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ISSN 1514-3465

 

Pelé em 1970 e Messi em 2022: análise do desempenho em uma Copa do Mundo

Pelé in 1970 and Messi in 2022: Analysis of Performance in a World Cup

Pelé en 1970 y Messi en 2022: análisis del desempeño en una Copa del Mundo

 

Giovani Scatolin*

gioscatolin01@gmail.com

Rodrigo Baldi Gonçalves**

r205486@dac.unicamp.br

Gabriel Orenga Sandoval+

gabrielorenga@hotmail.com

Thomas Guido Fischer+

thomasfischer_@hotmail.com

Luciano Allegretti Mercadante++

luciano.mercadante@fca.unicamp.br

 

*Bacharel em Ciências do Esporte pela Faculdade de Ciências Aplicadas

da Universidade Estadual de Campinas (FCA/UNICAMP)

**Bacharel em Ciências do Esporte pela FCA/UNICAMP

Mestre em Biodinâmica do Movimento e Esporte

pela Faculdade de Educação Física

da Universidade Estadual de Campinas (FEF/UNICAMP)

Doutorando em Biodinâmica do Movimento e Esporte e pela FEF/UNICAMP

Integrante do laboratório de Biomecânica e Instrumentação (LABIN)

+Bacharel em Ciências do Esporte pela FCA/UNICAMP

Mestrando em Educação Física e Sociedade pela FEF/UNICAMP

Integrante do Laboratório de Estudos em Pedagogia do Esporte (LEPE).

++Docente na Faculdade de Ciências Aplicadas FCA de Limeira

da Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP

É membro da Sociedade Brasileira de Biomecânica (SBB)

da Associação de Técnicos de Basquete do Brasil (ATBB)

do Conselho Federal de Educação Física (CREF)

e da Associação dos Docentes da UNICAMP (ADUNICAMP)

Aposentado em agosto de 2023 e vinculado

como pesquisador colaborador convidado na FCA INICAMP

Professor voluntário no Departamento de Educação Física

da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

(Brasil) 

 

Recepción: 11/10/2023 - Aceptación: 18/03/2024

1ª Revisión: 25/02/2024 - 2ª Revisión: 16/03/2024

 

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https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt

Cita sugerida: Scatolin, G., Gonçalves, R.B., Sandoval, G.O., Fischer, T.G., e Mercadante, L.A. (2024). Pelé em 1970 e Messi em 2022: análise do desempenho em uma Copa do Mundo. Lecturas: Educación Física y Deportes, 29(312), 41-56. https://doi.org/10.46642/efd.v29i312.7267

 

Resumo

    A prática do futebol no mais alto nível se alterou diversas vezes com o passar do tempo; os indicadores de desempenho para uma posição/função se alteraram conjuntamente e a melhor maneira de entendê-los é analisando o desempenho de atletas de elite de diferentes gerações. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi descrever as ações dos jogadores Pelé e Messi durante as Copas do Mundo de 1970 e 2022, respectivamente, classificando suas ações e a participação nos diferentes momentos do jogo. Foram coletadas ações ofensivas e defensivas que se enquadraram na definição de ataque efetivo (ataques que terminam com finalização ou tem alguma tentativa de progressão ao gol com passes e/ou dribles), sendo elas: a) condição de deslocamento, b) infiltrações, c) confrontos 1x1, d) finalizações, e) ação após receber passe, f) passes, g) assistências, h) ação pós-perda, i) interceptações, j) recuperações de posse, k) participação defensiva. Para ponderar a análise, foram feitas as médias de ações por jogo para cada jogador. Foi possível perceber um número de ações semelhantes entre os jogadores analisados e, conforme sugere a “mística” da camisa 10, ambos se mostram influentes em suas equipes no momento ofensivo do jogo. Porém, destaca-se que Pelé teve uma participação maior no momento defensivo do jogo comparado com Messi. Com isso, indica que o jogador brasileiro foi um atleta mais “completo”, no sentido de ser influente para sua equipe tanto no ataque, quanto na defesa.

    Unitermos: Futebol. Análise individual. Indicadores de desempenho.

 

Abstract

    The practice of soccer at the highest level has changed several times over time; the performance indicators for a position/function have changed together and the best way to understand them is by analyzing the performance of elite athletes from different generations. Therefore, the aim of this study was to describe the actions of Pelé and Messi during the 1970 and 2022 World Cups respectively, classifying their actions and participation in the different moments of the game. Offensive and defensive actions were collected that met the definition of an effective attack (attacks that end with a finish or have some attempt to progress towards the goal with passes and/or dribbles), these being: a) movement condition, b) infiltrations, c) 1v1 confrontations, d) finishes, e) action after receiving a pass, f) passes, g) assists, h) post-loss action, i) interceptions, j) recoveries of possession, k) defensive participation. To weight the analysis, the average number of actions per game for each player was taken. It was possible to see a similar number of actions between the players analyzed and, as suggested by the "mystique" of the number 10 shirt, both were influential in their teams at the attacking end of the game. However, it should be noted that Pelé played a greater part in the defensive part of the game compared to Messi. This indicates that the Brazilian player was a more "complete" athlete, in the sense of being influential for his team in both attack and defense.

    Keywords: Soccer. Individual analysis. Performance indicators.

 

Resumen

    La práctica del fútbol al más alto nivel ha cambiado varias veces a lo largo del tiempo; los indicadores de rendimiento para un puesto/rol han cambiado juntos y la mejor manera de entenderlos es analizando el rendimiento de deportistas de élite de diferentes generaciones. Por tanto, el objetivo de este estudio fue describir las acciones de los jugadores Pelé y Messi durante los Mundiales de 1970 y 2022, respectivamente, clasificando sus acciones y participación en diferentes momentos del juego. Se recogieron acciones ofensivas y defensivas que se ajustan a la definición de ataque efectivo (ataques que finalizan con un disparo o tienen algún intento de avanzar hacia la portería con pases y/o regates), a saber: a) condición de movimiento, b) infiltraciones, c) enfrentamientos 1x1, d) tiros, e) acción tras recibir un pase, f) pases, g) asistencias, h) acción post-pérdida, i) intercepciones, j) recuperaciones de posesión, k) participación defensiva. Para ponderar el análisis se tomaron las acciones medias por partido de cada jugador. Se pudo notar una serie de acciones similares entre los jugadores analizados y, como sugiere la “mística” de la camiseta 10, ambos influyen en sus equipos en el momento ofensivo del juego. Sin embargo, cabe destacar que Pelé tuvo una mayor participación en el momento defensivo del partido respecto a Messi. Esto indica que el jugador brasileño era un deportista más “completo”, en el sentido de ser influyente para su equipo tanto en ataque como en defensa.

    Palabras clave: Fútbol. Análisis individual. Indicadores de rendimiento.

 

Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 29, Núm. 312, May. (2024)


 

Introdução 

 

    Os primeiros estudos no âmbito da análise de jogo ocorreram no basquetebol, datados em 1931, realizado por Lloyd Lowell Messersmith. No contexto do futebol, os estudos em análise do jogo passaram a ser implementados a partir da década de 1950 e, assim como no basquetebol, estes estudos visavam quantificar as distâncias percorridas por atletas durante os jogos. A análise dos aspectos técnico-táticos do jogo, levando em conta sua natureza coletiva e de colaboração-invasão (Villaseñor et al., 2000), passou a ser estudada posteriormente, com maior incidência de estudos quantitativos, em relação aos qualitativos. (Garganta, 1997)

 

    Atualmente, a análise de jogo tornou-se fundamental para identificar e alcançar o máximo desempenho. A nível coletivo, impacta diretamente no planejamento dos treinamentos e nas estratégias de jogo, de forma que as atividades a serem realizadas podem ser condicionadas a partir de dificuldades ou problemas detectados durante as partidas (Garganta, 1997). Na escala individual do jogo, a análise mostra-se útil na medida que pode auxiliar os jogadores a realizarem suas diversas funções no campo, cumprindo tarefas específicas a seu estatuto posicional, pois estas funções - e seu nível de execução - tem impacto direto nas interações coletivas da equipe, bem como no desenvolvimento pessoal na modalidade. Estas tarefas específicas podem ser pensadas pelas comissões técnicas, que identificam as características de seus atletas, de forma a explorar as maiores potencialidades de seu elenco, no modelo de jogo. (Almeida, 2016; Gonçalves et al., 2017)

 

Imagem 1. Pelé e Messi se mostram bastante influentes em suas equipes no momento ofensivo do jogo

Imagem 1. Pelé e Messi se mostram bastante influentes em suas equipes no momento ofensivo do jogo

Fonte: Freepik.com

 

    Desta forma, os atletas de elite são aqueles que reúnem grande parte destes comportamentos referentes ao seu estatuto posicional, denominados de indicadores de desempenho por posição, ou apresentam alguns destes comportamentos em um nível muito alto de execução, se destacando dos demais durante um jogo (Almeida, 2016). Porém, mesmo entre os atletas de elite, há quem se destaque mais ou menos, e existem diferentes fatores envolvidos neste processo. Isso também se aplica quando há uma comparação entre diferentes épocas, tendo em vista que o jogo de futebol se alterou durante o tempo, seja na condição física dos jogadores, na forma como as equipes jogam, ou em como o poder de influência dos atletas é exercido na partida. (Wilson, 2016)

 

    Um exemplo de alteração se deu no espaço de jogo efetivo, que de acordo com Thiengo (2020), pode ser definido como um espaço poligonal que delimita o terreno do campo ocupado pelos atletas em certo momento do jogo. Esse espaço tem diminuído devido à compactação das equipes e é possível crer que esta mudança causa uma alteração direta na forma como os problemas são resolvidos pelos jogadores em campo.

 

    Tratando-se, especialmente, da posição/função do “camisa 10”, ainda que as características variem, costumeiramente a ela é atribuída à referência técnica da equipe. O maior exemplo de jogador com a “número 10” foi Pelé, eterno jogador brasileiro, de alcunha “Rei do Futebol”, que durante toda sua carreira teve um desempenho muito acima da média de seus adversários e demonstrou-se excepcional. Sua época de glória foi em meados da década de 1960, culminando no tricampeonato mundial conquistado na Copa do Mundo do México, em 1970. (Scatolin, e Mercadante, 2022).

 

    Nos dias de hoje, um dos grandes “camisas 10” do futebol é o atleta Lionel Messi; foi com essa camisa que ele levou sua seleção - a Argentina - ao título da Copa do Mundo de 2022, realizada no Qatar (Baldinelli, 2022). Conquistando diferentes prêmios coletivos e individuais, Messi viveu, nos últimos quinze anos, um sucesso estrondoso, tal como Pelé o fez, na década de 1960. 

 

    Não se pode deixar de considerar, vale dizer, que o desempenho de Pelé e de Messi estão atrelados às suas equipes, já que para atingir o sucesso, há fatores de interação grupal e individual que são relevantes no contexto do futebol. Além disso, ambos os jogadores continham uma comissão técnica competente que os auxiliaram em chegar neste nível de performance. (López-Gajardo et al., 2022)

 

    Como mencionado, as mudanças existentes nas últimas décadas, na forma como o jogo se apresenta, implica questionamentos e comparações inevitáveis entre equipes e jogadores do presente e do passado. Ainda que o misticismo da “camisa 10” permaneça, é verídica a sensação popular de que não existem mais jogadores como Pelé? As mudanças ocorridas na organização do jogo, passaram a exigir comportamentos diferentes nos “camisas 10” de hoje? Ou há um continuum de características inalteráveis? Em suma, há diferença entre um “camisa 10” do passado e do presente? Se sim, quais? 

 

    Percebendo lacunas na literatura acerca desta temática, o presente trabalho teve como objetivo: (i) quantificar ações técnico-táticas dos jogadores Pelé e Messi, (ii) verificar se há diferença nas ações ofensivas e defensivas dos jogadores e (iii) identificar as ações em cada momento do jogo.

 

Metodologia 

 

    O estudo apresenta um caráter quantitativo, realizando a coleta dos dados a partir de dados estruturados. A pesquisa aconteceu de modo concomitante às observações das gravações das transmissões dos jogos. Havendo observação do comportamento dos sujeitos no ambiente, compreendido pelo campo de jogo, propiciando investigação de dado fenômeno, tal como ele aparece no momento do estudo. (Richardson, 1999; Thomas et al., 2012)

 

    Os jogos foram gravados em vídeo a partir de transmissões feitas pela mídia, portanto, de livre acesso. A amostra é composta por seis jogos de Pelé e sete jogos de Messi. Na Copa do Mundo de 1970 Pelé atuou nos seguintes jogos: fase de grupo - Brasil x Tchecoslováquia, Brasil x Inglaterra e Romênia x Brasil, quartas de finais - Brasil x Peru, semifinais - Brasil x Uruguai e a final- Brasil x Itália. Vale ressaltar que na Copa de 1970 ainda não havia sido inserido as oitavas de finais, algo que só aconteceria posteriormente.  Na copa do Mundo 2022, os jogos disputados por Messi, pela Argentina, foram: fase de grupo - Argentina x Arábia Saudita, Argentina x México, Polônia x Argentina, oitavas de finais - Argentina x Austrália, quartas de finais - Argentina x Holanda, semifinais - Argentina x Croácia e a final - Argentina x França. 

 

    O método utilizado no presente estudo foi descritivo, realizando a metodologia observacional aplicada na aquisição dos dados (Hughes, e Franks, 2004). Logo, contabilizou-se as ações consideradas ofensivas e defensivas de cada jogador em cada momento do jogo e nas fases da competição. Foram chamados de momentos do jogo as fases ofensiva e defensiva e as transições. Após a quantificação, os dados foram tabulados numa planilha Excel® e sumarizados no software Power Bi®. A Tabela 1, a seguir, descreve os indicadores usados para as análises.

 

Tabela 1. Indicadores ofensivos e defensivos escolhidos para analisar as ações de Pelé e Messi 

Ofensivos  

Defensivos  

Infiltração

Ação deslocamento sem bola no sentido do gol a ser atacado.

Ação pós-perda

Após perder a bola, o jogador participa de ação de pressão, coletiva ou individual.

Finalização

Ação de chute em direção ao gol adversário

Interceptação

Ação de retomar a posse cortando a linha de passe, antes que chegue à um adversário

1x1

Ação de progressão com a bola com objetivo de ultrapassar o seu marcador direto.

Participação Defensiva

Participação realizando balanço defensivo (ficando atrás da linha da bola) ou em momentos de pressão.

Passe

Ação de impulsionar a bola para um companheiro

Recuperação da posse

Ação de conquistar a posse da equipe adversária, considerando ações de disputa de posse entre o defensor e um atacante.

Assistência

Passes que geram gol ou finalização ao gol.

 

Fonte: Dados de pesquisa

 

Resultados 

 

    Primeiramente, os indicadores foram quantificados e obtido a média por jogo. Pode-se observar que Messi (na Copa do Mundo de 2022) apresenta uma média de 9,6 passes por jogo - sua ação ofensiva mais realizada, seguido pelo confronto 1x1 (4,6) e pela infiltração (4,4). A Tabela 2 apresenta as quantidades totais e as médias por jogo de cada indicador medido.

 

Tabela 2. Quantidade e média das ações realizadas por Messi na Copa do Mundo de 2022

Messi 

Indicadores 

Quantidade 

Média por jogo 

Infiltração 

31 

4,4 

Finalização  

26 

3,7 

1x1 

32 

4,6 

Passes 

67 

9,6 

Assistências 

17 

2,4 

Ação pós-perda 

21 

3,0 

Interceptação 

0,0 

Participação Defensiva 

34 

4,9 

Recuperação da posse 

0,7 

Fonte: Dados de pesquisa

 

    Na Copa do Mundo de 1970, Pelé teve, igualmente, a ação “passe” como a mais realizada, média de 9,7 por jogo. Seguido por infiltração (7,0), assistência (4,0) e finalização (4,0).

 

Tabela 3. Quantidade e média das ações realizadas por Pelé na Copa do Mundo 1970

Pelé 

Indicadores 

Quantidade 

Média por jogo 

Infiltração 

42 

7,0 

Finalização  

24 

4,0 

1x1 

22 

3,7 

Passes 

58 

9,7 

Assistências 

24 

4,0 

Ação pós-perda 

14 

2,3 

Interceptação 

0,0 

Participação Defensiva 

69 

11,5 

Recuperação da posse 

22 

3,7 

Fonte: Dados de pesquisa

 

    A seguir, são mostradas as tabelas com os resultados dos principais indicadores ofensivos de Pelé e Messi. Primeiramente, na Tabela 4, tem-se a quantidade de passes certos e errados. Dos 58 passes que Pelé fez, 46 chegaram ao companheiro; enquanto o argentino Messi fez 67 passes, dos quais 60 foram completados; dessa forma, Pelé teve uma precisão de 79% e Messi de 89%.  

 

Tabela 4. Passes certos e errados de Pelé e Messi

Passes 

Atleta

Certos

Errados

Pelé

46

12

Messi

60

7

Fonte: Dados de pesquisa

 

    A Tabela 5 apresenta qual foi o resultado de cada assistência feita por Pelé e Messi. O camisa 10 brasileiro gerou mais gols (7) e mais finalizações (17) neste quesito, se comparados com o argentino, que gerou (5) gols e (12) finalizações.  

 

Tabela 5. Assistências realizadas por Pelé e Messi que geraram gol ou finalização

Assistências 

Atleta 

Gol 

Finalização 

Pelé  

17 

Messi 

12 

Fonte: Dados de pesquisa

 

    Ao quantificar o resultado das finalizações realizadas pelos jogadores, vê-se que Pelé finalizou 24 vezes, das quais 5 foram gols. Já Messi apresenta uma maior efetividade quanto às finalizações realizadas terminarem em gols: finalizou, ao longo da competição, 26 vezes; sendo que 7 foram gols.

 

Tabela 6. Finalizações realizadas por Pelé e Messi

Finalizações 

Atleta 

Gol 

Fora 

Trave 

Defesa 

Bloqueada 

Pelé  

12 

Messi 

10 

Fonte: Dados de pesquisa

 

    Na sequência, a Tabela 7 apresenta o sucesso e o insucesso obtido nos confrontos 1x1, isto é, os momentos em que realizaram dribles visando ultrapassar o adversário. Messi obteve sucesso 26 vezes enquanto Pelé o obteve 13 vezes.  

 

Tabela 7. Confrontos de 1x1 de Pelé e Messi

Confrontos 1x1 

Atleta 

Sucesso 

Insucesso 

Pelé  

13 

18 

Messi 

26 

12 

Fonte: Dados de pesquisa

 

    Além disso, buscou-se também compreender em qual momento do jogo o jogador teve mais ações realizadas. Messi apresentou uma predominância de ações na fase ofensiva (52,15%), seguido pela transição ofensiva (20,25%); resultado já esperado, uma vez que este jogador é uma peça fundamental na construção de jogadas de sua seleção.

 

Figura 1. Gráfico de ações do atleta Messi em cada momento do jogo

Figura 1. Gráfico de ações do atleta Messi em cada momento do jogo

Fonte: Dados de pesquisa

 

    Pelé, igualmente, demonstrou um predomínio de ações na fase ofensiva (42,38%), contudo, o brasileiro também participou defensivamente, com 28,1% de suas ações realizadas, demonstrando ser um jogador ativo em ambos os momentos do jogo.

 

Figura 2. Gráfico das ações do Pelé em cada momento do jogo

Figura 2. Gráfico das ações do Pelé em cada momento do jogo

Fonte: Dados de pesquisa

 

    Nas Figuras 3 e 4, compostas por gráficos, se pode ver o perfil de ações ofensivas e defensivas de cada jogador, que indicam algumas semelhanças como no número de passes, de infiltrações e de participações defensivas - e, também, diferenças - como no número de finalizações, assistências, confrontos de 1x1 e recuperações da posse.  

 

Figura 3. Perfil de Messi nas ações ofensivas e defensivas

Figura 3. Perfil de Messi nas ações ofensivas e defensivas

Fonte: Dados de pesquisa

 

Figura 4. Perfil de Pelé nas ações ofensivas e defensivas

Figura 4. Perfil de Pelé nas ações ofensivas e defensivas

Fonte: Dados de pesquisa

 

    Por fim, a Figura 5 apresenta os boxplots dos indicadores: infiltração, finalização, passes, participação defensiva, assistência, 1x1, ação pós-perda e recuperação da posse, respectivamente. Nota-se que, ao comparar os boxplots dos dois atletas, existem diferenças em todos os indicadores. Pelé é o único a apresentar outliers nos indicadores de assistência, ação pós perda e recuperação da posse; isto significa que teve jogos que Pelé destacou-se mais, se comparado com suas outras partidas. Em suma, nesta representação é possível notar as diferenças entre os jogadores nos indicadores. 

 

Figura 5. Boxplots de Messi e Pelé, dos indicadores tático-técnicos

Figura 5. Boxplots de Messi e Pelé, dos indicadores tático-técnicos

Fonte: Dados de pesquisa

 

Discussão 

 

    O presente estudo buscou, a partir de indicadores de ações tático-técnicas, comparar a atuação de Pelé na Copa do Mundo 1970 e de Messi na Copa do Mundo 2022. Ambos os camisas 10 simbolizam a mística que envolve esse número no contexto futebolístico, originado por Pelé na Copa do Mundo de 1958. O camisa 10 apresenta um status de craque e/ou ídolo e, no âmbito da Copa do Mundo de Seleções, podem ser a representação máxima de seu país. (Abrahão et al., 2007)

 

    Entretanto, para se compreender especificamente as características de cada jogador, um perfil das ações tático-técnicas foi traçado. Esta iniciativa é pouca vista na literatura, que se mostra mais imbuída em traçar perfis psicológicos (Mahl, e Raposo, 2007), antropométricos (Gonçalves et al., 2015; Nascimento et al., 2014; Reis et al., 2009; Mendes, e Neto, 2022), educacionais (Melo et al., 2014) ou físicos. (Ravagnani et al., 2013; Zanuto et al., 2010)

 

    Isto se mostra pertinente, pois o aspecto tático desempenha um papel crucial na obtenção de resultados no desempenho do jogador, permitindo uma compreensão abrangente de como ele atua em várias situações. Assim sendo, a eficácia tática está intrinsecamente ligada à habilidade do jogador em perceber, antecipar, tomar decisões e contar com sua experiência prévia. (Guimarães et al., 2012)

 

    De tal maneira, o perfil que se vislumbra apresentar está ancorado na concepção das fases ofensivas e defensivas do jogo, englobando, no plano de ataque, infiltrações, passes, assistências, finalizações, gols e dribles. Enquanto defensivamente os dados considerados são interceptações, ações pós-perca, participações defensivas e recuperações da posse. Em consonância a isso, Braz (2013) afirma que na análise tática individual ofensiva, o meiocampista (posição tradicional de um camisa 10) é observado levando em consideração o número de passes, assistências, chutes a gol, gols, dribles e cruzamentos. E na análise defensiva têm o número de duelos ganhos e perdidos, as interceptações, o posicionamento de defesa, as faltas cometidas e os cartões levados como dados de desempenho. 

 

    Na análise feita, é possível observar algumas diferenças relativas no que concerne as ações de Messi e Pelé. Enquanto o primeiro apresenta um melhor aproveitamento de passes, o segundo realiza um maior número de infiltrações durante o ataque de sua Seleção. Isto pode sugerir diferenças no que tange a organização das equipes: pelo fato de Pelé ter companheiros capazes de realizar a armação do jogo, ele projetava-se ao ataque para receber a bola em condição de realizar os gols; já Messi, que infiltrava menos, tinha a necessidade de participar da origem das jogadas e criar para si e para seus companheiros as oportunidades de finalização. Outra hipótese para tal diferença é o gosto particular de cada jogador em relacionar-se com a bola e o espaço; isto é, enquanto Messi parece preferir ter a bola em seus pés para iniciar a jogada, Pelé, busca o “ataque” ao espaço, movimentando-se no campo para receber a bola já em condições de finalizar.

 

    Buraczewski et al. (2013) evidenciam que, com frequência, os jogadores das equipes vitoriosas dominam a posse de bola, assim sendo, Messi e Pelé apresentam entre os principais indicadores ofensivo o passe. Para mais, os mesmos autores dizem que a respeito da análise dos confrontos individuais 1x1, observou-se que os jogadores vencedores conquistaram 13,25 confrontos, enquanto os perdedores obtiveram 14,75. O número de duelos 1x1 variou de acordo com a zona e as habilidades dos jogadores envolvidos, logo, tanto os valores de Messi (4,6) média e Pelé (3,7) média, neste quesito não são os mais realizados.

 

    Em outro sentido, apesar da maior quantidade de passes realizadas por Messi, Pelé oferta, em números brutos, uma quantidade superior de assistências, tanto para gols quanto para finalizações. As assistências são fundamentais para a vitória de uma equipe, pois podem gerar mais da metade dos gols em uma competição (Costa, e Moura 2020). E ao que se refere à meiocampistas, especialmente, um estudo mostrou que 29% das participações em gols, dos jogadores que ocupam esta posição, se dá através de assistências (Facchini, e Rother, 2020). É possível perceber que Pelé se mostra mais influente para sua equipe neste indicador, ainda que Messi também tenha bons números.

 

    É possível notar, ainda nas ações ofensivas, que Messi tem um maior número de finalizações, maior porcentagem de acerto e maior número de gols - elemento determinante para o resultado da partida (Díaz-Díaz et al., 2022) - levando em conta, é claro, que jogou um jogo a mais. Enquanto Pelé fez 5 gols em 6 jogos, Messi fez 7 gols em 7 jogos. Sendo assim, a média de gols feitos por ambos se mostra bastante positiva, evidenciando a influências ofensiva de cada um e justificando a idolatria que permeia a figura dos dois jogadores. (González-Víllora et al., 2015)

 

    Todavia, a grande diferença no que concerne os dois na fase ofensiva está associado às infiltrações. Enquanto Messi, infiltra, por jogo, 4,4 vezes, Pelé realiza o mesmo movimento em 7 momentos a mesma ação. Do ponto de vista dos números totais, Messi fez, na Copa do Mundo de 2022, realizou 31 infiltrações, ao passo que Pelé fez tal ação 42 vezes. Esse dado nos mostra que Pelé, busca, para receber a bola, estar não somente em movimento, mas também em direção ao gol adversário. Messi, por outro lado, até em função de sua quantidade maior de passes, buscar mais encontrar jogadores nessas ocasiões, do que realizar tais movimentações. De tal forma, apesar das semelhanças no que se refere à quantidade de gols e assistências, por exemplo, as maneiras de se locomover em campo, na fase ofensiva, mostram-se díspares.

 

    No que tange às ações de defesa, Pelé demonstrou ser mais ativo do que o argentino. O brasileiro possui uma média de 11,7 participações defensivas por jogo, mais que o dobro de Messi, com 4,9. Além disso, são, em média, 3,7 recuperações de posse feitas por Pelé em seus jogos, mais que o quíntuplo da média obtida por Messi, com 0,7 recuperações - algo notável se levar em consideração que Pelé jogou mais de 50 anos depois de Messi. Ambos os jogadores não realizaram interceptações nas partidas analisadas e, é apenas na ação pós-perda que o argentino possui valores melhores que o brasileiro, talvez pelo fato de que o futebol contemporâneo parece necessitar de ações mais rápidas após a perda da bola, se comparado às gerações anteriores.

 

    Conforme os dados, é possível fazer alusão à Bayer (1994), que afirma que na formação tática individual defensiva há três pilares balizadores: (1) recuperação da bola, (2) impedimento da progressão adversária e (3) proteção da baliza. Isto induz à uma regra de ação ativa por parte dos jogadores, em um agir continuado, de modo que os companheiros se ajudem mutuamente para promover uma defesa segura. Com base nisso, é possível atestar que Pelé apresenta uma maior participação no aspecto defensivo, sendo mais influente neste momento do jogo, se comparado com Messi.

 

Conclusão 

 

    Foi possível perceber um número de ações semelhantes entre os dois jogadores analisados e, conforme sugere a “mística” da camisa 10, ambos se mostram bastante influentes em suas equipes no momento ofensivo do jogo; enquanto Messi fez mais gols e venceu mais confrontos de 1x1, Pelé ofertou mais assistências e realizou um número maior de infiltrações. Porém, a diferença está alocada nos deslocamentos em campo, enquanto Messi, realizando mais passes, não faz muitas infiltrações, Pelé as realiza frequentemente para receber a bola em condição de fazer gols. Além disto, se considerarmos as finalizações e as assistências conjuntamente, podemos ver maior efetividade de Pelé no resultado do jogo.

 

    Na fase defensiva, destaca-se que o craque brasileiro teve uma participação muito maior no momento defensivo do jogo, evidenciada pelo grande número de participações nesta fase do jogo e de recuperações da posse, se comparado com o argentino. Em vista disso, é possível indicar que Pelé foi um jogador mais “completo”, no sentido de ser influente para sua equipe tanto no ataque, quanto na defesa; esta noção é reforçada pela observação do gráfico contendo o número de ações realizadas por ambos os jogadores em cada momento do jogo, sendo notável a distribuição mais homogênea das ações feitas por Pelé, enquanto as ações de Messi estão concentradas no ataque. Em certa medida, este resultado contraria algumas hipóteses comuns, de que jogadores das gerações passadas - sobretudo, camisas ‘10’ - não eram exigidos defensivamente, tal como os jogadores atuais; contudo, são necessários mais estudos para refutar ou confirmar tais hipóteses.

 

Referências 

 

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Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 29, Núm. 312, May. (2024)