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ISSN 1514-3465

 

Artes marciais e educação física escolar: o budō como conteúdo pedagógico

Martial Arts and School Physical Education: the Budō as Pedagogical Content

Artes marciales y educación física escolar: el budō como contenido pedagógico

 

Heraldo Simões Ferreira*

heraldo.simoes@uece.br

Jefferson Campos Lopes**

jeffted@uol.com.br

Francisco Silva Barroso-Júnior***

profbarrosojunior@gmail.com

Marcelo Alberto de Oliveira****

marcelo.alberto@alumni.usp.br

Tiago Oviedo Frosi+

tiago.frosi@yahoo.com.br

Carlos Alberto Bueno dos Reis-Júnior++

carlosabrj@yahoo.com.br

Ricardo João Sonoda-Nunes+++

rj.sonoda.nunes@gmail.com

 

*Pós doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Humano

e Tecnologias, área de Educação Física Escolar

Doutor em Saúde Coletiva. Mestre em Educação em Saúde

Especialista em Psicomotricidade. Professor de Educação Física

Professor Adjunto da Universidade Estadual do Ceará desde 2005

Professor permanente do Programa de Pós Graduação

em Educação da UECE - PPGE (Mestrado e Doutorado em Educação)

Professor permanente e vice coordenador do Curso

de Mestrado Profissional Ensino da Saúde (CMEPES/UECE)

Líder do Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação Física Escolar (GEPEFE/UECE)

Coordenador do Curso de Graduação em Educação Física à Distância (UECE/UAB)

Coordenador da Especialização em Artes Marciais, Esportes de Combate e Lutas (UECE)

Coordenador do Projeto de Extensão - Núcleo de Danças e Lutas da UECE (NUDAL)

Faixa Preta de Karate 6º Grau (CBK/FCK)

Deca campeão cearense, tri campeão norte-nordeste

tri campeão brasileiro de Karate - CBK e medalhista sul americano

Ex integrante da seleção brasileira de Karate

**Doutor em Ciência do Desporto pela UTAD

Validação pela Universidade de Pernambuco

Doutor em Artes Marciais (Honorius Causa – FACEI)

Mestrado em Educação (Unimonte)

Mestre em Artes Marciais (Honorius Causa - FACEI)

Pós Graduado em Jogos Cooperativos (Unimonte). MBA em Lutas (COB)

Especialização em Esportes e Atividades físicas para deficientes (UFJF)

Graduação em educação física pelo centro Universitário Monte Serrat

Graduação em administração de empresas pelo Centro Universitário Monte Serrat

Curso em Administração esportiva (COB)

Professor do Ensino Superior e Pós-graduação

Faixa preta (5 Dan) de karatê

Campeão mundial, Bi pan-americano,10 vezes brasileiro

e doze vezes paulista como técnico e atleta.

***Especialista em Artes Marciais, Esportes de Combate e Lutas (UECE)

Licenciado em Educação Física (UECE)

Professor de uma instituição de ensino básico particular (Colégio Lourenço Filho - CE)

Professor das modalidades de Karate e Vôlei

Membro do Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação Física Escolar - GEPEFE

e do Grupo de Estudos e Pesquisa em Artes Marciais, Esportes de Combate e 

Lutas - GAMA Foi bolsista de monitoria nas Disciplinas de Lutas, Educação Física Escolar

e Antropologia das Práticas Corporais durante a graduação

Foi bolsista de extensão, ministrando aulas das modalidade

de Karate e Krav Maga, durante a graduação

Foi bolsista de Iniciação Científica, na linha de pesquisa

das Artes Marciais, Esportes de Combate e Lutas

Faixa Preta 1º Dan de karate - CBK/FCK

Instrutor nível 1 de Krav Maga - CBKM/FCKM

****Mestre em Ciências pela Escola de Educação Física e Esporte

da Universidade de São Paulo (EEFE-USP)

Licenciado em Educação Física pela Universidade Federal do Paraná (UFPR)

Na Universidade de Tsukuba (Japão), cursou Desenvolvimento Internacional

através do Esporte. Ex-professor substituto UTFPR

Membro do Grupo de Estudos PULA

e do Grupo de Estudos Olímpicos (GEO), ambos vinculados à USP

Membro do Centro de Pesquisa em Esporte, Lazer e Sociedade (CEPELS) da UFPR

Pesquisador colaborador no projeto Cultura das Lutas: Valores para a Vida,

junto à UFPR e Fundação Araucária

Membro do grupo Caminhos Marciais, Humanidades

e Educação Integral (EDUCAM) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU)

Membro do Grupo de Estudos e Pesquisas Socioculturais em Desporto

e Educação Física da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)

Faixa Preta 1º Dan de Karate Shotokan

Coautor do livro Diário de Karateka

Como atleta e técnico conquistou diversos títulos estaduais e universitários.

+Doutorando em Educação Física pela UNICAMP

Mestre em Ciências do Movimento Humano pela UFRGS

Especialista em Psicologia Transpessoal pela UNIPAZ em associação com SPEI

Bacharel em Educação Física também pela UFRGS

Treinamento de instrutor de Karate pela Teikyo University (Japão)

Ex-presidente da Confederação Brasileira de Karate Shotokan (CBKS)

e Karate Trainer reconhecido pela World Karate Federation

3º Dan pela Japan Karate Shotorenmei

Certified Instructor de Qigong, Neidan e Taijiquan

pela Universal Healing Tao Foundation (UHT)

Autor dos livros Práticas Integrativas e Introdução ao Karate Shotokan

++Docente no Departamento de Desportos Individuais

do Centro de Educação Física e Desportos da Universidade Federal de Santa Maria

Atua, em especial, nas áreas de Lutas e de História da Educação Física, do Esporte

e do Lazer Bacharel em Educação Física pela Universidade Federal do Paraná,

com participação em Programa de Graduação Sanduíche

na Universidade Normal da China Central

(Idioma Mandarim e Humanidades, de 2014 a 2015)

e na Universidade de Esportes de Beijing

(Artes Marciais e Práticas Corporais Tradicionais Chinesas, de 2015 a 2016)

Mestre em Educação Física pela Universidade Federal do Paraná,

na linha de Esporte, Lazer e Sociedade

Membro do Centro de Pesquisa em Esporte, Lazer e Sociedade (CEPELS)

da Universidade Federal do Paraná

+++Doutor em Sociologia, Graduado e Mestre em Educação Física pela UFPR

Atualmente é professor da Universidade Federal do Paraná

e pesquisador do Centro de Pesquisas em Esporte, Lazer e Sociedade (UFPR)

do Grupo de Pesquisas Processos Civilizadores (Universidade Estadual de Londrina/UEL)

do Grupo de Estudos e Pesquisas em História da Educação e da Educação Física (UEL)

e do grupo Caminhos Marciais, Humanidades e Educação Integral (UFU),

ambos cadastrados no CNPq. Coordenador de Assessoria e Apoio

às Entidades Esportivas do Instituto de Pesquisa Inteligência Esportiva

(UFPR/Ministério da Cidadania/Brasil). Coordena o Centro Paraná da Rede CEDES

Foi presidente da Asociación Latinoamericana de Gerencia Deportiva/ALGEDE

e Diretor de Marketing da Asociación Latinoamericana

de Estudios Socioculturales del Deporte/ALESDE

Faixa Preta 3º DAN em Taekwondo e 2º DAN em Hapkido

(Brasil)

 

Recepção: 12/06/2021 - Aceitação: 29/04/2022

1ª Revisão: 25/04/2022 - 2ª Revisão: 28/04/2022

 

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https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt

Citação sugerida: Ferreira, HS, Lopes, JC, Barroso-Júnior, FS, Oliveira, MA, Frosi, TO, Reis-Júnior, CAB, e Sonoda-Nunes, RJ (2022). Artes marciais e educação física escolar: o budō como conteúdo pedagógico. Lecturas: Educación Física y Deportes, 27(289), 26-41. https://doi.org/10.46642/efd.v27i289.3068

 

Resumo

    A Educação Física escolar (EFE) proporciona aos alunos uma série de conhecimentos para sua formação que vão desde aspectos biodinâmicos até socioculturais. Nesta esteira, as lutas surgem como conteúdo no arsenal dos docentes. O objetivo geral desta pesquisa foi discutir junto à literatura aproximações e distanciamentos entre a EFE e o Budō (artes marciais japonesas). Os objetivos específicos se resumiram em: I) conceituar a EFE; e II) identificar possíveis propostas entre EFE e o Budō. Como metodologia, fez-se uma análise qualitativa de revisão de literatura no material disponível nas bases de dados Google Acadêmico e Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) do Brasil, os quais revelaram livros, artigos, dissertações e teses à investigação. Concluiu-se que o Budō desenvolve várias capacidades motoras e fisiológicas nos alunos (força, flexibilidade, equilíbrio, etc.), mas também possui potencial para o desenvolvimento de diversos aspectos internos, incluindo benefícios para a autoconfiança, foco mental, equilíbrio emocional e ampliação da visão de mundo do praticante advinda do contato com os ricos elementos culturais dessas práticas (incluindo estética, valores e filosofias da Ásia). Portanto, configura-se como um conteúdo interessante para o docente utilizar em suas aulas.

    Unitermos: Budō. Artes marciais. Ensino. Educação Física. Escola.

 

Abstract

    School Physical Education (EFE) provides students with a series of knowledge for their training, ranging from biodynamic to sociocultural aspects. In this wake, the struggles appear as content in the teachers' arsenal. The general objective of this research was to discuss, together with the literature, approximations and distances between EFE and Budō (Japanese martial arts). The specific objectives were summarized in: I) conceptualizing the EFE; and II) identify possible proposals between EFE and Budō. As a methodology, a qualitative analysis of literature review was carried out on the material available in the Google Scholar and Portal of Periodicals of the Coordination for the Improvement of Higher Education Personnel (CAPES) from Brazil, which revealed books, articles, dissertations and research theses. It was concluded that Budō develops various motor and physiological capacities in students (strength, flexibility, balance, etc.), but also has the potential for the development of several internal aspects, including benefits for self-confidence, mental focus, emotional balance and expansion from the practitioner's worldview arising from the contact with the rich cultural elements of these practices (including aesthetics, values ​​and philosophies from Asia). Therefore, it is an interesting content for the teacher to use in their classes.

    Keywords: Budō. Martial arts. Teaching. Physical Education. School.

 

Resumen

    La Educación Física escolar (EFE) proporciona a los alumnos una serie de conocimientos para su formación, que van desde aspectos biodinámicos hasta socioculturales. En este sentido, las luchas aparecen como contenido entre los recursos docentes. El objetivo general de esta investigación fue discutir, junto con la literatura, las aproximaciones y distancias entre EFE y Budō (artes marciales japonesas). Los objetivos específicos se resumieron en: I) conceptualizar la EFE; y II) identificar posibles propuestas entre EFE y Budō. Como metodología, se realizó un análisis cualitativo de revisión bibliográfica del material disponible en Google Scholar y Portal de Publicaciones Periódicas de la Coordinación para la Perfeccionamiento del Personal de Educación Superior (CAPES) en Brasil, que reveló libros, artículos, disertaciones y tesis de investigación. Se concluyó que el Budō desarrolla varias capacidades motoras y fisiológicas en los estudiantes (fuerza, flexibilidad, equilibrio, etc.), pero también tiene el potencial para el desarrollo de varios aspectos personales, incluidos los beneficios para la confianza en sí mismo, enfoque mental, equilibrio emocional y de la cosmovisión del practicante que surge del contacto con los ricos elementos culturales de estas prácticas (incluyendo estéticas, valores y filosofías provenientes de Asia). Por lo tanto, es un contenido interesante para que el docente utilice en sus clases.

    Palabras clave: Budō. Artes marciales. Enseñanza. Educación Física. Escuela.

 

Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 27, Núm. 289, Jun. (2022)


 

Introdução 

 

    Segundo Kittsteiner, Hoja, e Jansen (2019), o ofício do professor/a de Educação Física é desafiador. Neste contexto, pensar novas metodologias de ensino, ou mesmo, testar práticas não tão comuns no campo escolar – como lutas, artes marciais, esportes de combate ou modalidades esportivas de combate (Barreira, 2012; Oliveira, 2020) – podem ser um ótimo conteúdo. A implementação deste tipo de conhecimento pelo professor/a permite ao aluno uma grande variedade de movimentos, complementando suas próprias experiências intuitivas de capacidades (Blöcher, 2018). Sobre as Artes Marciais asiáticas Isidoro et al. apontam:

    As artes marciais asiáticas são um conjunto de disciplinas variadas, com pontos em comum e pontos diferentes. Conhecer em profundidade os treinamentos, filosofia e costumes dos praticantes nos ajuda a entender sua evolução histórica, filosófica e social e pode nos ajudar a entender as mudanças físicas que eles causam e as lesões que os praticantes correm risco. (Isidoro, Tobal, Escudero, Ortega, e Sánchez, 2014, p. 171, tradução dos autores)

Imagem 1. As Artes Marciais podem ser usadas de forma bastante proveitosa pelo professor/a de Educação Física Escolar

Imagem 1. As Artes Marciais podem ser usadas de forma bastante proveitosa pelo professor/a de Educação Física Escolar

Fonte: Pixabay.com

 

    Podemos especificar ainda mais nosso objeto de estudo indicando dentro das Artes Marciais asiáticas o caso específico daquelas de origem japonesa. A esse ramo, denominado Budō, identificamos as seguintes características:

Budō é uma forma de cultura física japonesa que tem suas raízes na antiga tradição do Bushidō – literalmente o “caminho do guerreiro”. Praticantes de budō desenvolvem habilidades técnicas marciais enquanto buscam unificar mente, técnica e corpo; desenvolver seu caráter; elevar seu senso de moralidade; e cultivar maneiras respeitosas e corteses. Portanto, budō serve como um caminho de autoaperfeiçoamento. Budō como termo geral se refere às artes marciais japonesas modernas que incluem: jūdō, kendō, kyūdo, sumō, karate dō, aikidō, shōrinji kempō, naginata, e jūkendō. (Budokan, 2014, p. 1)

    Segundo Ennigkeit, e Beek (2019), para que os benefícios das Artes Marciais (AM) apareçam com efervescência nos alunos é preciso que a instrução repassada pelo professor/a (ou mestre/a) tenha uma ótima qualidade – a formação em educação física ajudaria nesse processo (Oliveira, e Santos, 2017). No entanto, Leffler (2019) alerta que é preciso levar em consideração as diretrizes ou leis locais, pois dependendo da escola selecionada para a aplicação da atividade marcial podemos encontrar facilidades ou dificuldades, uma vez que se a instituição escolar estiver ligada a uma administração pública como, por exemplo, instituições federais, estaduais ou municipais, isso relativamente pode torná-la mais acessível ou não, e também gratuita ou não.

 

    Na Alemanha, exemplificando, ensinar lutas no ambiente escolar depende, em certa medida, de regras, normas e regulamentos locais – federais e de currículo (Leffler, 2019). Segundo Correia (2015), no Brasil, as AM fazem parte do currículo escolar de escolas públicas, sendo abordadas em aulas de Educação Física Escolar (EFE), juntamente com outros conteúdos, temas ou linguagens da cultura corporal como o esporte, os jogos, a dança, as questões de saúde, dentre outros.

Dessa forma, o objetivo geral da presente pesquisa foi discutir junto a literatura formas de utilização e de contribuição do Budō (Artes Marciais japonesas) no campo da EFE. Para tanto, foram delineados os seguintes objetivos específicos, a saber: apresentar perspectivas acerca do conceito de EFE, e externar a relação entre as dimensões de conteúdos da EFE e o Budō, deste modo, abarcando possíveis propostas para a utilização no âmbito escolar.

 

    Partiu-se da hipótese de que o conhecimento oriundo do Budō pode contribuir significativamente para com a formação do aluno na EFE. Neste sentido, leva-se em consideração que as várias modalidades de Budō (Judô, Karate-Dō, Kendō, Kyudō, dentre outras) promovem, em certa medida, diversos benefícios sobre seus praticantes, melhorando, por exemplo, a relação mestre-discípulo (Oliveira, 2020), um relacionamento que é semelhante a do professor/a-aluno/a. Nesta esteira, parte-se da premissa que essa ideia de utilizar o Budō na formação acadêmica do discente não é nova, tendo em vista que no Japão da Era Meiji (1868-1912) o Estado japonês também o fez. (Butokukai, 2018)

 

    Assim, para viabilizar o teste da hipótese, realizou-se uma pesquisa de finalidade básica, ou seja, este estudo buscou aprofundar o conhecimento científico acerca do tema proposto. Para tanto, com uma abordagem qualitativa, utilizou-se de procedimento bibliográfico (livros, artigos, dissertações, teses), visando dar suporte para esta pesquisa que foi dividida em duas seções.

 

    Na primeira seção, realizou-se a compreensão do conceito de EFE, assim como foi examinada sua relevância em termos jurídicos e de currículo. Entendeu-se que a EFE possui diferentes concepções, na medida em que é plural – abordou-se tanto questões biodinâmicas quanto socioculturais – e justifica-se sua presença e permanência na sociedade dado a sua relevância histórica com objetivos para a qualidade de vida, sem contar que este campo de atuação profissional está presente em diversos conselhos e parâmetros curriculares de instituições escolares em diversos países.

 

    Na segunda seção, fez-se a apresentação da relação entre as dimensões de conteúdo e o Budō, deste modo, abarcou-se possíveis propostas para a utilização no âmbito escolar. Observou-se dimensões de conteúdos conceituais e procedimentais de vieses cognitivos, afetivos e de condutas. Por fim, ressaltou-se a possibilidade do uso dos valores do Bushidō como caminho para orientar docentes e discentes em aulas de EFE.

 

    Como considerações finais, compreendeu-se que o objetivo – discutir junto à literatura aproximações e distanciamentos entre a EFE e o Budō – indicou que é possível que o professor/a de EFE aplique o conhecimento oriundo do Budō e também do Bushidō em suas aulas. Portanto, essa abordagem apresenta-se como uma possibilidade de intervenção plausível para o professor/a de EFE, uma vez que pode auxiliar na direção da formação de seus alunos como cidadãos autônomos, críticos, cônscios e pacíficos.

 

Educação Física Escolar 

 

    A EFE é entendida como uma área que trata da cultura corporal e que tem como meta introduzir e integrar o aluno nessa esfera, com intuito de contribuir para a formação de um cidadão autônomo. Neste contexto, o aluno poderá usufruir de jogos, esporte, danças, lutas, ginásticas e de todo tipo de atividade para o seu desenvolvimento, bem-estar e crescimento saudável (Betti, 1991b; Freire, e Scaglia, 2003). Essa visão difere diametralmente daquela dos pais japoneses que desejam que seus filhos pratiquem Budō para que possam tornar-se pessoas bem sucedidas profissionalmente, entendendo que os valores ensinados pelas artes marciais vão fortalecê-los nesse propósito. (Rusak, 2009)

 

    Segundo a EEFE-USP (2020), Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo, divide a Educação Física e Esporte em duas grandes áreas de concentração, a saber: A) estudos biodinâmicos da educação física e esporte; e B) estudos socioculturais e comportamentais da educação física e esporte. O primeiro divide-se nas seguintes linhas: Aa) biomecânica do movimento humano; Ab) efeitos agudo e crônico do exercício no sistema cardiovascular; Ac) nutrição, atividade física e genética no esporte e na saúde; e Ad) desempenho esportivo. Já o segundo divide-se nas linhas: Ba) organização da resposta motora e aquisição de habilidades motoras; Bb) análise e diagnóstico do desenvolvimento motor; Bc) estudos socioculturais do movimento humano; Bd) aspectos psicossociais do esporte; Be) gestão, políticas, marketing e comunicação em esportes e educação física; e Bf) desenvolvimento de programas de educação física. (EEFE-USP, 2020)

 

    Dito isto, a EFE pode ser um campo muito fértil para desenvolver atividades como as AM, porém, como já apontado por Leffler (2019), isso dependerá, muitas vezes, das especificidades locais pelas quais as diretrizes, leis e o currículo da instituição escolar estão sendo norteadas. No caso da Alemanha, tendo como exemplo, é a comissão de desporto (ou esporte) que coordena questões referentes à EFE.

 

    Uma particularidade histórica desse país refere-se à área de lutas na EFE, tendo em vista que só foi incluída no currículo escolar no decorrer da abertura política, isto é, em meados da década de 1990 – esse fato desmistifica qualquer intenção de uma longa tradição. Atualmente, no país germânico, dos professores/as de EFE que oferecem alguma AM, em sua grande maioria, o fazem porque praticam, mas não porque foram qualificados para isso durante sua formação universitária. (Leffler, 2019)

    Cabe ainda destacar que, nos países europeus, no seguimento do Tratado de Bolonha, a formação de professores/as apenas é concluída a nível de estudos de 2º Ciclo (denominados em Portugal como Mestrados), pelo que uma abordagem mais profunda relativamente às AM & DC [artes marciais e desportos de combate] poderá aparecer nos planos de estudos desse Ciclo de especialização nas instituições que o levam a cabo. (Avelar-Rosa, e Figueiredo, 2015, pp. 17-18)

    Dito isto, no Brasil a EFE historicamente está atrelada a diferentes ideias, tendo em vista que esse país teve, a título de exemplo, influências do ideário higienista e, na sequência, também esteve norteada pelas pretensões ideológicas de instituições militares ao longo do século XX (Pereira, Reis, e Carneiro, 2020). Nesse processo, movimentos fizeram oposição, em certa medida, a essas pretensões da Ditadura Militar do Brasil (1964-1985), foi o caso dos intelectuais. Esses atores sociais impulsionaram medidas a favor da modernização do país com pautas que envolviam a melhoria da saúde e educação da sociedade brasileira (Silva, e Góis-Júnior, 2019). Deste modo, identificamos associações com esses movimentos na história da EFE do Brasil.

    A historiografia dedicada à educação física na escola produziu vários estudos que relacionaram sua institucionalização no currículo com objetivos militares, nacionalistas e também a projetos modernos de sociedade. Corpos higienizados pela crença em pedagogias sustentadas pelo discurso científico como progenitor de caminhos seguros de civilidade e progresso social. (Góis-Júnior, 2017, p. 702)

    Segundo So, Rodrigues, e Prodócimo (2020), a partir da década de 1980 houve um movimento dentro da Educação Física que – ao se aproximar do âmbito das ciências sociais e humanidades – contribuiu para uma emergente perspectiva cultural desse campo de conhecimento. Concepções mecanicistas da área foram postas “em xeque”, uma vez que o trabalho de diversos autores – hoje consolidados – acabaram por expandir o campo da EFE de uma forma crítica – o que envolveu questões sociais, culturais, antropológicas, dentre outras. (Betti, 1991a; Coletivo de Autores, 1992; Kunz, 1994; Medina, 2013; Oliveira, 2004; Soares, 1996)

 

    Segundo Saura, Zimmermann, e Rubio (2017), no que tange os estudos socioculturais do movimento humano dentro da Educação Física e Esporte no Brasil emergentes a partir da década de 1980, a interdisciplinaridade e o reconhecimento da pluralidade teórica, que foram o pano de fundo na direção da identidade científica desse campo, contribuíram para que o “corpo” – historicamente estudado por um viés tecnicista – fosse problematizado por outros ângulos. Em síntese, ao longo da história da EFE houve diversos processos caracterizados por continuidades, descontinuidades e ressignificações que culminaram em uma EFE constituída de vertentes tanto do campo da biodinâmica quanto do campo dos estudos socioculturais do movimento humano.

 

Entre o marcial e o educacional: Budō e Educação Física Escolar 

 

    Segundo Leffler (2019), é certo que o campo das lutas oferece uma riqueza infinita de conteúdo, visto que a história e o desenvolvimento das AM, quando bem apresentadas no campo escolar, tornam-se fundamentais “para poder lograr um espaço definitivo deste conhecimento na Educação Física” (So et al., 2020, p. 81). Nesta esteira, de maneira prática, as AM podem ser usadas de forma bastante proveitosa pelo professor/a de EFE, dado que atividades como a luta pelo equilíbrio (ideia central nesse campo) surge como uma alternativa mais bem aceita do que considerar o aspecto de dano (impacto) que as AM possuem (Leffler, 2019). Desta forma, por exemplo, evitar-se-ia, o paradigma da violência, ou seja, questões que reforçam as lutas como algo violento (Paes, Galatti, e Reverdito, 2016). Alguns exemplos de como abordar isso em aulas na EFE:

    O duelo lúdico pelo (des)equilíbrio e a experiência de ficar em pé e se mover com confiança podem ser discutidos tão cedo quanto as regras (regras STOP, não machucamos ninguém, etc.), rituais (saudação; palmas antes de cada duelo; sinais de que você está pronto; bater palmas após cada duelo como uma demonstração de respeito; etc.) ou princípios básicos (ceder e se conter). Muitas artes marciais também incluem relaxamento, que em parceria não apenas acalma os músculos, mas também a mente. (Leffler, 2019, p. 6, tradução dos autores)

    Assim, é interessante problematizar com os alunos da EFE questões referentes a classificação do que seria luta e briga, já que, não raro, o estereótipo de violento foi historicamente construído devido a origem de determinadas AM. Entendemos que a briga se distancia da luta por diversos aspectos, dado que a primeira possui algumas características de descontrole e violência – sem regras; desrespeito ao oponente; tem por objetivo agredir fisicamente e psicologicamente; covardia: desigualdade numérica, diferença de idade, tamanho, peso, etc.; ocorrem em lugares variados; desorganizadas; não necessita somente de um contato físico, podendo ser verbalmente; podem ser ocasionadas por vários motivos; ganha um “inimigo”; só tem a perder; impulso, age sem pensar, com maldade, etc. (Pereira, 2018)

 

    Segundo Pereira (2018), as lutas se diferem das brigas pelo fato de possuírem aspectos de esporte, isto é, são condicionadas por regras e prezam pelo respeito ao oponente. Outra característica fundamental é não buscar agredir o parceiro, afim de que ele sofra lesões. Também apresentam equidade (faixa, peso, adversário, etc.). O fato de possuírem um espaço adequado para a prática é importante nessa classificação, bem como serem melhor organizadas quando em comparação com as brigas –que não têm um lugar específico e geralmente são desorganizadas. O contato físico é buscado na luta, mas de modo controlado (mesmo havendo nocaute, o juiz separa os atletas). Neste âmbito, o praticante aperfeiçoa suas habilidades corporais, respondendo a ataques físicos, ao mesmo tempo em que percebe um avanço na sua própria autoconfiança. (Barreira, 2012)

 

    Neste contexto, o adversário, não raro, é simbolicamente construído e se desfaz logo quando acaba a luta. Muito embora a distinção fenomênica da luta corporal conduz a um aspecto ético correlativo, isto é, a disponibilidade mútua dos lutadores envolvidos e a motivação inerente ao desafio de superar fisicamente o outro evitando ser superado (Barreira, 2017). Os competidores geralmente não levam para o pessoal o combate em si e acabam por ser entre eles amigáveis no pódio ou fora da competição. De certa forma, o perdedor também se configura como um ganhador, pois a resiliência, o aprendizado, a experiência serão fatores que determinarão a reconstrução física e psicológica do atleta após o combate, bem como a técnica, raciocínio, agilidade, reflexo, estratégias também serão contemplados. (Pereira, 2018)

 

    Percebe-se que é possível ao professor/a de Educação Física aplicar as dimensões de conteúdo – procedimental, atitudinal e conceitual (Alencar, Silva, Lavoura, e Drigo, 2015) nas aulas da disciplina, independente de unidade temática desenvolvida – esportes, jogos, dança, práticas de aventura, ginásticas ou lutas. No caso desta última unidade citada, as lutas, as possibilidades são diversas (Correia, 2015). Ao tratar o tema AM, caso discutido neste texto, as reflexões sobre o Budō e o Bushidō não devem deixar de serem exploradas.

 

    Os professores/as são incentivados a leitura e estudos acerca das AM, especialmente do Budō e a possibilidade de educação em valores através das formulações do Bushidō (Santos, 2019), haja vista que estes temas fazem parte do conteúdo “Lutas”, unidade temática obrigatória para o ensino de Educação Física no Brasil. Da mesma forma, propõe-se que as escolas e instituições formadoras ofereçam educação continuada aos professores/as para entrarem em contato com o conteúdo das artes marciais japonesas, de forma a desenvolverem métodos para aplicá-las na Educação Física Escolar. Além disso, “a responsabilidade docente convoca cada professor e professora para que reavalie sua relação com o objeto de ensino e aprendizagem”. (Correia, 2015, p. 343)

 

    Neste contexto, considera-se também importante o microssistema no qual os alunos estão inseridos, posto que a existência de um ambiente de desenvolvimento amplo é composto pela cultura da escola, da cidade, do clube/academia de AM que o discente frequenta, ligados ao apoio familiar, fazendo com que seja um ambiente ideal para a formação. (Massa, Uezu, Pacharoni, e Böhme, 2014)

 

    Por fim, o estudo sobre as dimensões de conteúdo, o entendimento deste assunto e sua aplicação na práxis dos professores/as, se faz necessário para uma Educação Física de qualidade na escola (Ferreira, 2006). O Budō apresenta-se como um conjunto de práticas modernas capaz de auxiliar praticantes de artes marciais a refinar suas habilidades técnicas, muito embora venha acompanhado historicamente por um caráter de formação humana. (Frosi, e Oliveira, 2019)

 

    É importante destacar, segundo Sakaue (2019), que desde que o Japão implementou a nacionalização do Budō, em 1989, o número de alunos matriculados vem diminuindo, tanto em escolas secundárias quanto em clubes privados nesse país – práticas como o jūdō e o kendō tiveram considerável diminuição. Esse autor também ressaltou que, todavia, o Budō nas escolas pode ter potenciais positivos quando combinados com o objetivo geral da EFE – um exemplo de objetivo é a ideia da prática constante da educação física ao longo da vida visando desfrutar do prazer e da diversão através de exercícios.

 

    Leva-se em consideração também que as AM são importantes para qualquer sociedade, uma vez que seus impactos sociais, econômicos, políticos e sociocomportamentais são objetos de interesse tanto do campo científico quanto do campo escolar (Correia, 2015). Não raro, projetos sociais de cunho esportivo trazem consigo propostas envolvendo AM, pois entende-se que são conhecimentos plausíveis para a transformação social. Além do mais, “é fundamental que as crianças tenham acesso às mais diversificadas atividades motoras desde os primeiros anos de vida, de modo a possibilitar, de forma prazerosa, o desenvolvimento de um amplo acervo motor”. (Massa et al., 2014, p. 384)

 

    Como futuros trabalhos a desenvolver a partir deste apresentado, a atuação de professores/as de lutas em meio a pandemia do COVID-19 no campo escolar pode emergir questões importantes na atualidade, assim como foi registrado na literatura por Camilo et al. (2020). Pesquisa que retratou os bastidores de como professores/as de AM lidam com problemas envolvendo relações de cuidado consigo e com seus alunos, trazendo questões sobre preocupações de ordem de saúde, física, psíquica e de mercado – medo de perder o emprego e não retomar os alunos, por exemplo.

 

Conclusões 

 

    Quando iniciou-se o trabalho de pesquisa constatou-se que existem diversos parâmetros pelos quais a EFE é compreendida, o que depende do local onde ela é oferecida. Com efeito, o Budō se apresenta como alternativa no campo escolar para se desenvolver nos alunos capacidades motoras e contribui no sentido de proporcionar experiências diversificadas – formação abrangente. Diante disso, a pesquisa teve como objetivo geral discutir junto a literatura formas de como operacionalizar o Budō, assim como ressaltar em que medida esse conhecimento é capaz de dialogar com o campo da EFE.

 

    Ressalta-se que o Budō pode servir como um importante meio para a formação de estudantes na EFE. As artes marciais japonesas possuem vastas possibilidades para desenvolver nos alunos importantes capacidades (força, equilíbrio, flexibilidade, agilidade, estados de atenção, dentre outras). Além do mais, o Budō também possui potencial para o desenvolvimento de diversos aspectos internos, incluindo benefícios para a autoconfiança, foco mental, equilíbrio emocional e ampliação da visão de mundo do praticante advinda do contato com os ricos elementos culturais dessas práticas (incluindo estética, valores e filosofias da Ásia).

 

    Durante o trabalho verificou-se a riqueza dos conteúdos que o Budō, ou mesmo, as AM em geral podem oferecer, visto que não somente o objetivo do aperfeiçoamento das capacidades de praticantes, mas de levantar questões com relação ao estereótipo de “violento” que esse meio provoca.

 

    Deste modo, concluiu-se que o Budō é um conjunto de práticas modernas que podem auxiliar professores/as e alunos/as na EFE. Além disso, poderá ajudar os alunos a melhorar seus relacionamentos e papéis sociais, tornando-se pessoas melhores (Hackney, 2010). Recomenda-se para pesquisas futuras um levantamento de instituições educacionais que utilizam as lutas na EFE em diferentes países, o que poderá trazer um panorama interessante de como elas são abordadas.

 

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Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 27, Núm. 289, Jun. (2022)