Os efeitos do treino da força explosiva no voleibol: breve revisão da literatura

The effects of explosive strength in Volleyball: a brief review

Los efectos del entrenamiento de la fuerza explosiva en el voleibol: breve revisión de la literatura

 

Carlota Antunes Gonçalves*

carlota.goncalves94@gmail.com

Tiago Jorge Lopes**

tiago_lopes_17@hotmail.com

 Daniel Almeida Marinho***

marinho.d@gmail.com

 Henrique Pereira Neiva****

henriquepn@gmail.com

 

*Licenciado em Ciências do Desporto

Mestre em Ciências do Desporto na Universidade da Beira Interior

**Licenciado em Ciências do Desporto

Mestre em Ciências do Desporto na Universidade da Beira Interior

Investigador colaborador no Centro de Investigação CIDESD

***Título de Agregação em Ciências do Desporto - Biomecânica

pela Universidade da Beira Interior, onde se tornou

Professor Associado no Departamento de Ciências do Desporto

Doutor em Biomecânica pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Licenciado em Desporto e Educação Física pela Faculdade de Desporto

da Universidade do Porto. Vice-diretor do Centro de Investigação CIDESD

****Doutor em Ciências do Desporto pela Universidade da Beira Interior

Licenciado em Desporto e Educação Física pela Faculdade de Desporto

da Universidade do Porto. Membro do Centro de Investigação CIDESD

(Portugal)

 

Recepção: 26/03/2018 - Aceitação: 19/12/2018

1ª Revisão: 14/12/2018 - 2ª Revisão: 17/12/2018

 

Este trabalho está sob uma licença Creative Commons 

Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional (CC BY-NC-ND 4.0)

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Resumo

    Este artigo fornece uma breve revisão sobre o estado da arte em relação ao treino de força explosiva e potência muscular em jogadores de voleibol de diferentes níveis competitivos e qual a sua importância para o rendimento. Parece-nos importante compreender o papel da força muscular para o desempenho dos jogadores de voleibol e de que forma está associado à performance e por consequência, como é que poderá ser melhorado. Para isso, as pesquisas foram realizadas na base de dados PubMed e Web of Science, procurando por artigos de revisão por pares publicados entre 2000 e 2017. São apresentados os resultados dos vinte e quatro estudos selecionados com o objetivo de avaliar a influência do treino de força para a melhoria do desempenho de cada jogador e em específico em cada posição de campo. Verificou-se que um programa de treino contendo exercícios de lançamento de bolas medicinais e saltos verticais, esforços eminentemente balísticos, induzem alterações positivas nos jogadores. Os dados obtidos permitem ainda sugerir que o treino da força deverá ter em conta as características antropométricas dos jogadores e a sua posição em jogo. Para além disso, o treinador deverá desenvolver treinos de força que visem a diminuição da fadiga ao longo do jogo. Os resultados analisados permitem que os treinadores percebam os benefícios que podem ser obtidos pela implementação de um programa de treino de força apropriado, de acordo com o gênero, o nível e a posição especifica de cada jogador em campo.

    Unitermos: Voleibol. Treino. Força. Potência. Performance.

 

Abstract

    The current research provides a brief review of the state of the art on explosive strength and power training in volleyball players of different competitive levels, trying to understand its importance to performance. It seems important to understand the role of muscle strength for volleyball players and how it is associated with performance and therefore how it can be improved. To do so, the PubMed and Web of Science databases were consulted, searching for peer-reviewed articles published between 2000 and 2017. The twenty-four selected studies were presented with the objective of evaluating the influence of the training of strength for the improvement of the performance of each player and in particular in each field position. It has been found that a training program containing medicine ball throwing and vertical jumps, mainly ballistic efforts, induced positive changes in the players. The data obtained also allowed us to suggest that strength training should take into account the anthropometric characteristics of the players and their position during the game. In addition, the coach should develop strength training aiming to reduce muscular fatigue throughout the game. The results analyzed enable coaches to realize the benefits by implementing an appropriate strength training program, according to the gender, level and specific position of each player in the field.

    Keywords: Volleyball. Training. Strength. Power. Performance.

 

Resumen

    Este artículo proporciona una breve revisión sobre el estado del arte en relación con el entrenamiento de fuerza explosiva y la potencia muscular en los jugadores de voleibol de diferentes niveles competitivos y cuál es su importancia para el rendimiento. Nos parece importante comprender el papel de la fuerza muscular para el desempeño de los jugadores de voleibol y de qué forma está asociado al rendimiento y por consiguiente, cómo se puede mejorar. Para ello, las investigaciones se realizaron en la base de datos PubMed y Web of Science, buscando artículos de revisión por pares publicados entre 2000 y 2017. Se presentan los resultados de los veinticuatro estudios seleccionados con el objetivo de evaluar la influencia del entrenamiento de la fuerza para la mejora del rendimiento de cada jugador y en específico en cada posición de campo. Se verificó que un programa de entrenamiento que contenía ejercicios de lanzamiento de bolas medicinales y saltos verticales, esfuerzos eminentemente balísticos, induce cambios positivos en los jugadores. Los datos obtenidos permiten también sugerir que el entrenamiento de la fuerza deberá tener en cuenta las características antropométricas de los jugadores y su posición en juego. Además, el entrenador deberá desarrollar entrenamientos de fuerza que apunten a la disminución de la fatiga a lo largo del juego. Los resultados analizados permiten a los entrenadores percibir los beneficios que pueden obtenerse mediante la implementación de un programa de entrenamiento de fuerza apropiado, de acuerdo con el género, el nivel y la posición específica de cada jugador en el campo.

    Palabras clave: Voleibol. Entrenamiento. Fuerza. Potencia. Rendimiento.

 

Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 23, Núm. 248, Ene. (2019)


 

Introdução

 

    O Voleibol é uma modalidade complexa, com habilidades técnicas, táticas e com diversas exigências atléticas (Forthomme et al., 2005). Ao contrário de outras modalidades coletivas, o Voleibol caracteriza-se pela ausência da invasão do terreno de jogo adversário, não existindo qualquer contacto físico entre os jogadores, fazendo depender o rendimento largamente das capacidades físicas individuais e habilidade técnica (Zhang, 2010; Hakkinen, 1993). Um jogo de Voleibol tem um carácter dinâmico e explosivo, onde os saltos verticais, os remates, e os deslocamentos rápidos são uma constante. Desta forma, parece-nos que a força muscular e a potência dos membros inferiores (MI) e superiores (MS) poderão ser importantes, sendo um fator de preparação física muito relevante (Villa e García-López, 2003).

 

    Segundo Garganta, Maia e Janeira (1993), o salto vertical (SV) é um fator decisivo na performance de um atleta. Assim sendo, um bom jogador de voleibol deve ser capaz de manifestar a força suficiente para bloquear, saltar, reagir rapidamente ao contexto de jogo, atacar a bola de forma adequada, possuir a resistência suficiente para a constante estimulação em jogos prolongados, sendo que deverá combinar tudo com um nível técnico elevado (Zhang, 2010). Neste contexto, a impulsão vertical tem assumido cada vez mais importância, sendo o suporte de habilidades e ações motoras específicas (Villa e García-López, 2003; Kitamura et al., 2017). É a través da impulsão vertical que se realiza o remate, o bloco, o passe em suspensão e o serviço em suspensão (Sheppard, Gabbett, e Stanganelli, 2009). De facto, Berriel, Foutoura e Foppa (2004) realizaram um estudo onde observaram 7 partidas do campeonato Argentino feminino, e concluíram que o treino das capacidades motoras e habilidades técnicas requeridas pelo salto vertical deverá assumir um papel de relevância na preparação físicas das equipas, garantindo um bom rendimento dos atletas durante todas as competições. Os mesmos autores sugeriram ainda que a vitória de uma equipa está em grande parte relacionada com a capacidade de salto dos seus jogadores. Parece assim evidente que, parao Voleibol, devemos determinar as exigências físicas necessárias para a impulsão vertical adequada, assim como conhecer as necessidades de cada jogador, dependendo da sua posição em campo.

 

    Para além da força explosiva dos membros Inferiores (MMII) ser de relevância para o rendimento do jogador de Voleibol, a manifestação da força dos membros superiores (MMSS) também parece ser um fator de sucesso no seu desempenho (Marques et al., 2009). A força muscular desenvolvida pelos MMSS parece fornecer um auxilio fundamental nos saltos verticais durante o jogo (Kitamura et al., 2017). Além disso, esta capacidade parece capital para os gestos técnicos do passe, remate e serviço (Pu, Gao e Feng, 1989). Diversos estudos concluíram que o treino de força baseado em movimentos explosivos (por exemplo, com lançamento de bola medicinal) melhora o desempenho na parte superior do tronco (Marques et al., 2009), devendo ser tido em conta durante o treino do Voleibol. Os requisitos de desempenho físico maximizado para os jogadores de voleibol incluem elevados níveis de força muscular desempenhada pelo conjunto anatómico do ombro, cotovelo e mãos, sendo favorecida pela capacidade de correr, distribuir, servir e salvar bola, complementado ainda pelo salto vertical (Pu, Gao e Feng, 1989).

 

    Apesar do presente estudo não se focar sobre os mesmos, é um facto que existem outros pressupostos influenciadores do rendimento desportivo em Voleibol para além da força muscular e em particular da força explosiva. Hakkinen (1993) realizou um perfil antropométrico de jogadores de voleibol (os jogadores de voleibol de elite têm suas características antropométricas específicas, como estatura, comprimento do braço, palma, dedos e tendão de Aquiles, circunferência do tornozelo, gémeo, coxa, antebraço e braço), sendo um indicador importante das potencialidades de um atleta e uma característica determinante no sucesso individual e coletivo. Mais ainda, a massa corporal, estatura e envergadura dos MS parecem ter um papel decisivo na modalidade (Guerrero, 1996). Contudo, estes parâmetros têm vindo a ser bem resumidos pela literatura especializadapara além de serem determinados em sua grande parte, geneticamente e sem possibilidade de intervenção através do treino (para detalhes, consultar Hakkinen, 1993; Zhang, 2010). Percebendo a relevância da força explosiva para o rendimento do jogador de voleibol, com a presente revisão da literatura pretendemos resumir as evidências científicas relativamente ao treino deste tipo de manifestação da força muscular dos membros superiores e inferiores na modalidade de voleibol.

 

Métodos

 

    As pesquisas foram realizadas em duas bases de dados bibliográficos, PubMed e Web of Science. Ao finalizar as pesquisas em cada base, todas as referências duplicadas foram excluídas. Verifica-se um aumento crescente no estudo e compreensão da componente do treino da força muscular relativamente à força explosiva nos desportos coletivos a partir do ano 2000, sendo que, por forma a focarmos nas evidências científicas mais recentes, foram procurados artigos publicados entre 2000 e 2017.

 

    Os estudos incluídos na revisão estão de acordo com os seguintes critérios de inclusão (Figura 1):

  1. Artigos escritos em inglês, espanhol e português.

  2. Publicados entre 2000 e 2017.

  3. Contendo questões de pesquisa sobre a força e potência no Voleibol.

  4. Em que os principais resultados foram relativos à força muscular explosiva.

  5. Os participantes devem ser humanos.

    Os seguintes critérios resultaram na exclusão de artigos: i) resumos de conferências; 4) artigos de revisão qualitativa, revisão sistemática e meta-análise. Dos 1073 artigos encontrados, 24 artigos foram os considerados relevantes com base nos critérios de inclusão e exclusão que estão incluídos na nossa análise final.

 

Figura 1. Diagrama no processo de seleção dos artigos selecionados, o número de artigos de cada etapa está indicado entre parênteses.

 

Resultados

 

    Na Tabela 1 são apresentados os dados, em forma resumida, dos artigos selecionados, indicando os autores e ano do estudo, o número de participantes, quais os testes que utilizaram para avaliar o objetivo do estudo e os principais resultados. O número da amostra varia entre estudos, em que alguns dividem a amostra por anos e outros por escalões.

 

Tabela 1. Resumo dos estudos, testes e principais resultados na modalidade de Voleibol

Estudo

Ano

N

Idade

Testes

Objetivo

Resultados

Borràs et al.

2011

n11: 23

23.5 ± 3.8

CMJ, CMJFA, AJ

Avaliar o estado físico dos jogadores de voleibol masculinos de elite comparando a altura de 3 tipos de salto

Melhor desempenho da força explosiva e um melhor uso dos braços durante os saltos.

n12: 15

26.5 ± 4.1

n13: 13

26.4 ± 3.7

Brazo-Sayavera et al.

2017

n16: 10

25.8 ± 4.4

CMJ, SJ, BJ

Examinar o efeito de uma série de saltos na habilidade de salto e a sua variação na performance.

Desempenho de jogadores de elite no BJ tende a diminuir no final de uma prática de treino de salto específico.

n17: 11

20.8 ± 3.4

Duncan et al.

2006

25

17.5 ± 0.5

Força MI, Flexibilidade MI, SV, VO2

Investigar as características antropométricas e fisiológicas em jogadores juniores de voleibol de elite.

Os treinadores devem ter em conta o perfil antropométrico do jogador para projetar um programa de treino específico da posição.

González et al.

2014

n9: 131

n10: 136

15.5 ± 2.5

MBT, CMJ, CMJFA, T-Test

Avaliar a influência nas variáveis de caracteres antropométricos e condição física, em fatores como a idade, nível competitivo e posição em campo

Influência das variáveis antropométricas no desempenho físico dos indivíduos; os distribuidores obtiveram melhores resultados.

Hespanhol et al.

2007

10

19.01 ± 1.36

CMJ

Verificar a existência de diferenças entre o teste de salto contínuo e o teste de salto vertical intermitente

Não existiram diferenças significativas entre o teste contínuo e o teste intermitente.

Kitamura et al.

2017

n1: 16

15.2 ± 0.8

SJ, CMJ, CMJFA, MPV AG

Verificar as diferenças na performance de salto com e sem cargas entre diferentes idades em jogadores de alto nível do mesmo clube

O envelhecimento não induz melhorarias no desempenho dos SV nos jogadores de voleibol. Devem ser implementadas estratégias de acordo com as necessidades da faixa etária.

n2: 11

17.1 ± 0.5

n3: 7

19.0 ± 0.6

n4: 9

28.1 ± 4.7

Krističević et al.

2016

54

15 ± 1

SJ, CMJ, AJ, BJ

Determinar os efeitos 5 semanas de treino pliométrico em jogadores de voleibol feminino

Programa de treino pirométrico de 5 semanas melhorou os testes de SV. Não existiram mudanças significativas no AJ e BJ.

Lehnert et al.

2017

12

16.8 ± 1.3

CMJ, SJ, DJ

Analisar as alterações na força muscular, potência e parâmetros somáticos em Jogadores de Voleibol de Elite após um programa específico de pré-época que visa melhorar o salto, força de desempenho e prevenção de lesões

Programa de treino de 8 semanas induzem mudanças positivas no desempenho físico e no risco de lesões.

Malatesta et al.

2003

12

17.2 ± 0.3

SJ, CMJ, 15 seg, CMJ

Investigar a influência de um programa de treino de 4 semanas no desempenho do SV em jogadores de voleibol.

Sem alterações significativas nos SJ e CMJ após 4 semanas de treino de electroestimulação. A altura e a potência média durante os CMJ de 15seg. aumentaram significativamente.

Markovic et al.

2013

66

23.7 ± 1.7

SJ, CMJ

Investigar os efeitos seletivos de diferentes tipos de cargas externas aplicadas no SV.

Treino de saltos com cargas pode levar a uma melhoria no desempenho.

Markovic et al.

2007

168

21 ± 2

SJ, CMJ, SLJ, DJ, AG. Isométrico, AG

Examinar a influência da força extensora na performance da agilidade em espaço latente

Qualidades da força extensora dos membros inferiores são pobres preditores no desempenho de agilidade.

Marques et al.

2009

35

26.6 ± 3.1

MBT, CMJ, SP, AG

Investigar as características antropométricas e a força dos atletas de elite e determinar se existem diferenças nessas características de acordo com a posição

Não foram encontradas diferenças significativas entre grupos nos parâmetros de força e potência; Correlações significativas entre supino, massa corporal e altura.

Marques et al.

2008

10

25.3 ± 1.3

4RM, MBT, CMJ

Descrever as alterações no desempenho físico após um regime de treino numa época em jogadores de voleibol femininos a fim de determinar se a força muscular e potência podem ser melhorados

Programas de treino com exercícios pliométricos e de resistência melhoram a força e potência numa época desportiva.

Pereira et al.

2015

n14: 10

14.0 ± 0.0

CMJ, MBT

Examinar o efeito de 8 semanas de treinos de saltos combinado com MBT na performance em atletas de voleibol femininos.

8 semanas de treino de saltos e lançamentos induzem uma adaptação significativa no desempenho.

n15: 10

13.8 ± 0.4

Rousanoglou et al.

2008

41

16.5 ± 2.5

SJ, CMJ

Examinar as relações entre a força muscular e desempenho do SV em atletas.

Existem diferenças entre SJ e CMJ.

Sattler et al.

2015

253

28 ± 10

SJ, BJ, CMJ, AJ

Explorar o desempenho geral do VJ praticantes de voleibol elite de ambos os sexos, explorar as diferenças no desempenho de VJ entre níveis diferentes de competição e diferentes posições em campo e avaliar as diferenças entre sexos relacionadas no papel do braço relaxado e abordagem de 3 passos com o braço do balanço na altura de salto

Diferenças significativas em diferentes níveis de jogo; Diferenças no SV entre Recebedores e Distribuidores.

Sattler et al.

2012

95

24 ± 6

BJ, CMJ, AJ e SJ

Determinar a validade de confiabilidade e fatorial de 2 testes de saltos específicos do voleibol e estabelecer diferenças de posição específicos no voleibol e índices antropométricos.

Recebedores (entradas) com maior capacidade de salto; Significância estatística entre SJ e CMJ.

Sheppard et al.

2009

142

20.9 ± 2.6

CMJ, AJ

Investigar as demandas fisiológicas, características fisiológicas e capacidade de salto em diferentes posições em jogadores masculinos de voleibol de elite

A importância da habilidade do SV em jogadores de elite; Preparadores devem ter como objetivo desenvolver a velocidade e a capacidade de salto.

Sheppard et al.

2008

16

21.8 ± 4.9

CMJ

Avaliar os efeitos do treino com cargas em saltos em atletas de voleibol.

Treino com carga durante a fase excêntrica de um CMJ gera melhoria no desempenho do salto durante o jogo.

Sheppard et al.

2012

16

18.5 ± 1.5

1RM Clean, 3RM AG, CMJ, DJ caixa, AJ

Examinar as alterações nos indicadores de desempenho, como se relacionam ao desenvolvimento de força e velocidade-força, em mais de 2 anos num grupo de voleibol nacional

Aumento significativo após 2 anos; Aumento no desempenho dos SV.

Trajković et al.

2016

60

17.30 ± 1.52

BJ, AJ

Determinar os efeitos de métodos de treino pliométrico sobre a habilidade de salto em jogadores juniores femininos

Programa de treino pirométrico de 6 semanas melhorou o BJ, mas não existiram mudanças significativas nos AJ.

Valladares et al.

2016

n5: 13

22 ± 3

ABK, DP, CMJ, AJ

Determinar o desempenho de uma amostra de 53 jogadores de voleibol que participam em diferentes categorias de competição federada

Aumento significativo e positivo em características físicas, técnicas e antropométricas dos jogadores, refletindo um aumento do seu desempenho.

n6: 11

17 ± 2

n7: 14

15 ± 1

n8: 15

13 ± 1

Vaverka et al.

2016

18

27.9 ± 7.1

CMJ, CMJFA

Determinar como jogadores de elite empregam o balanço do braço para melhorar o desempenho do salto

Melhoria na técnica de SV.

Voelzke et al.

2012

n18: 8

23.8 ± 2.6

CMJ, SJ, DJ

Comparar o impacto do treino de curto prazo com resistência combinado com treino pliométrico ou electroestimulação combinado com treino pliométrico na produção de força/potência em jogadores de voleibol de elite.

Treinos de resistência com treinos pliométricos são efetivos na promoção da performance de salto. Treino de electroestimulação com treinos pliométricos aumentam a performance.

n19: 8

26.0 ± 7.0

Legenda - n1 – menores de 17 anos; n2 – menores de 19 anos; n3- menores de 21 anos; n4 – jogadores Pro (elite); n5 – jogadores seniores; n6 – jogadores sub19; n7 – jogadores sub16; n8 – jogadores sub14; n9 – jogadores federados na liga Colombiana; n10 – jogadores federados a jogar na distrital; n11 – ano 2006; n12 – ano 2007; n13 – ano 2008; n14 – grupo experimental; n15 – grupo de controlo; n16 – jogadores de elite; n17 – jogadores amadores; n18 – grupo treino de resistência e pliométrico; n19 – grupo treino electroestimulação e pliométrico; SV – Salto Vertical; SJ – Squat Jump; CMJ – Salto Contramovimento; CMJFA – Salto Contramovimento braços livres; MPV Agachamento – Velocidade média propulsiva do agachamento; DJ – Drop Jump; BJ – Block Jump; AJ – Salto de Ataque; ABK – Abalakov; 1RM – 1 repetição máxima; 3RM – 3 repetições máximas; MBT – Lançamento Bola Medicinal; AG – agachamento; SP – supino reto; MI – Membros Inferiores

 

Discussão

 

    A presente revisão teve como objetivo verificar qual a importância da força explosiva em jogadores de voleibol. Neste sentido, procuramos entender o que os diversos autores concluíram sobre aquilo que foi o efeito do treino de força na performance dos jogadores. Pela quantidade de estudos selecionados, verificamos que o tema demonstra uma investigação constante pela compreensão acerca do mesmo. Podemos referir que, maioritariamente, os estudos apontam que o treino da força recorrendo a métodos balísticos (como por exemplo, o treino pliométrico ou lançamento de bolas medicinais) parece provocar melhorias significativas no desempenho muscular no salto vertical em jogadores de Voleibol, e consecutivamente do rendimento. Contudo a melhoria do desempenho parece não distinguir os jogadores, não sendo representativo que melhorias ou que diferenças realmente existem nos diferentes tipos de jogadores de voleibol. A presente revisão demonstra que o treino de força, em várias formas de manifestação de forçamuscular, representa um importante passo na melhoria do desempenho dos jogadores, tendo uma implicação direta com a performance coletiva durante o jogo, quer a nível de eficácia no salto vertical, como na manutenção do desempenho muscular ao longo do jogo.

 

Duração dos programas de treino

 

    Lehnert et al. (2017) analisaram as mudanças na força muscular, potência e parâmetros somáticos nos jogadores de voleibol femininos de elite, e para isso 12 jogadores participaram num programa de treino de 8 semanas. Os exercícios foram sempre os mesmos, sendo alterados as sessões por semana, as repetições e séries entre as 8 semanas. Os resultados indicam que o programa de treino de 8 semanas (55% - 85% 1RM) induz uma série de mudanças positivas no desempenho físico dos atletas e diminuição do risco de lesão. Um outro estudo teve como objetivo examinar o efeito de um programa de 8 semanas de treino de salto com lançamento de bola em jogadores femininos (Pereira et al. 2015). Neste estudo apenas foram avaliados o Salto contramovimento (CMJ) e Lançamento Bola Medicinal (MBT). Os exercícios entre as primeiras 5 semanas eram os mesmos existindo alterações nas repetições e séries, nas últimas 3 semanas os exercícios foram alterados bem como as repetições e séries. Os resultados indicam que o treino combinado de saltos e MBT pode melhorar significativamente o desempenho muscular em jovens jogadores femininos. Podemos assim sugerir que um programa de treino de 8 semanas parece ser suficiente para induzir alterações positivas em jogadores de voleibol, quando implementados exercícios de lançamentos e de saltos.

 

Efeito do tipo de treino da força

 

    Diversos estudos determinaram os efeitos do treino pliométrico sobre a habilidade do salto em jogadores de voleibol (Trajkovic, Kristicevic & Baic, 2016; Kristicevic, Krakan & Baic, 2016; Marques et al., 2008; Voelzke et al., 2012; Malatesta et al., 2003; Markovic et al., 2013; Sheppard et al., 2008). Um primeiro estudo utilizou 70 jogadores juniores femininos, implementando um treino pliométrico para o desenvolvimento da força explosiva durante 6 semanas (Trajkovic et al., 2016). O programa de treino consistia em: saltos de obstáculos, saltos de profundidade, saltos laterais sobre uma caixa, SV e lunges com saltos, sendo que as alturas da caixa foram progressivamente alteradas de semana para semana, bem como as séries e repetições. Os autores concluíram que um programa de treino pliométrico parece melhorar os saltos de bloco, mas, no entanto, não parece melhorar significativamente os saltos de ataque.

 

    Um outro estudo, com 54 jogadores femininos de voleibol, procurou determinar os efeitos de um treino pliométrico de 5 semanas (Krističević et al., 2016). O programa de treino, à semelhança do estudo de Trajkovic et al. (2016), também apresentava saltos de obstáculos, saltos de profundidade, saltos laterais sobre uma caixa, SV e lunges com saltos. Os autores determinaram que o programa de treino provocou melhorias no SV (Squat com salto - SJ, CMJ), no entanto sem que existissem alterações significativas nos saltos de ataque (AJ) e saltos de Bloco (BJ). Assim sendo, um programa de treino pliométrico induz alterações significativas na capacidade de salto dos jogadores, sendo ambíguos as suas alterações nos movimentos específicos de BJ e AJ.

 

    Marques et al. (2008), procuraram descrever as alterações do desempenho físico após 12 semanas de treino de força e potência muscular. O programa teve uma duração de 25 sessões (2 vezes por semana), além da prática normal de voleibol, consistindo em 3 a 4 conjuntos de 3 a 8 repetições de exercícios de força com carga e pliométricos, como por exemplo: Agachamento (AG), CMJ com carga, CMJ para a caixa, supino (SP) e MBT. Os autores verificaram melhorias na força máxima e na força explosiva após as 12 semanas. Outro estudo (Voelzke et al., 2012) procurou comparar o impacto do treino de força tradicional, com o treino de pliometria, assim como comparar o treino de pliometria com o treino de electroestimulação, sobre a produção de força explosiva em jogadores de voleibol de elite. A mostra participou num programa de treino de 5 semanas, sendo que o pré e pós testes incluíram SJ, CMJ e Drop Jumps (DJ) sobre uma plataforma de forças. Desta forma o estudo, esclareceu que o treino de forçaquando combinado com pliometria resultaram em melhorias significativas no desempenho SJ (+ 2.3%) e a Altura máxima alcançada (RH) (+ 0.4%). O treino de electroestimulação quando combinado com pliometria também mostraram melhorias no desempenho de CMJ (+ 3.8%), DJ (+ 6.4%), RH (+ 1.6%). Comparando estes dois treinos que apresentaram benefícios, verificou-se uma melhoria superior no SJ em resposta ao treino de pliometria combinado com resistência. Podemos assim sugerir que o treino de força combinado com o treino de pliometria poderá induzir maiores melhorias na capacidade de SV nos atletas de voleibol de elite.

 

    Malatesta et al. (2003), procuraram investigar a influência de um programa de treino de electroestimulação (EMS) de 4 semanas no desempenho do SV. Um total de 12 jogadores realizaram 3 sessões de EMS incorporadas nos treinos de voleibol. A EMS consistiu em 20 – 22 estimulações no extensor do joelho e dos músculos flexores plantares durante 12 minutos. Os resultados mostraram que não existiram alterações significativas após o treino de EMS para o SJ e CMJ, enquanto que a altura média e a potência média durante 15 segundos de CMJ’s consecutivos aumentou significativamente em 4%. Contudo, após 10 dias do término do treino de EMS a altura do salto aumento significativamente. Os autores reportaram que os exercícios específicos da modalidade após EMS permitem ao sistema nervoso central otimizar o controlo das propriedades neuromusculares. Segundo o estudo realizado por Voelzke et al. (2012), o treino de pliometria com EMS aumenta as performances de salto, velocidade e agilidade dos atletas de voleibol de elite.

 

    Markovic et al. (2013) tiveram como objetivo investigar os efeitos seletivos de diferentes tipos de cargas externas aplicadas no treino de SV tanto no desempenho como na potência muscular de SJ e CMJ. Nessa pesquisa 66 atletas masculinos durante 8 semanas praticaram SV máximos sem carga, com carga negativa ou positiva exercida por uma força externa, sendo que a magnitude das cargas aplicadas correspondeu a 30% do peso corporal. Concluíram que o treino com carga aplicáveis pode levar a uma melhoria no desempenho do salto. Um outro estudo teve como objetivo avaliar os efeitos do treino do uso de saltos de CMJ de cargas excêntricas acentuadas nas caraterísticas de potência dos MI (Sheppard et al., 2008). Para o estudo utilizaram 16 jogadores de voleibol, num programa de treino de 5 semanas, sendo divididos em dois grupos (um com CMJ com carga excêntrica acentuada e outro CMJ normal) O teste de AGcom barra livre foi conduzido para determinar valores cinéticos e cinemáticos para os MI. Os resultados indicam que treinos com carga adicional durante a fase excêntrica de um CMJ gera desempenhos no salto em comparação com os treinos típicos de CMJ.

 

    A habilidade de salto no voleibol é importante, mas o efeito da fadiga da habilidade não é conhecido. Para isso, Brazo-Sayavera et al. (2017), examinaram o efeito de uma série de BJ sobre a habilidade de salto e se varia de acordo com o nível de desempenho. Foram utilizados 11 jogadores amadores e 10 jogadores de elite para realizarem uma intervenção de fadiga, que consistiu em 45 BJ, sendo testado para SJ e BJ antes e após a intervenção. Após a intervenção o grupo de jogadores amadores apresentou um aumento de 1, 27%, enquanto que o grupo de jogadores de elite apresentou uma queda de 4, 40%, resultados esses que sugerem que o desempenho do grupo de elite no BJ tende a diminuir no final de um treino específico de saltos. Assim sendo, deve existir uma seleção de exercícios e tipologia de treino que permita a manutenção da habilidade de salto, fazendo com que esta permaneça otimizada durante um jogo.

 

Treinos por posições

 

    Foi possível denotar que a grande maioria dos estudos debruçaram-se sobre o treino e otimização do SV. Mais ainda, diversos estudos procuraram averiguar as mudanças nas qualidades de força e potência em jogadores de voleibol, procurando analisar a habilidade de salto de diferentes posições de campo nos jogadores (Sheppard, Nolan e Newton, 2012; Sheppard et al., 2009; Sheppard et al., 2009; Valladares et al., 2016; Vaverka et al., 2016; Rousanoglou, Georgiadis e Boudolos, 2008; Borràs et al., 2011).

 

    Sattler et al. (2015), exploraram as diferenças no desempenho do SV entre níveis de competição e diferentes posições no campo. Para isso 253 (ambos os sexos) jogadores de voleibol da primeira e segunda divisão do voleibol esloveno realizaram a bateria de testes (SJ, CMJ, BJ e AJ) usando o sistema Optojump. Os resultados indicam que os jogadores masculinos aumentaram os seus valores de CMJ em 9%, BJ e AJ de 42, 2% enquanto que nos jogadores femininos o aumento dos valores de CMJ foi de 6, 3% e 35, 5% para BJ e AJ. As diferenças encontradas entre posições no desempenho do SV foram observadas em jogadores masculinos entre Recetores e Distribuidores (p ≤ 0, 05). Outro estudo realizado por González et al. (2014), avaliaram a influência do nível competitivo e posição ocupada em campo em jovens jogadores de voleibol. A amostra foi composta por dois grupos, o primeiro com 131 jogadores da Liga Cundinamarca e o segundo com 163 pertencentes a escolas distritais de Bogotá. Foram registados avaliações antropométricas e teste como o MBT, CMJ, Salto Contramovimento braços livres (CMJFA) e T-Test. Os resultados indicam que os distribuidores obtiveram os melhores resultados, estando relacionado com as exigências táticas da modalidade.

 

    O SV é importante na modalidade de voleibol, e Sattler et al. (2012), tentaram estabelecer diferenças específicas do posicionamento da modalidade nos testes de salto. Participaram no estudo 95 jogadores masculinos e realizaram dois testes de saltos, o BJ e o AJ. A través da análise de variância os autores demonstraram que existem diferenças significativas entre 5 posições de campo nos testes de salto. Ainda de referir que os recetores tiveram uma maior capacidade de salto, seguidos dos líberos. Ainda outro estudo teve como objetivo investigar as características antropométricas e de força dos atletas de voleibol masculinos de elite e ainda determinar a existência de diferenças das características de acordo com a posição em campo (Marques et al., 2009). Participaram 35 jogadores profissionais de voleibol masculino e foram divididos de acordo com a posição em jogo, foram avaliados dados antropométricos, força muscular (4RM de SP, 4RM AG) e potência muscular (MBT e CMJ). Os resultados indicam diferenças significativas entre as 5 posições, indicam ainda que os centrais e opostos eram os jogadores mais altos e pesados e os líberos mais leves. Encontraram diferenças na força do SP entre os centrais e opostos, sendo mais fortes que os distribuidores e líberos. Relativamente ao AG os distribuidores são os que têm valores mais elevados. Não foram encontradas diferenças significativas entre os grupos para os parâmetros e força e potência.

 

Conclusão

 

    A presente revisão foi realizada com o intuito de determinar qual a importância dos diferentes tipos de treino de potência na modalidade de voleibol, analisando quais as melhorias da performance dos jogadores. Verificou-se que um programa de treino contendo exercícios de MBT e de SV induzem alterações positivas nos jogadores de voleibol. Parece ainda que os treinos pliométricos, de resistência e de electroestimulação também induzem alterações significativas nos saltos dos jogadores, contudo a duração do programa de treino deverá ser superior a 5 a 6 semanas para obtenção de benefícios. Os dados obtidos permitem referir ainda que o treino da força deverá ter em conta a melhoria da gestão da fadiga ao longo do jogo bem como ter em conta as características antropométricas dos jogadores e a sua posição em jogo, projetando programas específicos para o efeito.

 

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