Lecturas: Educación Física y Deportes | http://www.efdeportes.com

ISSN 1514-3465

 

A saúde mental em funcionários judiciais. 

Um estudo num município do Brasil

Mental Health in Court Employees. A Study in a Municipality in Brazil

La salud mental en los empleados judiciales. Un estudio en un municipio de Brasil

 

Ramón Nunez Cárdenas*

ramonncardenas@yahoo.com

Nadya Machado Barbosa**

nadya.machado2@gmail.com

Ivete de Aquino Freire***

ivete_aquino@hotmail.com

Paulo Renato Vitória Calheiros+

vit30cpr@hotmail.com

Yesica Nunez Pumariega++

yesicapumariega@gmail.com

Catalina Dominga Pumariega Torres++

catalinapumariega@yahoo.com

 

*Graduado em Licenciatura plena de Educação Física

pelo Instituto Superior Pedagógico Juan Marinello (1987)

com Revalidação do Título em Licenciatura Plena em Educação Física

pela Universidade Federal de Santa Maria

Mestrado em Educação Física com Revalidação do Título de Mestre

pela Universidade Federal de Minas Gerais

Doutorado em Biologia Experimental

pela Fundação Universidade Federal de Rondônia

Atualmente é professor da Universidade Federal de Rondônia (Associado I)

**Graduado em Fisioterapia pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Mestrado em Psicologia pela Universidade Federa de Rondônia

Atualmente é fisioterapeuta no Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia (TJRO)

***Graduada em Educação Física pela Faculdade Estadual do Pará

Mestrado em Educação Física pela Universidade Gama Filho

Doutorado em Sociedad y Culturas Contemporáneas

pela Universidad de Alicante/España

Diploma revalidado pela UNB/Brasil

Atualmente é professora Associada na UNIR

+Graduado em Psicologia pela Universidade Católica de Pelotas

Mestre em Saúde e Comportamento pela Universidade Católica de Pelotas

Doutor em Psicologia pela PUCRS

Professor do curso de graduação em Psicologia

e no Programa de Pós-Graduação

Mestrado em Psicologia da Universidade Federal de Rondônia

++Formada em Psicologia pela Universidade Federal de Rondônia

Mestre em Psicologia pela mesma Universidade

Especialista em Terapia Cognitivo Comportamental pela FASA

Atualmente é doutoranda em Psicologia Clínica pela PUCRS)

Docência do Ensino Superior no Centro Universitário UNIFAEMA

+++Graduada em Pedagogia pela Associação de Ensino Superior da Amazônia

Foi instrutor II no SENAI - Departamento Regional de Rondônia

é especialista em Educação Profissional e Tecnológica

e Gestão- Supervisão e Orientação Escolar

(Brasil)

 

Recepção: 02/07/2021 - Aceitação: 20/10/2022

1ª Revisão: 02/10/2022 - 2ª Revisão: 17/10/2022

 

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https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt

Citação sugerida: Cárdenas, R.N., Barbosa, N.M., Freire, I. de A., Calheiros, P.R.V., Pumariega, Y.N., e Torres, C.D.P. (2022). A saúde mental em funcionários judiciais. Um estudo num município do Brasil. Lecturas: Educación Física y Deportes, 27(295), 147-164. https://doi.org/10.46642/efd.v27i295.3087

 

Resumo

    Introdução: Sintomas de comprometimento da saúde mental podem aparecer em trabalhadores com altas demandas psicológicas laborais e passar despercebidos. Os servidores do judiciário que trabalham com o sistema PJe (Processo Judicial eletrônico) executam atividades com exigências cognitivas elevadas constituindo fator de risco para o desenvolvimento de transtornos mentais comuns. O presente estudo teve como objetivo avaliar a prevalência de transtornos mentais comuns em servidores do judiciário. Método: É uma pesquisa quantitativa, descritiva, transversal. Os instrumentos utilizados foram o questionário sociodemográfico e a versão brasileira do SRQ-20 (Self-Reporting Questionnaire). Resultados: Foram identificados 17 casos clínicos de transtorno mental comum (27,9% da amostra) sendo a maior prevalência em servidores que não praticam atividade física regularmente, com idade entre 22 a 30 anos, casados, que trabalham no turno vespertino e possuem nível superior de escolaridade; as mulheres foram mais acometidas. No geral, os servidores apresentaram tendência a sintomas de humor depressivo-ansioso. Conclusões: O estudo permitiu conhecer algumas características comuns nos servidores com transtorno mental comum e identificar risco de adoecimento psíquico. Projetos voltados a prática de atividade físicapodem ter um impacto positivo na prevenção e controle dos transtornos mentais nos servidores.

    Unitermos: Transtornos mentais. Servidores públicos. Poder Judiciário.

 

Abstract

    Introduction: Symptoms of impaired mental health may appear in workers with high psychological demands at work and go unnoticed. Judicial servants who work with the PJe (electronic Judicial Process) system perform activities with high cognitive demands and constitute a risk factor for the development of common mental disorders. The present study aimed to evaluate the prevalence of common mental disorders in civil servants. Methods: It is a quantitative, descriptive, cross-sectional research. The instruments used were the sociodemographic questionnaire and the Brazilian version of SRQ-20 (Self-Reporting Questionnaire). Results:17 clinical cases were identified of common mental disorder (27.9% of the sample) and the highest prevalence in employees who do not practice physical activity regularly, aged 22 to 30 years, married, working in the afternoon shift and have higher level of schooling; women were more affected. Conclusions: Overall, the servers tended to have symptoms of depressive-anxious mood.Projects aimed at the practice of physical activity can have a positive impact on the prevention and control of mental disorders in civil servants.

    Keywords: Mental disorders. Government employees. Judiciary.

 

Resumen

    Introducción: Los síntomas de deterioro de la salud mental pueden aparecer en trabajadores con altas exigencias psicológicas laborales y pasar desapercibidos. Los empleados judiciales que trabajan con el sistema PJe (Proceso Judicial electrónico) realizan actividades con altas exigencias cognitivas constituyendo un factor de riesgo para el desarrollo de trastornos mentales comunes. El presente estudio tuvo como objetivo evaluar la prevalencia de trastornos mentales comunes en servidores judiciales. Método: Es una investigación cuantitativa, descriptiva, transversal. Los instrumentos utilizados fueron el cuestionario sociodemográfico y la versión brasileña del SRQ-20 (Cuestionario de Autoinforme). Resultados: Se identificaron 17 casos clínicos con trastorno mental común (27,9% de la muestra) con mayor prevalencia en empleados que no practican actividad física regularmente, con edades entre 22 y 30 años, casados, que trabajan en el turno vespertino y tienen educación más alta; las mujeres se vieron más afectadas. En general, tendieron a presentar síntomas de ánimo depresivo-ansioso. Conclusiones: El estudio permitió descubrir algunas características comunes en los empleados con trastornos mentales comunes e identificar el riesgo de enfermedad mental. Los proyectos dirigidos a la práctica de actividad física pueden tener un impacto positivo en la prevención y control de los trastornos mentales en los servidores públicos.

    Palabras clave: Trastornos mentales. Empleados públicos. Poder Judicial.

 

Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 27, Núm. 295, Dic. (2022)


 

Introdução 

 

    A saúde mental é um componente essencial da saúde e sofre influência de fatores sociais, psicológicos e biológicos, tais como as condições de trabalho, estilo de vida, entre outros (Saxena, e Skeen, 2012; World Health Organization, 2018). A realização de atividades importantes da vida social e profissional pode ser comprometida quando há graus significativos de sofrimento psíquico. E estes, por sua vez, estão frequentemente relacionados à presença de transtornos mentais. (American Psychological Association, 2014)

 

    O transtorno mental é uma síndrome caracterizada por perturbações significativas no comportamento, na cognição, ou na regulação emocional que pode levar à incapacidade e reflete uma disfunção no funcionamento mental. Manifesta-se pela apresentação de alguns sintomas como: mudanças de humor, ansiedade, tristeza, apatia, descontentamento, desesperança, solidão, perda de interesse, sofrimento emocional, choro excessivo, irritabilidade e isolamento social. (American Psychological Association, 2014)

 

    Os índices de transtornos mentais são elevados em todos os países do mundo, com uma estimativa de prevalência em 13% da população mundial (Saxena, e Skeen, 2012). No Brasil, representam a terceira maior causa de absenteísmo no trabalho, o que corresponde a 9% do total de auxílios-doença. (Ministério da Saúde, 2019)

 

    Dados do Ministério da Saúde (2019) revelam que sete a cada cem mil trabalhadores apresentaram transtornos mentais relacionados ao trabalho, no período de 2007 a 2016. De acordo com Melo, Cavalcante, e Façanha (2019), os transtornos mentais acometem 30% dos trabalhadores e estão associados a absenteísmo por tempo prolongado, consumo de drogas e acidentes de trabalho.

 

    Os transtornos mentais relacionados ao trabalho são aqueles vinculados a todo o universo laboral e compreende não apenas distúrbios psiquiátricos decorrentes da execução das tarefas, mas também do ambiente e organização do trabalho. (Ambrósio, 2019)

 

    O conceito de Transtorno Mental Comum (TMC) foi criado por Goldberg, e Huxley em 1992, e é também denominado distúrbio psiquiátrico menor, transtorno não psicótico, morbidade psiquiátrica menor ou transtorno mental menor. Trata-se de uma condição de saúde caracterizada por queixas inespecíficas, tais como: insônia, fadiga, irritabilidade/nervosismo, esquecimento, dores de cabeça, dificuldade de concentração, transtorno de humor, transtorno nos hábitos alimentares, sintomas depressivos, estado de ansiedade, e outras manifestações somáticas (Martins et al., 2016; Santos, Carvalho, e Araújo, 2016). No TMC não há apresentação de sinais ou sintomas psicóticos (Nóbrega, Fernandes, e Silva, 2017). Esse estado de saúde mental não preenche todos os critérios do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, Fifth Edition (DSM-5) e da Classificação Internacional de Doenças, 10ª edição (CID 10), para diagnóstico de depressão e/ou ansiedade, entretanto pode levar significativa incapacidade funcional. (Henriques, Cabana, e Montarroyos, 2018; Nóbrega, Fernandes, e Silva, 2017)

 

    Os avanços tecnológicos crescentes, aumento da informatização dos sistemas e do tempo de interação homem-máquina no trabalho são mudanças que modificaram os fatores de risco à saúde e o perfil de sofrimento no trabalho, tornando algumas categorias mais susceptíveis ao adoecimento decorrente do exercício profissional. (Ministério da Saúde, 2001; Silva, e Sousa, 2018)

 

    No Poder Judiciário, o advento dos processos eletrônicos frutos da Tecnologia da Informação (TI) transformaram o modo de gestão e execução do trabalho. A implantação do PJe (Processo Judicial eletrônico) e suas diversas funcionalidades permitiu a otimização do trabalho e maior agilidade na apreciação de documentos. O PJe é um sistema para automação do Judiciário que tem sido utilizado para a tramitação de novos processos. Gradativamente, os processos físicos ainda existentes estão em migração para o novo sistema eletrônico. (Conselho Nacional de Justiça, 2010)

 

    As alterações nas rotinas e práticas exigem que os servidores se adaptem às novas realidades. As formações e capacitações existentes visam a preparar esses trabalhadores às mudanças organizacionais e a uma gestão que prima cada vez mais pela valorização da produtividade, obtenção de resultados, cumprimento de metas e eficiência. (Conselho Nacional de Justiça, 2019; Pai et al., 2014)

 

    Com a TI, as demandas do trabalho passaram a ser predominantemente cognitivas, com consequente sobrecarga dos processos mentais, visto que requerem que o servidor detenha uma considerável quantidade de informações, alta concentração, atenção seletiva e constante utilização da memória (Carlotto, e Câmara, 2010; Menezes, 2016). Segundo Sternberg (2010), o desempenho de uma mesma atividade por tempo prolongado impõe uma intensa sobrecarga mental.

Considerando o exposto anteriormente, o presente estudo teve como objetivo geral avaliar a prevalência de transtornos mentais comuns em servidores do judiciário.

 

Método 

 

    Trata-se de um estudo descritivo, correlacional, quantitativo, de corte transversal realizado com servidores públicos do judiciário, no município de Porto Velho-RO. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR), sob parecer número 15086719.0.0000.5300.

 

    A população do estudo consistiu em servidores públicos efetivos de um órgão do judiciário, com cargo técnico judiciário, que trabalham exclusivamente com Processo Judicial eletrônico (PJe) de 1º grau e com tempo mínimo de admissão de 3 meses. A amostra foi constituída de 61 servidores.

 

    A coleta de dados foi feita por meio de questionários autoaplicáveis. Os participantes receberam um link para acesso à pesquisa disponível em formulário online no Google Form. Os instrumentos utilizados foram: questionário sociodemográfico e o Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20).

 

    Os dados foram submetidos ao índice de confiabilidade interna Alpha de Cronbach e obtiveram bom nível de confiança (0,849). Em seguida, foram tratados na plataforma Microsoft Excel 2019 e no programa IBM SPSS Statistics 24, para análise estatística.

 

    O perfil dos participantes foi correlacionado com os quatro grupos de sintomas do SRQ-20. Para cada variável, calculou-se a frequência absoluta (n) e porcentagem (%). Foi realizado o teste de Shapiro-Wilk para conhecer o comportamento da normalidade das variáveis em estudo. Os resultados mostraram que as variáveis não possuem uma distribuição normal, ou seja, são não paramétricos.

 

    Escolheu-se testes de comparação não paramétricos para a análise das variáveis, sendo que para as questões dicotômicas foi utilizado o teste U de Mann-Whitney e para as não-dicotômicas foi utilizado o teste Kruskal-Wallis (específico para variáveis múltiplas). A correlação entre as variáveis foi analisada através do teste Rho de Spearman.

 

    Para análise do questionário SRQ-20 e identificação de casos de TMC, o estudo utilizou o ponto de corte 7/8 (não clínico/clínico) independente do sexo, conforme proposto por Gonçalves, Stein, e Kapczinski (2008). Com este corte, a sensibilidade para a presença de TMC é de 86,33% e a especificidade é de 89,31% (Gonçalves, Stein, e Kapczinski, 2008). Segundo Ferreira, Oliveira e Paula (2018), esse ponto de corte é o mais preciso para detecção de transtornos dessa natureza.

 

Resultados 

 

    Os servidores tinham idades entre 22 e 57 anos, média 33,6 anos, 32 mulheres (52,5%) e 29 homens (47,5%). O tempo de serviço no judiciário variou de 3 meses a 30 anos, com média de 5,14 anos, no entanto a maioria dos participantes (57,7%) declararam possuir até cinco anos de trabalho no judiciário. Em relação ao turno de trabalho, a maior prevalência foi de servidores que trabalham exclusivamente no turno vespertino (44,3%). Apenas 2 servidores declararam ter outra atividade profissional. Questionados sobre a prática de atividade física regular, 54,1% afirmaram ser praticantes. Oestudo revelou que 17 servidores, equivalente a 27,9% da amostra têm quadro clínico de TMC, conforme Tabela 1.

 

Tabela 1. Resultados da aplicação do SRQ-20

 

Frequência (n)

Porcentagem (%)

SRQ-20 ≥ 8

17

27,9%

SRQ-20 ≤ 7

44

72,1%

Fonte: Dados dos pesquisadores

 

    A comparação das características sociodemográficas com os casos clínicos de TMC pode ser visualizada na Tabela 2. Observa-se que a maior incidência de TMC foi detectada entre as mulheres (58,8% dos casos clínicos), e a faixa etária mais afetada foi a de 22 a 30 anos (47,5%). O estudo revela também uma maior prevalência entre os servidores casados (64,7%) e com Ensino Superior (52,9%).

 

    Considerando o turno de trabalho, a maior incidência de casos clínicos foi no período vespertino (35,3%). Em relação ao tempo de trabalho no serviço judiciário, a incidência de TMC foi maior em servidores com menor tempo de serviço (em 47,1%, os servidores tinham menos de 5 anos de trabalho no judiciário).

 

    Todos os servidores com quadro de TMC afirmaram não desempenhar outra atividade profissional, trabalhando exclusivamente no Poder Judiciário. Mais de setenta por cento (70,6%) dos servidores com TMC não praticam atividade física regular.

 

Tabela 2. Características sociodemográficas e presença de TMC

Variável

Descrição da Amostra

n (%)

TMC

n (%)

Sexo

Feminino

32 (52,5)

10 (58,8)

Masculino

29 (47,5)

7 (41,2)

Faixa etária (anos)

Faixa de 22 a 30

29 (47,5)

8 (47,1)

Faixa de 31 até 40

21 (34,4)

5 (29,4)

Faixa de 41 até 50

6 (9,8)

4 (23,5)

Acima de 50

5 (8,2)

-

Estado civil

Casado(a)

27 (44,3)

11 (64)

Solteiro(a)

24 (39,3)

4 (23,5)

União estável

9 (14,80)

2 (11,8)

Viúvo(a)

1 (1,60)

-

Escolaridade

Ensino Médio

10 (16,4)

2 (11,8)

Ensino Superior

27 (44,3)

9 (52,9)

Pós-graduação

24 (39,3)

6 (35,3)

Tempo de serviço no Poder Judiciário

< 5 anos

34 (57,7)

8 (47,1)

≥ 5 e < 10 anos

19 (31,1)

6 (35,3)

≥ 10 e <15 anos

5 (8,2)

2 (11,8)

≥ 15 anos

3 (4,9)

1 (5,9)

Turno de trabalho

Alternância de turno

5 (8,2)

2 (11,8)

Matutino e vespertino

6 (9,8)

2 (11,8)

Somente matutino

19 (31,1)

4 (23,5)

Somente noturno

4 (6,6)

3 (17,6)

Somente vespertino

27 (44,3)

6 (35,3)

Exercício de outra atividade profissional

Sim

2 (3,3)

-

Não

59 (96,7)

17 (100)

Prática de atividade física regular

Sim

33 (54,1)

5 (29,4)

Não

28 (45,9)

12 (70,6)

Fonte: Dados dos pesquisadores

 

    Analisando os resultados do SRQ-20 por grupo de sintomas, observa-se que as perguntas que apresentaram maior número de respostas positivas foram as seguintes:

  1. “Você se cansa com facilidade?” - do grupo de sintomas decréscimo de energia vital, com 50,8% de respostas positivas;

  2. “Sente-se nervoso(a), tenso(a) ou preocupado(a)?” - do grupo sintomas de humor depressivo-ansioso, com 47,5%;

  3. “Tem má digestão?” - do grupo somático com 39,3%;

  4. “Tem sensações desagradáveis no estômago?” - do grupo somático, com 39,3%.

    Com base nos resultados do teste Rho de Spearman, a análise de cada sintoma com os aspectos sociodemográficos evidenciou as seguintes correlações demonstradas na Tabela 3.

 

Tabela 3. Correlação das características sociodemográficas com sintomas de TMC

Característica sociodemográfica /

Sintoma de TMC

Coeficiente de correlação

Nível de significância

Sexo

Má digestão

r = -0,296

p = 0,05

Assusta-se com facilidade

r = -0,400

p = 0,01

Chora mais do que o costume

r = -0,276

p = 0,05

Estado Civil – Casado(a)

Dorme mal

r = 0,264

p = 0,05

Sente-se cansado(a) o tempo todo

r= 0,271

p = 0,05

Tempo de serviço no Poder Judiciário

Má digestão

r = 0,253

p = 0,05

Assusta-se com facilidade

r= 0,255

p = 0,05

Idade

Tremores nas mãos

r = -0,352

p = 0,01

Escolaridade

Má digestão

r = -0,262

p = 0,05

Tem sensações desagradáveis no estômago

r = -0,262

p = 0,05

Praticar exercício físico

Dorme mal

r = -0,302

p = 0,05

Tem má digestão

r = -0,268

p = 0,05

Fonte: Dados dos pesquisadores

 

    Observa-se que não houve correlações significativas das demais características sociodemográficas com as perguntas do SRQ-20.

 

    A Tabela 4 apresenta os resultados dos testes de comparação não paramétricos U de Mann-Whitney, utilizado para variáveis dicotômicas e teste Kruskal-Wallis, para as variáveis múltiplas.

 

Tabela 4. Comparação das características sociodemográficas com sintomas de TMC

Característica sociodemográfica /

Sintoma de TMC

Coeficiente U de Mann-Whitney

Coeficiente Kruskal-Wallis

% de repostas por característica

Sexo

Má digestão

U = 0,022

-

53% Sim no Sexo F

Assusta-se com facilidade

U = 0,002

-

46,9% Sim no Sexo F

Chora mais do que o costume

U = 0,033

-

28,1% Sim no Sexo F

Estado Civil

Dorme mal

 

H = 0,025

51,9% Sim, nos Casados

Faixa etária

Falta de apetite

 

H = 0,017

33,3% Sim, de 41 a 50 anos

Dorme mal

 

H = 0,006

100% Sim, acima dos 50 anos

Tremores nas mãos

 

H = 0,030

40% Sim, acima dos 50 anos

Dificuldade de realizar com satisfação suas atividades diárias

 

H = 0,035

66,7% Sim, de 41 a 50 anos

Sente-se uma pessoa inútil, sem préstimo

 

H = 0,027

16,7% Sim, de 41 a 50 anos

Turno de trabalho

Falta de apetite

 

H = 0,000

50% Sim, no matutino e vespertino

Sensações desagradáveis no estômago

 

H = 0,019

100% Sim, no noturno

Dificuldade de pensar com clareza

 

H = 0,012

75% Sim, no noturno

Tem pensado em dar fim à sua vida?

 

H = 0,024

20% Sim, na alternância de Turno

Prática de exercício físico

Dorme mal

U = 0,019

 

50% Não pratica

Má digestão

U = 0,038

 

53,6% Não pratica

Fonte: Dados dos pesquisadores

 

    Verificou-se que não houve diferenças significativas nas demais comparações.

 

Discussão 

 

    A prevalência de casos de TMC em servidores do judiciário, que trabalham com PJe de primeiro grau, foi estimada em 27,9%. Esse percentual se aproxima dos achados de outros estudos, em diferentes populações. Melo, Cavalcante, e Façanha (2019), citam que em média 30% dos trabalhadores são acometidos por este transtorno. Mota et al. (2020) detectaram que há alta prevalência de TMC (37%) entre os servidores técnicos-administrativos de um Instituto Federal de Educação localizado no Nordeste brasileiro. Amazarray, Oliveira, e Feijó (2019), analisaram a associação entre contexto de trabalho no Judiciário Federal do Rio Grande do Sul e Transtornos Mentais Comuns (TMC).

 

    Em relação às variáveis sociodemográficas, houve maior prevalência em servidores com idade entre 22 e 30 anos, com menos de 5 anos de trabalho no judiciário, nível de instrução superior, turno vespertino, casados, sedentários, sexo feminino. Além disso, todos os servidores com TMC trabalham exclusivamente no Poder Judiciário.

 

    As mulheres apresentaram maior número de casos clínicos (58,8%), corroborando o exposto na literatura, que diz serem, de modo geral, as mulheres as mais acometidas por este tipo de transtorno (Nóbrega, Fernandes, e Silva, 2017; Santos, e Siqueira, 2010). A prevalência maior de casos de TMC entre as mulheres pode ser devido a influências das alterações hormonais (Senicato, Azevedo, e Barros, 2018); maior facilidade em identificar e relatar sintomas psíquicos (Graner, e Cerqueira, 2019); e por procurarem com maior frequência, suporte social e tratamento de saúde. (Aragão et al., 2018)

 

    As mulheres também apresentaram em maior percentual o sintoma somático de má digestão e os sintomas de humor depressivo ansioso de assustar-se com facilidade e chorar mais do que o costume. Santos, Araújo, e Oliveira (2009) esclarecem que os sintomas somáticos, em geral, se destacam em relação aos demais grupos de sintomas, nos estudos de aplicação do SRQ -20, em populações urbanas.

 

    A associação encontrada entre o sexo feminino e sintomas de humor depressivo-ansioso é um resultado esperado, tendo em vista que a literatura aponta ser a depressão duas vezes mais prevalente em mulheres do que em homens. (Gonçalves et al., 2018)

 

    A faixa etária mais afetada com sintomas de sofrimento psíquico foi a de 22 a 30 anos (47,1% dos casos) e constitui a maioria dos avaliados (47,5%), indicando uma concentração de servidores ativos nesse intervalo de idade. Santos e Siqueira (2010) observam presença significativa de sofrimento mental em pessoas na faixa etária de 21 a 54 anos. Embora os pesquisadores apontem como principais causas condições socioeconômicas de desemprego, trabalho informal e baixa escolaridade; eles também observaram associação dos distúrbios com questões de trabalho como rotina, demanda, exigência, controle, processos e condições ambientais.

 

    Na faixa etária de 41 a 50 anos, houve quatro servidores com TMC, de um total de seis pessoas (23,5%). Em comparação às demais faixas de idade, esse grupo apresentou maior porcentagem de falta de apetite (sintoma somático), sensação de ser pessoa inútil (sintoma de pensamento depressivo) e dificuldade de realizar, com satisfação, as atividades do dia a dia (sintoma de decréscimo de energia vital). Infere-se, através desses dados, a necessidade de se trabalhar aspectos como autoestima, valorização, importância da contribuição de cada servidor para equipe em trabalhadores dessa faixa etária.

 

    Não foram detectados casos de TMC em servidores com idade superior a 50 anos. Os estudos de comparação mostraram que esses servidores apresentam, com maior frequência, sintomas de tremor nas mãos (40%) e dormem mal (100%). Depreende-se que esses sintomas tenham causas fisiológicas (não emocionais) que podem ser doenças, fraqueza muscular, alterações no sistema nervoso ou padrão respiratório, desconforto físico, uso de medicações, dentre outras. Somente uma avaliação individual poderá ser assertiva em apontar as reais causas.

 

    Analisando a variável estado civil, a incidência de TMC foi maior em servidores casados e houve relação com o sintoma somático “dormir mal”. Neste grupo, 51,9% relataram prejuízo na qualidade do sono. Corroborando com Henriques et al. (2017), os quais expuseram maior presença de distúrbios psiquiátricos não psicóticos, em mulheres casadas. Os casados também apresentaram relação com a queixa “sentir-se cansado(a) o tempo todo” (r=0,271), no entanto, não houve diferença estatística nos testes de comparação entre casados e outros estados civis na apresentação deste sintoma. A relação do estado civil casado com a maior presença de TMC pode sugerir que esses servidores estejam com dificuldade de gerenciar as demandas psicológicas advindas, tanto da vida pessoal quanto profissional, com consequente sobrecarga mental.

 

    A presença de sintomas de distúrbios mentais foi maior em servidores com ensino superior, em relação a servidores com ensino médio ou com pós-graduação. A literatura aponta que o TMC é mais prevalente em pessoas com baixa escolaridade (Henriques, Cabana, e Montarroyos, 2018; Silva et al., 2018). Infere-se que a maior prevalência de TMC em servidores com nível superior deve-se a fatores alheios à escolaridade. A variável escolaridade apresentou correlação negativa com má digestão (r=-0,262) e sensações desagradáveis no estômago (r = -0,262), significando que quanto maior a escolaridade, menor frequência de sintomas gastrointestinais. A explicação está no fato de um maior nível de escolaridade possuir impacto positivo na prevenção de patologias do aparelho digestivo e nas escolhas alimentares. (Lins et al., 2013)

 

    O turno de trabalho vespertino foi o que mais apresentou servidores com TMC. Os estudos de Ferreira, e Silva (2013) sobre trabalho em turnos concluíram que, comparativamente aos turnos diurno e noturno, o turno vespertino é o que apresenta maior insatisfação dos trabalhadores em relação à vida familiar e social, tendo sentimento influência no bem-estar psicológico desses trabalhadores. Os resultados destes estudos podem explicar a razão da maior incidência de servidores com sintomas de sofrimento mental no turno vespertino. Outro turno que exige atenção especial é o noturno que, comparativamente, apresentou maior percentual de sintomas gástricos (100%) e dificuldade de pensar com clareza (75%). Similarmente, Morais et al. (2013) afirmam que trabalhadores noturnos possuem mais queixas de distúrbios gastrointestinais. O trabalho noturno pode levar a problemas gástricos devido a mudanças nos hábitos alimentares e consumo de substâncias com o objetivo de aumentar o estado de alerta. Fernandes et al. (2018) explicam que o rendimento mental de profissionais que trabalham à noite sofre interferência dos efeitos advindos da privação do sono e alterações no ciclo sono-vigília.

 

    Acerca do tempo de serviço no Poder Judiciário e exercício de outra atividade profissional, a maior incidência de casos foi em servidores com menos de 5 anos de trabalho (47,5%) e nos que exercem somente essa profissão (100%). Em Carlotto, e Câmara (2010) encontramos uma possível explicação quando as autoras afirmam que a maior experiência profissional e tempo de trabalho com TI reduz sintomas como ansiedade. De acordo com as pesquisadoras, com o tempo, o profissional adquire maior domínio das ferramentas de informação e isso diminui o sofrimento psíquico no trabalho.

 

    Os resultados indicam que 70,6% dos servidores com TMC não praticam Atividade Física (AF) regular e, os que se declararam sedentários, tiveram associação com os sintomas somáticos de dormir mal (50%) e ter má digestão (53,6%). O incentivo à prática de AF é uma estratégia terapêutica que deve ser utilizada na promoção da saúde de pessoas com TMC. As pessoas sedentárias tendem a apresentar maior sofrimento mental, e é comprovado que a prática de AF possui associação inversa com TMC (Graner, e Cerqueira, 2019; Lourenço et al., 2017). Para Peluso, e Andrade (2005), os efeitos benéficos da AF sobre a saúde mental podem ser explicados pela distração, auto eficácia e interação social. Fisiologicamente, os autores esclarecem que o aumento da liberação de endorfinas decorrente da AF tem ação antidepressiva, reduz os níveis de ansiedade e melhora o humor.

 

    No ambiente de trabalho, a AF como ação terapêutica pode se dar por meio da ginástica laboral. Os exercícios físicos no trabalho reduzem o tempo de permanência do servidor em postura estática, aumentam o nível de AF diária, estimulam a prática de exercícios como hábito de vida, promovem saúde física e mental e trazem benefícios às instituições como redução do absenteísmo, melhora da qualidade de vida no trabalho, melhora do clima organizacional, aumento da produtividade, dentre outros. (Menezes, 2016)

 

    A análise dos resultados obtidos com o SRQ-20 permite aferir que a pergunta “Você se cansa com facilidade?” do grupo decréscimo de energia vital obteve 50,8% de respostas positivas constituiu a pergunta com maior percentual positivo. Um dos efeitos do sedentarismo é o cansaço, seguido de fadiga. Considerando o significativo resultado de servidores que não praticam Atividade AF, aqui pode-se evidenciar a necessidade da prática regular de exercício físico. Este hábito, estimula a produção das mitocôndrias das células musculares e aumenta a circulação de oxigênio, o que pode ajudar o organismo a criar e a usar energia de forma mais eficiente.

 

Conclusões 

 

    Este estudo permitiu conhecer algumas características comuns aos servidores públicos do judiciário com maior propensão de desenvolver TMC e identificar risco de adoecimento psíquico. Constatou-se relação TMC com as seguintes características sociodemográficas: sedentarismo, idade entre 22 a 30 anos, estado civil casado, sexo feminino, trabalhar em turno vespertino e ter ensino superior. Ao final da pesquisa, sugere-se que sejam direcionadas ações em saúde específicas para combater o sofrimento psíquico neste público.

 

    Dentre estas ações está a implementação de projetos voltados a prática de atividade física. O exercício físico regular pode ter um impacto positivo na prevenção e controle do TMC.

 

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