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ISSN 1514-3465

 

Qualidade de vida de participantes em um projeto social esportivo

Quality of Life of Participants in a Sports Social Project

Calidad de vida de los participantes en un proyecto social deportivo

 

Edson Luiz Lourenço Vidal da Costa*

edsonvidalcosta@yahoo.com.br

Denise Bolzan Berlese**

deniseberlese@feevale.br

Magale Konrath***

magalek@feevale.br

 

*Professor de Educação Física

Licenciado pela Universidade Feevale, Rio Grande do Sul

**Professora do curso de Educação Física da Universidade Feevale

Doutora em Diversidade Cultural e Inclusão Social pela Universidade Feevale

Mestre em Distúrbios da Comunicação Humana pela Universidade Federal de Santa Maria 

Graduada em Educação Física Licenciatura Plena

pela Universidade Federal de Santa Maria, UFSM

***Doutora e mestre em Ciências Sociais Aplicadas

pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos

Graduada em Educação Física pela Universidade Feevale

Docente do curso de Educação Física da Universidade Feevale

(Brasil)

 

Recepção: 07/05/2018 - Aceitação: 28/05/2020

1ª Revisão: 24/04/2020 - 2ª Revisão: 26/05/2020

 

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Citação sugerida: Edson Luiz Lourenço Vidal da Costa, E.L.L.V., Berlese, D.V., e Konrath, M. (2020). Qualidade de vida de participantes de um projeto social esportivo. Lecturas: Educación Física y Deportes, 25(266), 56-67. Recuperado de: https://doi.org/10.46642/efd.v25i266.510

 

Resumo

    O presente estudo, descritivo, quantitativo e de corte transversal, teve como objetivo principal avaliar a qualidade de vida de participantes de um projeto social esportivo, por meio do instrumento de coleta de dados KIDSCREEN-52. As crianças participantes do estudo encontram-se na faixa etária entre 7 a 12 anos, de ambos os sexos. Os resultados obtidos nesta pesquisa demonstraram que, a partir da distribuição dos escolares de acordo com sexo e histórico de doença, 89,4% dos investigados de ambos os sexos referem não apresentar doença. Ao comparar as médias das dimensões da Qualidade de Vida Relacionada à Saúde (QVRS) por estrato sexo, observa-se que a média das dimensões D1, D2, D4, D5, D6, D7, D8, D9 dos investigados não apresenta diferenças significativas. Já para a dimensão 3 (D3 EEMO), humor geral ou estado emocional, e (D10 BUL), bullying ou provocação/bullying, apresentaram diferença estatística significativa. A partir dos dados obtidos nesta pesquisa, foi possível, portanto, observar que os escolares participantes do projeto social “Joga Aurora” possuem boa percepção da sua QVRS. Em relação ao histórico da doença, evidenciou-se que os meninos relatam apresentar menos doença que as meninas e as dimensões que apresentaram diferença significativa entre os sexos foi humor geral ou estado emocional e bullying ou provocação/bullying. Nesse sentido, ressalta-se a importância do engajamento de escolares com a prática esportiva, uma vez que, a partir dela, trabalha-se a socialização e o respeito às diferenças.

    Unitermos: Qualidade de vida. Escolares. Projeto esporte social.

 

Abstract

    The present descriptive, quantitative and cross - sectional study had as main objective to evaluate the quality of life of participants in a sports social project. As a data collection instrument, KIDSCREEN-52 was used. The children participating in the study are between the ages of 7 and 12 years, of both sexes. The results obtained in this research showed that from the distribution of schoolchildren according to sex and history of disease, 89.4% of those investigated from both sexes reported no disease. When comparing the means of Health-Related Quality of Life (HRQoL) dimensions by stratum sex, it is observed that the mean of the D1, D2, D4, D5, D6, D7, D8, D9 dimensions of the investigated individuals did not present significant differences. For dimension 3 (D3 EEMO) General mood or emotional state and (D10 BUL) Bullying or Provocation / Bullying presented significant statistical difference. From the data obtained in this research, it was possible to observe that the Quality of Life related to Health of the students participating in the Social project “Joga Aurora”, have a good perception of their health-related quality of life. It was evidenced that the boys report less disease than the girls and the dimensions that presented significant difference between the sexes was general mood or emotional state and Bullying or Provocation/Bullying. In this sense, it is emphasized the importance of the engagement of schoolchildren with sports practice since from these activities, the socialization and respect for differences are worked.

    Keywords: Quality of life. Schoolchildren. Sport social project.

 

Resumen

    Este estudio descriptivo, cuantitativo y transversal tuvo como objetivo evaluar la calidad de vida de los participantes en un proyecto deportivo social, utilizando el instrumento de recopilación de datos KIDSCREEN-52. Los niños que participaron en el estudio tenían entre 7 y 12 años, de ambos sexos. Los resultados obtenidos en esta investigación mostraron que, tomando en cuenta la distribución de los estudiantes según el sexo y el historial de enfermedad, el 89.4% de los encuestados de ambos sexos informaron no tener una enfermedad. Al comparar los promedios de las dimensiones de la Calidad de Vida Relacionada con la Salud (CVRS) por estrato de sexo, se observa que el promedio de las dimensiones D1, D2, D4, D5, D6, D7, D8, D9 de los investigados no presenta diferencias significativas. Para la dimensión 3 (D3 EEMO), estado de ánimo general o estado emocional y (D10 BUL), bullying o provocación / bullying, mostraron una diferencia estadísticamente significativa. A partir de los datos obtenidos en esta investigación, fue posible, por lo tanto, observar que los estudiantes que participan en el proyecto social "Joga Aurora" tienen una buena percepción de su CVRS. Los niños informan que tienen menos enfermedades que las niñas y las dimensiones que mostraron una diferencia significativa entre los géneros fueron el estado de ánimo general o el estado emocional y el bullying o provocación/bullying. En este sentido, se enfatiza la importancia de involucrar a los escolares con la práctica deportiva, para fomentar la socialización y el respeto por las diferencias.

    Palabras clave: Calidad de vida. Escolares. Proyecto deporte social.

 

Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 25, Núm. 266, Jul. (2020)


 

Introdução

 

    As crianças, por muitos anos foram tratadas da mesma forma que adultos, sem nenhuma consideração pelos aspectos relacionados ao crescimento e desenvolvimento infantil como objetos da esfera doméstica. A infância não era percebida pela família e nem pelo Estado como uma etapa do ciclo vital, com necessidades singulares. Entretanto, no decorrer dos séculos, ela passou a ser vista socialmente, com particularidades significativas que exigiram transformações sociais, econômicas e políticas que impactam na qualidade de vida. (Araújo et al., 2012)

 

    Para Davim et al. (2016), a qualidade de vida é um conceito dinâmico, que se altera com o processo de vivência das pessoas, incluindo uma grande variedade de condições. Nesse sentido, é, fundamentalmente, definida pelo próprio indivíduo como uma experiência interna de satisfação e bem-estar associados ao processo de viver. Seu conceito é complexo, podendo passar por alterações de acordo com o contexto cultural, com a percepção de cada indivíduo e com a mudança de percepção de um mesmo indivíduo ao longo do tempo, sendo diferentes os fatores que determinam a qualidade de vida de cada um. (Lopes, 2013; Nahas, 2013)

 

    Nesse sentido, a qualidade de vida busca fatores que se inter-relacionam de uma forma complexa, para definir a saúde através do princípio das dimensões física, social e psicológica. Assim, a saúde seria a capacidade de ter uma vida satisfatória e proveitosa, confirmada geralmente pela percepção de bem-estar geral (Nahas, 2013). A família desempenha um papel relevante nesse âmbito, uma vez que é definida como núcleo primário de proteção, afeto e socialização para crianças e adolescentes. As famílias que apresentam baixa renda per capita, pouco a acesso à alimentação, baixa escolaridade e precárias condições de acesso aos serviços básicos, encontram-se em situação de vulnerabilidade social e tendem a apresentar uma baixa qualidade de vida. (Monteiro et al., 2014)

 

    Para minimizar a condição de vulnerabilidade social, projetos vinculados às políticas compensatórias e assistenciais estão sendo desenvolvidos com o objetivo principal de reduzir as desigualdades, contribuindo consideravelmente para o desenvolvimento integral de crianças e adolescentes (Araújo et al., 2012). Nesse sentido, o esporte tem sido utilizado como conteúdo em programas sociais, propostos enquanto políticas de governo e ações desenvolvidas por empresas e organizações não governamentais, com a finalidade de educação, ocupação do tempo livre, lazer, formação esportiva, diminuindo, assim, o risco social em diferentes partes do mundo. (Moraes et al., 2017; Pereira, 2013)

 

    Os esportes formam fenômenos importantes em relação à vida das pessoas e, como consequência, geram mudanças de comportamento que as acompanham por toda a vida (Silva et al., 2017). Assim, a prática deles pode trazer benefícios tanto para a sociedade quanto para o indivíduo (Santos et al., 2016). Para Lima (2014), o esporte é ferramenta importante para as crianças e jovens que sonham com um futuro melhor, pois os afasta das situações de risco. Já Vianna e Lovisolo (2011) apontam-no como atividade alternativa que crianças e jovens gostam e, portanto, a participação em projetos de caráter educativo/esportivo tende a ser efetiva e contribuir para a melhora da qualidade de vida. Nessa perspectiva, o presente trabalho tem como objetivo avaliar a qualidade de vida de participantes de um projeto sócio esportivo.

 

Método

 

    O presente estudo caracteriza-se como um estudo quantitativo de corte transversal. A amostra contemplou 132 escolares, regularmente matriculados em uma escola municipal de Campo Bom, onde, no contra turno, são realizadas atividades esportivas de um projeto social apoiado pela Universidade Feevale, em parceria com a empresa Nike Inc. Com o apoio do projeto, a escola passou a contemplar o turno integral. As crianças participantes encontram-se na faixa etária entre 7 a 12 anos e são de ambos os sexos. Para este estudo, não foram incluídas crianças que apresentassem comprometimento neurológico, síndromes genéticas, problemas de audição ou visão, alterações sensoriais, ou outra intercorrência/alteração que pudesse comprometer a avaliação da qualidade de vida. Todas as avaliações foram realizadas após a assinatura do Termo de consentimento livre e esclarecido para menor, de acordo com as determinações da resolução 466, de dezembro de 2012, do Conselho Nacional de Saúde. Os participantes receberam informações referentes a seu direito de participar e de garantias de anonimato. Para avaliar a qualidade de vida relacionada à saúde de crianças e adolescentes, foi utilizado o questionário KIDSCREEN-52. O KIDSCREEN-52 é um instrumento genérico de avaliação de QVRS, que evoca as lembranças dos últimos 7 dias, sendo composto por 52 questões, que usam como respostas uma escala de Likert de 5 pontos, divididas em 10 dimensões da QVRS (Gaspar; Matos, 2008, Guedes; Guedes, 2006). As 10 dimensões constituintes do KIDSCREEN-52 e suas propriedades psicométricas extraídas de The Kidscreen Group Europe (2006) são: (D1 SAF) Atividades físicas e saúde: explora o nível de atividade física e aptidão física da criança e do adolescente; (D2 SENT) Sentimentos: avalia o bem-estar psicológico da criança e do adolescente, incluindo emoções positivas e satisfação com a vida; (D3 EEMO) humor geral ou estado emocional: aborda o quanto as crianças e os adolescentes vivenciam sentimentos e emoções depressivas e estressantes; (D4 APER) autopercepção: explora a percepção que as crianças e os adolescentes têm de si próprio, incluindo se a aparência do corpo pode ser percebida positiva ou negativamente; (D5 ATLIV) Tempo livre ou autonomia e tempo livre: incide sobre a oportunidade dada à criança e ao adolescente para criar e gerir o seu tempo social e de lazer; (D6 FAM) Família e vida em casa ou família/ambiente familiar: avalia a relação com os pais e o ambiente em casa; (D7 FIN) Assuntos de dinheiro ou aspectos financeiros: busca o entendimento do adolescente sobre a qualidade dos recursos financeiros; (D8 APS) Amigos ou apoio social: examina as relações sociais e o apoio dos amigos, além de explorar a qualidade de integração no seu grupo, bem como sua aceitação e qual a facilidade em manter e fazer novos amigos; (D9 AESC) Escola e aprendizagem ou ambiente escolar: explora a percepção do adolescente, sua capacidade cognitiva para aprender, concentrar-se, e os seus sentimentos relativos à escola, incluindo o relacionamento com os seus professores e se sofre pressão; (D10 BUL) Bullying ou Provocação/Bullying: refere-se aos sentimentos de negação pelos colegas na escola. Os escores de cada dimensão foram computados mediante uma sintaxe de metodologia de cálculo das dimensões, que considera as respostas do grupo de questões que compõem cada uma das dez dimensões, com as questões sendo igualmente ponderadas, sendo que as 1.1, 3.1 a 3.7, 4.3 a 4.5 e 10.1 a 10.3 devem ter a sua pontuação invertida (1 = 5, 2 = 4, 3 = 3, 4 = 2 e 5 = 1), pois a escala é inversa. As questões 1.2 a 1.5, 2.1 a 2.6, 4.1 a 4.5, 5.1 a 5.5, 6.1 a 6.6, 7.1 a 7.3, 8.1 a 8.6 e 9.1 a 9.6 mantiveram a sua pontuação original (The Kidscreen Group Europe, 2006). Os conjuntos de questões que constituem cada um dos 10 domínios foram convertidos para uma escala de 0-100 pontos. A pontuação máxima possível do questionário foi de 260 pontos, sendo criada uma variável com a soma das pontuações de todas as questões para cada participante, designada como Escore Total % (ET%) do Kidscreen-52, através da seguinte equação: ET%=ETX100/260. O questionário foi aplicado em um único momento, individualmente, para cada escolar, por um único pesquisador, no próprio local e horário do projeto. As crianças participantes do estudo receberam o questionário com instruções e recomendações para o seu autopreenchimento, não sendo estabelecido limite de tempo para o término. As dúvidas para o preenchimento foram esclarecidas pelo pesquisador, que acompanhou o processo da coleta dos dados. A análise dos dados foi realizada por meio da estatística descritiva, verificando-se médias, desvio padrão da média, medidas de dispersão e frequências, com tabulação dos dados primários em planilha do software Microsoft SPSS, versão 26.0.

 

Resultados e discussão

 

    Ao avaliar a qualidade de vida de 132 escolares em vulnerabilidade social participantes de um projeto social esportivo, observa-se na tabela 1, a distribuição dos investigados de acordo com o sexo e histórico de doença. As doenças relatadas foram: amas, doenças respiratórias de vias superiores como, por exemplo, renite e sinusite.

 

Tabela 1. Distribuição dos escolares de acordo com sexo e histórico de doença

 

Sexo Masculino

Sexo Feminino

Total

N(%)

N(%)

N(%)

Não referem doença

61 (46,2)

57 (43,2)

118 (89,4)

Referem doença

4 (3)

10 (7,6)

14 (10,6)

Total

65 (49,2)

67 (50,8)

132 (100)

Fonte: Dados da pesquisa

 

    Evidencia-se, na Tabela 1, que 89,4 % dos investigados de ambos os sexos referem não apresentar doença. Ao considerar que a ausência de doença é um parâmetro a ser considerado na qualidade de vida, evidencia-se que há uma percepção positiva para essa variável. Strelhow et al. (2014) observaram que os meninos apresentaram percepção mais positiva de sua saúde– na variável histórico de doença– em relação às meninas, semelhante aos resultados de nosso estudo. Também para Sobral et al. (2016), os adolescentes do sexo masculino apresentaram melhor percepção no histórico de doença, além de domínios de saúde, sentimentos e estado emocional. Já Alves et al. (2016) apontam, em consonância com as outras pesquisas, que os meninos apresentaram resultados superiores na percepção de saúde e histórico de doença em relação aos valores encontrados das meninas. Entretanto, afirmam que, em geral, não há grande variação na percepção de doença entre ambos os sexos, ainda que, mesmo inseridos em um mesmo ambiente, meninos e meninas possam apresentar percepções diferentes à doença, indo ao encontro dos nossos achados.

 

    Estudo realizado por Strelhow et al. (2014) indicou que os meninos apresentam percepção de saúde significativamente mais positiva em relação aos resultados obtidos pelas meninas. Os autores ainda apontam que a percepção de saúde se relaciona positivamente com as experiências e com a vida em geral e ausência de doença. Pontes (2016), em sua pesquisa com crianças e adolescentes, também observou que o sexo masculino refere menos doença que o sexo feminino. De acordo com Maximiano (2013), a percepção de saúde e histórico de doença considerando sexo apresentou um melhor resultado para os adolescentes do sexo masculino, resultado compatível com os encontrados em nosso estudo. Na pesquisa realizada por Sobral et al. (2016), com 86 adolescentes do sexo feminino e do masculino, na faixa etária entre os 12 e os 18 anos incompletos, observaram que somente dois adolescentes do sexo masculino relataram convivência com doenças que exigem cuidados de saúde.

Segundo Agathão et al. (2018), os meninos referem apresentar menos doenças devido a diferentes papéis presentes na sociedade brasileira. Atualmente, as doenças estão mais relacionadas a estilos de vida, causas ambientais e padrões comportamentais (Gioia-Martins; Rocha Junior, 2001). Dessa forma, pode-se afirmar que o processo saúde-doença é um fenômeno social, compreendido como um “fenômeno coletivo, num processo histórico e multideterminado”. (Costa Junior, 2010, p. 432)

 

    Portanto, doença e sofrimento não são fenômenos reduzidos a evidências orgânicas, mas estão também relacionados às características do contexto sociocultural no qual o indivíduo está inserido. A saúde e a doença são categorias que trazem uma carga histórica, cultural, política e ideológica. O uso que esse indivíduo faz de seu corpo, as formas pelas quais vivencia os seus estados de saúde e doença, a expressão de sintomas, os estilos de vida e as próprias práticas de atendimento à saúde são influenciadas por uma gama de significações socialmente construídas. (Travassos et al., 2002)

 

    Ao considerar a dicotomia masculino-feminino, a referida diferença tem influência sobre comportamentos de saúde. Os simbolismos quanto às diferenças sexuais se expressam em práticas subjetivas e representações sociais que influenciam condutas objetivas e subjetivas dos indivíduos em função do sexo (Lamas, 2007; Costa-Junior; Maia, 2010). Segundo Costa-Junior e Maia (2010), a aprendizagem decorrente dos processos de instrução sobre o corpo produz relações diferenciadas entre a função, a necessidade e o manejo do corpo de acordo com o sexo biológico. Assim, homens e mulheres aprendem a perceber e lidar com o corpo de formas diferentes, segundo influências de aspectos biológicos, culturais e sociais. As crenças identificadas quanto às diferenças de sexo no cuidado com a saúde demonstram um sexo feminino frágil, logo mais suscetível a identificar e relatar doenças. (Costa Junior; Maia, 2010)

 

    Após avaliar o histórico de doença, foram investigadas e comparadas as dimensões da qualidade de vida no que se refere à saúde e à atividade física; sentimentos; humor geral, ou estado emocional; autopercepção; tempo livre ou autonomia; família e vida em casa ou família/ambiente familiar; amigos ou apoio social: escola e aprendizagem ou ambiente escolar e Bullying ou Provocação/Bullying.

 

Tabela 2. Comparação das variáveis dos domínios de QVRS por estrato sexo (n=132)

 

Sexo Masculino

Sexo Feminino

P≤0,05

M ± DPM

M ± DPM

 

D1(SAF)

84,2 ± 12

83 ± 12

0,57

D2(SENT)

91,6 ± 18

91,4 ± 10

0,24

D3(EEMO)

72 ± 17

68 ± 13

0,001*

D4 (APER)

82 ± 17

83 ± 16

0,35

D5 (ATLIV)

89 ± 24

90 ± 30

0,85

D6 (FAFAM)

89 ± 12

94 ± 23

0,94

D7 (ASPF)

69 ± 20

74 ± 18

0,37

D8 (APS)

89 ± 11

88 ± 17

0,76

D9 (AESC)

88 ± 24

89 ± 13

0,32

D10 (BUL)

71 ± 22

65 ± 18

0,008*

ET%

83 ± 9

82 ± 9

0,18

*Significância P≤0,05, teste t de Student

Fonte: Dados da pesquisa

 

    Ao comparar as médias das dimensões da QVRS por estrato sexo, observa-se, na Tabela 2, que a média das dimensões D1, D2, D4, D5, D6, D7, D8, D9 dos investigados não apresenta diferenças significativas. Já a dimensão 3 (D3 EEMO) humor geral ou estado emocional e (D10 BUL) bullying ou provocação/bullying apresentou diferença estatística significativa. Em relação à dimensão bullying, estudo realizado por Elias (2014) observou que as meninas, comparadas com os meninos, apresentaram médias inferiores as deles, especialmente nas questões relacionadas com bullying e estado de humor, corroborando com nossos achados.

 

    Piccoli et al. (2014), em seu estudo, observaram diferenças significativas entre as dimensões, considerando a comparação por sexo dos resultados nas dimensões d2 sentimentos, d3 estado emocional, d5 autonomia e tempo livre, d6 família e ambiente familiar e d10 bullying. Os autores complementam informando que, nas demais dimensões: D1, D4, D7 e D8, o sexo masculino atingiu escores superiores em relação ao sexo feminino. Por sua vez, na análise dos dados numéricos, ressaltam que as meninas obtiveram maiores escores nas dimensões d2 EEMO (56,7) e d10 BUL (77,1) e os escores inferiores para o sexo masculino contemplam as dimensões em d3 EEMO (42) e d10 BUL (34,6).

 

    Estudo realizado com crianças e adolescentes por Sepúlveda et al. (2013) encontraram médias superiores para os meninos, comparadas com os valores obtidos pelo sexo feminino em relação ao bem-estar físico e emocional. Nesse sentido, Silva (2017) aponta que o sexo pode influenciar diretamente na percepção das variáveis referidas acima, tendo o sexo masculino uma melhor percepção. Berra et al. (2013), ao investigar a qualidade de vida de crianças e adolescentes utilizando o instrumento Kidscreen-52, também encontraram resultados superiores do sexo masculino com relação ao sexo feminino na dimensão estado emocional, corroborando com o presente estudo. Já Cardoso et al. (2015), ao verificar qualidade de vida, observaram que, quando há uma associação negativa com a dimensão estado emocional (d2 EEMO), os adolescentes apresentam maior sofrimento e menor percepção de qualidade de vida, associando-se a sentimentos e emoções, mau humor, podendo, dessa forma, influenciar a própria personalidade. Castro et al. (2016), com o objetivo de verificar a qualidade de vida de crianças estudantes, observaram, nos domínios específicos da qualidade de vida, que os menores valores encontrados foram no domínio emocional, corroborando com nossos achados.

 

    Para Mendes et al. (2014), em estudo realizado com crianças e adolescentes, as meninas apresentaram uma melhor percepção da qualidade de vida nos domínios relacionados ao humor e ao bullying. Os resultados das médias do sexo feminino apresentaram um valor superior quando comparadas com as do sexo masculino. É possível afirmar, portanto, que, em geral, não há grande variação nas condições de vida entre ambos os grupos, porém, ainda que, mesmo inseridos em um mesmo ambiente, meninos e meninas podem apresentar percepções diferentes de qualidade de vida (Alves et al., 2016). As vítimas do bullying, geralmente são crianças e adolescentes mais inseguros e tímidos, com poucos amigos, passivos, quietos e que não reagem efetivamente aos atos de agressividade sofridos. Muitos passam, assim, a ter baixa autoestima, resistem ou recusam-se a ir para escola, chegando, muitas vezes, a desenvolver várias consequências psíquicas e comportamentais. (Tondo et al., 2016)

 

    No estudo realizado por Aguiar et al. (2015), não foram encontrados valores significativos para o bullying, porém as meninas apresentaram postos médios superiores aos dos meninos nessas dimensões, indo de encontro aos nossos achados: onde os meninos apresentam médias superiores. Corroborando com Aguiar et al. (2015), Mendes et al.(2014) observou que as meninas obtiveram resultados de QVRS significativamente mais elevados em relação aos meninos nos domínios: humor em geral e bullying. A pesquisa de Melim e Pereira (2013) apontou os meninos como vítimas mais frequentes do bullying direto e as meninas no tipo indireto. No estudo realizado por Zequinão et al. (2016), os resultados obtidos sobre bullying indicaram que os meninos apresentam médias inferiores para a dimensão bullying quando comparados às meninas, indo de encontro aos nossos achados. Macagnan (2013), ao analisar a percepção da qualidade de vida relacionada à saúde e à regulação da motivação de adolescentes, percebeu que as melhores percepções das dimensões do Kidscreen-52 t estavam associadas às dimensões bullying e sentimentos.

 

    Silva et al. (2016) apontaram que, entre os adolescentes que se envolveram em episódios de bullying, o tipo mais prevalente foi o verbal, sendo o sexo masculino o mais acometido por essa violência. Oliveira et al. (2018) também salientam que as vítimas se referem mais à violência verbal, além de que os praticantes subestimam os motivos para as práticas do bullying e os prejuízos que podem trazer para a saúde. É importante ressaltar, porém, que o bullying pode ser explicado pelo tipo de violência que é praticado, assim também como pelas suas formas de manifestação. Nesse sentido, ressalta-se a importância do engajamento de escolares com a prática esportiva, uma vez que, a partir dessas atividades, trabalha-se a socialização e o respeito às diferenças. Dessa forma, se conseguirmos fomentar a educação, contribuiremos para que tenhamos, em um futuro próximo, indivíduos capazes de agir de maneira crítica e consciente sobre a sua sociedade. Por fim, sugere-se que novas pesquisas sejam realizadas a fim de um melhor entendimento da qualidade de vida relacionada à saúde dos participantes do projeto social esportivo

 

Conclusão

 

    A partir dos dados obtidos nesta pesquisa, foi possível observar que os participantes do projeto social possuem uma boa percepção da sua qualidade de vida relacionada à saúde. Já em relação ao histórico da doença, evidenciou-se que as meninas relatam apresentar mais doença que os meninos. Observou-se, ainda, que os adolescentes pesquisados demonstram estar satisfeitos em relação a sua qualidade de vida. Porém, evidenciou-se que as dimensões humor geral ou estado emocional e bullying ou provocação/bullying foram mencionados como fatores contribuintes para uma percepção de inferioridade da qualidade de vida.

 

Referências

 

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Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 25, Núm. 266, Jul. (2020)