Lecturas: Educación Física y Deportes | http://www.efdeportes.com

ISSN 1514-3465

 

Motivação na adesão e regularidade de praticantes de ginástica laboral

Motivation in the Adhesion and Regularity of Practitioners of Labor Gymnastics

Motivación en la adhesión y regularidad de practicantes de gimnasia laboral

 

Antônio Alencar Rocha*

antonioalencar@terra.com.br

Carlos Adelar Abaide Balbinotti**

cbalbinotti@terra.com.br

Claudia Tarragô Candotti***

claudiacandotti@gmail.com

Marcelo Francisco da Silva Cardoso**

marcelocardoso.esef@gmail.com

 

*Educador Físico. Mestre em Ciências do Movimento Humano

pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (ESEFID/UFRGS)

**Educador Físico. Doutor em Ciências do Movimento Humano

Docente na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (ESEFID/UFRGS)

***Educadora Física e Fisioterapeuta. Doutora em Ciências do Movimento Humano

Docente na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (ESEFID/UFRGS)

(Brasil)

 

Recepção: 09/12/2021 - Aceitação: 03/04/2022

1ª Revisão: 22/03/2022 - 2ª Revisão: 27/03/2022

 

Level A conformance,
            W3C WAI Web Content Accessibility Guidelines 2.0
Documento acessível. Lei N° 26.653. WCAG 2.0

 

Creative Commons

Este trabalho está sob uma licença Creative Commons

Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional (CC BY-NC-ND 4.0)

https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt

Citação sugerida: Rocha, A.A., Balbinotti, C.A.A., Candotti, C.T., y Cardoso, M.F. da S. (2022). Motivação na adesão e regularidade de praticantes de ginástica laboral. Lecturas: Educación Física y Deportes, 27(288), 32-42. https://doi.org/10.46642/efd.v27i288.3305

 

Resumo

    Introdução: A ginástica laboral (GL) insere o exercício físico no trabalho e apesar dos seus benefícios, a adesão às aulas não é unânime. Objetivo: Identificar o perfil motivacional de praticantes regulares de GL a partir das seis dimensões motivacionais (Controle de Estresse, Saúde, Sociabilidade, Competitividade, Estética e Prazer). Métodos: 389 trabalhadores (setor administrativo e de produção) responderam ao Questionário de Identificação das Variáveis de Controle e o Inventário de Motivação à Prática Regular de Atividades Físicas e Esportivas (IMPRAFE-132). As respostas foram analisadas nas categorias: (1) faixa etária; (2) especificidade das funções; (3) participação nas aulas, utilizando Teste t para amostras independentes (α<0,05). Resultados: O perfil motivacional dos praticantes de GL segue o seguinte ordenamento das dimensões, por ordem de importância: Controle de Estresse, Prazer, Saúde, Sociabilidade, Estética e Competitividade. A comparação entre: (1) faixa etária não demonstrou diferença (p>0,05) para nenhuma das dimensões; (2) a especificidade das funções demonstrou que o setor de produção apresentou valores superiores (p<0,001) ao administrativo em cinco dimensões (Saúde, Sociabilidade, Competitividade, Estética e Prazer); e (3) a participação nas aulas demonstrou diferença (p=0,019) apenas na dimensão Saúde, com valores superiores para aqueles com “mais de 1 ano de prática”. Conclusões: Esses resultados sinalizam que a adesão desses trabalhadores à GL pode mesmo ter se originado da motivação, sendo que, independentemente do setor em que os trabalhadores estão vinculados, da faixa etária ou do tempo de prática de GL, as dimensões que mais os motivam, independente da ordem, são Controle de Estresse, Prazer e Saúde.

    Unitermos: Motivação. Atividades físicas. Ginástica no trabalho.

 

Abstract

    Introduction: Labor gymnastics (LG) includes physical exercise at work and despite its benefits, adherence to classes is not unanimous. Objective: To identify the motivational profile of regular practitioners of LG from the six motivational dimensions (Stress Control, Health, Sociability, Competitiveness, Aesthetics and Pleasure). Methods: 389 workers (administrative and production sectors) answered the Questionnaire for the Identification of Control Variables and the Inventory of Motivation for the Regular Practice of Physical and Sports Activities (IMPRAFE-132). The answers were analyzed in the following categories: (1) age group; (2) specificity of functions; (3) participation in classes, using the t test for independent samples (α<0.05). Results: The motivational profile of LG practitioners follows the following order of dimensions, in order of importance: Stress Control, Pleasure, Health, Sociability, Aesthetics and Competitiveness. The comparison between: (1) age group showed no difference (p>0.05) for any of the dimensions; (2) the specificity of the functions showed that the production sector presented higher values ​​(p<0.001) than the administrative sector in five dimensions (Health, Sociability, Competitiveness, Aesthetics and Pleasure); and (3) participation in classes showed a difference (p=0.019) only in the Health dimension, with higher values ​​for those with “more than 1 year of practice”. Conclusions: These results indicate that the adhesion of these workers to LG may even have originated from motivation, and, regardless of the sector in which the workers are linked, the age group or the length of practice of LG, the dimensions that most motivate them, regardless of order, are Stress Control, Pleasure, and Health.

    Keywords: Motivation. Physical activity. Gymnastics in the workplace.

 

Resumen

    Introducción: La adherencia a clases de gimnasia laboral (GL), a pesar de ser beneficiosa, no es unánime. Objetivo: Identificar el perfil motivacional de practicantes habituales de GL según seis dimensiones (Control del Estrés, Salud, Sociabilidad, Competitividad, Estética y Placer). Métodos: 389 trabajadores (sectores administrativo y productivo) respondieron el Cuestionario para la Identificación de Variables de Control y el Inventario de Motivación para la Práctica Regular de Actividades Físicas y Deportivas (IMPRAFE-132). Las respuestas fueron analizadas en categorías: (1) grupo de edad; (2) especificidad de funciones; (3) participación en clases, utilizando la prueba t para muestras independientes (α<0.05). Resultados: El perfil motivacional de practicantes de GL sigue la siguiente categorización de dimensiones, en orden de importancia: Control del Estrés, Placer, Salud, Sociabilidad, Estética y Competitividad. La comparación entre: (1) grupo de edad no mostró diferencia (p> 0,05) para ninguna de las dimensiones; (2) la especificidad de funciones mostró que el sector productivo presentó valores superiores (p<0,001) al sector administrativo en cinco dimensiones (Salud, Sociabilidad, Competitividad, Estética y Placer); y (3) la participación en clases mostró diferencia (p=0,019) solo en la dimensión Salud, con valores más altos para aquellos con “más de 1 año de práctica”. Conclusiones: Estos resultados indican que la adherencia de estos trabajadores a GL puede tener su origen en la motivación, e independientemente del sector al que se vinculen los trabajadores, el grupo de edad o el tiempo de práctica de LG, las dimensiones que más los motivan, independientemente del orden, son Control del Estrés, Placer y Salud.

    Palabras clave: Motivación. Actividades físicas. Gimnasia laboral.

 

Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 27, Núm. 288, May. (2022)


 

Introdução 

 

    A ginástica laboral (GL) é uma importante aliada das empresas e dos trabalhadores, inserindo o exercício físico no ambiente de trabalho (Santos, e Melo, 2019). Por sua praticidade e funcionalidade, vem sendo incorporada como parte da rotina de trabalho, pois as corporações identificaram seu potencial para prevenir e atenuar os efeitos gerados pelo desempenho inadequado das atividades laborais e agravos à saúde (Laux, 2019; Laux et al., 2020). Os benefícios aos trabalhadores da prática regular da GL estão diretamente relacionados à melhora e manutenção da saúde e da qualidade de vida (Candotti et al., 2011; Silva, e Mocarzel, 2019), bem como à capacidade de minimizar o desenvolvimento dos fatores de risco que predispõem às disfunções crônico-degenerativas. (Miragaya, 2006; Valbuena Santos, 2020)

 

    Embora estes benefícios sejam amplamente difundidos pelos profissionais da área da saúde e pelos veículos de comunicação, nem sempre a GL apresenta adesão dos trabalhadores às aulas ou a sua manutenção dentro do processo (Silva, e Mocarzel, 2019). Referente a adesão nas aulas de GL e a manutenção de um estilo de vida mais ativo entre os trabalhadores, entende-se que a motivação é a “peça-chave”.

 

Imagem 1. A dimensão Saúde é prioritária para os trabalhadores do setor de Produção

Imagem 1. A dimensão Saúde é prioritária para os trabalhadores do setor de Produção

Fonte: Pixabay.com

 

    A motivação é um processo psicológico complexo que auxilia na compreensão das diferentes ações e escolhas individuais, sendo um dos fatores determinantes do modo como uma pessoa se comporta (Schultz, e Edington, 2007), ou seja, a motivação influencia o início de uma atividade e a sua manutenção com persistência e vigor ao longo do tempo (Pansera et al., 2016). As pessoas podem ser motivadas intrinsecamente (interesse, satisfação prazer inerentes a atividade) e extrinsecamente (realizada como meio para obter algo, seja uma obrigação ou premiação) (Ryan, e Deci, 2000). Justamente por essa razão, a motivação também é considerada como uma variável fundamental para a adesão à prática da atividade física e para a continuidade dentro do processo (Weinberg, e Gould, 2008; Krebs, et al., 2011), pois incita as pessoas a se superarem e a persistirem na consecução dos objetivos que almejam a médio e longo prazo. Na intenção de identificar os motivos que levam as pessoas a aderirem e a se manterem praticando regularmente a atividade física e esportiva, alguns estudos foram desenvolvidos com diferentes atividades e públicos variados (Balbinotti et al., 2009; Barbosa et al., 2019). Não obstante, os motivos que levam os praticantes a manterem um perfil motivacional que possibilite a regularidade nas aulas de GL ainda são pouco conhecidos, pois a maioria dos estudos focam nos aspectos morfológicos dos efeitos da GL. (Neves et al., 2018)

 

    Nesse sentido, se entende que um maior aporte de conhecimento sobre o tema motivação à prática regular de GL possa proporcionar ao professor de GL um maior entendimento do perfil motivacional do seu grupo de trabalho, fornecendo-lhe ferramentas para o planejamento das suas aulas, de modo a torná-las mais atraentes aos praticantes (Candotti et al., 2011; Ferreira, e Silva, 2013). Especula-se que uma prática atraente de GL, baseada em princípios motivacionais é capaz de contribuir para o aumento dos índices de adesão e permanência dos trabalhadores dentro do processo de GL, oportunizando a um maior número de praticantes os benefícios biopsicossociais proporcionados pela prática regular da GL. Portanto, o presente estudo teve como objetivo identificar o perfil motivacional de praticantes regulares de ginástica laboral a partir das seis dimensões motivacionais (Controle de Estresse, Saúde, Sociabilidade, Competitividade, Estética e Prazer).

 

Métodos 

 

    A amostra foi composta por trabalhadores provenientes de uma indústria de alimentos do município de Santa Cruz do Sul, RS (setores administrativo e de produção) e bancários de duas agências de um banco estatal do município de Porto Alegre, RS. As atividades laborais do setor administrativo em geral requerem concentração e acarretam desgaste mental e psicológico, são repetitivas, desempenhadas predominantemente na posição sentada com a utilização de computadores, podendo ou não envolver contato com o público. As atividades do setor de produção requerem concentração e esforço físico, são de cunho operacional, repetitivas, monótonas e desempenhadas em pé.

 

    Para o cálculo do tamanho amostral utilizou-se o G*Power 3.1.9, considerando os indicadores, de efeito médio 0,4, uma probabilidade de erro assumida (α=0,05) e de um poder do teste estatístico de 0,95 (1-β errprob=0,95), Teste t Student para diferença entre dois grupos independentes. O tamanho da amostra calculada foi de 368 sujeitos. Entretanto, por motivos éticos de não excluir trabalhadores que desejavam participar do estudo e que estavam participando nas aulas de GL, foi coletado um nº maior do que o número mínimo calculado.

 

    Os critérios de inclusão foram: ter participação mínima de 70% nas aulas de GL e disponibilidade em participar. O critério de exclusão foi ter capacidade cognitiva para preenchimento dos questionários sem auxílio. Esse estudo foi aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul onde foi realizado, sob o número 22086.

 

    A GL que os trabalhadores dessa pesquisa praticavam nos seus respectivos locais de trabalho tinha frequência de 2 sessões por semana e era do tipo “Compensatória” (Pressi, e Candotti, 2005), sendo as aulas realizadas no decorrer do turno de trabalho, em uma sala própria. Em linhas gerais, nas aulas de GL as atividades desenvolvidas eram: lúdicas (com balões, bolinhas de tênis e música), de mobilidade articular (livre e com materiais, como cordas e bastões), alongamentos (priorizando os grupos musculares mais utilizados na função), de reforço muscular (com elásticos e atividades em duplas) e de relaxamento (com exercícios respiratórios e música).

 

    Para fins de análise, os trabalhadores foram agrupados em três categorias: (1) pela “faixa etária” (Papalia, e Olds, 2000): de 18 a 40 anos (adulto jovem) e de 41 a 65 anos (meia-idade); (2) pela “especificidade das funções”: setor administrativo e setor de produção; e (3) pela “participação nas aulas”: até 1 ano de prática e mais de 1 ano de prática de GL.

 

    Inicialmente as empresas foram contatadas para apresentação dos objetivos do estudo e obtenção do consentimento dos responsáveis administrativos para a realização do estudo nas suas respectivas dependências. Ainda, obteve-se também a concordância dos gestores responsáveis pelo processo de ginástica laboral com a realização do estudo. Após esse processo, foi realizada uma visita para apresentar o estudo aos trabalhadores e convidá-los a participar do mesmo, entregando-lhes o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Nessa ocasião foram combinados a data e os horários em que seriam aplicados os questionários.

 

    A coleta de dados foi realizada no período de uma semana, previamente combinada, durante o horário das aulas de GL. Os questionários foram respondidos individualmente, mas aplicados coletivamente a todos os trabalhadores que se disponibilizaram a participar voluntariamente.O tempo de preenchimento dos questionários variou entre 10 e 15 minutos.

 

    Os instrumentos utilizados foram: (1) Questionário de Identificação das Variáveis de Controle (QIVC), que forneceu informações sobre idade, sexo, setor onde trabalha e tempo de prática da GL,para agrupar os trabalhadores nas três categorias de análise. O QIVC foi elaborado pelos pesquisadores especificamente para essa pesquisa; e (2) Inventário de Motivação à Prática Regular de Atividade Física e Esportiva (IMPRAFE - 132) (Balbinotti, 2010) que permitiu avaliar as seis dimensões motivacionais: Controle de estresse, Saúde, Sociabilidade, Competitividade, Estética e Prazer.

 

    O IMPRAFE – 132 é composto por 132 itens agrupados 6 a 6, observando a seguinte sequência: o primeiro item do primeiro bloco de 6 apresenta uma questão relativa à dimensão motivacional Controle de Estresse (ex.: liberar tensões mentais), a segunda Saúde (ex.: manter a forma física), a terceira Sociabilidade (ex.: estar com amigos), a quarta Competitividade (ex.: vencer competições), a quinta Estética (ex.: manter bom aspecto) e a sexta Prazer (ex.: me sentir melhor). Esse mesmo modelo se repete no segundo bloco de 6 questões, até completar 22 blocos (perfazendo um total de 132 questões). O bloco de n° 22 é composto de seis questões repetidas (escala de verificação). Seu objetivo é identificar o grau de concordância entre a primeira e a segunda resposta ao mesmo item. As respostas aos itens são respondidas em uma escala de Tipo Likert, graduados em sete pontos, indo de “Isto me motiva pouquíssimo” (1) a “É por esse motivo que eu pratico atividade física ou esporte” (7). Os valores mínimos obtidos no somatório de cada uma das dimensões são de 122 e os valores máximos de 154. Esses valores são adimensionais.

 

    As respostas dos inventários foram tabuladas e submetidas a tratamento estatístico no software SPSS 18.0. Inicialmente foi verificada a normalidade dos dados pelo teste de Kolmogorov-Smirnov e a homogeneidade das variâncias através do teste F de Levene, sendo que em todos os casos a homogeneidade das variâncias foi assumida. Como os dados apresentaram distribuição normal foi utilizado o Teste t para amostras independentes para testar a diferença estatisticamente significativa nas médias das dimensões motivacionais entre os grupos das quatro categorias de análise. O nível de significância foi de 0,05.

 

Resultados 

 

    A amostra foi composta por 389 trabalhadores que praticavam GL regularmente, 348 provenientes da indústria de alimentos e 41 bancários. Do total de trabalhadores, 74% (n=290) deles eram do sexo masculino e 26% (n=99) do sexo feminino; 66% (n=256) estavam na faixa etária de 18 a 40 anos e 34% (n=133) na faixa etária de 41 a 65 anos; 38% (n=146) eram do setor administrativo e 62% (n=243) eram do setor de produção; 38% (n=145) tinham até 1 ano de prática de GL e 62% (n=244) tinham mais de 1 ano de prática de GL (Tabela 1).

 

    Os resultados demonstraram que as dimensões que mais motivam os praticantes regulares de GL foram: Controle de Estresse, Saúde, Prazer, seguido respectivamente das dimensões Sociabilidade, Estética e Competitividade. Em alguns casos a ordem dos resultados se inverte, porém o padrão permanece o mesmo, onde as três primeiras dimensões sempre aparecem com valores superiores (Tabela 1).

 

Tabela 1. Média e desvio-padrão das dimensões motivacionais para a amostra geral e para a amostra

dividida nas três categorias de análise: Faixa etária, Especificidade das funções e Participação nas aulas

Dimensões motivacionais (adimensional)

Geral

(n=389)

Faixa etária

Especificidade das funções

Participação nas aulas

Adulto Jovem

(n=256)

Meia-idade (n=133)

Setor Administrativo (n=146)

Setor de Produção (n=243)

Até 1 ano (n=145)

Mais de 1 ano (n=244)

Controle de Estresse

96,7±26,7

95,8±26,6

98,4±27,1

94,4±27,5

98,1±26,2

96,7±28,2

96,7±25,9

Saúde

95,4±27,8

94,1±27,1

97,9±29,2

87,4±26,9

100,2±27,3

91,1±27,9

98,0±27,5

Sociabilidade

95,4±27,6

77,2±26,5

80,4±29,5

70,8±25,6

82,8±27,8

76,8±26,3

79,2±28,3

Competitividade

65,1±27,1

64,2±26,1

66,9±28,9

54,7±23,7

71,3±27,1

63,6±26,0

66,0±27,7

Estética

65,5±29,0

64,3±28,1

68,0±30,5

55,2±25,1

71,7±29,4

62,6±27,9

62,6±29,5

Prazer

95,8±25,9

94,1±25,4

99,0±26,7

89,8±25,3

99,4±25,6

94,6±25,8

96,5±26,0

Fonte: Elaboração própria

 

    A comparação entre as faixas etárias não demonstrou diferença estatisticamente significativa (p>0,05) para nenhuma das seis dimensões motivacionais, sugerindo que a motivação para a prática da GL independe da idade (Tabela 2).

 

    Quando a comparação considerou as especificidades das funções, os resultados demonstraram que os trabalhadores do setor de produção apresentaram médias significativamente superiores (p<0,001) aos trabalhadores do setor administrativo, em todas as dimensões motivacionais (Saúde, Sociabilidade, Competitividade, Estética e Prazer), exceto na dimensão Controle de Estresse, onde não foi encontrada diferença significativa entre as duas funções (Tabela 2).

 

    E, quanto à participação nas aulas, a comparação entre os grupos “até 1 ano de prática” e “mais de 1 ano de prática” demonstrou diferença significativa (p=0,019), apenas na dimensão Saúde, sendo a média do grupo com “mais de 1 ano de prática” significativamente maior que a média do grupo com “até 1 ano de prática” (Tabela 2).

 

Tabela 2. Comparações das dimensões motivacionais entre as categorias de análise: 

Faixa etária, Especificidade das funções e Participação nas aulas

Dimensões motivacionais (adimensional)

Faixa etária: Adulto Jovem x Meia-idade

Especificidade das funções: Administrativo x Produção

Participação nas aulas: Até 1 ano x Mais de 1 ano

T

Sig

T

Sig

T

Sig

Controle de Estresse

-0,934

0,351

1,311

0,191

-0,018

0,986

Saúde

-1,276

0,203

4,481

0,000

-2,364

0,019

Sociabilidade

-1,063

0,288

4,265

0,000

-0,828

0,408

Competitividade

-,922

0,357

6,134

0,000

-0,836

0,404

Estética

-1,195

0,233

5,879

0,000

-1,523

0,129

Prazer

-1,768

0,078

3,574

0,000

-0,714

0,475

Fonte: Elaboração própria

 

Discussão 

 

    As dimensões que mais motivam os praticantes regulares de GL parecem estar relacionadas com uma maior preocupação com a busca do bem-estar físico e psicológico. Tanto ao analisar a amostra geral, quanto as categorias Faixa etária, Especificidade das funções e Participação nas aulas, as três primeiras dimensões motivacionais que mais apareceram, independente da ordem foram: Controle de Estresse, Prazer, Saúde.

 

    As principais limitações do presente estudo estão relacionadas à composição da categoria de análise “setor”, onde no setor administrativo os trabalhadores eram oriundos da indústria de alimentos e das agências bancárias, enquanto no setor de produção, eram todos da mesma indústria. Essa origem distinta dos trabalhadores acarretou uma diversidade de atribuições do setor administrativo, pois os trabalhadores que tinham nas suas atribuições contato direto com o público, eram diariamente expostos a situações de estresse, diferentemente daqueles que não tinham contato algum. Especula-se que essas questões podem ter influenciado os resultados.

 

    O fato das dimensões Controle de Estresse, Prazer, Saúde estarem entre as que mais motivam os trabalhadores, configurando o perfil motivacional desses trabalhadores, confirmam as informações relativas à satisfação proporcionada pelo exercício físico e sobre a sua importância para a Saúde e Controle do Estresse, que são consensuais, tanto no meio científico quanto na opinião pública. Esses resultados corroboram os principais objetivos propostos pela GL, estando ratificados em estudos realizados em vários países. (Tuulikki et al., 2005; Stort et al., 2006; Santos et al., 2007; Andersen et al., 2010; Candotti et al., 2010; Zebis et al., 2011; Christensen et al., 2011)

 

    Em relação ao Controle do Estresse, a prática regular da GL mostrou ter um papel relevante, já que ela pode representar um momento para que as pessoas se exercitem e descarreguem parte de suas tensões do dia a dia (Martins, e Duarte, 2000; Lima, 2003). Dentro desta perspectiva, entende-se que as aulas de GL deveriam ser baseadas em atividades lúdicas, atividades de relaxamento físico e psicológico com músicas calmas, técnicas de meditação, exercícios respiratórios, alongamentos com maior concentração no movimento, dentre outros. Estas atividades poderão possibilitar a liberação de hormônios opioides endógenos, trazendo a sensação de alegria e descontração. (Ebert et al., 2000)

 

    Em relação a dimensão Prazer, a prática de GL oferece aos trabalhadores a possibilidade de quebrar o ritmo do trabalho, oportunizando um espaço para distração. Os trabalhadores da produção tiveram valores nessa dimensão significativamente superiores em relação aos trabalhadores do administrativo (Tabela 2), fato que se especula estar vinculado ao fato desses trabalhadores terem atividades mais dinâmicas na sua rotina laboral.Resultados semelhantes foram encontrados em outros estudos, indicando que a dimensão Prazer é a dimensão que mais motiva pessoas acostumadas com rotinas dinâmicas, seja atletas de basquetebol, adolescentes de diferentes idades ou praticantes de taekwondo (Saldanha, 2008; Balbinotti et al., 1996; Sampedro et al., 2014). O Prazer é entendido como um motivo que está relacionado aos níveis intrínsecos de motivação, à sensação de bem-estar, de diversão e satisfação (Saldanha, 2008; Sampedro et al., 2014). Nesse sentido, entende-se que, com atividades diversificadas, principalmente as lúdicas, a GL pode ser um meio de satisfação e alegria para os trabalhadores, estimulando-os participarem das aulas voluntariamente.

 

    A dimensão Saúde, foi apontada pelos trabalhadores como fundamental na motivação à participação nas aulas de GL, principalmente entre os trabalhadores do setor de produção e para aqueles que praticam GL há mais de 1 ano (Tabela 2). Como essa dimensão está entre os principais objetivos da GL (Candotti et al., 2011; Silva, e Mocarzel, 2019), sugere-se que as atividades desenvolvidas nas aulas de GL devam ter na saúde uma atenção especial, realizando exercícios que visem combater os efeitos nocivos gerados pela sobrecarga e pelo sedentarismo do dia a dia. Dentre as atividades mais indicadas, indica-se aquelas que envolvem alongamento, reforço muscular e mobilidade articular, realizadas de forma sistemática. moderada e freqüente. (Polito, e Bergamaschi, 2002; Laux, Corazza, e Andrade, 2018)

 

    A aplicação prática do presente estudo reside na possibilidade de apontar um caminho para a organização das aulas de GL. O conhecimento sobre o perfil motivacional dos praticantes regulares de GL fornece subsídios ao professor de GL para tornar as aulas mais atraentes, colaborando desta forma, para a manutenção e aumento da adesão dos trabalhadores nos processos de GL. Isso é particularmente importante, porque a adesão e manutenção do trabalhador nas aulas de GL é o que possibilita a aquisição dos benefícios dessa prática, tanto para ele próprio, quanto para a empresa, com a redução dos índices de presenteísmo e de absentismo (Neves et al., 2018). Além disso, acredita-se que contribuição da GL está para além dos limites do ambiente do trabalho, pois tem sido demonstradas alterações positivas nos hábitos de vida relacionados à prática de atividade física de trabalhadores praticantes de GL. (Santos et al., 2020)

 

Conclusões 

 

    A partir da análise das seis dimensões motivacionais foi possível identificar o perfil motivacional dos trabalhadores praticantes regulares de GL, o qual estabelece o seguinte ordenamento das dimensões, por ordem de importância: Controle de Estresse, Prazer, Saúde, Sociabilidade, Estética e Competitividade. O perfil motivacional dos trabalhadores do setor de Produção mostra que a dimensão Saúde é prioritária para esses trabalhadores, seguida das dimensões Prazer e Controle de Estresse. Enquanto para os trabalhadores do setor administrativo a dimensão Controle de Estresse é a prioritária, seguida das dimensões Prazer e Saúde.

 

    Ao se analisar o perfil motivacional desses trabalhadores a partir da idade, percebe-se que entre os trabalhadores mais jovens (18 a 40 anos), as dimensões que mais motivam são: Controle de Estresse, Prazer e Saúde; enquanto entre os trabalhadores de 41 e 65 anos, as dimensões são: Prazer, Controle de Estresse e Saúde. Quanto ao tempo de prática regular de GL, o perfil motivacional dos trabalhadores com menos de um ano de prática de GL indica a seguinte ordem das dimensões motivacionais: Controle de Estresse, Prazer e Saúde. Dentre os trabalhadores com mais de um ano de prática de GL as dimensões que mais motivam são: Saúde, Controle de Estresse e Prazer.

 

    Esses resultados apontam na direção de que a adesão desses trabalhadores à GL pode mesmo ter se originado da motivação, sendo que, independentemente do setor em que os trabalhadores estão vinculados, da faixa etária ou do tempo de prática de GL, as dimensões que mais os motivam, independente da ordem, são Controle de Estresse, Prazer e Saúde.

 

    Espera-se que o presente estudo possa contribuir para a integração entre o conhecimento acadêmico sobre as dimensões motivacionais e a prática da GL, fornecendo subsídios para um melhor direcionamento do conteúdo programático e maior qualificação das aulas de GL. Além disso, espera-se que novos estudos sobre motivação e GL sejam conduzidos para gerar evidências cientificas sólidas acerca da problemática da adesão dos trabalhadores nas aulas de GL.

 

Referências 

 

Andersen, L.L., Zebis, M.K., Pedersen, M.T., Roessler, K.K., Andersen, C.H., e Pedersen, M.M. (2010). Protocol for Workplace adjusted Intelligent physical exercise reducing Musculoskeletal pain in Shoulder and neck (VIMS): a cluster randomized controlled Trial. BMC Musculoskeletal Disorders, 11(1), 169-173. http://dx.doi.org/10.1186/1471-2474-11-173

 

Balbinotti, M.A.A. (2010). Inventário de Motivos para a Prática Regular de Atividades Físicas e Esportivas (IMPRAF-132) (3ª versão). Service d’Intervention et de Recherche en Orientation et Psychologie, SIROP.

 

Balbinotti, MAA., Juchem, L., Barbosa, Klering, RT, Sampedro, LBR, Gonçalves, GHT, Balbinotti, CAA, e Saldanha, RP (1996). A motivação para a prática regular de atividades físicas: um estudo com adolescentes da cidade de Porto Alegre. R. Min. Educ. Fís., 1(Edição Especial), 1966-1975. https://www.researchgate.net/publication/272475695

 

Balbinotti, M.A.A., Balbinotti, C.A.A., e Barbosa, M.A. (2009). Teoria da significação motivacional da perspectiva futura e suas aplicações no contexto do tênis infanto-juvenil. In: C.A.A. Balbinotti, O ensino do Tênis (1ª ed.). Artmed Editora.

 

Barbosa, M.L.L., Balbinotti, M.A.A., Saldanha, R.P., Diehl, A.B.R.P., e Balbinotti, C.A.A. (2019). Validade do Modelo Hierárquico da Motivação Intrínseca e Extrínseca no Esporte Escolar. Psico-USF, 24(3), 529-540. http://dx.doi.org/10.1590/1413-82712019240310

 

Candotti, C.T., Machado, L.L., e Noll, M. (2010). A influência de um programa de ginástica laboral sobre a percepção corporal e a dor nas costas. Lecturas, Educación Física y Deportes, 15(146). https://www.efdeportes.com/efd146/ginastica-laboral-e-a-dor-nas-costas.htm

 

Candotti, C.T., Silva, M.R. da, Noll, M., e Lucchese, C.R. (2011). Efeito da ginástica laboral sobre a motivação para a prática regular de atividade física. Revista Baiana de Saúde Pública, 35(2), 485-485. http://dx.doi.org/10.22278/2318-2660.2011.v35.n2.a320

 

Christensen, J.R., Faber, A., Dorte, E., Overgaard, K., Holtermann, A., e Søgaard, K. (2011). Diet, physical exercise and cognitive behavioral training as a combined workplace-based intervention to reduce body weight and increase physical capacity in health care workers - a randomized controlled Trial. BMC Public Health, 11(1). http://dx.doi.org/10.1186/1471-2458-11-671

 

Ebert, M.H., Loosen, P.T., e Nurcombe, B. (2000). Current Diagnosis & Treatment in Psychiatry (2ª ed.). McGraw-Hill International Editions.

 

Krebs, R.J., Ramalho, M.H.S., Santos, J.O.L., Nazario, P.F., Glauber, C.N., e Almeida, R.T. (2011). Disposição de adolescentes para a prática de esportes: um estudo orientado pela Teoria Bioecológica de Bronfenbrenner. Motriz: Revista de Educação Física, 17(1), 195-201. http://dx.doi.org/10.5016/1980-6574.2011v17n1p195

 

Laux, R.C., Corazza, S.T., e Andrade, A. (2018). Workplace physical activity program: an intervention proposal. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, 24(3), 238-242. http://dx.doi.org/10.1590/1517-869220182403179971

 

Laux, R.C. (2019). Scientific production on workplace physical activity intervention programs: intervention studies and their outcomes. International Physical Medicine & Rehabilitation Journal, 4(4), 156-9. http://dx.doi.org/10.15406/ipmrj.2019.04.00191

 

Laux, R.C., Tabela, B.A.F., Antonio, D.S., e Zanini, D. (2020). Effect of a session of the workplace physical activity program on mood. International Physical Medicine & Rehabilitation Journal, 5(4), 141-5. http://dx.doi.org/10.15406/ipmrj.2020.05.00247

 

Lima, V. (2003). Ginástica Laboral: atividade física no ambiente de trabalho (1ª ed.). Editora Phorte.

 

Martins, C.O., e Duarte, M.F.S. (2000). Efeitos da ginástica laboral em servidores da Reitoria da UFSC. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, 8(4), 7-13. http://dx.doi.org/10.18511/rbcm.v8i4.370

 

Miragaya, A. (2006). Promoção da saúde através da atividade física. Atlas do esporte, educação física e atividades físicas de saúde e lazer no Brasil (1ª ed.). CONFEF.

 

Neves, R.D.F., Araújo, S.P.A., Magalhães, L.V., e Lima, M.A.G.D. (2018). A ginástica laboral no Brasil entre os anos de 2006 e 2016: uma scoping review. Revista Brasileira de Medicina do Trabalho, 16(1), 82-96. http://dx.doi.org/10.5327/Z1679443520180078

 

Pansera, S.M., Valentini, N.C., Souza, M.S.D., e Berleze, A. (2016). Motivação intrínseca e extrínseca: diferenças no sexo e na idade. Psicologia escolar e educacional, 20, 313-320. http://dx.doi.org/10.1590/2175-3539/2015/0202972

 

Papalia, D.E., e Olds, S.W. (2000). Desenvolvimento humano (7ª ed.). Artmed Editora.

 

Polito, E., e Bergamaschi, E.C. (2002). Ginástica laboral: teoria e prática (1ª ed.). Editora Sprint.

 

Pressi, A.M., e Candotti, C.T. (2005). Ginástica Laboral (1ª ed.). UNISINOS.

 

Ferreira, T.D.N.C., e Silva, R.C. da (2013). Dificuldades encontradas para a adesão dos trabalhadores ao programa de ginástica laboral nas empresas [Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Educação Física, Universidade do Estado do Pará]. https://paginas.uepa.br/ccbs/edfisica/files/2013.1/TSSIA_FERREIRA.pdf

 

Ryan, R.M., e Deci, E.L. (2000). Self-Determination Theory and the Facilitation of Intrinsic Motivation, Social Development, and Well Being. American Psychologist, 55(1), 68-78. https://doi.org/10.1037/0003-066X.55.1.68

 

Saldanha, R.P. (2008). Motivação à prática regular de atividades físicas: um estudo com atletas de basquetebol infanto-juvenis (13 a 16 anos) [Dissertação de Mestrado, Escola de Educação Física. Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano, UFRGS]. http://hdl.handle.net/10183/13867

 

Sampedro, L.B.R., Rocha, J.M., Klering, R.T., Saldanha, R.P., Balbinotti, M.A.A., e Balbinotti, C.A.A. (2014). Motivação à prática regular de atividades físicas: um estudo com praticantes de taekwondo. Pensar a prática: revista da pós-graduação em educação física, 17(1), 19-32. https://doi.org/10.5216/rpp.v17i1.17335

 

Santos, G.B., e Melo, F.X. (2019). A importância da ginástica laboral no ambiente de trabalho. Diálogos Interdisciplinares, 8(4). https://revistas.brazcubas.br/index.php/dialogos/article/view/696

 

Santos, A.F., Oda, J.Y., Nunes, A.P.M., Gonçalves, L, e Garnés, F.L.S. (2007). Benefícios da ginástica laboral na prevenção dos distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho. Arq. Ciênc. Saúde Unipar, 11, 99-113. https://revistas.unipar.br/index.php/saude/article/view/1520

 

Santos, C.M., Ulguim, F.O., Pohl, H.H., e Reckziegel, M.B. (2020). Change in habits of workers participating in a Labor Gymnastics Program. Revista Brasileira de Medicina do Trabalho, 18(1), 66. https://doi.org/10.5327/Z1679443520200498

 

Silva, É.L., e Mocarzel, R.C.S. (2019). Ginástica laboral: prerrogativas para disseminação. Corpoconsciência, 23(3), 59-72. http://orcid.org/0000-0001-9480-826X

 

Schultz, A.B., e Edington, D.W. (2007). Employee health and presenteeism: a systematic review. Journal Occup Rehabil, 17(3), 547-579. http://dx.doi.org/10.1007/s10926-007-9096-x

 

Stort, R., Silva Júnior, F., e Rebustini, F. (2006). Os efeitos da atividade física nos estados de humor no ambiente de trabalho. Revista Brasileira de Educação Física, Esporte, Lazer e Dança, 1(1), 26-33.

 

Tuulikki, S., Kari, JN, Salme, KJ, Markku, TO, Heikki, V., e Esko, AM (2005). Effects of a symptoms workplace physical exercise intervention on the intensity of headache and neck and shoulder symptoms and upper extremity muscular strength of office workers: A cluster randomized controlled cross-over trial. Pain, 116(1-2), 119–128. https://doi.org/10.1016/j.pain.2005.03.031

 

Valbuena Santos, J.L. (2020). Beneficios de las pausas activas para los trabajadores de oficina [Monografia, Trabajo de grado. Facultad de Cultura Física, Deporte y Recreación, Universidad Santo Tomas]. https://repository.usta.edu.co/handle/11634/29853

 

Weinberg, R.S., e Gould, D. (2008). Fundamentos da Psicologia do Esporte e do Exercício (2ª ed.) Artmed Editora.

 

Zebis, M.K., Andersen, L.L., Pedersen, M.T., Andersen, C.H., Pedersen, M.M., e Boysen, M. (2011). Implementation of neck/shoulder exercises for pain relief among industrial workers: A randomized controlled Trial. BMC Musculoskeletal Disorders, 12(1), 201-205. http://dx.doi.org/10.1186/1471-2474-12-205


Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 27, Núm. 288, May. (2022)