o transporte ativo para escolas situadas a cerca de 2 km foi positivamente associado a níveis mais elevados de atividade física em crianças americanas de 7 a 12 anos (Lee, e Li, 2014) e entre jovens de 5 a 16 anos (Duncan et al., 2016). Além disso, há evidências de que a mobilidade ativa escolar contribui para a prevenção do excesso de peso. Em adolescentes, a prática reduziu significativamente a probabilidade de sobrepeso (Streb et al., 2016), e cada minuto adicional de mobilidade ativa foi associado a uma redução de 1% no risco de sobrepeso ou obesidade. (Jáuregui et al., 2015)

 

    Diante do atual cenário de crescente sedentarismo e alta prevalência de doenças crônicas não transmissíveis, estimular o a mobilidade ativa no trajeto escolar como uma medida efetiva de promoção da saúde. Trata-se de uma prática apreciada por muitos estudantes, com potencial para ser realizada diariamente e com benefícios duradouros.

 

    Contudo, dados da PeNSE e de pesquisas internacionais revelam que a mobilidade ativa escolar pode sofrer variações ao longo do tempo. Na República Tcheca, por exemplo, observou-se uma queda de 74,3% em 2006 para 53,4% em 2014 na proporção de estudantes que praticavam mobilidade ativa (Pavelka et al., 2017). Já no Brasil, os dados não indicam tendência de queda tão acentuada: 70,6% (2009), 61,7% (2012) e 66,7% (2015). (Ferreira et al., 2018)

 

    Esses resultados reforçam a importância de aprofundar a compreensão sobre os fatores que influenciam a prática da mobilidade ativa. Além das transformações culturais intergeracionais, no Brasil, tais comportamentos são fortemente determinados por fatores socioeconômicos e pelas desigualdades entre as classes sociais (Nunes Júnior, Teles, e Silva, 2022; Knuth, e Antunes, 2021; PNUD, 2017), o que exige abordagens intersetoriais para sua promoção.

 

    O presente estudo evidencia a relação significativa entre classe social e a prática da mobilidade ativa escolar, indicando que crianças de classes sociais mais baixas tendem a se deslocar de forma mais ativa e por períodos maiores. Entre as crianças que dedicam mais de 60 minutos semanais à mobilidade ativa, 35,5% pertencem às classes D/E, enquanto apenas 12,2% são das classes A/B. Por outro lado, no grupo que não realiza qualquer prática da mobilidade ativa corroborados por outros estudos: dados da PeNSE revelam maior prevalência de mobilidade ativa entre estudantes de escolas públicas e filhos de mães com menor escolaridade, em comparação a estudantes de escolas privadas e filhos de mães mais escolarizadas (Ferreira et al., 2018). De forma semelhante, no México, crianças com maior status econômico apresentam menor adesão à mobilidade ativa escolar. (Jáuregui et al., 2015)

 

    Embora Lima et al. (2023) não tenham focado especificamente em crianças, seus resultados apontam para o aumento progressivo do número de ciclistas, o que contribui para a redução do sedentarismo e para a promoção da saúde e da qualidade de vida. Os autores destacam que ações pedagógicas e sociais para fortalecer o ciclismo devem enfrentar emergências sociais e educacionais, especialmente para grupos socialmente vulneráveis, que dispõem de poucos recursos para lidar com deslocamentos autônomos cotidianos. Em acréscimo, Victo et al. (2021) concluem que não basta somente um ambiente favorável, é fundamental a conscientização dos familiares e da vizinhança, além de uma abordagem multifacetada e direcionada à comunidade.

 

    Essas evidências reforçam a necessidade de uma reflexão crítica acerca da mobilidade ativa como prática promotora da saúde, uma vez que ela não resulta apenas de escolhas individuais, mas está fortemente condicionada por fatores socioeconômicos, culturais e ambientais. Embora a prática regular de atividade física por meio da mobilidade ativa seja um importante mecanismo para a melhoria da saúde física, mental e social, é imprescindível considerar as condições sociais e ambientais em que essa prática ocorre, conforme os princípios da determinação social da saúde. (Brasil, 2021; Nascimento et al., 2020)

 

    Outro fator associado significativamente aos níveis de mobilidade ativa foi a posse de veículo automotor na família. Crianças de famílias que possuem veículo tendem a se deslocar menos ativamente. Além de simbolizar status social, a posse do veículo pode dificultar a prática da mobilidade ativa, especialmente em trajetos mais longos (Wilson, Clark, e Gilliland, 2018; Jáuregui et al., 2015). Estudos realizados no Canadá (Wilson, Clark, e Gilliland, 2018; Mitra, e Buliung, 2015), Estados Unidos (Yang et al., 2016) e México (Jáuregui et al., 2015) apontam que a mobilidade ativa é favorecida pela menor distância entre casa e escola. No Brasil, a proporção de viagens ativas aumenta em cidades menores (ANTP, 2018). Considerando longas distâncias em grandes cidades brasileiras, a integração intermodal surge como alternativa necessária para fomentar a mobilidade ativa.

 

    Além disso, um estudo de Malta et al. (2023) evidenciou uma redução da prática de atividade física no tempo livre e no deslocamento, comparando o ano pré-pandemia de COVID-19 (2019) e o ano após a terceira onda (2021). Nesse sentido, é importante ressaltar que as práticas corporais são aprendidas e influenciadas pelo convívio familiar, escolar, social, bem como por aspectos econômicos, culturais e ambientais, sendo fundamental reduzir barreiras e criar oportunidades para que as pessoas sejam ativas. Crianças que não desenvolvem habilidades físicas têm menor probabilidade de se tornarem adultos ativos (Brasil, 2021; ACSM, 2015). Assim, incentivar a mobilidade ativa desde a infância no caminho para escola pode ser uma estratégia eficaz para formar gerações futuras mais saudáveis (Nunes Júnior; Teles; Silva, 2022; Brasil, 2021). Outras variáveis associadas à mobilidade ativa reportadas em estudos adicionais incluem a residência em área rural e maior escolaridade materna (mais de 8 anos), que facilitam essa prática (Silva et al., 2014); assim como maior satisfação familiar e maior número de dias ativos por semana. (Yang et al., 2016)

 

    Observou-se também que as crianças dedicam mais tempo à mobilidade ativa no trajeto de volta para casa do que na ida à escola, padrão que converge com estudos nos EUA (Yang et al., 2016). Os autores sugerem que isso ocorre porque os pais preferem levar os filhos de carro pela manhã, devido a compromissos profissionais e a necessidade de pontualidade, enquanto na volta, a segurança e flexibilidade são maiores, permitindo que as crianças retornem sozinhas ou em grupos.

 

    Esses aspectos ilustram a complexidade dos fatores envolvidos na adoção da mobilidade ativa. Para que ela seja verdadeiramente promotora da saúde em seu sentido amplo, é fundamental que seja praticada como um direito e não como uma falta de opção que comprometa o bem-estar. O fato de 80% das crianças gostarem ou desejarem praticar a mobilidade ativa no trajeto escolar indica uma importante oportunidade para estímulo dessa prática.

 

    Ao evidenciar o impacto positivo da mobilidade ativa nos níveis de atividade física infantil, este estudo apoia sua adoção como estratégia para incorporar essa prática no cotidiano das pessoas, conforme orientações do Plano de Ação Global de Atividade Física (2018-2030) da Organização Mundial da Saúde, que visa reduzir em 15% a prevalência de inatividade física até 2030 e promover a saúde individual e coletiva. (OMS, 2018)

 

    A idade escolar representa momento propício para fomentar hábitos saudáveis e prazerosos, impulsionando mudanças culturais capazes de formar indivíduos mais ativos, comunidades saudáveis e cidades sustentáveis. Quando apoiada institucionalmente pelas escolas, a mobilidade ativa pode contribuir para o alcance de diversos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030, como saúde e bem-estar, educação de qualidade, igualdade de gênero, redução das desigualdades e cidades sustentáveis. (ONU, 2015)

 

    Nesse sentido, o tema da mobilidade ativa deve ser incorporado ao currículo escolar, com a Educação Física atuando como ambiente privilegiado para o desenvolvimento dessa temática. De acordo com Soares et al. (2023), considerando a queda nos níveis de atividade física dos escolares, são fundamentais políticas públicas que estimulem a atividade física, a exemplo de aumentar as aulas de educação física na escola para, no mínimo, três vezes por semana. Os professores desta disciplina podem promover ações pedagógicas que favoreçam a mobilidade ativa, adaptadas à realidade local, contribuindo para reduzir barreiras e ampliar facilitadores da prática. Dessa forma, podem focar também nos 20% dos estudantes que indicaram não gostar da mobilidade ativa, considerando determinantes como classe social, gênero, distância entre casa e escola, escolaridade materna, segurança, entre outros. (Teles et al., 2020)

 

    Entre as atividades pedagógicas recomendadas estão rodas de conversa, produção de desenhos, debates sobre o trajeto escolar, registro fotográfico de fatores que incentivam ou dificultam a mobilidade ativa, passeios ciclísticos, caminhadas além dos limites da escola e dias de lazer que permitam o uso de bicicletas, patinetes, patins e skates (Bocchini, e Maldonado, 2014). Além disso, é fundamental que as autoridades desenvolvam sistemas para monitorar a mobilidade ativa escolar, a fim de apoiar o planejamento e a avaliação de políticas públicas relacionadas. (Silva et al., 2022)

 

    Por fim, embora a mobilidade ativa seja reconhecida como uma iniciativa importante para a promoção da saúde, são limitadas as pesquisas que avaliam contextos de vulnerabilidade em cidades brasileiras (Silva et al., 2024). Portanto, são necessários estudos adicionais que aprofundem a relação entre mobilidade ativa, saúde, contexto social e escolar, e que mapeiem estruturas, estratégias, lacunas e barreiras. Apesar disso, este estudo exploratório oferece um olhar importante sobre a mobilidade ativa escolar em uma cidade brasileira de porte médio. Seus resultados, em diálogo com outras pesquisas, sustentam a mobilidade ativa como uma ferramenta capaz de contribuir significativamente para a promoção da saúde no ambiente escolar, especialmente quando estimulada a partir do reconhecimento de seus determinantes sociais.

 

Conclusões 

 

    A mobilidade ativa no trajeto escolar é uma prática prevalente nas crianças que frequentam escolas públicas em Anápolis (GO). A maior duração dessa prática foi observada em grupos com menor poder socioeconômico e que não possuem veículo motorizado em casa. Embora o tempo diário dedicado a essa prática seja relativamente curto, o acúmulo semanal contribui para o cumprimento das recomendações mínimas de atividade física durante a infância. Ademais, considerando que 80% dos estudantes manifestam que escolhe ou gostaria de escolher a mobilidade ativa, percebe-se a oportunidade da escola assumir um papel estratégico nesse debate, promovendo esse modo de deslocamento de forma prazerosa, segura e saudável. Para tanto, é fundamental que as escolas mapeiem os contextos e busquem minimizar as barreiras e potencializar os facilitadores da mobilidade ativa. Nesse processo, o professor de educação física pode vir a ser um ator chave na promoção da saúde ao propor estratégias que promovam essa prática, inclusive por meio da disciplina de Educação Física, favorecendo o empoderamento e a participação dos estudantes, a equidade social e a sustentabilidade ambiental.

 

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Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 30, Núm. 330, Nov. (2025)