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ISSN 1514-3465

 

Jovens e exercício físico: considerações, mitos e aplicações práticas

Youth and Physical Exercise: Considerations, Myths and Practical Applications

Jóvenes y ejercicio físico: consideraciones, mitos y aplicaciones prácticas

 

Henrique Santa Capita Cerqueira*

henriquecrg@gmail.com

Marcos Corrêa Junior**

marcoscef@gmail.com

 

*Licenciado e Bacharel em Educação Física

pelo Centro Universitário Moura Lacerda

Graduado em Biologia pela Universidade Cruzeiro do Sul

Graduado em Pedagogia pela Universidade Nove de Julho

Graduando em Nutrição pela Universidade Estácio de Sá

Pós-graduado em Treinamento Esportivo pela EEFERP - USP Ribeirão Preto

Pós-graduado em Nutrição Estética e Esportiva

pelo Centro Universitário Claretiano de Batatais

Pós-graduado em Personal Training pela EEFERP - USP Ribeirão Preto

Pós-Graduado em Nutrição Esportiva e Obesidade (FMRP - USP Ribeirão Preto)

Mestre e Doutor pela FMRP - USP (Programa de Pós-Graduação

em Saúde da Criança e do Adolescente, do Departamento de Puericultura e Pediatria).

**Doutor em Saúde da Criança e do Adolescente

pelo departamento de Puericultura e Pediatria

da Universidade de São Paulo (USP/FMRP)

Mestre em Saúde da Criança e do Adolescente

pelo Departamento de Puericultura e Pediatria (USP/FMRP)

Formado em bacharelado em Educação Física pela UEL

e em Farmácia, habilitação Farmácia Bioquímica, pela Universidade Paulista.

(Brasil)

 

Recepção: 25/05/2021 - Aceitação: 17/07/2022

1ª Revisão: 05/07/2022 - 2ª Revisão: 07/07/2022

 

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Citação sugerida: Cerqueira, H.S.C., e Corrêa Junior, M. (2022). Jovens e exercício físico: considerações, mitos e aplicações práticas. Lecturas: Educación Física y Deportes, 27(293), 205-220. https://doi.org/10.46642/efd.v27i293.3046

 

Resumo

    Objetivo: o presente trabalho objetivou contextualizar os aspectos envolvidos no que diz respeito à juventude e a prática de exercícios físicos. Métodos:A estratégia de busca dos artigos incluiu pesquisas nas bases eletrônicas Medline/PubMed, Scopus, Scielo e Lilacs. Não houve data limite de publicação. Os descritores foram usados em inglês de acordo com MeSH e em português segundo os DeCS. Também foram utilizados livros textos que apresentam suporte no entendimento de conceitos e suas aplicabilidades na área de conhecimento. Resultados: Na promoção da saúde o exercício é de extrema importância, sobretudo durante a infância e a adolescência. O treinamento de força e/ou exercícios aeróbios intermitentes de alta intensidade podem ser utilizados para este fim. O exercício quando praticado com volume e intensidade bem controlados e de acordo com a faixa etária não é capaz de influenciar negativamente o crescimento. Para que a prática de exercícios possa trazer benefícios para o desenvolvimento dos jovens é preciso compreender os conceitos e aplicações que a envolvem. Conclusão: A ciência tem avançado bastante na área e, atualmente existem diversas ferramentas disponíveis respaldadas cientificamente para promover a prática de exercícios aos jovens, de maneira segura. Entretanto, algumas questões que envolvem o desenvolvimento do jovem e a prática de exercícios ainda não foram totalmente elucidadas pela ciência, assim carecendo de mais estudos sobre este tema.

    Unitermos: Desenvolvimento humano. Exercício. Adolescente.

 

Abstract

    Objective: The present study aimed to contextualize the aspects involved with regard to youth and the practice of exercises. Methods: The search strategy of the articles included searches in the electronic databases Medline via PubMed, Scopus, Scielo and Lilacs. There was no publication deadline. The descriptors were used in English according to MeSH and in Portuguese according to the DeCS. Textbooks have also been used that support the understanding of concepts and their applicability. Results: In health promotion, exercise is extremely important, especially during childhood and adolescence. Strength training and / or intermittent high intensity aerobic exercises can be used for this purpose. Exercise when practiced with volume and intensity well controlled and according to age group is not able to negatively influence growth. For the practice of exercises can bring benefits for the development of young people, it is necessary to understand the concepts and applications that involve it. Conclusion: Science has made great strides in the field, and there are currently a number of scientifically-backed tools available to promote the practice of exercises for young people in a safe manner. However, some issues that involve the development of the young person and the practice of exercises have not yet been fully elucidated by science, thus lacking further studies on this topic.

    Keywords: Human development. Exercise. Adolescence.

 

Resumen

    Objetivo: El presente estudio tuvo como objetivo contextualizar los aspectos involucrados con respecto a la juventud y la práctica de ejercicios físicos. Métodos: La estrategia de búsqueda de artículos incluyó búsquedas en las bases de datos electrónicas Medline/PubMed, Scopus, Scielo y Lilacs. No hubo fecha límite de publicación, los descriptores fueron utilizados en inglés según el MeSH y en portugués según el DeCS. También se utilizaron libros de texto que apoyan la comprensión de conceptos y su aplicabilidad en el área del conocimiento. Resultados: En la promoción de la salud, el ejercicio es sumamente importante, especialmente durante la niñez y la adolescencia. El entrenamiento de fuerza y/o el ejercicio aeróbico intermitente de alta intensidad pueden usarse para este propósito. El ejercicio, cuando se practica con volumen e intensidad bien controlados y según el grupo de edad, no influye negativamente en el crecimiento. Para que la práctica de ejercicios traiga beneficios al desarrollo de personas jóvenes, es necesario comprender los conceptos y aplicaciones que la incluyen. Conclusión: La ciencia ha avanzado mucho en el área y, actualmente, existen varias herramientas científicamente respaldadas disponibles para promover la práctica de ejercicios entre los jóvenes, de forma segura. Sin embargo, algunas cuestiones que involucran el desarrollo de personas jóvenes y la práctica de ejercicios aún no han sido dilucidadas completamente por la ciencia, por lo que se requieren más estudios sobre este tema.

    Palabras clave: Desarrollo humano. Ejercicio. Adolescente.

 

Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 27, Núm. 293, Oct. (2022)


 

Introdução 

 

    Pode-se dizer que a atividade física e o movimento em geral são inerentes aos seres humanos, sobretudo em crianças, independentemente da finalidade, eles se fazem presentes na vida do homem, desde sua existência. (Blair, Kohl, Gordon, e Paffenbarger, 1992; Cooper, 2019)

 

    Desde o período pré-histórico a atividade física já está presente na vida do homem, devido ao estilo de vida que enfrentava,ou seja, a atividade física estava ligada basicamente a questões de sobrevivência, pelas questões de deslocamento, proteção, busca por alimento e etc. Já mais adiante na história, na Antiguidade, Grécia e Roma se destacaram como grandes entusiastas da atividade física. Porém, nestes dois casos ela era praticada em outro contexto. Sendo a estética e motivos militares as principais razões da prática, e não mais apenas sobrevivência. Isto significa que a atividade física está ligada à existência humana praticamente desde a existência do homem e, de lá para cá, essa relação tem se intensificado e se transformado cada vez mais. (Cooper, 2019; Pitanga, 2008; Pope, Phillpis, e Olivardia, 2000)

 

Imagem 1. O treinamento de força pode ser realizado forma de circuito para diminuição da monotonia da sessão

Imagem 1. O treinamento de força pode ser realizado forma de circuito para diminuição da monotonia da sessão

Fonte: Unsplash.com - Foto: Meghan Holmes

 

    Assim sendo, é de se esperar que o exercício tenha uma profunda relação na vida deste ser. Esta relação parece ser ainda mais importante quando se trata de jovens. Afinal, a infância e a adolescência são períodos nos quais ocorrem uma série de mudanças na vida do indivíduo (Fanjul, López, e González, 2019). Desta maneira, a atividade física e tudo o que ela engloba (arcabouço no qual está inserido o exercício físico) ocupa posição de destaque neste período da vida, repleto de transformações.

 

    Desta forma, é de grande valia entendermos todos os aspectos envolvidos nesta relação. Desta maneira, o presente trabalho objetivou contextualizar os aspectos envolvidos no que diz respeito à juventude e a prática de exercícios físicos.

 

Métodos 

 

    Este é um estudo de revisão narrativa, desenvolvida com produção científica indexada nas seguintes bases eletrônicas de dados: Medline, Lilacs, Scielo e Scopus sem data limite para publicação.

 

    A identificação e a seleção dos artigos em todas as bases de dados foram feitas simultaneamente por dois pesquisadores no período de três semanas, entre os meses de outubro e dezembro de 2020. As palavras usadas como descritores, sendo que em inglês de acordo com o Medical Subject Heading (MeSH) e em português de acordo com os Descritores em Ciência da Saúde (DeCS) foram: Exercise/Exercício, Growth/Crescimento, Human Development/Desenvolvimento Humano, Child Development/Desenvolvimento Infantil, Adolescent/Adolescente. As palavras foram usadas em inglês e em português.

 

    Após a seleção das publicações pelos títulos e resumos, uma avaliação foi feita pelos dois pesquisadores, que determinaram de forma consensual os estudos a serem lidos na integra e incluídos na revisão. As referências dos estudos selecionados foram rastreadas, com intuito a inclusão de outros artigos de eventual interesse. Também buscamos utilizar livros textos que apresentam suporte no entendimento de conceitos e suas aplicabilidades na área de conhecimento.

 

Resultados e discussão 

 

Conceitos básicos 

 

    Antes de se aprofundar no assunto em questão é bastante salutar pontuar e esclarecer alguns conceitos sobre a educação física e algumas áreas que ela envolve. Para os mais familiarizados com a área, isso pode soar óbvio e maçante, porém, ainda é comum vermos pessoas se confundindo ao abordar essas questões. Tomando por base a sistematização adotada por Barbanti (2011), buscamos, de forma simples, classificar e diferenciar os termos “Educação Física”, “Atividade Física”, “Exercício Físico” e “Esporte”. Assim sendo, temos o seguinte:

    Educação Física: é uma abrangente área, que se preocupa prioritariamente com o movimento humano e suas relações com outras áreas da educação, não apenas do desenvolvimento físico, mas também dos aspectos mentais, sociais e emocionais.

 

    Atividade Física: refere-se a todo movimento corporal, produzido de forma voluntária e que provoca um gasto energético acima dos níveis de repouso.

 

    Exercício Físico: sequência estruturada de movimentos, repetidos de forma sistematizada e que têm por objetivo o aumento do rendimento.

 

    Esporte: é uma atividade competitiva e institucionalizada. Pode-se inferir que, obrigatoriamente, se trata de uma atividade formalizada e organizada por órgãos competentes, como as federações, por exemplo. A participação dos atletas é motivada por fatores intrínsecos e também extrínsecos, além de envolver esforço físico intenso e emprego de relativamente complexas habilidades motoras.

Desenvolvimento na infância e adolescência 

 

    De acordo com as considerações de Gallahue, Ozmun, e Goodway (2013) podemos definir crescimento como um aumento na estrutura do corpo, gerado pelo aumento ou multiplicação celular. Já o desenvolvimento se refere a um contínuo processo de modificações no organismo humano, que perdura desde a concepção até a morte. Ainda segundo as definições dos autores, chamamos de maturação as modificações de ordem qualitativa, que preparam o organismo para níveis mais elevados de funcionamento, sendo determinada geneticamente, sem influência do meio ambiente.

 

    Quando se fala em desenvolvimento do indivíduo, um termo frequentemente encontrado na literatura é a idade. Porém, dentro do desenvolvimento humano não existe um único conceito de idade, existem diferentes classificações para esta palavra, sendo algumas das mais usadas: idade cronológica, idade biológica e idade anatômica. (Barbanti, 2005; Bompa, 2002)

 

    Com base nas ideias de Gallahue et al. (2013), idade cronológica refere-se à diferença entre determinado dia e a data de nascimento do indivíduo. O autor classifica a idade cronológica da seguinte forma:

  1. vida pré-natal (compreende o período desde a concepção até oito semanas de nascimento);

  2. primeira infância (um mês até 24 meses após o nascimento);

  3. segunda infância (de 24 meses até os 10 anos);

  4. adolescência (período que se estende desde os 10/11 anos até os 20 anos);

  5. adulto jovem (dos 20 aos 40 anos);

  6. adulto de meia idade (dos 40 aos 60 anos);

  7. adulto mais velho (acima de 60 anos).

    Já idade biológica refere-se à idade de uma pessoa, que é determinada pelo nível de maturação dos diversos sistemas que compõem seu organismo. Para se determinar esta idade deve-se considerar o estado de algumas estruturas, como o sistema esquelético, características sexuais, estatura, além da massa e superfície corporal (Barbanti, 2005). Bompa (2002) acrescenta ainda, idade anatômica, que remete aos diferentes estágios de crescimento anatômico que podemos verificar, quando identificamos certas características. O Quadro 1 mostra, de forma sucinta, os estágios de desenvolvimento de crianças e jovens e suas características, de acordo com a idade. Vale ressaltar, porém, que existem diferenças individuais sobre as características. O quadro também mostra de forma geral como essas características se manifestam.

 

Quadro 1. Estágios de desenvolvimento de crianças e jovens e suas características, de acordo com a idade

Estágios da idade anatômica

Fase de desenvolvimento

Idade cronológica (anos)

Estágio

Idade

Características do desenvolvimento

Início da infância

0-2

Recém-nascido

Lactente

Engatinhando

Andando

0-30 dias

1-8 meses

9-12 meses

1-2 anos

Rápido desenvolvimento dos órgãos.

Pré-escola

3-5

Pequeno

Médio

Grande

3-4 anos

4-5 anos

5-6 anos

Um estágio de ritmo desigual de desenvolvimento, quando ocorrem mudanças complexas e importantes (funcionais, comportamentais e da personalidade).

 

Idade escolar

6-18

Pré-puberdade

6-11 (meninas)

7-12 (meninos)

Desenvolvimento lento e equilibrado quando as funções de alguns órgãos se tornam mais eficientes.

Puberdade

11-13 (meninas)

12-14 (meninos)

Crescimento e desenvolvimento rápidos na altura, no peso e na eficiência de alguns órgãos; amadurecimento sexual com alteração nos interesses e no comportamento.

Pós-puberdade

13-18 (meninas)

14-18 (meninos)

Desenvolvimento lento, equilibrado e proporcional; amadurecimento funcional.

Jovem adulto

19-25

Maturidade

19-25 anos

Amadurecimento com duplo aperfeiçoamento de todas as funções e traços psicológicos. Maximização dos potenciais psicológico e esportivo.

Fonte: Adaptado de Bompa (2002)

 

Respostas hormonais no exercício e na prática de esportes em jovens 

 

    O sistema endócrino é um complexo de modulação de processos biológicos, cuja comunicação é feita através de hormônios, que são moléculas produzidas em diferentes glândulas do nosso corpo. (Hsiao, e Gardner, 2017)

 

    O exercício físico, além de contribuir para o desenvolvimento dos diversos sistemas que compõem nosso organismo, tais como o musculoesquelético, cardiovascular e respiratório, por exemplo, também altera de forma positiva a função imune. (Sohail, Yassine, Sohail, e Al ThaniI, 2019)

 

    Como principais respostas crônicas ao exercício, podemos citar as adaptações destacadas por Rubin (2020).

  1. Insulina: a insulina responde ao treinamento em um período de tempo relativamente curto (8 semanas), sendo que se tem associado reduções nas concentrações de insulina basal ao aumento da aptidão física.

  2. Eixo GH/IGF-I: de modo geral, os achados sugerem que, desde que não haja um déficit calórico e de carboidratos na dieta do indivíduo jovem, aparentemente o treinamento físico não exerce efeito negativo sobre os hormônios do eixo.

  3. Hormônios sexuais: normalmente o treinamento físico parece influenciar as concentrações de testosterona, tanto em meninos quanto em meninas. Segundo a literatura, uma longa temporada acompanhada de déficit calórico pode diminuir suas concentrações. Porém, após seu término, as concentrações de testosterona.

    A autora ressalta ainda que o estudo da endocrinologia pediátrica do exercício está em seus estágios iniciais em comparação com o que se sabe sobre adultos, assim sendo, há informações limitadas no que tange essa área. E que a literatura atual sugere que alguns hormônios respondem ao exercício agudo de forma semelhante em crianças e adultos. Porém, as respostas de outros hormônios são associadas com as alterações relacionadas com a maturação sexual.

 

    Com o crescimento da popularidade dos esportes entre os jovens nas últimas décadas, estes tem iniciado cada vez mais cedo em programas de treinamento de alta intensidade e longa duração (Theintz, Howald,Weiss, e Sizonenko, 1993). Tsolakis et al. (2003) demonstraram o efeito da especificidade do treinamento no estimulo das adaptações hormonais entre atletas púberes de diferentes esportes. Neste trabalho os autores compararam as concentrações de testosterona e hormônio do crescimento (GH) de jovens atletas de 11-13 anos praticantes de handball, remo, corrida, basquete, natação, levantamento de pesos e esgrima com um grupo controle de jovens não treinados. Os resultados mostraram diferentes concentrações entre os esportes devido às diferenças nos programas de treinamento. Os autores concluíram que as diferenças hormonais entre os grupos podem ser atribuídas ao desenvolvimento e ao fator maturacional. Além disso, é bem estabelecido na literatura que a carga de treinamento pode influenciar as concentrações do GH, além do IGF-I e suas proteínas de ligação. (Eliakim, e Nemet, 2020; Tourinho Filho et al., 2017)

 

Aplicações práticas para o exercício visando a saúde 

 

    Pensando na promoção da saúde, sem dúvida o exercício é de extrema importância, sobretudo durante a infância e adolescência, fases nas quais os jovens passam por significativas mudanças biopsicossociais. E, certamente, um dos problemas que mais atingem jovens do mundo todo é a obesidade. Estima-se que a prevalência de sobrepeso e obesidade em jovens em países em desenvolvimento atinge 12,9% dos garotos e 13,4% das garotas. Em países desenvolvidos os dados são ainda mais alarmantes, com incríveis 23,8% dos garotos e 22,6% das garotas nesta situação. (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica, 2016)

 

    Quando se fala em promover saúde e emagrecimento, uma abordagem frequentemente utilizada é a prática isolada de exercícios aeróbios. Porém, esta pode não ser a estratégia mais eficaz. Obviamente o treinamento aeróbio possui seus benefícios e não deve ser condenado em hipótese alguma. Todavia, além de suas sessões demandarem maior tempo, ainda tendem a ser mais entediantes, principalmente para os mais jovens. (Bartlett et al., 2011)

 

    É preciso pensar em exercícios e programas de treinamento como um todo que sejam eficientes e, ao mesmo tempo, não sejam enfadonhos. Uma alternativa interessante seria a utilização do treinamento de força e/ou exercícios aeróbios intermitentes de alta intensidade, uma vez que a literatura aponta que os tradicionais exercícios aeróbios de intensidade moderada, comumente realizados na esteira, têm uma menor preferência e grau de satisfação em sua execução (Bartlett et al., 2011; Oliveira, Santos, Kilpatrick, Pires, e Deslandes, 2018). O treinamento de força traz diversos benefícios à saúde e sua prática por jovens, ao contrário do senso comum, não traz riscos. (Lesinski, Herz, Schmelcher, e Granacher, 2020; Mcquilliam, Clark, Erskine, e Brownlee, 2020; Stricker, Faigenbaum, e McCambridge, 2020)

 

    O treinamento de força pode ser realizado de forma tradicional ou ainda na forma de circuito, o que pode ser uma estratégia interessante para economia de tempo e diminuição da monotonia da sessão (Schoenfeld, 2020; Seo, Noh, e Kim, 2019). Quanto aos exercícios aeróbios intermitentes de alta intensidade, que são caracterizados como atividade submáxima de curta duração intercalado com períodos de descanso ou atividades de baixa intensidade, além de serem eficazes para o emagrecimento e melhora da aptidão física (sobretudo cardiorrespiratória), têm como principal vantagem a economia de tempo, já que suas sessões tendem a ser mais curtas que as de um treinamento aeróbio tradicional (Andreato, 2020; Hsieh et al., 2021). O exercício aeróbio intervalado pode ser trabalhado utilizando corrida em esteira e/ou pista, ou ainda em aparelhos, como bicicleta ergométrica e simulador de caminhada. Outro fato a favor do exercício intervalado é que sua característica intermitente se assemelha à natureza das brincadeiras comumente realizadas pelos indivíduos desde a infância, como o pega-pega, por exemplo. Ou seja, o jovem tende a estar mais familiarizado com este tipo de atividade (Miculis, Mascarenhas, Boguszewski, e Campos, 2010). Porém, é importante ressaltar que não existe um exercício ou programa de treinamento melhor que o outro, e todos os citados tem suas vantagens e benefícios; assim sendo, podem e devem ser empregados da maneira que o profissional da área julgue mais adequado. Importante ressaltar que, sobretudo, a prática deve ser prazerosa ao indivíduo.

 

O treinamento físico compromete o crescimento: mito ou verdade? 

 

    Não é raro encontrar algum profissional de Educação Física que, em sua prática profissional, já tenha ouvido frases do tipo: “vou matricular meu filho no basquete, pois é bom para crescer” ou então “não deixo meu filho fazer musculação, porque atrapalha o crescimento”. Fato é que a discussão, ainda que antiga, continua a confundir a cabeça de muitas pessoas e, podemos nos arriscar a dizer, até de alguns profissionais também. Todavia, os dados na literatura demonstram que isso se trata de um mito, não havendo evidências de que determinado tipo de esporte e/ou exercício por si só exerça influência sobre o crescimento de jovens. Os dados disponíveis dão conta de que o exercício por si só não promove nem prejudica o crescimento longitudinal do indivíduo jovem, independentemente do tipo de esporte praticado. (Silva,Goldberg, Teixeira, e Marques, 2004)

 

    Todavia, cabe aqui fazer uma importante observação: quando se fala que o exercício por si só não é capaz de influenciar negativamente o crescimento, estamos falando de uma prática adequada, com volume e intensidade bem controlados, de acordo com a faixa etária do indivíduo. (American Academy of Pediatrics, 2000; Ferreira, Mateus, Mateus, e Costa, 2015; Solomon, Briskin, Sabatina, e Steinhoff, 2017)

 

    Outro aspecto importante a ser ressaltado é a alimentação. Somados, uma carga de treinamento excessiva e uma má nutrição parecem ser os principais responsáveis por prejudicar o crescimento de jovens atletas. Claro que outros aspectos devem ser considerados, como a genética, fatores ambientais e estresse, por exemplo. Porém, é bem estabelecido que um balanço energético negativo tende a exercer efeito negativo sobre o crescimento, principalmente se somado a uma prática extenuante de exercícios físicos. (Caine, Lewis, O'Connor, Howe, e Bass, 2001; Rubin, 2020)

 

    Posto isso, é possível que alguns ainda se questionem se nem mesmo a musculação traria prejuízos à estatura. Neste sentido, recentes artigos de revisão demonstram que tanto em crianças quanto em adolescentes, o treinamento de força não influenciou negativamente o crescimento (Barbieri, e Zaccagni, 2013; Lesinski et al., 2020; Mcquilliam et al. 2020). Inclusive, há mais de uma década autoridades e associações da área da saúde recomendam a inclusão do treinamento de força para crianças e adolescentes. (Faigenbaum et al., 2009; Office of Disease Preventionand Health Promotion, 2008)

 

    Em um trabalho conduzido por Lloyd et al. (2014) foi observado que um programa de treinamento com pesos com o objetivo de aumentar a força muscular, aprimorar a mecânica do movimento e habilidades funcionais, também podem ajudar a reduzir lesões relacionadas a prática esportiva por jovens atletas.

 

    Mas então, qual seria a origem do mito de que o exercício por si só promoveria ou inibiria o crescimento em estatura? Não existe um consenso, mas analisando alguns pontos, podemos entender que a soma de alguns fatores possa ter criado este mito.

 

    O primeiro ponto é a composição corporal típica dos atletas de determinadas modalidades. Por exemplo, a média de altura de jogadores de basquetebol da NBA (liga de basquetebol americana) na temporada era de 1,99 metros (National Basketball Association, 2019). E, no voleibol, não é muito diferente. Tomando por base os 3 primeiros colocados do campeonato mundial de voleibol masculino de 2018, a média de altura era a mesma (Fédération Internationale de Volleyball, 2018). Já quando falamos da ginástica, por exemplo, a história se inverte. Nas Olimpíadas de 2016, a média de altura das ginastas brasileiras era de 1,55 metros, seguindo a tendência do restante das equipes, cuja maioria das atletas tinha entre 1,48 a 1,55 metros de altura. (Atiković et al., 2017)

 

    Assim sendo, parece natural que as pessoas pensem que os atletas de voleibol e basquetebol são grandes porque praticam esses esportes, enquanto que as ginastas são pequenas devido à sua modalidade. Porém, o que parece ocorrer é justamente o contrário, ou seja, uma espécie de “seleção natural” por parte dos esportes, devido às suas especificidades e/ou mecânica de jogo (Ribeiro Junior, Lobão, Oliveira, Viana, e Werneck, 2020). Ou seja, o indivíduo baixo acaba não tendo chances de continuar a carreira no basquete ou no voleibol, enquanto que uma pessoa de estatura elevada dificilmente obterá êxito em uma carreira como ginastas. Assim, não é o esporte que faz ou não o indivíduo crescer. Isto, aliás, é um consenso na literatura. (Damsgaard, Bencke, Matthiesen, Petersen, e Müller, 2001)

 

    Outro aspecto que talvez possa ter contribuído para este mito é o de que o impacto seria nocivo ao crescimento do indivíduo. Neste caso, podemos citar a natação, comumente associada como um esporte que promove crescimento, sobretudo pelo seu baixo impacto. O que não é verdade, já que a natação, assim como outros esportes, não exerce este poder sobre o indivíduo. (Gunter et al., 2008; Lima, De Falco, Baima, Carazzato, e Pereira, 2001).

 

    Além disso, o impacto não é necessariamente ruim para o crescimento e a saúde óssea; pelo contrário, exerce adaptações positivas no tecido ósseo (Yan, Moshage, e Kersh, 2020). Em um estudo de Gunter et al. (2008), jovens pré-púberes foram submetidos durante 7 meses a um treinamento de saltos, enquanto um grupo controle realizou trabalho de alongamento neste período. Os resultados mostraram que o grupo que sofreu a intervenção, treinamento com impacto, teve aumento no conteúdo mineral ósseo, quando comparado ao grupo controle.

 

    Diante do acima exposto, entendemos que dizer que o exercício por si só tem o poder de promover o crescimento ou, pior ainda, que pode prejudicá-lo, não é verdade, não tendo na literatura atual evidências que suportem tais hipóteses.

 

Conclusão 

 

    O movimento e o ser humano estão intimamente ligados e, no jovem isso não é diferente. Para que a prática de exercícios possa trazer benefícios para seu desenvolvimento é preciso compreender os conceitos e aplicações que a envolvem. Portanto, com base na literatura analisada, podemos entender que esta relação é complexa e que, infelizmente ainda existem muitos mitos erroneamente propagados sobre o assunto. Por outro lado, a ciência tem avançado bastante na área e, atualmente existem diversas ferramentas disponíveis validadas cientificamente para promover a prática do exercício físico aos jovens, de maneira segura, eficaz e, sobretudo, prazerosa. Afinal, caso o indivíduo não sinta prazer na prática, dificilmente a intervenção obterá êxito. Entretanto, algumas questões que envolvem o desenvolvimento do jovem e prática de exercícios, ainda não foram totalmente elucidadas pela ciência, desta forma, carecendo de mais estudos sobre este tema.

 

Financiamento 

 

    Este estudo teve apoio financeiro da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

 

Referências 

 

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Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 27, Núm. 293, Oct. (2022)