Lecturas: Educación Física y Deportes | http://www.efdeportes.com

ISSN 1514-3465

 

Avaliação antropométrica, ingestão alimentar e 

consumo de suplementos de frequentadores de academia

Anthropometric Evaluation, Food Intake and Supplement Consumption of Gym Goers

Evaluación antropométrica, ingesta de alimentos y consumo de suplementos en asistentes al gimnasio

 

Priscila Andrade Chaer Borges*

priacbnutri@gmail.com

Silvo de Almeida Junior**

silvioalmeidajr@yahoo.com.br

Fabíola Pansani Maniglia***

fabiolapmaniglia@gmail.com

Gabriel Silveira Franco****

gabriel_franco85@hotmail.com

 

*Nutricionista graduada pela Universidade de Franca

Especializada em Nutrição em Pediatria pelo HCFMUSP-SP

**Graduado em Biomedicina pela Universidade de Franca

Mestre em Ciência Animal na área de farmacologia

Doutorando em Promoção de Saúde na área de Farmacologia

Atualmente, docente do curso de Biomedicina

da Universidade Estadual de Minas Gerais.

***Graduada em Nutrição pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas

Mestrado em Ciências e Doutora em Ciências

pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto

da Universidade de São Paulo

Atualmente é docente dos cursos de Nutrição e de Enfermagem

e pesquisadora do Programa de Pós-graduação em Promoção de Saúde

na Universidade de Franca. Líder do Grupo de Estudos em Nutrição

e Promoção da Saúde - GENPS

****Graduado em Educação Física e Esporte pela Universidade de São Paulo

Graduado em Nutrição pela Universidade de Ribeirão Preto

Mestre e Doutor em Ciências Médicas pela Universidade de São Paulo

Atualmente, atua como docente no curso de Nutrição

do Centro Universitário Barão de Mauá

(Brasil)

 

Recepção: 01/02/2022 - Aceitação: 17/04/2022

1ª Revisão: 05/04/2022 - 2ª Revisão: 09/04/2022

 

Level A conformance,
            W3C WAI Web Content Accessibility Guidelines 2.0
Documento acessível. Lei N° 26.653. WCAG 2.0

 

Creative Commons

Este trabalho está sob uma licença Creative Commons

Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional (CC BY-NC-ND 4.0)

https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt

Citação sugerida: Borges, P.A.C., Almeida Junior, S. de, Maniglia, F.P., e Franco, G.S. (2022). Avaliação antropométrica, ingestão alimentar e consumo de suplementos de frequentadores de academia. Lecturas: Educación Física y Deportes, 27(290), 85-97. https://doi.org/10.46642/efd.v27i290.3373

 

Resumo

    A prática de exercícios físicos tem sido reduzida cada vez mais com o passar dos anos, principalmente pelo uso abusivo das tecnologias de fácil acesso do mundo contemporâneo. É recomendado que todos os indivíduos, salvos os que possuem alguma patologia proibitiva, realizem exercício físico por 30 minutos ao dia, totalizando 150 minutos semanais. Dessa forma, alguns indivíduos vêm procurando praticar exercício físico dentro de academias com objetivos distintos, como por exemplo o aumento de massa muscular e/ou emagrecimento, relacionados ou não a uma boa alimentação. A partir disto o presente estudo teve como objetivo avaliar a antropometria e a ingestão alimentar, bem como conhecer o hábito de consumo de suplementos nutricionais de praticantes de exercício físico em uma cidade do interior do Estado de São Paulo. Realizou-se uma avaliação antropométrica incluindo o peso, a estatura, o índice de massa corporal (IMC) e a avaliação da composição corporal pelo protocolo de sete pregas cutâneas além de uma avaliação da ingestão alimentar do ponto de vista quali e quantitativo por meio de registros alimentar e questionário de frequência alimentar dos alimentos. De forma geral, os indivíduos apresentaram o percentual de gordura corporal dentro do adequado com uma ingestão alimentar dos macronutrientes diferente do que é recomendado pela literatura, principalmente pelo alto consumo de proteína para alguns e baixa ingestão de carboidratos. Por mais que são indivíduos experientes com o quesito alimentação, o nutricionista ainda tem um vasto campo para atuar auxiliando em prescrições dietéticas para esta área.

    Unitermos: Ingestão alimentar. Composição corporal. Musculação. Suplementação.

 

Abstract

    The practice of physical exercise has been reduced more and more over the years, mainly by the abusive use of the technologies of easy access of the contemporary world. It is recommended that all individuals, save those who have some prohibitive pathology, perform exercise for 30 minutes a day, totaling 150 minutes weekly. Thus, some individuals have been seeking to practice physical exercise within academies with distinct goals, such as increased muscle mass and/or weight loss, whether or not related to good nutrition. The present study aimed to evaluate anthropometry and food intake, as well as to know the consumption habits of nutritional supplements of physical exercise practitioners in a city in the interior of the State of São Paulo. An anthropometric evaluation was performed, including weight, height, body mass index (BMI) and body composition assessment by the protocol of seven skinfolds, as well as a qualitative and quantitative assessment of food intake by means of Food records and food frequency questionnaire. In general, individuals presented the percentage of body fat within the adequate with a dietary intake of macronutrients different from what is recommended in the literature, mainly due to the high consumption of protein for some and low carbohydrate intake. As much as they are individuals with the food question, the nutritionist still has a vast field to act assisting in dietary prescriptions for this area.

    Keywords: Food intake. Body composition. Fitness. Supplementation.

 

Resumen

    La práctica de ejercicios físicos se reduce cada vez más a lo largo de los años, principalmente por el uso abusivo de tecnologías de fácil acceso en la contemporaneidad. Se recomienda que todas las personas, excepto aquellas con alguna patología prohibitiva, realicen ejercicio físico durante 30 minutos diarios, totalizando 150 minutos semanales. De esta forma, algunas personas han buscado practicar ejercicio físico dentro de los gimnasios con diferentes objetivos, como aumentar la masa muscular y/o perder peso, esté o no relacionado con una buena alimentación. A partir de esto, el presente estudio tuvo como objetivo evaluar la antropometría y la ingesta alimentaria, así como conocer el hábito de consumo de suplementos nutricionales de practicantes de ejercicio físico en una ciudad del interior del Estado de São Paulo. Se realizó una evaluación antropométrica que incluyó peso, talla, índice de masa corporal (IMC) y evaluación de la composición corporal mediante el protocolo de los siete pliegues cutáneos, además de una evaluación de la ingesta de alimentos desde el punto de vista cualitativo y cuantitativo a través de registros de alimentos y frecuencia de alimentos. cuestionario. En general, los individuos presentaron un adecuado porcentaje de grasa corporal con una ingesta alimentaria de macronutrientes diferente a la recomendada en la literatura, principalmente por el alto consumo de proteínas para algunos y el bajo consumo de carbohidratos. Por más experimentadas que sean las personas con la alimentación, el nutricionista aún tiene un vasto campo para trabajar ayudando en las prescripciones dietéticas en este ámbito.

    Palabras clave: Ingesta de alimentos. Composición corporal. Musculación. Suplementación.

 

Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 27, Núm. 290, Jul. (2022)


 

Introdução 

 

    A utilização de meios de transporte, computadores e celulares provocou uma diminuição importante no gasto energético diário, desencadeando a necessidade de se praticar exercício físico em algum momento do dia para não se render ao sedentarismo imposto por essas comodidades tecnológicas. (Alves et al., 2022)

 

    Baseando-se na American College of Sport Medicine e Centers for Disease Control and Prevention, recomenda-se que um adulto pratique 30 minutos ou mais de exercício físico com uma intensidade moderada todos os dias, sendo que além de exercícios aeróbios devem praticar fortalecimento muscular pelo menos 2 vezes por semana e progredir conforme evolução na aptidão física para prevenir o ganho de peso e riscos atrelados à saúde. (Haskell et al., 2007; Pinto-Bernal et al., 2021)

 

    Apesar de indivíduos fisicamente ativos precisarem de maior cuidado com a alimentação para um bom desempenho e recuperação, as necessidades de nutrientes não se diferem das recomendações estabelecidas para a população geral, devendo a mesma ser balanceada e variada. (Christinelli et al., 2020)

 

    Para se investigar os hábitos de consumo alimentar é necessário usar de ferramentas que possibilitem uma verificação da ingestão dos alimentos e a partir desse achado quantificar e qualificar a alimentação (Canuto et al., 2019). Dentre as ferramentas disponíveis, encontram-se o recordatório de 24 horas, o questionário de frequência alimentar, o diário alimentar, bem como a anamnese nutricional com perguntas diversas. Autores defendem que a combinação de ferramentas possa produzir diagnósticos nutricionais mais precisos. (Rodrigues et al., 2021)

 

    A investigação dietética é importante para a avaliação nutricional dos indivíduos praticantes de exercício físico, assim como a avaliação antropométrica, na qual são aferidas as medidas corporais como: estatura, peso, e circunferências, como a da cintura e do quadril. (McCrink et al., 2021)

 

    Com base nas informações mencionadas, o objetivo do presente estudo foi avaliar a antropometria e a ingestão alimentar, bem como conhecer o hábito de consumo de suplementos nutricionais de praticantes de exercício físico em uma cidade do interior do Estado de São Paulo.

 

Métodos 

 

    Trata-se de um estudo transversal realizado com 20 indivíduos do sexo masculino com idade entre 18 e 60 anos que praticavam exercício físico há pelo menos um ano, sem interrupções maiores do que um mês nos treinamentos e com uma frequência de pelo menos três vezes na semana. Todos os participantes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido, concordando em integrar à pesquisa.

 

    As informações pessoais a seguir foram obtidas por meio de preenchimento de questionário para a caracterização da amostra: idade, histórico de doença ou alteração bioquímica, uso de medicamento, uso de bebidas alcoólicas e cigarro, hábito intestinal, profissão, objetivo da prática de exercício, presença ou não de acompanhamento nutricional e perda ponderal recente.

 

    Para a avaliação antropométrica foram aferidas as medidas de peso e estatura, com os indivíduos descalços e com roupas leves. O peso foi medido em uma balança digital com capacidade de 180 kg e precisão de 0,1 kg da marca Sannys®. A estatura foi avaliada com o participante de pé, com os braços estendidos ao lado do corpo, em estadiômetro portátil da marca Sannys®, com altura mínima de 115 cm e máxima de 210 cm e precisão de 0,1 cm. Posteriormente foi calculado o Índice de Massa Corporal (IMC), o qual foi classificado de acordo com os valores propostos pela Organização Mundial da Saúde.

 

    Como forma de avaliar a composição corporal, foram aferidas as dobras cutâneas, usando o adipômetro da marca Lange®, para posterior verfificação do percentual de gordura corporal por meio do Protocolo de 7 dobras (subescapular, tricipital, peitoral, axilar média, supra ilíaca, abdominal e coxa) proposto por Jackson, e Pollock (1978).

 

    Como forma de investigar a ingestão alimentar habitual dos participantes, foi entregue um diário alimentar de 3 dias para ser preenchido com as informações de consumo de dois dias de semana e um dia do final de semana. Para a coleta do diário alimentar, foi instruído aos participantes da maneira adequada para a realização do mesmo (anotar os horários e quantidades de todos alimentos consumido nas refeições daquele dia). Ao final da coleta, calculou-se a média diária da ingestão calórica e dos macronutrientes. Para complementar esta avaliação dietética, também foi aplicado um Questionário de Frequência Alimentar (Fisberg et al., 2008) e levantadas as preferências e aversões alimentares, bem como o horário das refeições, a ingestão hídrica diária, o número de pessoas com quem residiam e o uso de suplementos nutricionais. As medidas casieras foram observadas a partir dos estudo de Pinheiro et al. (2008).

 

    Para calcular o valor energético e de macronutrientes das refeições contidas no diário alimentar, utilizou-se o software DietSmart® e os resultado obtidos foram comparados com as recomendações propostas pela Sociedade Brasileira de Medicina Esportiva.

 

    A pesquisa foi aprovada em seus aspectos éticos e metodológicos pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Franca (CAAE: 61676416.9.0000.5495).

 

Resultados 

 

    A Tabela 1 apresenta as variáveis pessoais e os resultados da avaliação antropométrica dos participantes e a Tabela 2 mostra os dados da investigação dietética.

 

Tabela 1. Valores de média e desvio padrão das variáveis antropométricas (n = 20)

Variáveis

Média ± Desvio padrão

Idade (anos)

33,71 ± 11,84

Peso (kg)

80,45 ± 11,37

Estatura (m)

1,75 ± 0,05

Gordura Corporal (%)

12,17 ± 5,09

Massa Magra (kg)

65,64 ± 16,79

IMC (kg/m²)

25,55 ± 3,19

Fonte: Elaboração própria

 

Tabela 2. Valores de média e desvio padrão das variáveis dietéticas (n = 20)

Variáveis

Média ± Desvio padrão

Valor Energético (kcal)

2250,98 ± 1156,94

Proteínas (g)

142,40 ± 98,13

Carboidrato (g)

222,96 ± 117,14

Lipídeos (g)

88,05 ± 62,75

Fonte: Elaboração própria

 

    O Gráfico 1 mostra os alimentos mais consumidos pelos indivíduos de acordo com cada grupo pertencente ao questionário de frequência alimentar e a Gráfico 2 mostra o contrário, os alimentos menos consumidos.

 

Gráfico 1. Alimentos mais consumidos pelos indivíduos de acordo com cada grupo alimentar do questionário de frequência

Gráfico 1. Alimentos mais consumidos pelos indivíduos de acordo com cada grupo alimentar do questionário de frequência

Fonte: Elaboração própria

 

Gráfico 2. Alimentos menos consumidos pelos indivíduos de acordo com cada grupo alimentar do questionário de frequência

Gráfico 2. Alimentos menos consumidos pelos indivíduos de acordo com cada grupo alimentar do questionário de frequência

Fonte: Elaboração própria

 

    O Gráfico 3 apresenta a porcentagem de participantes que consumia suplementos alimentares, a qual se dividiu igualmente.

 

Gráfico 3. Frequência de utilização de suplementos alimentares pelos indivíduos (n=20)

Gráfico 3. Frequência de utilização de suplementos alimentares pelos indivíduos (n=20)

Fonte: Elaboração própria

 

    Quando questionados sobre quais eram os tipos de suplementos mais consumidos, os participantes responderam “whey protein”, como mostra a Gráfico 4.

 

Gráfico 4. Tipo de suplementos alimentares utilizados pelos praticantes de academia (n=10)

Gráfico 4. Tipo de suplementos alimentares utilizados pelos praticantes de academia (n=10)

Fonte: Elaboração própria

 

Discussão 

 

    Como já era previsto, de acordo com a Tabela 1 o IMC encontrado possui classificação média como sobrepeso. Porém, como foi analisado um grupo de praticantes de exercícios físicos, era esperado que a composição corporal se apresentasse mais baixa e com uma quantidade de massa magra maior do que de massa gorda, ocasionando um possível viés ao se classificar tal indivíduo apenas pelo IMC (Bragança et al., 2020). Esses dados vão ao encontro com outros autores que classificam a porcentagem de gordura corporal esperada para esta população entre 5 e 10% ou um valor médio para homens entre 5 e 15% de gordura corporal. (Segheto et al., 2018; Pretto et al., 2020)

 

    A partir da razão entre a ingestão calórica (kcal) e o peso (kg) dos participantes, obtém-se uma média de 27,97 kcal/kg/dia, sendo que o preconizado pela literatura é de 30 a 50 Kcal/Kg/dia (Revista Brasileira de Medicina do Esporte, 2009). Desta forma, a ingestão esteve próxima ao limite inferior. O mesmo acontece quando avaliado apenas o valor energético total consumido, que se mostrou abaixo dos resultados encontrados nas demais pesquisas, nas quais os valores variaram entre 3150 a 4300 kcal/dia. (Serejo et al., 2018; Nascimento et al., 2021)

 

    O consumo de carboidratos também se mostrou abaixo das recomendações, que variam de 60 a 70% das calorias diárias, ou de 5 a 8 g/Kg/dia de acordo com a Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (2009). Tal evidência também foi verificada por outros autores. Cholewa et al. (2019) apresentam dados que corroboram com os achados de que um consumo reduzido de carboidratos podem afetar de forma indireta o resultado podendo comprometer o treinamento físico dos indivíduos.

 

    A recomendação da ingestão de proteínas em exercício de força varia de 1,6 a 1,7 g/Kg/dia (van Zanten et al., 2018). Observou-se dentre os participantes uma ingestão de 1,7 g/kg/dia, estando de acordo com a literatura. Contudo, ao somar a ingestão proteica via suplementos alimentares para alguns indivíduos, é possível que tenha havido uma ingestão além do preconizado. Segundo a literatura, um consumo de proteína maior do que 1,8 g/kg/dia não promove ganho de massa muscular mais significativo quando comparado a valores menores e nem aumento de desempenho. (Silveira et al., 2021)

 

    Já os lipídeos devem seguir uma ordem de 1 g/kg peso, representando 30% do VET. Nosso estudo apresentou um consumo equivalente a 35% das calorias médias totais, representando 1,09 g/kg peso, bem próximo ao preconizado pela literatura.

 

    Baseando-se nos inquéritos alimentares analisados, pôde-se perceber que o questionário de frequência utilizado no presente estudo não foi tão eficaz para esta população estudada (Costa et al., 2021; Fisberg et al., 2008). A maioria dos alimentos não eram consumidos diariamente (Gráfico 2) ou durante a semana por indivíduos que possuíam como objetivo a perda de gordura corporal e/ou hipertrofia muscular. Isto pode estar associado ao fato da população analisada já ter uma ideia um pouco melhor de hábitos alimentares saudáveis e, pelo menos nos dias durante a semana, evitarem alimentos de pior qualidade nutricional. Sendo assim, acreditamos que o uso de um questionário adaptado ao público estudado possa propiciar resultados mais satisfatórios. (Machado, e Adami, 2019)

 

    Ao analisar a ingestão de suplementos alimentares foi possível perceber uma alta ingestão de aminoácidos (somatório dos que consumiam BCAA e glutamina). Hoje em dia, resultados de pesquisas tem comprovado que não há melhora no desempenho físico e/ou sistema imunológico após utilização de aminoácidos de cadeia ramificada (BCAA) (Junior, 2016) assim como a glutamina oferece uma melhora no sistema intestinal e imunitário apenas para pacientes internados em centros de terapia intensiva. Sendo assim, seria interessante reavaliar a necessidade e objetivo destes participantes ao utilizar destes suplementos. (Dwyer, e Coates, 2018)

 

    A albumina, semelhantemente ao Whey Protein, pode auxiliar na promoção da hipertrofia muscular quando a ingestão proteica estiver aquém do que o necessário. (Sousa, e Drummond, 2018)

 

    A creatina representou 13% da população total que consumiam suplementos. Este artifício possui comprovações cientificas sobre sua eficácia na hipertrofia muscular, quando acompanhados de treinamento muscular. Porém, as causas ainda não foram elucidadas e hipóteses ainda estão sendo investigadas. Aparentemente, um ganho de força e uma retenção hídrica intramuscular são apontados como principais efeitos. (Gualano et al., 2010; Oliveira et al., 2017)

 

    Nossos achados corroboram com Ferreira et al. (2016) que também encontraram como os suplementos mais consumidos sendo as proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas, minerais e por fim os termogênicos. Já Hirschbruch et al. (2008) apontaram as bebidas esportivas como a maior representatividade por parte dos participantes e, em seguida, as vitaminas e minerais, hipercalóricos, proteínas e aminoácidos.

 

Conclusão 

 

    Os praticantes de exercício físico avaliados apresentaram um percentual de gordura corporal dentro do recomendado, um baixo consumo de carboidratos eingestão aumentada de proteínae adequada de lipídios. O consumo de suplementos foi verificado em 50% dos entrevistados.

 

    Acredita-se que um acompanhamento nutricional especializado seja necessário para melhorar a qualidade da alimentação destes indivíduos e manter um estado nutricional adequado.

 

Referências 

 

Alves, J. de A., Andrade, K.A., e Pachú, C.O. (2022). The influence of physical activity for people with obesity: An integrative review. Research, Society and Development, 11(1), e37311125036–e37311125036. https://doi.org/10.33448/rsd-v11i1.25036

 

Bragança, MLBM, Oliveira, BR, Fonseca, JM, Batalha, MA, Bogea, EG, Coelho, CCNS, Kac, G., e Silva, AAM. (2020). Assessment of blood biomarkers in adolescents classified by body mass index and body fat percentage. Cadernos de Saúde Pública, 36. https://doi.org/10.1590/0102-311X00084719

 

Canuto, R., Fanton, M., e Lira, P.I.C. de (2019). Iniquidades sociais no consumo alimentar no Brasil: Uma revisão crítica dos inquéritos nacionais. Ciência & Saúde Coletiva, 24, 3193–3212. https://doi.org/10.1590/1413-81232018249.26202017

 

Cholewa, J.M., Newmire, D.E., e Zanchi, N.E. (2019). Carbohydrate restriction: Friend or foe of resistance-based exercise performance? Nutrition, 60, 136–146. https://doi.org/10.1016/j.nut.2018.09.026

 

Christinelli, H.C.B., Souza, J.M.S. de, Costa, M.A.R., Teston, É.F., Borim, M.L.C., e Fernandes, C.A.M. (2020). Effectiveness of a dietary re-education and physical activity program on obesity. Revista Gaúcha de Enfermagem, 41. https://doi.org/10.1590/1983-1447.2020.20190213

 

Costa, PD, Canaan, JCR, Castelo, PM, Fonseca, DC, Pereira-Dourado, SM, Murata, RM, Pardi, V., e Pereira, LJ (2021). Influence of Micronutrient Intake, Sociodemographic, and Behavioral Factors on Periodontal Status of Adults Assisted by a Public Health Care System in Brazil: A Cross-Sectional Multivariate Analysis. Nutrients, 13(3), 973. https://doi.org/10.3390/nu13030973

 

Dwyer, J.T., e Coates, P.M. (2018). Why Americans Need Information on Dietary Supplements. The Journal of Nutrition, 148(suppl_2), 1401S-1405S. https://doi.org/10.1093/jn/nxy081

 

Ferreira, A.B., Lima, V.A. de, Souza, W.C. de, Mascarenhas, L.P.G., e Leite, N. (2016). Quais os suplementos alimentares mais utilizados? Cinergis, 17(1), Article 1. https://doi.org/10.17058/cinergis.v17i1.6909

 

Fisberg, R.M., Colucci, A.C.A., Morimoto, J.M., e Marchioni, D.M.L. (2008). Food frequency questionnaire for adults from a population-based study. Revista de Saúde Pública, 42, 550–554. https://doi.org/10.1590/S0034-89102008005000020

 

Gualano, B., Acquesta, F.M., Ugrinowitsch, C., Tricoli, V., Serrão, J.C., e Lancha Junior, A.H. (2010). Effects of creatine supplementation on strength and muscle hypertrophy: Current concepts. Revista Brasileira de Medicina Do Esporte, 16, 219–223. https://doi.org/10.1590/S1517-86922010000300013

 

Haskell, WL, Lee, IM, Pate, RR, Powell, KE, Blair, SN, Franklin, BA, Macera, CA, Heath, GW, Thompson, PD, e Bauman, A. (2007). Physical activity and public health: Updated recommendation for adults from the American College of Sports Medicine and the American Heart Association. Medicine and Science in Sports and Exercise, 39(8), 1423–1434. https://doi.org/10.1249/mss.0b013e3180616b27

 

Hirschbruch, M.D., Fisberg, M., e Mochizuki, L. (2008). Supplement use amongst young individuals in São Paulo’s fitness centers. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, 14, 539–543. https://doi.org/10.1590/S1517-86922008000600013

 

Jackson, A.S., e Pollock, M.L. (1978). Generalized equations for predicting body density of men. British Journal of Nutrition, 40(3), 497–504. https://doi.org/10.1079/BJN19780152

 

Junior, M.P. (2016). Efeito da suplementação de aminoácidos de cadeia ramificada no desempenho físico humano. RBNE - Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, 10(56), 157–164. http://www.rbne.com.br/index.php/rbne/article/view/616

 

Machado, F.C., e Adami, F.S. (2019). Relação do consumo de alimentos in natura, processados e ultra processados com gênero, idade e dados antropométricos. RBONE - Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, 13(79), 407–416. http://www.rbone.com.br/index.php/rbone/article/view/975

 

McCrink, C.M., McSorley, E.M., Grant, K., McNeilly, A.M., e Magee, P.J. (2021). An investigation of dietary intake, nutrition knowledge and hydration status of Gaelic Football players. European Journal of Nutrition, 60(3), 1465–1473. https://doi.org/10.1007/s00394-020-02341-x

 

Nascimento, O.V. do, Rocha, A.W. de O., e Nascimento, W.M. do (2021). Nível de conhecimento e de ingestão nutricional de atletas adultos. Revista Brasileira de Nutriçao Esportiva, 15(92), 208–219. http://www.rbne.com.br/index.php/rbne/article/view/1841

 

Oliveira, L.M., Azevedo, M.D.O., e Cardoso, C.K.D.S. (2017). Efeitos da suplementação de creatina sobre a composição corporal de praticantes de exercícios físicos: Uma revisão de literatura. RBNE - Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, 11(61), 10–15. http://www.rbne.com.br/index.php/rbne/article/view/618

 

Pinheiro, A.B.V., Lacerda, E.M. de A., Benzecry, E.H., Gomes, M.C. da S., e Costa, V.M. da (2008). Tabela para avaliação de consumo alimentar em medidas caseiras (5ª ed.). Editora Atheneu.

 

Pinto-Bernal, M.J., Cifuentes, C.A., Perdomo, O., Rincón-Roncancio, M., e Múnera, M. (2021). A Data-Driven Approach to Physical Fatigue Management Using Wearable Sensors to Classify Four Diagnostic Fatigue States. Sensors (Basel, Switzerland), 21(19), 6401. https://doi.org/10.3390/s21196401

 

Pretto, A.D.B., Salerno, P.S.V., Pastore, C.A., Pinheiro, E. dos S., e Ferreira, G.D. (2020). Composição corporal e perfil bioquímico de atletas profissionais de futebol em pré-temporada. RBNE - Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, 14(84), 75–83. http://www.rbne.com.br/index.php/rbne/article/view/942

 

Revista Brasileira de Medicina do Esporte (2009). Modificações dietéticas, reposição hídrica, suplementos alimentares e drogas: Comprovação de ação ergogênica e potenciais riscos para a saúde. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, 15, 2–12. https://doi.org/10.1590/S1517-86922009000400001

 

Rodrigues, RM, Carli, ED, Araújo, MC, Verly Junior, E., Marchioni, DML, Bezerra, IN, Souza, AM, Yokoo, EM, Pereira, RA, e Sichieri, R. (2021). Limitações na comparação dos Inquéritos Nacionais de Alimentação de 2008–2009 e 2017–2018. Revista de Saúde Pública, 55, 3s. https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2021055003365

 

Segheto, W., Hallal, PC, Marins, JCB, Silva, DCG, Coelho, FA, Ribeiro, AQ, Morais, SHO, e Longo, GZ (2018). Fatores associados e índice de adiposidade corporal (IAC) em adultos: Estudo de base populacional. Ciência & Saúde Coletiva, 23, 773–783. https://doi.org/10.1590/1413-81232018233.11172016

 

Serejo, BAM, Leite, GC, Carvalho, HSAM, Silva, DMBD, Caldas, EDS, Miranda, BLGD, Pestana, ER, e Araúo, MLD (2018). Perfil nutricional e consumo de suplemento alimentar de atletas de futebol em um clube profissional de São Luís-MA. RBNE - Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, 12(69), 87–92. http://www.rbne.com.br/index.php/rbne/article/view/991

 

Silveira, VNC, Silva, SC, Padilha, LL, Moreira, JSB, Martins, ICVS, Reis, AD, Santos, AF, Castro, AS, e Veloso, HJF (2021). Fatores associados ao elevado percentual de gordura corporal em indivíduos fisicamente ativos. DEMETRA: Alimentação, Nutrição & Saúde, 16(0), 48505. https://doi.org/10.12957/demetra.2021.48505

 

Sousa, B.A., e Drummond, M.G. (2018). O impacto da suplementação proteica na hipertrofia muscular de desportistas. Revista Brasileira de Ciências da Vida, 6(05), 129–144. http://jornalold.faculdadecienciasdavida.com.br/index.php/RBCV/article/view/797

 

van Zanten, ARH, Petit, L., De Waele, J., Kieft, H., de Wilde, J., van Horssen, P., Klebach, M., e Hofman, Z. (2018). Very high intact-protein formula successfully provides protein intake according to nutritional recommendations in overweight critically ill patients: A double-blind randomized trial. Critical Care, 22(1), 156. https://doi.org/10.1186/s13054-018-2070-5


Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 27, Núm. 290, Jul. (2022)