Representações sociais do Mixed Martial Arts (MMA) na mídia brasileira

Social representations of Mixed Martial Arts (MMA) in Brazilian media

Representaciones sociales del Mixed Martial Arts (MMA) en los medios de comunicación brasileños

 

Adriano Schlösser*

adriano.s@unoesc.edu.br

Ana Carla Crispim**

anacarlacrispim@gmail.com

Gabriel Fernandes Camargo Rosa***

gabrielfcrosa@hotmail.com

 

*Doutor em Psicologia (UFSC). Docente do Curso de Psicologia

da Universidade do Oeste de Santa Catarina/Campus Videira, Santa Catarina (Brasil)

**Doutora em Psicologia. University of Kent (United Kingdom)

***Mestre em Psicologia (UFSC). Docente do Curso de Psicologia

da Faculdade Anhanguera, São José, Santa Catarina (Brasil)

 

Recepção: 28/03/2018 - Aceitação: 27/06/2018

1ª Revisão: 26/06/2018 - 2ª Revisão: 26/06/2018

 

Resumo

    Este estudo, de caráter documental e exploratório, objetivou identificar as representações sociais do MMA na mídia brasileira. Foram escolhidos como fontes de dados três veículos midiáticos, uma revista, um portal de notícias e um jornal. Obteve-se 316 matérias para análise, referentes aos anos de 2009, 2010, 2011, 2012 e 2013. Foi utilizado o programa estatístico Iramuteq, que realizou uma classificação hierárquica descendente, gerando assim quatro classes, nomeadas de “Exercício”, “Motivação para a luta”, “Publicidade” e “Personagens”. Identificou-se pelas classes, que a publicidade em torno dos eventos de MMA vem ganhando destaque, gerando assim valores, saberes e práticas voltadas a este assunto, uma vez que passa a integrar o cotidiano da população e influencia em suas visões sobre este fenômeno.

    Unitermos: Representações sociais. Artes marciais. Mídia.

 

Abstract

    This study aimed to identify the social representations about MMA on the Brazilian media. In order to that, three medias were chosen: a magazine, a daily news website and a newspaper. In total, 316 articles were obtained from the years of 2009, 2010, 2011, 2012 e 2013. The statistical analysis was performed in Iramuteq, which held a descending hierarchical classification. As a result, four classes were generated and classified as: "Exercise", "Motivation for the fight", "Advertisement" and "Personalities". Using the classes, it was identified that the advertisement around the MMA’s events is gaining prominence and generating social values, knowledge and practices about MMA. The MMA repercussion is gaining space in media and, consequently, is appearing more in daily life news and affecting people’s view about the sport.

    Keywords: Social representations. Martial arts. Social media.

 

Resumen

    Este estudio, de carácter documental y exploratorio, tuvo como objetivo identificar las representaciones sociales del MMA en los medios de comunicación brasileños. Se eligieron como fuentes de datos tres canales mediáticos, una revista, un portal de noticias y un periódico. Se obtuvieron 316 materias para análisis, referentes a los años 2009, 2010, 2011, 2012 y 2013. Se utilizó el programa estadístico Iramuteq, que realizó una clasificación jerárquica descendente, generando así cuatro clases, denominadas "Ejercicio", "Motivación para la lucha", "Publicidad "y" Personajes". Se identificó por las clases, que la publicidad en torno a los eventos de MMA se está ampliando, generando así valores, saberes y prácticas orientadas a esta temática, a la vez que se integra el cotidiano de la población e influye en sus visiones sobre este fenómeno.

    Palabras clave: Representaciones sociales. Artes marciales. Medios de comunicación.

 

Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 23, Núm. 241, Jun. (2018)


 

Introdução

 

    O Mixed Martial Arts (MMA), também conhecido no Brasil por Artes Marciais Mistas, vem atraindo nos últimos anos um grande número de espectadores, especialmente por causa de sua disseminação através do Ultimate Fight Championship (UFC) (Nascimento & Souza, 2012). Segundo dados da Nielsen (Hamm, 2009), a repercussão online do UFC obteve um aumento de 93%, quando comparados os primeiros seis meses de 2008 e os primeiros seis meses de 2009, sendo esta única organização esportiva a ter o dobro de crescimento de um ano para o outro. Junto a esta dispersão, novas perspectivas e representações começam a tomar conta deste fenômeno, e uma delas se reflete na mudança do paradigma, por vezes ainda hegemônico, sobre violência e MMA, antes comumente conhecido como vale-tudo.

 

    Anteriormente conhecido por vale-tudo, a prática no Brasil teve seu início nas primeiras décadas do século XX, tendo por objetivo testar qual era o melhor estilo de luta e qual era o lutador mais forte (Testa, 2008). Assim, por mais que o antigo vale-tudo tenha se tornado MMA hoje, ainda se entende que quanto maior for o conhecimento do atleta sobre as mais diferentes artes marciais, maior poderá ser seu repertório de técnicas nas lutas, e maior serão suas chances de ganhar. Comumente, as artes marciais mais evidenciadas nas competições são: muay thai, jiu-jitsu, boxe, wrestling e boxe. Essa mistura atrai e encanta os espectadores, dada a versatilidade que os atletas apresentam em suas lutas, tornando os combates imprevisíveis e únicos (Ferreira Filho & Maccariello, 2009).

 

    Entretanto, o atleta de hoje não carrega consigo apenas a vestimenta de esportista, mas também a vestimenta de herói. Essa identidade vem desde os tempos da Grécia Antiga, quando quem participava das competições, também liderava exércitos nas guerras, sendo então atribuído a esta pessoa, o título de herói. Por mais o tempo tenha se passado, o atleta ainda é visto como um herói, o ser humano que se atreve a ultrapassar seus próprios limites constantemente (Rubio, 2001). O esporte em si, como visto por Rubio (2006), revela grande emoção e comoção, assim, seus espectadores não simplesmente assistem ao espetáculo, mas também se posicionam frente ao mesmo.

 

    Nessa perspectiva, milhares de pessoas se tornam fervorosos espectadores nas Olimpíadas e na Copa. Por sua vez, a luta profissional como espetáculo, representa o confronto de estereótipos masculinos míticos. São personagens poderosos, violentos e heróicos que povoam o imaginário dos espectadores. É notável a influência que o MMA vem tomando não só em jovens, mas também em adultos. Como consequência, encontra-se a grande repercussão nas mídias (Hamm, 2009), e o grande consumo dos produtos deste circuito, seja do UFC, MMA ou de outros assuntos atrelados aos mesmos nos mais diversos âmbitos (Testa, 2008).

 

    Atualmente, o UFC vem tendo seus horizontes ampliados, atraindo a atenção de grandes mídias, sendo este o principal evento mundial de MMA. Exemplo disto é o canal Globo, que em 2011, comprou os direitos autorais das lutas do canal Combate, para emissão do UFC na televisão aberta. Entende-se que as mídias influenciam grandes massas com seus conteúdos, e desta forma, especula-se, como a forma com que a mídia começou a abordar o MMA nos últimos anos, influenciou de alguma forma, as representações sociais deste esporte.

 

    Devido à ênfase que o MMA tem tido na contemporaneidade, estudos foram realizados no contexto brasileiro, buscando analisar diferentes facetas desse fenômeno cada vez mais midiatizado e problematizado, tais como: panorama geral da modalidade (Miranda, 2012), relação entre mídia e MMA (Miranda Filho & Santos, 2014a; Miranda Filho & Santos, 2014b), representações sócio-econômicas de lutadores de MMA (Nascimento & Souza, 2012), características físicas e rotinas de condicionamento de atletas de MMA (del Vecchio & Ferreira, 2013a; del Vecchio & Ferreira, 2013b), motivação (Souza, Cheregini & Fortes, 2013) e mercado profissionalizante (Millen Neto, Garcia & Votre, 2016), por exemplo.

 

    Nesta perspectiva, tendo em vista a capacidade da mídia como produtora de subjetividade e reprodutora de conceitos, percepções, valores e ações perante a sociedade, a teoria das representações sociais (TRS) possibilita olhar o presente fenômeno em sua dimensão social. Segundo Moscovici (1976), as representações sociais (RS) são produzidas coletivamente e contribuem para os processos de formação de condutas e de orientação das comunicações sociais, sendo processos dinâmicos que possuem a comunicação como sua condição de existência (Jodelet, 2001), o que destaca seu caráter social e compartilhado, refletindo assim os valores e normas de determinados grupos frente a determinados objetos sociais.

 

    Considerando a relação que a mídia tem como construtora e difusora de representações sociais, mediante os meios de interação pública entre os atores sociais através de práticas de comunicação do cotidiano (Moscovici, 1976; 2003), a interação entre mídia e público ocorre mediante três sistemas distintos de comunicação, a saber: Propaganda (sistema caracterizado por conteúdos distribuídos sistematicamente e bem definidos em antagonismos, com finalidade persuasiva); Propagação (constituído por membros de um grupo que possuem uma visão de mundo constituída em torno de uma crença a ser propagada); e Difusão (direcionado a um grupo social com identidade difusa, com objetivo de informar, contribuindo assim para a formação do saber comum).

 

    Ademais, a teoria das representações sociais demonstra o quanto um indivíduo é fruto da sociedade, podendo este também ser agente de mudança da sociedade (Farr, 1995). Tendo em vista que as representações sociais são como um guia para a ação (Abrid, 1998), e a mídia se constitui como um dos principais veículos de representações sociais, a presente pesquisa objetivou identificar as representações sociais do MMA nas mídias brasileiras.

 

Método

 

    O presente estudo caracteriza-se por sua natureza documental e exploratória, uma vez que envolve documentos que não sofreram tratamento analítico, assim como busca identificar dados factuais nos documentos, a partir de questões de interesse (Sá-Silva, Almeida, Guindani, 2009). Além disso, favorece a observação do processo de maturação ou de evolução de indivíduos, grupos, conceitos, conhecimentos, comportamentos, práticas, etc. (Cellard, 2008).

 

    As notícias foram localizadas em três diferentes veículos midiáticos de circulação nacional: 34 notícias procedentes da “Revista VEJA”, através do seu Acervo Digital; 203 matérias do jornal “Folha de São Paulo”; e 79 matérias do portal e informação “G1”, totalizando 316 matérias. O período estipulado para o recolhimento das informações foram matérias realizadas entre os anos 2009 a junho de 2013, qualificando-se as reportagens cuja temática abordasse exclusivamente o MMA.

 

    Foram observadas seguintes variáveis: ano de publicação da informação em qual veículo midiático a mesma foi apresentada. Entre as 315matérias, 2 foram publicadas no ano de 2009, 6 em 2010, 78 em 2011, 175 em 2012 e 55 até junho de 2013.

 

    Para a realização da análise dos dados, utilizou-se a técnica de análise lexical de conjuntos de segmentos de texto, sendo que os dados foram submetidos a uma Classificação Hierárquica Descendente (CHD), realizada pelo programa informático Iramutec (Camargo & Justo, 2013; Ratinaud, 2009). Tal programa se trata de um software gratuito, que se ancora no software R, no qual permite múltiplas formas de análises estatísticas sobre corpus textuais e sobre tabelas de indivíduos por palavras.

 

Resultados

 

    Os dados obtidos nesta pesquisa foram analisados a partir de um corpus cujo conteúdo está relacionado a matérias jornalísticas que abordaram a temática do MMA.O corpus foi constituído, em sua maior parte de respostas longas, compostas por quinze linhas em média, e foi submetido à análise lexical standard no software Iramuteq, na qual cada reportagem foi considerada uma unidade de análise.

 

    O corpus foi composto por 2743 UCE (unidades de contexto elementar), as quais continham 11.734 palavras analisáveis (indicadoras de sentido) que ocorreram 96.323 vezes. A análise hierárquica descendente reteve 85,78% das UCE do corpus (2.353 das 2.743 UCE), organizadas em quatro classes, como indica a Figura 1. Ela contém: a) o nome do corpus e a quantidade de UCE retidas nele; b) o nome das classes e o número de UCE que a compõem; c) a descrição das classes e das palavras que mais se associaram a ela, em função do χ² e da frequência média de ocorrência das palavras. O corpus sofreu uma primeira partição em dois subcorpus, indicando as classes 3e 4 em oposição às classes 1 e 2. A partir disso, houve uma segunda partição, opondo as classes1 e a 2. E, por fim, ocorreu uma terceira partição, originando as classes 3 e 4.

 

    Vale ressaltar que, em pesquisas no campo da psicologia social, principalmente as voltadas em estudos sobre as formas de conhecimento do senso comum, as classes indicadas desta forma possibilitam a indicação de representações sociais ou campos de imagens acerca de um objeto, ou apenas indicam aspectos de uma representação social (Veloz, Nascimento-Schulze & Camargo, 1999). Neste aspecto, o que define se as classes apresentam representações sociais ou apenas uma representação social é o conteúdo que esta carrega, bem como sua relação com fatores vinculados ao plano geral de cada pesquisa (mediante a seleção de participantes, grupos, práticas sociais, etc.).

 

Figura 1. Dendograma de classes sobre o MMA encontrados em veículos impressos e digitais da mídia brasileira

 

    Neste momento, se apresenta as Unidades de Contexto Elementar características de cada uma das Classes, sendo estes fragmentos que elucidam a co-ocorrência de palavras no corpus. Como pode ser observado, o conjunto de UCEs características da Classe 01 (456 UCE, 19,58% das UCE classificadas), intitulada: “Exercício”, agrupa referências que apontam o MMA como uma modalidade de esporte,inserido nas artes marciais, que possui normas especificas de civilidade e disciplina que vão contra a violência desmedida, bem como contribui para a boa forma corporal e uma forma de atividade física para ambos os sexos.

   Mixed Martial Arts, conhecida por MMA, sigla em inglês para artes marciais, é a modalidade de um esporte competitivo praticado inclusive profissionalmente. Na academia, para amadores, a técnica é adaptada para exercitar força, concentração agilidade, coordenação motora e promover alto gasto calórico” (UCE 23).

 

   O MMA já foi coisa só para os fortões hoje é visto como um esporte que alia força a classe e estilo e mais, é uma boa opção de atividade física” (UCE 05).

 

   Acho muito importante lembrar que o MMA não é como as brigas de rua, mas um esporte baseado em regras, em que o objetivo é promover disputa esportiva, interação e diversão entre os praticantes” (UCE 12).

 

    “A prática de lutas e artes marciais deve agregar valores educacionais, como caráter respeito, disciplina e sociabilidade, e não a violência que o esporte MMA revela” (UCE 12).

 

    “Empurrado pela popularidade dos campeões de MMA, o muay_thai chegou às academias como treino para rapazes fortões aos poucos foi sendo descoberto pelas mulheres como forma de variar exercícios e atualmente a opção preferencial da turma de bonitonas que não tremem diante de um treino puxado” (UCE 10).

    A classe 2 (709 UCE, 30,13% das UCE classificadas), intitulada “Motivação”, reúne elementos indicativos que fazem alusão às fontes motivadoras dos indivíduos que praticam este tipo de esporte, ou seja, as características psíquicas e sociais que influenciam nesta prática esportiva e vem a servir de estímulo positivo ou negativo aos esportivas-amadores ou profissionais: sucesso profissional, melhor qualidade de vida, fama, fé, paixão pelo esporte, etc. Em contraponto a classe 1, não se verificou nesta classe alusão do MMA enquanto prática esportiva desvinculada de significados pessoais, uma vez que a motivação dos lutadores é o que os move a um árduo treinamento, em busca de sucesso profissional.

    “Vitor Belfort leva Jesus costurado no calção; Silva leva Deus tatuado no ombro esquerdo” (UCE 16).

 

    “Eu nunca estive tão bem fisicamente, mas mentalmente não entrei de cabeça. Ele conseguiu impor a estratégia dele de me abafar o tempo todo (...)”(UCE 14).

 

    “(...) Mas para mim tem efeito completo, principalmente nos culotes, sem falar que chego estressada e descarrego toda a tensão nos golpes, saio muito mais leve em todos os sentidos - diz a atriz” (UCE 10).

 

    “Para os praticantes da luta, o brasileiro Anderson Silva é uma inspiração” (UCE 254).

 

   Para o garoto da periferia, o vale tudo é como o futebol: uma alternativa para conquistar uma vida melhor (...)” (UCE 20).

 

    “(...) uma vez estava com a minha família na Disney e o cara sentou do meu lado na montanha russa tirando foto; outra vez fui convidado para uma festa da Paris Hilton (...)” (UCE 32).

 

    “Sou apaixonado pelo boxe e quero ser o lutador com mais idade ainda competindo, afirma Touro (...)” (UCE 35).

    A classe 3 (449 UCE, 19,08% das UCE classificadas), intitulada “Personagens”, opõe-se as classes 1 e 2, uma vez que seus elementos apontam para as principais personalidades que compõem esta arte marcial a nível midiático, sendo que muitos dos principais lutadores do Mixed Martial Arts são brasileiros. Seus conteúdos fazem alusão aos segmentos de texto das reportagens que trazem lutadores, contextos, notícias e eventos que mais se popularizaram acerca do MMA, gerando maior contato do público brasileiro com este esporte.

    “No primeiro ranking oficial da história do UFC, o brasileiro Anderson Silva aparece como o melhor lutador em todas as categorias” (UCE 02).

 

    “O ex vendedor de picolé na praia e ex garçom em salvador, Junior Cigano, de 27 anos conquistou o cinturão da categoria pesado do UFC em novembro de 2011, ao vencer o americano Cain Velasquez” (UCE 17).

 

    “(...) Jon Jones é considerado ao lado de Anderson Silva o melhor lutador da atualidade” (UCE 106).

 

    “Hércules apagou o leão de Nemeia no primeiro de seus doze trabalhos com um estrangulamento que honra Rogério “Minotouro” Nogueira e Rodrigo ”Minotauro” Nogueira, irmãos, professores e mentores de Anderson Silva” (UCE 17).

 

    “Anderson Silva acompanhava as provocações de Chael Sonnen de forma impassível até que o americano mexeu com sua mulher Dayane” (UCE 146).

 

    “ (...) os grandes nomes são: Anderson Silva; Junior Cigano; Jose Aldo; Rodrigo Minotauro Nogueira; Gabriel Gonzaga; Lyoto Machida; Rogério Minotouro Nogueira; Mauricio Shogun Rua; Thiago Silva; Demian Maia; Rousimar Palhares; Wanderlei Silva; Vitor Belfort; Paulo Thiago; Thiago Alves; Diego Nunes; Fredson Paixão; Raphael Assunção e Renan Barão” (UCE 303).

    A classe 4 (739 UCE, 31,41% das UCE classificadas) intitulada “Publicidade” reúne elementos referentes a publicidade envolvida neste segmento esportivo, tais como: principais eventos, patrocinadores, audiência, veículos midiáticos de divulgação, etc. Nesta classe, observa-se que o crescimento de telespectadores e fãs deste esporte deve-se, em grande parte, ao forte apelo publicitário que este vem tendo em território nacional, tanto devido aos lutadores famosos de origem brasileira, quanto ao principal evento que organiza eventos deste esporte – o Ultimate Fighting Championship (UFC) -ocorrer também no Brasil, havendo inclusive reality-shows que possibilitam aos telespectadores acompanharem os treinos dos profissionais do esporte para serem selecionados a entrar neste disputado evento.

    “O UFC foi o tema mais comentado no Facebook pelos brasileiros em 2011(...)” (UCE 267).

 

    “O UFC (Ultimate Fighting Championship) é marca registrada da principal entidade mundial que organiza lutas de MMA – artes marciais mistas na sigla em inglês -. Para produzir produtos com a marca é preciso ter licença da entidade para a qual lutam brasileiros como Anderson Silva, Vitor Belfort e o Rodrigo Minotauro Nogueira (UCE 48).

 

    “O Brasil é disparadamente o mercado mais vibrante em todos os aspectos ingressos audiência de TV, merchandising, negócios digitais e até por celular, e é um dos nossos mercados de mídia social que mais crescem no mundo” (UCE 252).

 

    “Bares aproveitam boom do UFC para lucrar. Em Manaus, estabelecimentos esperam casa cheia para luta entre Vitor Belfort e Jon Jones. O boom do UFC no país, motivado pelo sucesso de lutadores brasileiros nos últimos anos transformou a modalidade em preferência nacional” (UCE 289).

 

    “(...) mas para os fãs e cada vez mais para os empresários do esporte, o MMA é um empreendimento com rápida expansão global, especialmente no Brasil, a sexta maior economia do mundo e terra de três dos sete campeões mundiais da modalidade” (UCE 252).

Discussão

 

    Grande parte da sociedade ocidental contemporânea baseia seus valores na excelência e na motivação individual e social voltadas para a produção (Rubio, 2006). Assim, a vida esportiva prepara suas crianças e jovens para uma vida altamente competitiva, a qual objetiva, nada mais e nada menos, o sucesso, desenvolvendo valores morais como sacrifício, trabalho árduo, perseverança e autodisciplina. E é ao encontro a essa visão moderna da sociedade e da prática esportiva que se depara a classe 2, aqui nomeada de ‘Motivação para a luta’.

 

    Nesta classe, foram encontradas palavras como “filho” (57 ocorrências), “pai” (56 ocorrências), “amigo” (43 ocorrências), “mãe” (25 ocorrências), “mulher” (82 ocorrências), “Deus” (20 ocorrências), dentre outras. A partir da análise, evidenciou-se que tal classe poderia ser enquadrada como a motivação dos lutadores para competir e vencer. Sabe-se que, o suporte social é um fator que motiva os atletas, em suas derrotas e vitórias, bem como a religião também se mostra como um alicerce para alguns atletas. A ocorrência da palavra ‘amigo’ reflete no que Interdonato, Miarka, Oliveira e Gorgatti (2008) argumenta, em sua pesquisa, tratar-se de uma motivação secundária para a prática de esportes: o encontro com os amigos.

 

    Outra palavra significativa foi “hospital” (23 ocorrências), a qual se relaciona ao passado de alguns atletas. No caso do atleta Rodrigo “Minotauro” Nogueira, como visto em algumas notícias, o jiu jitsu fez parte da sua reabilitação após um acidente em sua infância, bem como motivou posteriormente seu irmão, Rogério “Minotouro” Nogueira, a começar a lutar. Encarar a reabilitação como um desafio, motiva o atleta a competir, sendo de extrema importância tal classe ser evidenciada via mídia, uma vez que, a prática esportiva, contém em si, a essência da superação dos próprios limites. No entanto, segundo Rubio (2006), torna-se necessário expor aqui que, muitas vezes, a mídia explora essa vertente da superação, com o intuito de relacionar a imagem do atleta, a algum produto ou campanha.

 

    A classe “motivação”, evidenciada nos conteúdos analisados, colabora para que atletas sejam vistos como heróis e sejam admirados pelos espectadores das lutas, o que revela interessantes fatos, sobre algumas matérias trazerem a luta dentro de notícias como “a humanização do vale-tudo. Esta visão de superação e recuperação perante obstáculos, é muito bem evidenciada por meio de Rubio (2001), onde a autora explicita o quão a imagem do atleta atual ainda se atrela a imagem do herói na Grécia Antiga, tendo isso, grande impacto nas representações sociais.

 

    A classe 1, intitulada de “exercício”, demonstra uma vertente nova sobre a representação do MMA, a qual tem por objetivo a prática do esporte, com ênfase no âmbito do cuidado da saúde, e não da competição. Infere-se isso aqui, por conta das palavras que emergiram desta classe, como “aula” (77 ocorrências), “academia” (104 ocorrências), “físico” (35 vezes), “muaythai” (40 ocorrências), “saúde” (24 ocorrências), “treino” (80 ocorrências), “exercício” (24 ocorrências), dentre outras. Nesta classe, encontravam-se notícias enquadradas em colunas como a “Equilíbrio e saúde” da Folha de São Paulo, bem como, uma matéria trazia o MMA como a “nova luta da moda” nas academias.

 

    Essa concepção se torna interessante, retirando do MMA o estigma de tratar-se de violência explícita, para enquadrá-lo em um contexto voltado à saúde e exercício. Concernente a este fato, em pesquisa de Interdonato et al. (2008), foi encontrado que, a maior motivação dos jovens para a prática esportiva, era a saúde, sendo significante como esta motivação migra também para esportes de luta atualmente. Como Moscovici (1976) expõe, a mídia contribui para o desenvolvimento de novos processos de formação de condutas. Entende-se que, a partir do momento em que a mídia divulga o conteúdo de determinado fenômeno, via jornal, televisão e/ou revista, como algo que possa ser prazeroso e que traga vantagens para a saúde, as pessoas passem a olhar diferente para este fenômeno, possivelmente o ressignificando. A partir desse pressuposto, sugere-se aqui uma representação social difundida do MMA como algo que possa fazer parte da rotina de exercício das pessoas, ou seja, algo que possa trazer benefícios.

 

    As artes marciais permeiam profundamente as estruturas sociais, promovendo uma dinâmica própria no que concerne aos valores morais e éticos, implementando padrões específicos de consumo, como a compra de equipamentos para a prática da luta e as mensalidades de serviços em academias e clubes (Testa, 2008). Assim, como Farr (1995) postula, o indivíduo é fruto e agente de mudança na sociedade em que vive. É visível e exponente esse mercado pelo qual as artes marciais vêm traçando seu caminho, e este mercado não teria seu espaço tão expandido, se as representações sociais acerca dos MMA não estivessem tomando novos rumos e horizontes na percepção de quem vive na sociedade.

 

    Nesse mercado global, as lutas têm uma participação significativa, tanto pelo seu apelo espetacular, no sentido de serem utilizadas para o lazer, quanto na sua reprodução. Sua dinâmica implica desde a busca de formas de defesa pessoal, cada vez mais demandadas nas sociedades violentas e agressivas como as atuais, até na sua própria pratica como formação profissional ou manutenção da saúde. Nesse ambiente, são criadas condições objetivas para alimentar um sofisticado e complexo sistema de reprodução das lutas e consequente consumo de produtos e serviços, como ocorre nos demais esportes (Testa, 2008).

 

    Neste cenário, adentra-se um olhar para o papel dos meios de comunicação que propagam tais informações, massificando uma prática e criando novos modos de compreensão da realidade. Por sua vez, este tipo de comunicação de massa, dirigida a um grande público – heterogêneo e anônimo – traz consigo uma série de informações sobre determinado objeto social, e influencia os indivíduos que buscam tais conteúdos, atuando assim na produção e veiculação de representações sociais (Camargo & Barbará, 2004).

 

    Conforme pondera Moscovici (1978), as representações sociais surgem na inter-relação entre sistemas de pensamento e práticas sociais, possibilitando assim a compreensão dos fenômenos do cotidiano, bem como orientando os comportamentos e a comunicação. A publicidade, enquanto forma de comunicação da mídia, partilha opiniões, valores e crenças sobre diversos assuntos, trazendo em seu repertório uma série de procedimentos específicos, visando influenciar a disposição dos indivíduos sobre seus conteúdos.

 

    Assim, de acordo com os resultados da Classe 4, intitulada “Propaganda”, o MMA tem sido associado ao seu principal emissor de informações: o principal evento esportivo deste esporte: o UFC, com 535 ocorrências. Associadas a isso, algumas das principais palavras foram: evento (182 ocorrências); Brasil (217 ocorrências); globo (72 ocorrências); transmissão (42 ocorrências); programa (75 ocorrências); dentre outras. Frente a isso, pondera-se aqui que a mídia, formadora e difusora de representações sociais, têm realizado forte apelo publicitário no cenário nacional deste esporte, mediante a realização de um reality show de lutadores na rede de televisão Globo, bem como a transmissão de algumas lutas de esportistas brasileiros na TV aberta. Além disso, diversos lutadores que se sagram campeões no UFC passam a fazer parte do rol de celebridades nacionais, participantes de programas de auditório, estrelando propagandas televisivas e inclusive fazendo papéis em filmes. Segundo Alvarez (2013), a mídia, através de seus processos comunicacionais, tem “domesticado” a violência, sendo que, visando obter lucro através deste esporte enquanto entretenimento a ser explorado pela publicidade,busca gradativamente incorporá-lo no cotidiano da população. Para tanto, a TV aberta no Brasil transmite algumas lutas de personalidades desse esporte, faz reportagens contando a vida de alguns lutadores, produziu edições de reality show em que atletas dessa modalidade dividem uma casa, treinam e competem entre si visando um contrato com o UFC (Vasques, 2013; Vasques & Beltrão, 2013), como também lançou em 2016 um filme contando a história de um dos campeões brasileiros, José Aldo.

 

    Todas estas informações vêm criando uma imagem deste esporte aos telespectadores, que por sua vez passam a deter valores e atitudes que norteiam seus modos de pensar este objeto social. Para Moscovici (1978), três dimensões constituem uma representacional social, sendo elas: informação, atitude e imagem. Logo, a publicidade relativa a este esporte tem, acima de tudo, contribuído na divulgação tanto do esporte e de seus atletas quanto nos grandes eventos que o UFC realiza em todo o planeta, divulgado assim pelos meios de comunicação. Segundo Guimarães (2014), a mídia conseguiu tornar o esporte MMA em esporte-entretenimento, tornando-o atualmente uma prática social a ser consumida, tanto pelo indivíduo enquanto telespectador, quanto praticamente de tal esporte.

 

    Por conseqüência, as notícias veiculadas pela mídia não apenas propagam informações, imagens e atitudes, mas acessam a dimensão social relacionada à produção deste conteúdo representacional (Goetz, Camargo, Bertoldo, & Justo, 2008). Nesta perspectiva, Ordaz e Vala (1998) discorrem que as informações veiculadas pela mídia se caracterizam como um dos elementos que constituem o pensamento individual, grupal ou coletivo.

 

    Deste modo, a Classe 3, cujo título é “Personagens”, viabiliza a identificação de um conjunto de termos que foram repetidamente utilizados visando parear algumas figuras pertinentes ao cenário do MMA com a modalidade esportiva como um todo, haja vista a imagem simbólica que representam. Nota-se que o mais frequente evento impele na utilização direta dos nomes dos atletas que mais se destacam no referido esporte, como é ocaso do Anderson Silva (313 ocorrências) e Jon Jones (56 ocorrências), por exemplo.

 

    Nomes estes, que possuem notoriedade na mídia uma vez que atendem a diversos interesses, sendo um deles a perspectiva de que são dois atletas com histórico de exímias demonstrações de habilidades, de superação e de conquistas. Envolto a este assunto, Santos e Medeiros (2009) chamam a atenção para a condição de que o esporte também se trata de um “campo do espetáculo”, carregados de valores simbólicos, cujos sentidos vão além do que é mostrado.Para tanto, veicular a imagem de sucesso do atleta ao esporte, contribui para uma mútua popularização do MMA – e do lutador em questão –uma vez que dá aos esportistas o status de um herói, de um modelo a ser seguido.

 

    Com efeito, palavras como campeão (183 ocorrências), título (88 ocorrências), cinturão (76 ocorrências) e categoria (71 ocorrências) também figuram como opções de terminologias para designar um posto de destaque neste esporte. Isto se dá por conta que as competições de MMA costumam premiar o atleta campeão dando-lhe um “cinturão”, o qual ele terá que defender lutando contra outros atletas, caso queira continuar sendo reconhecido como o detentor de tal título. Além do mais, na atualidade é comum que os eventos agrupem seus atletas em diferentes categorias de peso, onde cada uma possui o próprio campeão.

Em outras palavras, o detentor do cinturão é aquele atleta que ocupa o lugar mais almejado pelos demais desportistas de sua categoria. Neste contexto, a visibilidade de Anderson Silva e Jon Jones não só está associado fato de serem lutadores competentes, versáteis e que possuem o recorde de mais defesas de cinturão em suas categorias (10 e 5 defesas, respectivamente), mas por serem atletas que atingiram marcas impressionantes, feitos marcantes que poucos conseguiram fazer parecido: o primeiro lutador conseguiu seguir invicto por cerca de 7 anos, enquanto o segundo é o atleta mais jovem a alcançar o cinturão.

Esta atmosfera, além de dar ao atleta um status diferenciado dentro do esporte, também contribui para que sua imagem seja exposta na mídia de modo mítico, fortalecendo a caricatura do “super-homem do vale-tudo”, conforme descreve Testa (2008). Entretanto, para que a trama fique completa, em um cenário onde há heróis, também há como se denotar a presença de algozes, neste caso, materializado a partir do atleta Chael Sonnen (82 ocorrências) que, mesmo sendo um talentoso lutador, ganhou mais notoriedade na mídia por suas declarações polêmicas em relação aos seus oponentes, sobretudo acerca do próprio Anderson Silva.

 

    O que se denota com isso tudo é que o modo de se comportar de um atleta perpassa a temática esportiva e atinge níveis imprevisíveis (Santos & Medeiros, 2009). O lutador Chael Sonnen mesmo pode ser tomado como exemplo, já que sua luta contra Anderson Silva mobilizou tanto, devido a tamanha rivalidade entre eles, que extrapolou aquilo que sugere a modalidade esportiva – combate direto e individual entre dois atletas –, passando a ser encarada por boa parte da imprensa e torcedores como um duelo entre nações: Brasil vs. Estados Unidos.

 

    Não por acaso, outra forma de parear os personagens com o esporte, diz respeito a utilização de suas nacionalidades para citá-los de modo indireto. Isto é, palavras como brasileiro (269 ocorrências), americano (116 ocorrências) e norte-americano (41 ocorrências), frequentemente eram utilizadas em alusão aos diferentes lutadores apresentados pela nota informativa. Característica essa que remete a um fortalecimento da representação do atleta – sendo aqui o caso específico das artes marciais –como aquele que luta em nome de um território, em prol de valores e honra pessoal e/ou dos membros de sua comunidade (Pimenta, 2007). Que não só atua em nome de uma superação individual, mas que representa um histórico, uma nação e – até mesmo – produtos que querem vincular sua marca às vitórias e conquistas deste atleta (Rubio, 2006). E que quando frustra aos seus torcedores com resultados negativos, não por acaso, sofre com os discursos morais impelidos a eles (Santos & Medeiros, 2009).

 

Conclusões

 

    Constatou-se que o MMA enquanto estilo de arte marcial tem buscado se desvincular de sua antiga roupagem do então chamado “vale tudo”, enquanto esporte de violência desmedida e sem regras apropriadas. Ao contrário, a mídia envolvendo este esporte tem buscado, através das mais variadas formas de divulgação, apresentar o MMA como um esporte também regido por regras específicas, com esportistas preparados para suas competições.

 

    Não apenas isso, o perfil dos “gladiadores do século XXI” tem sido suavizado e humanizado. Nos programas de TV, entrevistas e reportagens, suas dificuldades para chegar aonde se encontram são apresentadas ao público, bem como suas vidas familiares e profissionais, demonstrando assim o profissionalismo, a motivação e principalmente a superação que estes atletas perpassam ao longo de suas atividades.

 

    A partir destas transformações, as representações sociais também vão alterando-se, assim como passam a fazer parte do cotidiano daqueles que não conheciam este esporte. Tendo em vista que, através da maciça divulgação que o MMA tem sido apresentado ao público brasileiro – fãs ou não deste segmento esportivo – este passa a ser dotado de significados, impressões e valores, que perpassa desde o nível individual ao social. Por sua vez, a partir destas representações, pode-se acessar a maneira como indivíduos compreendem este fenômeno e quais atitudes tomam frente ao mesmo, atuando como um guia para a ação.

 

    Contudo, ressalta-se o caráter exploratório desta pesquisa. Partindo deste estudo cujo enfoque foi o segmento midiático para identificar as representações sociais do MMA, propõe-se a necessidade da continuidade em pesquisas sobre este fenômeno, visando maior aprofundamento e constante reflexão e debate, para a obtenção de resultados em diversos segmentos no qual este esporte tenha importância e significado.

 

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Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 23, Núm. 241, Jun. (2018)