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ISSN 1514-3465

 

Narrativas das aulas de Educação Física: ainda há lugar para experiências?

Physical Education Classes: Is There Still a Place for Experiences?

Narrativas de las clases de Educación Física: ¿todavía hay lugar para las experiencias?

 

George Ivan da Silva Holanda*

geo.holanda07@gmail.com

Ari Lazzarotti Filho**

arilazzarotti@gmail.com

Gabriel Carvalho Bungenstab***

gabrielcarv@msn.com

 

*Mestrando pelo Programa de Pós-Graduação em Educação Física

da Universidade Federal de Goiás (PPGEF-UFG)

Especialista em Docência para a Educação Inclusiva

pelo Instituto Federal de Minas Gerais (Campus Arcos)

Atualmente é professor PIII - Secretaria Municipal de Educação de Jataí

Faz parte do Grupo de Estudo e Pesquisa

em Esporte, Lazer e comunicação-GEPELC

**Graduado em Educação Física

pela Universidade Federal de Santa Catarina

Especialista em Educação Física Escolar

pela Universidade Federal de Viçosa-MG

Mestre em Educação pela Universidade Federal de Goiás

Doutor em Educação Física pelo Programa de Pós-Graduação

em Educação Física da Universidade Federal de Santa Catarina

com Estagio de Doutorado na Università Cattolica Sacro Cuore di Milano

Atualmente, é professor da Universidade Federal de Goiás,

onde é Professor permanente do Programa de Pós-Graduação em Educação Física,

é também Professor colaborador no Programa de Pós-Graduação em Educação Física

da Universidade de Brasília desde 2013

Professor pesquisador do Grupo de Estudo e Pesquisa

em Esporte, Lazer e comunicação-GEPELC

***Doutor em Sociologia pela Universidade Federal de Goiás

Mestre em Educação Física pela Universidade Federal do Espírito Santo

Professor efetivo no curso de Educação Física

da Universidade Estadual de Goiás (UEG)

Professor permanente do Programa de Pós-Graduação em Educação Física

da Universidade Federal de Goiás (PPGEF-UFG)

Professor pesquisador do Grupo de Estudo e Pesquisa

em Esporte, Lazer e comunicação-GEPELC

(Brasil)

 

Recepção: 18/06/2021 - Aceitação: 09/12/2021

1ª Revisão: 12/08/2021 - 2ª Revisão: 07/12/2021

 

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https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt

Citação sugerida: Holanda, G.I. da S., Lazzarotti Filho, A., e Bungenstab, G.C. (2022). Narrativas das aulas de Educação Física: ainda há lugar para experiências?. Lecturas: Educación Física y Deportes, 26(285), 2-16. https://doi.org/10.46642/efd.v26i285.3077

 

Resumo

    Objetivou-se com esse estudo compreender o sentido das experiências vividas pelos alunos do ensino médio nas aulas de Educação Física. Para tal, em relação ao percurso metodológico, foram utilizadas seis narrativas sobre as experiências mais marcantes desses alunos durante sua trajetória escolar. Conclui-se que as experiências na Educação Física escolar marcam a formação dos alunos, podendo despertar neles o gosto pelas aulas e pelo movimento corporal, além de modificar o olhar que eles lançam para esse componente curricular, resultando em diferentes formas de envolvimento com as práticas corporais.

    Unitermos: Experiência. Educação Física. Narrativas.

 

Abstract

    The objective of this study was to understand the meaning of the experiences lived by high school students in Physical Education classes. In relation to the methodological path, were used six narratives about the most striking experiences of these students during their school career. It is concluded that the experiences in school Physical Education mark the formation of students, which can awaken in them a taste for classes and body movement, in addition to modifying the look they give to this curricular component, resulting in different forms of involvement with the practices bodily.

    Keywords: Experience. Physical Education. Narratives.

 

Resumen

    El objetivo de este estudio fue comprender el significado de las experiencias vividas por estudiantes de secundaria en las clases de Educación Física. Para ello, en relación al curso metodológico, se utilizaron seis narraciones sobre las experiencias más destacadas de estos estudiantes durante su trayectoria escolar. Se concluye que las experiencias en Educación Física en la escuela marcan la formación de los estudiantes, pudiendo despertar en ellos el gusto por las clases y el movimiento corporal, además de modificar la mirada que echan sobre este componente curricular, dando como resultado diferentes formas de involucramiento. con las prácticas corporales.

    Palabras clave: Experiencia. Educación Física. Narrativas.

 

Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 26, Núm. 285, Feb. (2022)


 

Introdução 

 

    A escola é um lugar de múltiplos significados que marcam a vida dos alunos (Perrenoud, 2012). Constitui-se como um espaço que proporciona aprendizados que vão além dos conhecimentos conceituais. A Sociologia da Educação debruçou-se, historicamente, sobre as relações existentes entre o desempenho escolar e as disposições familiares. As contribuições mais famosas, no cenário brasileiro, podem ser lidas nas obras de Pierre Bourdieu, Bernard Lahire e em Bernard Charlot. Aliás, podemos considerar que Charlot (2008; 2020), radicado no Brasil, foi quem nos ofereceu uma leitura mais relacional ao defender que os debates sobre a escola deveriam ser voltados não apenas para as questões das oportunidades, desigualdades e justiças escolares, mas, também, sobre a qualidade da escola e as novas configurações com o saber desenvolvidas no mundo contemporâneo.

 

    De certo modo, Charlot (2008; 2020) inaugura uma concepção analítica de considerar que os aprendizados podem potencializar o surgimento de momentos com mais sentido para os sujeitos. Nessa esteira, diversas teorias e autores contribuem para pensar a educação no mundo contemporâneo. Uma das proposições mais inventivas foi elaborada pelo filósofo e pedagogo Jorge Larossa Bondía. Segundo Bondía (2002; 2009), a educação contemporânea precisa se reinventar, isto é, afastar-se de velhas e engessadas concepções para ser pensada a partir do par categorial experiência/sentido. Importante salientar que para o filósofo experiência é o “[...] que nos passa, o que nos acontece, o que nos toca. Não o que se passa, não o que acontece, ou o que toca” (2002, p. 21). Ou seja, a experiência é mais que o mero acúmulo de acontecimentos sem sentido. Desse modo, a educação que parte do experimentar/sentir é aquela que propicia para os sujeitos um processo de aprender sensível e rico em significados que lhes deixarão marcas indeléveis.

 

    Segundo Lúcio et al. (2018) as aulas pautadas pela experiência apresentam-se como passíveis de revelar sentimentos, desafios, resistências e superações. Para Fabri, Rossi, e Ferreira (2016) essas aulas são um tipo de abertura para um mundo de coisas que afetam e inspiram os professores a reconhecerem os alunos como sujeitos produtores de saberes. Saberes esses que encontram na experiência uma categoria formadora de aprendizagens.

 

    Dentro de tal contexto formativo, os alunos podem oferecer importantes relatos relacionados às experiências que os tocaram no processo de ensino/aprendizagem como, por exemplo, nas aulas de Educação Física (EF). Nesse sentido, as aulas de EF podem ser potencializadoras de experiências se elas forem organizadas para que o aluno estabeleça uma relação com o movimento corporal que o marque com sentido e significado, afastando-se de um ensino mecanizado e coisificado, comum aos dias atuais. (Megías, e Flores, 2017)

 

    Para Benjamin (1987), Mezzaroba, e Pich (2018) e Devís-Devís (2017), é por meio de narrativas que o sujeito é capaz de intercambiar experiências, fazendo com que o aprendizado daí derivado possa ser conhecido por outros sujeitos. Na visão de Devís-Devís (2017, p. 14), além de considerar a troca de conhecimentos entre os agentes, dar espaço às narrativas “[...] enriquece el corpus de conocimiento del ámbito de la educación física y el deporte”, possibilitando a transmitição de saberes e aprendizados acumulados historicamente para as próximas gerações.

 

    O objetivo deste artigo é compreender o sentido das experiências vividas pelos alunos do ensino médio nas aulas de EF em uma escola situada na cidade de Goiânia, no Brasil. No que tange ao percurso metodológico, foram utilizadas seis narrativas sobre as experiências mais marcantes desses alunos durante sua trajetória escolar.

 

Método 

 

    Esta pesquisa configura-se como qualitativa. Triviños (2008, p. 137) afirma que a pesquisa qualitativa não admite visões parceladas pois desenvolve uma interação dinâmica entre o pesquisador e os fenômenos a serem observados. Segundo Eusse, Gómez, e Vaz (p. 69, 2015), é um tipo de estudo que caracteriza-se como biográfico-narrativo, pois “[…] hacen parte de la investigación cualitativa y se basan en la obtención y análisis de narraciones para construir diferentes tipos de relatos”. Um ponto importante dessas pesquisas é sua tentativa de compreender os sentidos e as características situacionais apresentadas pelos sujeitos pesquisados.

 

    O caminho metodológico da pesquisa foi traçado a partir do uso de narrativas. Para Clandinin, e Connelly (2006; 2011) e Pérez-Samaniego, Fuentes-Miguel, e Devís-Devís (2011), narrativas são estruturas que possibilitam acessar e registrar as experiências humanas, podendo ocorrer principalmente de forma oral e escrita. Os autores afirmam que ao contar histórias, isto é, narrarem momentos vividos, os sujeitos têm a possibilidade de voltar no tempo, rememorando as ações em sua vida que lhe deixaram marcas, aprendizados e experiências.

 

    Dialogando a respeito das contribuições deste tipo de investigação para os periódicos em inglês voltados para a formação de professores de Educação Física, Dowling et al. (2013, p. 5) destacam que as pesquisas narrativas “[…] with their range of purposes can generate multiple perspectives by enabling a range of research questions to be asked about ‘known’ and unknown phenomena in Physical Education”.1

 

    A pesquisa se desenvolveu entre os meses de fevereiro e novembro de 2018 em uma escola2 pública do município de Goiânia, capital de Goiás, no Brasil. Nesta escola foram realizadas visitas semanais dos pesquisadores, com duração de três horas cada uma, contabilizando um total de nove meses de imersão na realidade dos sujeitos pesquisados. Os alunos convidados para participar da pesquisa estavam cursando o terceiro ano do ensino médio. Entende-se que os alunos do terceiro ano tiveram a possibilidade de cursar praticamente todo currículo da EF, o que, em tese, lhes aumentaria as possibilidades de possuírem mais experiências com as práticas corporais. Nesta etapa da pesquisa, os pais e alunos assinaram o termo de assentimento e consentimento, permitindo a realização do estudo.

 

    Durante um semestre, os pesquisadores estiveram em contato com os alunos, como observadores das aulas, para criar um vínculo maior com eles. Após essa aproximação, os pesquisadores permaneceram mais três meses na escola incentivando os estudantes a escreverem suas narrativas. Era aconselhado que os sujeitos pesquisados narrassem aquelas experiências (tanto as positivas quanto as negativas) que foram mais marcantes durante suas trajetórias como alunos e alunas nas aulas de EF.

 

    As narrativas foram registradas pelos alunos em seus cadernos, depois destacadas e entregues aos pesquisadores. Após isso, as narrativas foram lidas cuidadosamente, seguindo os preceitos de Clandinin, e Connelly (2011). Durante o processo de leitura/análise das narrativas, a partir da frequência do surgimento dos temas, chegou-se à criação de categorias de análises para facilitar a apresentação/problematização dos resultados.

 

    Como critério de exclusão decidiu-se, na esteira de Clandinin, e Connelly (2011), eliminar as narrativas que não apresentassem elementos de identificação, tais como: espaço, local em que se deu a experiência, contexto e impacto causado pelo acontecimento vivido no sujeito. Foram incluídas no estudo todas as narrativas que apresentavam os elementos supracitados.

 

    Desse modo, das trinta narrativas produzidas, seis foram apresentadas/analisadas neste texto.3 Como exposto, destas experiências narradas, resultaram três categorias analíticas, são elas: 1) experiências relacionadas à prática pedagógica do professor; 2) experiência advindas da prática de exclusão e bullying e 3) experiências possibilitadas pela prática esportiva e participação em eventos escolares.

 

Experiência nas aulas de educação física: a prática pedagógica do professor 

 

    Na narrativa transcrita abaixo é apresentado como a ação/mediação de um professor, durante as aulas de EF, pode influenciar no gosto do aluno pelas aulas ou decretar sua repulsa, afastando-o das experiências corporais por toda sua vida.

 

A culpa foi da professora 

 

    Eu era aluna do ensino fundamental, era uma quarta feira, um dia muito ensolarado e eu estava ansiosa esperando o começo da aula de vôlei. Apesar de estar lá, eu não era uma das melhores jogadoras e por isso quase nunca jogava. E foi exatamente nesse dia que aconteceu uma coisa que mudou minha visão sobre as aulas de Educação Física. Nossa professora resolveu fazer um “campeonatinho” de vôlei com todos os alunos. Apesar de eu não ser muito boa no esporte, pois ainda estava aprendendo, fiquei muito ansiosa pois nunca tive coragem de competir. Era minha oportunidade de mudar isso! Quando a professora perguntou se alguém queria escolher o time, Ulisses e Aquiles4, que eram os “bonzões”, se ofereceram (como sempre) para a escolha. Daí começou um momento constrangedor, pois um a um dos alunos iam sendo escolhidos e ninguém me chamava, isso me deixou muito abalada. Eu sobrei... Fui a última a ser escolhida e fiquei de reserva (como sempre!) esperando a professora me convidar para jogar. O tempo passava e nada de ela me chamar, isso foi me deixando ainda mais ansiosa, mas ela se esqueceu de mim e fiquei na reserva até o fim do jogo. Me deu muita raiva e vontade de chorar, pois não era justo aquilo. Se eu participava da aula ela tinha a obrigação de me incluir no time, nem que fosse para jogar um pouquinho. Mas o pior ainda não tinha acontecido, quando terminou o jogo eu fiquei brava e fui perguntar para professora se ela não tinha se lembrado de mim, e porque ela não tinha me colocado para jogar. Ela me olhou com desprezo e falou com muita grosseria que não me chamou pois eu era “mão de alface”. Fiquei tão triste que não respondi nada, baixei a cabeça e corri para o banheiro para chorar. Desse dia em diante larguei as aulas e nunca mais quis saber da prática de esportes. (N1, 2018)

 

    Na narrativa acima destacamos uma experiência negativa que ocasionou o afastamento da aluna das aulas de EF. O fato ocorreu no ensino fundamental, mas deixou marcas na aluna que a distanciou de todas as aulas, mudando a sua relação com a prática esportiva. A análise dessa narrativa corrobora com o que salientou Darido (2004), sobre o fato de que as experiências dos alunos do ensino fundamental têm grande influência em torná-los adeptos ou não adeptos às práticas esportivas, tanto no ensino médio como fora da escola.

 

    Outra reflexão provocada pela narrativa é referente à ação/mediação do professor durante sua prática pedagógica. Não se trata de julgá-lo, pois são muitos os determinantes influenciadores da conduta dos professores em sala de aula, mas é pertinente analisar a forma como ele conduziu a aula de EF. A começar pela escolha dos times (centrada entre melhores e piores) até o desfecho com a fala em tom de ofensa. Nota-se como isso foi decisivo para proporcionar uma experiência negativa, fazendo a aluna se excluir das possibilidades de aprendizado. Neste caso o vôlei foi desenvolvido com o significado da esportivização, isso é: seleção, sobrepujança e competição.

 

    Se por um lado notamos que a conduta docente pode impossibilitar experiências positivas dos alunos nas aulas de EF, resultando em afastamento; por outro lado, o modo de intervir do professor também pode enriquecer as aulas, causando mudanças no “olhar” dos alunos sobre a importância da EF na escola e em sua vida. Na esteira de Eusse, Gómez, e Vaz (p. 70, 2015) “[…] la EF se convierte en un medio para abrirles, a los niños, espacio en el mundo”.

 

    Nesse sentido, a narrativa a seguir confirma essa hipótese supracitada. Embora ela esteja narrada em terceira pessoa, o fato aconteceu com a autora, que afirmou preferir escrever assim por se sentir mais confortável.

 

Obrigada, professor Heitor! 

 

    Minerva estava no sexto ano quando conheceu uma pessoa que mudaria seu jeito de participar da Educação Física, assim como sua vida na escola. Durante muito tempo ela não participava das aulas, pois achava que não conseguiria fazer as coisas direito. A família de Minerva sempre a chamava de desengonçada e desastrada, pois ela vivia esbarrando em objetos pela casa. Assim, ela fugia sempre que podia de todas as situações em que tivesse que se movimentar, pois poderia errar ou estragar tudo. E foi assim até um certo dia... Era uma tarde de terça feira. O dia em que a vida dela mudou totalmente. Isso aconteceu quando um professor novato chegou na escola e foi muito atencioso com os alunos. Só esse fato já fez Minerva gostar dele. Outra qualidade era que Heitor nunca irônico com a turma, nem ameaçava os alunos de retornar à sala para fazer a Educação Física “teórica”, como a professora Medusa fazia no quinto ano.

 

    [...] Durante as aulas, Heitor sempre ajudava os alunos elogiando suas qualidades, tanto no esporte quanto no comportamento na escola. Todos gostavam disso, e logo ele se tornou nosso professor preferido. Outra coisa que ele cobrava muito era o respeitasse ao outro, e sempre fazia com que trabalhássemos juntos. Tinha jogos de cooperação, e não era aquela competição louca que estávamos acostumados. Heitor deu aulas apenas no sexto ano e depois teve que sair, pois passou num concurso e foi para outra escola. A turma ficou muito triste, mas nunca se esqueceu do nosso querido professor. Além dos esportes que o professor ensinava ainda era bom ver todos sendo estimulados a serem melhores, tanto no esporte quanto na vida. Minerva hoje está no ensino médio, mas nunca se esqueceu de Heitor, e até hoje ela participa das aulas de Educação Física. (N2, 2018)

 

    A narrativa em questão mostra a importância que o professor teve na vida não só da narradora, mas de toda a turma do sexto ano. Podemos notar que as qualidades destacadas eram coisas que deveriam ser corriqueiras na sala de aula (respeito, valorização), mas, pela comparação que ela faz com a professora do ano anterior, são atitudes não tão frequentes na ação dos professores.

 

    Megía, e Flores (2017) fazem uma significativa reflexão sobre o tratamento dado pelos professores de EF as potencialidades do corpo em movimento e as consequências disso para a vida dos alunos. Para os autores, “[…] profundizar y ampliar la mirada sobre los significados que el cuerpo en movimiento adquiere en la sociedad actual desde la experiencia y subjetividad de las personas […]” amplia as possiblidades de experiências corporais marcantes (Megía, e Flores, 2017, p. 83). Em outros termos, se as relações que o aluno estabelece com seu corpo são positivas e as experiências corporais são marcadas por sucesso e alegria, a tendência é que os alunos tenham uma atitude favorável com relação à frequência nas aulas.

 

    Sobre o tema, Darido (2004, p. 78) é enfática: “[...] o professor que se mantiver rígido em atividades que não despertem qualquer interesse dos alunos termina por afastá-los da disciplina, auxiliando a formação dos não praticantes de atividade física”. Embora seja uma afirmativa complexa, guardando as devidas proporções e ressaltando que essa não é a única causa, fica difícil não atribuir ao professor, pelo menos em parte, a responsabilidade da falta de experiências significativas nas aulas de EF.

 

    Bondía (2002) afirma que a escola parece estar organizada para o não acontecimento de experiência. Sendo a EF parte deste contexto, é fácil concluir que ela também pode estar sendo organizada, enquanto componente curricular, de forma a não permitir experiências marcantes para os alunos. Conforme explicita Zhou, e Xiu Liu (2019), passa também pelo profissional que nela atua a possibilidade de mudar essa lógica do não-acontecimento, transformando a escola no lugar de possibilidades e, consequentemente, as aulas de EF como o espaço de conhecimentos, saberes e experiências.

 

Experiência advindas da prática de exclusão e bullying 

 

    As narrativas a seguir mostram duas faces interpretativas para experiências com práticas de bullying e/ou exclusão na escola. Na primeira delas, nota-se como situações de agressões verbais podem impactar na vida dos alunos nas aulas de EF, influenciando sua rejeição às práticas corporais. Na segunda, a narradora apresenta que uma situação desagradável ocorrida na escola, a partir de uma experiência negativa, pode ser ressignificada durante o próprio percurso formativo, propiciando novas interpretações e significados para o sujeito.

 

Preconceito e bullying nas aulas de Educação Física 

 

    Aconteceu em abril de 2010, Íris tinha dez anos. Sempre viveu no interior, na cidade de Campos Elíseos. Na época a cidade era bem tranquila e lá as pessoas podiam brincar na rua até tarde. Mas essa tranquilidade durou pouco, logo a família de Íris, em busca de trabalho, resolveu se mudar para capital. Chegando na cidade grande matricularam Íris numa escola, na qual ela sofreu muito por ser uma menina do interior. Era chamada de caipira. Nos jogos, ou ela não participava ou ia para sofrer chacota. Faziam piadinhas com o fato de ela ser filha de pais separados. Mas, o que fez Íris odiar o futsal praticado na escola foi quando colocaram ela no gol e acertarem a bola no rosto dela propositalmente umas três vezes. A professora deixava que fizessem isso, nunca interferia, o que gerou um trauma que ela carrega até hoje, e muitos professores da escola não entendem isso (N3, 2018).

 

    Para analisar a narrativa acima é preciso, primeiramente, conceituar bullying. Para Malta et al. (2010, p. 3066), o bullying são “[...] chateações inoportunas ou hostis até fatos francamente agressivos, em forma verbal ou não, intencionais e repetidos, sem motivação aparente, provocados por um ou mais alunos em relação a outros”. Pode causar angústia, dor, exclusão, humilhação e discriminação. Nota-se a abrangência do termo e faz-se necessário refletir sobre a quantidade de situações nas aulas que podem ser consideradas bullying e que os professores não conseguem perceber ou se omitem para não intervir.

 

    A partir da compreensão do conceito, podemos dimensionar o quanto essa prática pode ser prejudicial para quem a sofre. No caso acima relatado, a agressão sofrida por uma criança de apenas dez anos foi determinante para que ela desenvolvesse traumas que a impedem de participar das aulas de EF até os dias de hoje.

 

    Podemos perceber o bullying como um problema que impede que os alunos consigam ter uma relação de sentido com as práticas corporais na escola. Diferente da atitude tomada pelo professor apresentado na narrativa, o professor deve estar atento a qualquer sinal de práticas como essas, intervindo sempre que necessário, contribuindo no desenvolvimento da autoestima dos alunos e preparando-os para serem sujeitos da experiência.

 

    A situação de ensino a seguir também remonta a agressões situações com práticas de exclusão sofridas na escola, só que, diferentemente do outro caso acima apresentado, nesta narrativa a aluna consegue superar o bullying e preconceito sofrido durante parte de sua vida escolar e, a partir disso, constrói uma relação positiva com as práticas corporais, o que enriquece sua experiência.

 

Venci o preconceito por que amo me movimentar 

 

    Sempre morei no interior. Lá só os meninos podiam praticar esportes. Eu sempre gostei, mas por ser a única menina jogando, sempre era excluída, ou caçoada, ou me machucavam. Então, sempre que era aula de Educação Física eu ficava triste e sozinha (parte boa disso tudo, por eu jogar com os meninos, eu fiquei mais forte na hora de praticar esportes). Porém, quando fui estudar no ensino médio, que aconteceu quando eu finalmente fui morar em uma cidade grande, pude pela primeira vez jogar algum esporte e aprender as regras corretamente. Foi inesquecível. Eu amei poder jogar com as meninas e conheci meninos que colaboram com as meninas. Por isso, espero nunca precisar parar de me exercitar porque eu amo me movimentar! (N4, 2018)

 

    A narrativa trazida acima remete a um problema que persiste na EF escolar. Para Fabri, Rossi, e Pereira (2016, p. 591), as “[...] questões relativas às diferenças dos gêneros aparecem constantemente nas aulas de Educação Física e, com muita frequência, indicando os meninos como superiores às meninas[...]”, o que tem contribuído para o afastamento dessas meninas de experiência nas aulas. A hipótese levantada pelas autoras se confirma na narrativa produzida pela aluna, já que durante todo o período em que ela esteve no ensino fundamental teve que se abster das aulas de EF. Isso pode suscitar reflexões sobre quantas experiências a narradora perdeu durante quase dez anos da sua vida em função do preconceito e exclusão. Os professores, na condição de responsáveis pela organização do processo pedagógico, precisam estar atentos a esses problemas para evitar que fatos assim aconteçam.

 

    Mariano, e Altmann (2016), e Altmann et al. (2018) alertam para o fato de que essa exclusão não acontece apenas em relação à gêneros, mas é comum a outros grupos na escola. A exclusão de alunos é algo característico na EF escolar. Boa parte disso está relacionado a ação de muitos professores que valorizam os alunos que são destaques na execução dos movimentos nas aulas e um quase desprezo por aqueles que, na ótica "esportivizante" do professor, são fracos na execução de gestos esportivos. Isto significa que outros alunos estão sujeitos à exclusão por serem considerados “fracos ou inaptos” para a prática, ponto constatado na narrativa da estudante, uma vez que ela aponta como fator positivo ter jogado com os meninos e ficado mais forte.

 

    Altmann et al. (2018) destacam que as meninas não são excluídas nas práticas corporais escolares simplesmente por serem mulheres. Há uma série de argumentos usados como critérios de exclusão tais como o fato de elas serem consideradas menos habilidosas e mais frágeis.

 

    No tocante aos perigos de se reduzir a discussão de exclusão nas práticas corporais apenas ao gênero, Auad, e Corsino (2018) defendem a tese de que, para os professores avançarem no debate e contribuírem para o ensino com equidade para todos os estudantes, devem entender que a categoria gênero é relacional. Para as autoras, é uma categoria relacional, já que a sociedade vê o sujeito não somente de acordo com o sexo ou o que a cultura o transforma, mas categoriza-os de acordo com a etnia, classe social, estatura e peso corporal, habilidades motoras etc., fazendo a categoria gênero se relacionar com as demais categorias supracitadas.

 

    Esse tipo de classificação ocorre não só nas aulas de EF, mas em todas as esferas da sociedade hodierna. Dessa forma, talvez seja mais interessante desenvolver aulas que considerem os alunos como sujeitos, parte de um coletivo que possui o direito de aprender uma variedade de práticas corporais, ampliando suas experiências.

 

Experiências possibilitadas pela prática esportiva e participação em eventos escolares 

 

    As narrativas analisadas a seguir mostram como o esporte também é propiciador de experiências para os estudantes, configurando-se como espaço de aprendizado e de intercâmbio de experiências. Diferentemente das outras análises, será transcrito todas as narrativas que tenham o tema central similar, para em seguida analisá-las conjuntamente. A narrativa abaixo aponta como a participação da aluna nos jogos interclasses marcou para sempre sua vida.

 

Um dia inesquecível nas aulas de Educação Física 

 

    No sexto ano do ensino fundamental, participei dos jogos de interclasse nas modalidades de futebol, vôlei e cabo de guerra. Naquele dia eu não tinha tomado café da manhã, mas quis competir no cabo de guerra. Na hora do jogo fui confiante, botei toda a minha força e ganhamos o primeiro combate. Já no segundo, eu estava tonta, fraca, mas, mesmo assim fui. Força vai, força vem e acabei desmaiando. Me apoiaram e cuidaram de mim e logo melhorei. Nesse mesmo dia do desmaio, apesar dessa confusão, de quase tudo dando errado, voltei aos jogos e a nossa turma ia ganhando todos. Chegando a semifinal, tínhamos que jogar contra o nono ano. Eram bem maiores que todos do nosso time, até botavam medo... Foi uma partida muito difícil, mas conseguimos novamente vencer. A tão esperada final chegou. Lá íamos nós disputar com outro nono ano, esses também muito maiores e mais fortes que nós. Dessa vez o jogo foi muito mais complicado, e demos tudo de nós até que conseguimos o troféu, vencemos mais um dos “grandões”. Esse dia, sem dúvidas, foi inesquecível. (N5, 2018)

 

    E, por fim, a segunda narrativa tratando de interclasse na escola. Nesta narrativa, além da vitória alcançada, o aluno destaca jogos muito divertidos que se tornaram experiências positivas com o esporte e com as competições.

 

Interclasse divertido 

 

    Era uma tarde de sol, e eu estava no oitavo ano do ensino fundamental. Eu não gostava de participar das competições da escola, pois achava todas com uma disputa muito forte e as pessoas ficavam nervosas. Só que dessa vez eu queria me envolver em coisas diferentes e resolvi participar. Ao contrário do que pensava, houve diversos jogos que foram muito divertidos e sem brigas, pois o professor explicou muito bem as regras e como deveria ser a competição e sobre o respeito ao adversário. A minha turma trabalhou muito bem e em equipe, acabamos ganhando o 1° lugar. Esse interclasse foi o melhor momento que tive na Educação Física em toda minha vida escolar. (N6, 2018)

 

    Resolveu-se analisar concomitantemente as duas narrativas por entender que elas guardam um tema central, qual seja: o interclasse enquanto evento de jogos escolares que tematiza conteúdos da EF. Mesmo entendendo que os jogos escolares, neste caso o interclasse, não fazem parte da EF escolar, mas pertencem à cultura escolar, destacamos que nele manifestam com força os significados do esporte. Por isso, possibilitam aos alunos sentidos diferentes do esporte institucionalizado. Percebemos, a partir das narrativas analisadas, que os alunos valorizam muito esse tipo de evento e enxergam no interclasse uma oportunidade de superação, além da satisfação pessoal com a vitória.

 

    Os interclasses são muito discutidos na literatura justamente por sua relação com a competição. Segundo Reverdito et al. (2008), o interclasse é um evento organizado na escola que envolve turmas e séries competindo entre si. Para esses autores, um dos maiores problemas relacionados a esse acontecimento é pela falta de enfoque educativo, o que torna o interclasse um evento de competição pela competição, um fim em si mesmo. Eles argumentam que é preciso se levar em conta a função pedagógica que qualquer evento ou organização escolar deve ter, aproveitando os jogos interclasses para problematização de questões relacionadas não só ao esporte como à sociedade em geral.

 

    Os autores ainda complementam que “[...] através dos eventos esportivos, é possível promover a restauração do humano, em face da necessidade de construirmos um mundo melhor, a partir das virtudes educativas existentes na competição pedagógica” (Reverdito et al., 2008, p. 39). A narrativa “Interclasse divertido” parece que se aproximou dessa proposição supracitada, tendo em vista os destaques que o narrador faz sobre a explicação do professor em relação às regras e sobre o respeito que se deve destinar ao adversário.

 

    Outra questão que aparece nas narrativas é sobre à vitória nas competições. Os narradores que contam seus casos de sucesso no interclasse atribuem um peso importante à vitória. Moura (2014) alerta para os perigos em supervalorizar o ato de vencer. Segundo a autora, ao se tomar a vitória como objetivo principal da competição, aqueles alunos que não costumam obter êxitos nas disputas com seus pares, provavelmente não sentirão prazer em participar de atividades competitivas. Essa compreensão é fundamental para a construção de competições escolares que levem em conta os saberes que podem se tornar experiências. As competições esportivas podem ser um espaço para mostrar aos estudantes que no jogo é possível encarar o adversário não como inimigo, mas como um parceiro, como uma pré-condição para que o jogo ou esporte aconteça e tenha sentido (já que ninguém compete sozinho).

 

    Um exemplo de como possibilitar experiências positivas com o tema supracitado, poderia ser: ao fim de uma competição dos jogos escolares, em vez de o professor valorizar somente a equipe vencedora, fazendo parecer que o mais importante é vencer para ser o “melhor", ele retomasse, na aula seguinte, os jogos que foram realizados, discutindo com os alunos acerca dos motivos que levaram determinada equipe ou participante à conquista do primeiro lugar. Para fazê-lo, o professor poderia destacar questões como tática usada pelas equipes, raciocínio para tomada de decisões, controle emocional, entre outros.

 

    Pequenas atitudes como a apresentada acima, se tomadas pelo professor podem, além de minimizar os sentidos que a derrota pode ter para alguns dos estudantes, favorecer momentos significativos de aprendizados, que se transformam em experiências formativas.

 

Conclusão 

 

    As aulas de EF se constituem enquanto um espaço de possibilidades de experiências na escola que podem ser interpretadas/sentidas pelos alunos de diferentes formas. Destacamos a ação/mediação dos professores como importante nesse processo, ao favorecerem um ambiente propício ao acontecimento de experiências enriquecedoras para as aulas. Além disso, marcamos a importância da oferta de variadas experiências com as práticas corporais nas aulas de EF escolar, em oposição a vivência de meros movimentos repetitivos de cunho utilitarista.

 

    Desse modo, as narrativas analisadas suscitaram reflexões sobre a (im)possibilidade de experiências no processo educativo. Percebemos, assim, que a depender de como for organizado e desenvolvido o ensino da EF, este poderá ser um potencializador de experiências, despertando nos sujeitos o gosto pelas práticas corporais. Ou, ao contrário disso, se conduzido de maneira inadequada, se transformar em um causador de experiências negativas, afastando os alunos de um ensino rico e significativo.

 

    Nesse sentido, é necessário apontar que para se encontrar o lugar das experiências na EF, seguramente, devemos considerar o par categorial experiência/sentido. Para isso ocorrer, as narrativas nos inspiram a pensar que a organização das aulas precisa favorecer o surgimento de experiências mediadas pelos professores quando seus alunos se depararem com situações como as de bullying, exclusão, entre outras geradoras de experiências negativas. Agindo desse modo, estes profissionais poderão auxiliar a transformação dos alunos em sujeitos abertos às experiências corporais, encontrando sentido nas aulas de EF.

 

Notas 

  1. A pesquisa narrativa, com sua gama de propósitos, pode gerar múltiplas perspectivas, permitindo que uma série de perguntas de pesquisa sejam feitas sobre fenômenos "conhecidos" e desconhecidos na Educação Física. (Tradução livre).

  2. Cabe destacar que a escola em questão se refere a um Centro de Ensino Integral. No estado de Goiás, as escolas de Tempo Integral são chamadas de Centros de Ensino em Período Integral do Estado de Goiás (CEPIs). São instituições que visam a formação plena dos estudantes, formando para além dos conhecimentos sistêmicos, e considerando os discentes como sujeitos não somente na sua dimensão cognitiva, mas também em sua dimensão biopsicossocial e em sua condição multidimensional. A instituição está localizada na região central de Goiânia, mas recebe aluno de várias localidades da capital, possuindo, assim, um público muito diversificado, de diferentes condições socioeconômicas.

  3. Pelo limite de páginas do artigo, não foi possível inserir todas as narrativas. Contudo, as seis narrativas escolhidas aqui representam, de acordo com suas categorias, as outras que não puderam ser incluídas. Para preservar a identidade dos alunos, eles aparecem nesta pesquisa com os nomes fictícios de N1, N2, N3, N4, N5 e N6.

  4. Todos os nomes próprios utilizados nas narrativas são fictícios.

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Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 26, Núm. 285, Feb. (2022)