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ISSN 1514-3465

 

Atividade física e doenças crônicas não comunicáveis

durante isolamento social no Estado de São Paulo

Physical Activity and Chronic Non-Communicable Diseases 

During Social Isolation in the State of São Paulo

Actividad física y enfermedades crónicas no transmisibles 

durante el aislamiento social en el Estado de São Paulo

 

Rafael do Prado Calazans*

rafaelcalazans@yahoo.com.br

Raphaela Espanha Correa**

raphaespanha@yahoo.com.br

Thais Peres Alves***

tpalves19@gmail.com

Rozangela Verlengia+

rozverlengia@gmail.com

Rute Estanislava Tolocka++

nupemlab@gmail.com

 

*Graduado em Educação Física pela Universidade de Guarulhos

Mestrado em Ciências do Movimento Humano

pela Universidade Metodista de Piracicaba

Atualmente é gestor do time Guarulhos futebol de amputados do Instituto R9

Professor da Universidade de Guarulhos

Professor voluntário da Associação Olhar de Bia

**Aluna de doutorado do Programa de Pós-Graduação

em Clínica Médica da Faculdade de Ciências Médicas - FCM/Unicamp

Mestra em Ciências na área de Clínica Médica pela Unicamp

Graduada em Educação Física pela Universidade Metodista de Piracicaba - UNIMEP

Pesquisadora do Núcleo de Pesquisas em Movimento - NUPEM

Foi bolsista de pesquisa: FAPESP, CNPq e FAP

***Bolsista de Mestrado CAPES, na linha de pesquisa:

Avaliação e reabilitação funcional, no curso de mestrado e doutorado em ciências

do movimento humano, pela Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP)

Graduada em Fisioterapia, tem experiência na área com ênfase em Ortopedia,

traumatologia, e neuropediatria. Participou como voluntária

e elaboradora do projeto: Intensivão Solidário (cursinho pré- vestibular gratuito)

na Faculdade de Tecnologia de Botucatu (FATEC)

e como fisioterapeuta voluntária na Associação de Pais

e Amigos dos Excepcionais em Bofete (APAE)

+Graduada em Ciências Biológicas

pela Universidade Metodista de Piracicaba

Mestra e Doutora pela Faculdade de Odontologia de Piracicaba

da Universidade Estadual de Campinas,

área de concentração Imunologia e Microbiologia

Pós-Doutora pelo Instituto de Ciências Biomédicas I

da USP, Departamento de Fisiologia e Biofísica

Atualmente é professora e orientadora do Programa

de Pós-Graduação Stricto Sensu - Mestrado em Educação Física

e Mestrado e Doutorado em Ciências do Movimento Humano

da Universidade Metodista de Piracicaba

++Orientadora de doutorado. Pesquisou na área

de desenvolvimento humano e populações de risco

Mestra e doutora em Educação Motora

na Universidade Estadual de Campinas (FEF-UNICAMP)

onde também estudei Educação Física Adaptada

Posteriormente, no Centro Internacional de Treinamento, em Haifa, Israel,

estudei Educação Infantil e crianças com necessidades especiais

Graduada em Educação Física, na Universidade de São Paulo (EEFUSP)

Atualmente na Universidade Metodista de Piracicaba - SP (UNIMEP),

no curso de mestrado e doutorado em Ciências do Movimento Humano

coordenadora do Núcleo de Pesquisa em Desenvolvimento Humano

Coordena os projetos temáticos de pesquisa "Exercício Físico e Oncologia" e

"Cotidiano e atividade física, dentro e fora da escola"

e projetos relacionados a Doenças Crônicas Não Transmissíveis

Orientadora de alunos de doutorado, mestrado e iniciação científica

e ministro aulas em todos estes níveis de ensino

(Brasil)

 

Recepção: 24/01/2021 - Aceitação: 26/11/2021

1ª Revisão: 18/11/2021 - 2ª Revisão: 22/11/2021

 

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https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt

Citação sugerida: Calazans, R. do P., Corrêa, R.E., Alves, T.P., Verlengia, R., e Tolocka, R.E. (2022). Atividade física e doenças crônicas não comunicáveis durante isolamento social no Estado de São Paulo. Lecturas: Educación Física y Deportes, 26(284), 82-100. https://doi.org/10.46642/efd.v26i284.2821

 

Resumo

    Medidas de distanciamento e isolamento social foram tomadas para diminuir a propagação da COVID-19 e modificaram os hábitos de vida da população, dificultando a prática de atividade física (PAF) que é reconhecida como coadjuvante de tratamento de Doenças Crônicas não Comunicáveis (DCNC). Assim, o objetivo deste estudo foi verificar a situação de pessoas com DCNC no estado de São Paulo, quanto à PAF durante um período de isolamento social por COVID-19 Os dados foram coletados por meio de inquérito digital, com voluntários alcançados por meio do método Snowball. Participaram do estudo 212 voluntários, que relataram possuir alguma DCNC; a média etária foi de 42,2±13,7 anos; 71,20% tinham ensino superior; 84,9% apontaram PAF insuficiente; 89,2% apresentaram tempo de tela inadequado; 87,3% relataram insegurança alimentar leve. Foi encontrada correlação significativa entre PAF em nível inadequado e insegurança alimentar (p=0,027). Houve também associação bivariada entre tempo de tela e insegurança alimentar (p=0,049). A baixa prática de atividade física bem como a insegurança alimentar relatada apontam para riscos de aumento na manifestação das DCNC sendo necessário fomentar políticas públicas para realização de PAF mesmo em tempo de pandemias, voltadas para esta parcela da população.

    Unitermos: COVID-19. Comportamento sedentário. Segurança alimentar. Doenças não transmissíveis.

 

Abstract

    Distancing and social isolation measures were taken to reduce the spread of COVID-19 and modified the population's lifestyle, making it difficult to practice physical activity (PPA), which is recognized as an adjunct to the treatment of Chronic Non-Communicable Diseases (NDC). Thus, the objective of this study was to verify the situation of people with NDC in the state of São Paulo, regarding PPA during a period of social isolation by COVID-19. Data were collected through a digital survey, with 212 volunteers reached through the Snowball method, who reported having some NDC; the average age was 42.2±13.7 years; 71.20% had higher education; 84.9% indicated insufficient PPA; 89.2% had inadequate screen time; 87.3% reported mild food insecurity. A significant correlation was found between inadequate PPA and food insecurity (p=0.027). There was also a bivariate association between screen time and food insecurity (p=0.049). The low practice of physical activity as well as the reported food insecurity point to risks of increase in the manifestation of NDC and it is necessary to promote public policies to carry out PPA even in times of pandemics, aimed at this portion of the population.

    Keywords: COVID-19. Sedentary behavior. Food security. Non-communicable diseases.

 

Resumen

    Se tomaron medidas de distancia y aislamiento social para reducir la propagación del COVID-19 y cambiar el estilo de vida de la población, dificultando la práctica de la actividad física (PAF), que se reconoce como un complemento del tratamiento de las Enfermedades Crónicas No Transmisibles (ECNT). Así, el objetivo de este estudio fue verificar la situación de las personas con ECNT en el estado de São Paulo, con respecto a la PAF durante un período de aislamiento social por COVID-19 Los datos fueron recolectados a través de una encuesta digital, con voluntarios alcanzados a través del método Snowball. 212 voluntarios participaron en el estudio, quienes informaron tener algo de DCNC; la edad media fue 42,2±13,7 años; 71,20% tenía estudios superiores; 84,9% indicó PAF insuficiente; el 89,2% pasaba un tiempo inadecuado frente a la pantalla; el 87,3% informó de inseguridad alimentaria leve. Se encontró una correlación significativa entre PAF en un nivel inadecuado e inseguridad alimentaria (p=0,027). También hubo una asociación bivariada entre el tiempo frente a la pantalla y la inseguridad alimentaria (p=0,049). La baja práctica de actividad física así como la inseguridad alimentaria reportada apuntan a mayores riesgos de manifestación de ECNT, por lo que es necesario impulsar políticas públicas para la realización de PAF incluso en tiempos de pandemia, dirigidas a este segmento de la población.

    Palabras clave: COVID-19. Conducta sedentaria. Seguridad alimentaria. Enfermedades no transmisibles.

 

Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 26, Núm. 284, Ene. (2022)


 

Introdução 

 

    Causada pelo vírus SARS-Cov-2 (Síndrome Respiratória Aguda Grave Coronavirus-2), a COVID-19 pode ocorrer desde uma forma mais branda e assintomática, até o óbito do indivíduo infectado. A tosse, febre, coriza, dor de garganta, dificuldade para respirar, anosmia, ageusia, distúrbios gastrointestinais, astenia, hiporexia e dispneia, são alguns dos sintomas mais comuns. (Li et al., 2020)

 

    As principais formas de contágio ocorrem por meio de toque e do aperto de mão, gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro e contato com objetos ou superfícies contaminadas. (Souza et al., 2020)

 

    Devido a rápida disseminação da doença a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretou em 30 de janeiro de 2020, emergência de saúde pública de importância internacional, além do isolamento social, uso de máscaras e álcool em gel, como medidas para a redução da probabilidade de se contrair o vírus. (WHO, 2020)

 

    Segundo Zhou et al. (2020) pessoas idosas e/ou com Doenças Crônicas não Comunicáveis (DCNC), como doenças cardíacas, doença pulmonar obstrutiva crônica, asma, câncer e diabetes, e hipertensão arterial sistêmica (Giralt-Herrera, Rojas-Velázquez, e Leiva-Enríquez, 2020) podem apresentar quadros mais graves frente ao contágio pela COVID-19, sendo mais suscetíveis as chances de óbito.

 

    As DCNC apresentam alta taxa de morbidade e mortalidade e impactam negativamente em aspectos financeiros e psicossociais dos acometidos (Campos Fernandes, 2020). Em 2016, este grupo de doenças representou cerca de 74% do total de óbitos evitáveis na população brasileira. (WHO, 2018)

 

    São considerados fatores de risco modificáveis para o agravo destas doenças o tabagismo, inatividade física, alimentação inadequada, obesidade, falta de acesso aos serviços básicos de saúde e fatores socioeconômicos. Além disto, a interrupção da possibilidade de utilização de espaços públicos durante a pandemia, bem como a política de isolamento social, pode contribuir para a potencialização de alguns desses fatores de risco. (Fallon et al., 2020)

 

Imagem 1. A pratica de atividade física foi reduzida 

por conta do isolamento social imposto devido à pandemia

Imagem 1. A pratica de atividade física foi reduzida por conta do isolamento social imposto devido à pandemia

Fonte: Pexels.com. Foto: Nandhu Kumar

 

    Sendo assim, embora necessário para contenção da doença, o isolamento social traz consigo impactos para a saúde da população, e em especial para pessoas com DCNC, pois, já é estabelecido na literatura que a prática de atividade física (PAF) é um importante mecanismo de prevenção e tratamento destas doenças. (Füzéki Gonçalves et al., 2020)

 

    Costa et al. (2020) relatam em estudo feito nas cinco regiões brasileira que a PAF foi reduzida por conta do isolamento social imposto devido a atual pandemia, porém o isolamento social não é o único fator associado a redução da PAF, a insegurança para execução dos exercícios sem acompanhamento e falta de conhecimento em relação a correta execução dos mesmos também têm sido apontados. (Gonçalves et al., 2020)

 

    Entre os principais prejuízos de redução da PAF estão complicações metabólicas, tais como o acúmulo de gordura visceral e ectópica, hiperinsulinemia, diminuição da capacidade vascular e atrofias músculo esqueléticas. A inatividade física relaciona-se com os fatores de risco para síndrome metabólica, favorecendo quadros de dislipidemia, hipertensão, hiperglicemia, obesidade visceral, ocorrências pró-trombóticas e inflamatórias. (Martinez-Ferran, 2020)

 

    No entanto segundo França (2020) descrevem a importância da PAF durante este período, atividades individuais como danças, atividades com pets (animais de estimação), jogos e academias virtuais e caminhadas podem ser de realizadas com segurança desde de que orientadas por profissionais e se tratando de pessoas pertencentes aos grupos de risco se faz necessária a liberação médica.

 

    A pandemia de COVID-19 liga-se também a esta insegurança alimentar (IA) pois traz consigo questões financeiras, falta de alimentos ou questões sanitárias (Jaime, 2020). Tal fato, associado à inatividade física pode gerar condições ainda mais preocupantes para o agravo de DCNC, devido ao desfavorecimento do balanço energético, que pode levar ao desenvolvimento da obesidade e comorbidades associadas. (Fallon et al., 2020)

 

    A IA já era um problema anterior à pandemia, sendo alvo de diversos estudos. No Brasil, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios realizada no ano de 2015, mostrava que 35,8% dos participantes tinham algum grau de IA (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [IBGE], 2019) e a Pesquisa de Orçamento Familiar, sobre o biênio 2017/2018 apontou aumento nos índices da insegurança alimentar, atingindo 41,0% dos pesquisados. (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [IBGE], 2020)

 

    Em solo brasileiro a contaminação pelo SARS-Cov-2 teve seu primeiro caso notificado no dia 26 de fevereiro de 2020, no estado de São Paulo (Brasil, 2020). De acordo com dados da Universidade Johns Hopkins (2020), no Brasil, a pandemia seguiu uma curva ascendente onde alcançou seu pico de aumento de notificação de casos no mês de julho de 2020, o que pode aumentar as barreiras para a PAF. E consequentemente elevar níveis de inatividade física, bem como causar crise financeira pelo fechamento de muitas instituições, fatores estes que podem constituir riscos de agravos na manifestação de DCNC, cujos pacientes já são consideradas de risco aumentado em casos de contaminação pelo SARS-Cov-2 (Dyer, 2020), sendo assim necessário estudos que tracem panoramas da situação destas pessoas para subsidiar discussões sobre ações necessárias.

 

    Dessa forma, o presente estudo teve como objetivo analisar a situação de pessoas com DCNC no estado de São Paulo, quanto à PAF, comportamento sedentário e IA durante um período de isolamento social por COVID-19.

 

Métodos 

 

    Trata-se de estudo de campo transversal, realizado por meio “Inquérito de Bem-estar em pandemia causada por COVID-19”, online, disponibilizado na plataforma Survio® modalidade utilizada em estudos com a COVID-19 (Bodas, e Peleg, 2020; Moccia et al., 2020). Foram coletados dados entre os dias 27 de junho a 04 de julho de 2020, período de isolamento social em diferentes fases no Estado de São Paulo.

 

    Os sujeitos da pesquisa foram recrutados por meio de plataformas de mídias sociais como Facebook, Whatsapp, Twitter e Instagram. Foi utilizado o sistema de Snowball que foi iniciado por meio de redes sociais de pesquisadores, que continham pessoas acima de 18 anos, em diferentes níveis de escolaridade e profissão (Bodas, e Peleg, 2020; Wang et al., 2020). Para fins deste estudo, os critérios de inclusão foram: ter dado concordância online na participação do estudo após leitura do TCLE, e referido alguma DCNC. Os critérios de exclusão: indivíduos que por quaisquer motivos não completaram o preenchimento do inquérito. O questionário online foi acessado por 1886 pessoas, 720 o preencheram completamente, contudo 508 foram excluídos por não terem referido diagnóstico atual de alguma DCNC, sendo incluídos como amostra para o presente estudo apenas 212 participantes.

 

    Foram utilizadas as questões do inquérito que se referiram ao perfil socioeconômico (idade, sexo, grau de instrução e renda familiar), clínico (histórico de doença), situação de isolamento social, atividades físicas realizadas, tempo de tela e insegurança alimentar.

 

    A situação de isolamento social refere-se a política que tem como objetivo minimizar e tentar conter a pandemia da COVID-19, que dividiu o estado de São Paulo em 17 regiões, cinco sub-regiões e o município de São Paulo, classificando-os de acordo com a ocupação de leitos hospitalares, contaminação, mortalidade e outros indicadores. Para fins deste estudo as pessoas foram classificadas como não fez isolamento social (quando não acatou as regras de distanciamento social), isolamento social parcial (quando saia de casa apenas para suprir alguma necessidade, tal como supermercado, médico, farmácia, trabalho, dentre outros) e fez isolamento social total (quando não saiam de casa por motivo algum).

 

    O nível de PAF foi classificado, de acordo com preconização da Organização Mundial da Saúde (2010) que tem como valores mínimos 600 MET’s -minutos∕semana, sendo dicotomizado em insuficiente (1 = <30 minutos de atividades físicas diárias) ou suficiente (2 = ≥30 de atividades físicas diárias).

 

    A inatividade física foi observada por meio do tempo de tela, considerando-se como aceitável até três horas diárias e excessivo o tempo de tela acima de três horas, indicativo de risco de sedentarismo. (Stamatakis, e Bauman, 2020)

 

    A IA foi verificada por meio de questões do questionário Food Insecurity: Experience Scale Survey, seguindo a classificação indicada na qual se pode classificar a variável em: seguro, insegurança alimentar leve, insegurança alimentar moderada e insegurança alimentar severa. (Saint Ville et al., 2019)

 

    O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP), sob parecer de aprovação nº 3.991.33 e conformidade com a Resolução nº 466/2012 que norteia os aspectos éticos em pesquisas com seres humanos.

 

    Os dados sociodemográficos, clínicos e funcionais foram representados a partir da estatística descritiva, como frequência absoluta e relativa. As associações entre variáveis foram verificadas por meio dos testes de Qui-Quadrado de Pearson (X²) e Exato de Fisher nos casos em que a frequência obtida na categoria analisada fosse muito baixas. A correlação de Spearman também foi executada. Adotou-se o nível de significância em 5%. As análises foram conduzidas com o Statistical Package for the Social Sciences SPSS 20.0® (IBM Corporation).

 

Resultados 

 

    Foram incluídos 212 participantes no estudo. A idade média foi de 42,2 ± 13,7 anos, com mínimo de 18 e máximo de 86 anos. O grupo foi predominantemente composto pelo sexo feminino (71,2%), por indivíduos com nível superior completo ou em andamento (84,0%), que possuíam registro em carteira (48,1%), renda familiar de dois a três salários mínimos (31,6%).

 

    Cerca de 87,3% apresentaram IA leve, 80,2% dos indivíduos estavam em isolamento social parcial, e 89,2% manifestaram tempo de tela indesejável e nível insuficiente de PAF (84,9%). Foram encontradas associações significativas entre a IA e PAF (X²= 0,027; p<0,05). Os dados podem ser observados na Tabela 1.

 

Tabela 1. Perfil sociodemográfico segregado por nível de atividade física dos 

indivíduos durante o período de isolamento social no estado de São Paulo

Variáveis

Geral

PAFI

n=180 (84,9%)

PAFS n=32 (15,1%)

p-valor

p-valor

F

Sexo

Feminino

151 (71,2)

126 (70,0)

25 (78,1)

0,469

 

Masculino

61 (28,8)

54 (30,0)

7 (21,9)

 

 

Faixa Etária

18 a 39 anos

68 (32,1)

62 (34,4)

6 (18,8)

 

 

40 a 59 anos

117 (55,2)

97 (53,9)

20 (62,5)

0,172

 

60 a 86 anos

27 (12,7)

21 (11,7)

6 (18,8)

 

 

Escolaridade

Fundamental incompleto

2 (0,9)

1 (0,5)

1 (0,5)

 

 

Fundamental completo

2 (0,9)

2 (0,9)

0 (0,0)

 

 

Médio incompleto

5 (2,4)

5 (2,4)

0 (0,0)

 

0,317

Médio completo

25 (11,8)

19 (9,0)

6 (2,8)

 

 

Superior incompleto

31 (14,6)

28 (13,2)

3 (1,4)

 

 

Superior completo

147 (69,3)

125 (59,0)

22 (10,4)

 

 

Trabalho

Registro em carteira

102 (48,1)

85 (47,2)

17 (53,1)

 

 

Informal

56 (26,4)

47 (26,1)

9 (28,1)

 

 

Aposentado

34 (16,0)

29 (16,1)

5 (15,6)

 

 

Desempregado

20 (9,4)

19 (10,6)

1 (3,1)

0,608

 

Renda

Até 1 salário mínimo

14 (6,6)

13 (6,1)

1 (0,5)

 

 

De dois a três salários

67 (31,6)

58 (27,4)

9 (4,2)

 

 

De três a quatro salários

31 (14,6)

28 (13,2)

10 (4,7)

 

 

De quatro a seis salários

45 (21,2)

35 (16,5)

9 (4,2)

 

 

Acima de seis salários

55 (25,9)

46 (21,7)

32 (15,1)

 

0,490

Insegurança Alimentar

Seguro

13 (6,1)

11 (6,1)

2 (6,2)

0,027*

 

Inseg. leve

185 (87,3)

161 (89,4)†

24 (75,0)°

 

 

Inseg. moderada/grave

14 (6,6)

8 (4,4)°

6 (18,8)†

 

 

Nível de Isolamento

Parcial

170 (80,2)

143 (79)

27 (84,38)

 

0,214

Total

18 (8,5)

15 (8)

3 (9,38)

 

 

Não fez

24 (11,3)

22 (13)

2 (6,24)

 

 

Tempo de tela

Desejável

23 (10,8)

18 (10,0)

5 (15,6)

 

0,356

Indesejável

189 (89,2)

162 (90,0)

27 (84,4)

 

 

Legenda. As variáveis categóricas são exibidas como n (%), sendo a percentagem relativa ao total da coluna. *p<0,05. X2= Teste Qui-Quadrado de Pearson; F = Teste exato de Fisher; PAFI = Prática de Atividade Física Insuficiente; PAFS = Prática de Atividade Física Suficiente; ° esta frequência foi inferior ao que seria esperado ao acaso; † essa frequência foi superior ao esperado; Inseg = Insegurança. Fonte: Elaboração própria

 

    A DCNC mais relatada foi a hipertensão arterial sistêmica (36,8%), seguida da obesidade (34,0%) e 23,6% dos indivíduos relataram possuir pelo menos uma comorbidade. Não foram encontradas associações significativas entre o perfil clinico dos participantes e o nível de PAF relatado, conforme os dados na Tabela 2.

 

Tabela 2. Perfil clínico segregado por nível de atividade física dos indivíduos 

durante o período de isolamento social no estado de São Paulo

Variáveis

Geral

PAFI n=180 (84,9%)

PAFS n=32 (15,1%)

p-valor

X2

p-valor

F

DCNC

HAS

78 (36,8)

65 (36,1)

13 (40,6)

0,773

 

Obesidade

72 (34,0)

62 (34,4)

10 (31,3)

0,882

 

Asma

38 (17,9)

32 (17,8)

6 (18,8)

1

 

Diabetes

24 (11,3)

20 (11,1)

4 (12,5)

 

0,766

Doença Cardíaca

5 (2,4)

4 (2,2)

1 (3,1)

 

0,562

Câncer

4 (1,9)

2 (1,1)

2 (6,3)

 

0,109

DPOC

1 (0,5)

1 (0,6)

0 (0,0)

 

1

Comorbidades1

Nenhuma

151 (71,2)

126 (70,0)

25 (78,1)

0,324

 

Uma

50 (23,6)

43 (23,9)

7 (21,9)

 

 

Duas ou mais

11 (5,2)

11 (6,1)

0 (0,0)

 

 

Fumo

Não

177 (83,5)

150 (83,3)

27 (84,4)

 

 

Sim

17 (8,0)

14 (7,8)

3 (9,4)

 

 

Ex-fumante

18 (8,5)

16 (8,9)

2 (6,3)

0,855

 

As variáveis categóricas são exibidas como n (%), sendo a percentagem relativa ao total da coluna. *p<0,05. X² = Teste Qui-Quadrado de Pearson; F = Teste exato de Fisher; PAFI = Prática de Atividade Física Insuficiente; PAFS = Prática de Atividade Física Suficiente; 1Apenas três pessoas relataram possuir três comorbidades. Logo, foram reunidas na categoria “duas ou mais”; DCNC = Doenças Crônicas Não Comunicáveis. Fonte: Elaboração própria

 

    Associações bivariadas significativas foram encontradas entre renda e idade (rho=0,335; p<005), renda e escolaridade (rho=0,353; p<0,05), tempo de tela e idade (rho=-0,164; p<0,001), tempo de tela e insegurança alimentar (rho= 0,135; p<0,001); e entre insegurança alimentar e prática de atividade física (rho=0,142; p<0,001). Os dados podem ser observados na Tabela 3.

 

Tabela 3. Associações bivariadas entre o perfil sociodemográfico, 

clínico, atividade física e insegurança alimentar durante isolamento

Variáveis

rho

p-valor

Renda x Idade

0,335

p=0,000**

Renda x Escolaridade

0,353

p=0,000**

Tempo de tela x Idade

-0,164

p=0,017*

Tempo de tela x IA

0,135

p=0,049*

PAF x IA

0,142

p=0,038*

Legenda: IA = Insegurança Alimentar; PAF = Prática de Atividade Física; *p<0,05; **p<0,01. 

Os valores apresentados são referentes aos coeficientes de associação de Spearman e p-valor. 

Fonte: Elaboração própria

 

Discussão 

 

    O presente estudo buscou levantar dados sociodemográficos, clínicos, de prática de AF, tempo de tela e de IA de indivíduos com DCNC residentes do São Paulo durante período de isolamento social.

 

    Com relação ao perfil clínico, foi possível verificar que as DCNC de maior predominância foram a hipertensão e a obesidade. Também foi observado que uma parte desses indivíduos possuía pelo menos uma comorbidade.

 

    A inter-relação entre os comportamentos de risco para a obesidade durante a pandemia tem sido observada. Fatores como a inatividade física, maior tempo de tela, aumento do consumo de álcool e alimentos ultra processados, bem como diminuição do consumo de frutas e vegetais, são relacionados ao ganho de peso, a severidade da doença, bem como ao aumento de complicações relacionadas a enfermidades infecciosas e ao risco aumentado de mortalidade. (Parekh, e Deierlein, 2020)

 

    No presente estudo quase todo o grupo de indivíduos avaliados demonstrou estar em isolamento social parcial. Foi possível verificar que mais da metade do grupo analisado apresentou PAF insuficiente, considerando o mínimo preconizado pela Organização Mundial da Saúde. (Bull et al., 2020)

 

    Embora estudos específicos sobre o impacto do isolamento social em indivíduos com DCNC ainda sejam escassos, em um estudo com pacientes Diabéticos (tipo II) foram apontados níveis insuficientes de PAF durante a pandemia (Ruiz-Roso et al., 2020). Demais estudos também tem observado redução da prática de PAF e o aumento de peso durante período de isolamento. (Ismail et al., 2020)

 

    Ainda de encontro com os achados, Tison et al. (2020), observaram diminuição significativa do número de passos durante o período de isolamento social. Em estudo de Robinson et al. (2021) foi relatado que 32,0% dos participantes apresentaram obesidade, além de associações significativas entre a diminuição da prática de PAF e sintomas indesejáveis sobre a saúde.

 

    Em revisão realizada por Woods et al. (2020) demonstram-se diferentes impactos que podem ser esperados na ocorrência de inatividade física durante pandemia de COVID-19. Dentre estes, ressalta-se a diminuição da eficiência do sistema imunológico no combate e controle da multiplicação do Coronavírus e possíveis infecções decorrentes de agravos da doença.

 

    Pacientes destreinados manifestaram pior respostas em relação a capacidade do sistema respiratório, maior tempo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), aumento de comorbidades e maior prevalência de óbitos. Além disso, a inatividade física também potencializou o risco de doenças coronarianas, como arritmia e insuficiência cardíaca, aumento da resistência à insulina, mudança nas vias metabólicas, acúmulo de gordura na região abdominal, diminuição da massa e função muscular. (Zhu, 2020)

 

    Soma-se a isto, fatores indicativos de comportamento sedentário, que podem ser representados pelo tempo de tela (Stamatakis, e Bauman, 2020). No presente estudo mais da metade dos indivíduos manifestaram mais de três horas diárias de exposição às telas.

 

    Estudos têm corroborado com o presente achado, ao passo que durante isolamento social há tendência do aumento dos hábitos sedentários, representados pelo tempo de tela, como por exemplo, exposição a televisão. (Mattioli et al., 2020)

 

    Além disso, o isolamento contribui para o aumento de 15,6% de tempo de tela relacionado a atividades profissionais ou educacionais, e aumento de 23,3% de tempo de tela para atividades de diversão. (Ismail et al. 2020)

 

    A diminuição da PAF, assim como a piora nos hábitos alimentares durante o período de isolamento social, são fatores de risco para o agravo de doenças cardiovasculares e podem representar alta nos índices de obesidade podendo ser vetor de diagnóstico para outras DCNC. (Mattioli et al., 2020)

 

    Cerca de 94% dos indivíduos do presente estudo relataram algum nível de insegurança alimentar, sendo muito além dos parâmetros apontados pela Pesquisa de Orçamentos Familiares 2017/2018, onde 59,0% da amostra se declarava seguro, 27,0% com IA leve e 14,0% com IA moderada ou grave. (IBGE, 2020)

 

    Um dos motivos que pode colaborar para o aumento da IA está ligado a diminuição da renda dos indivíduos durante a pandemia (Hamadani et al., 2020). Contudo, no presente estudo foi possível verificar que boa parte dos indivíduos possuíam tanto nível de escolaridade alto, quanto renda familiar mais elevados do que na população em geral, já que a renda média do Estado de São Paulo em 2019, segundo Instituto Brasileiro de Geográfica e Estatística (IBGE), foi de R$1.945,73.

 

    Dessa forma, é possível notar que outros fatores podem estar influenciando a IA manifestada, entre os quais a insegurança quanto ao futuro em relação a ameaça de perda de empregos dada a crise financeira instaurada por paralização de atividades.

 

    A associação significativa ente a IA e a PAF não foi apontada na revisão sistemática feita por Morais (2020) sobre IA mas o estudo de Cheyne et al. (2020) constatou aumento da PAF como resultado de um programa para melhora dos indicativos de IA. Estes dados apontam para a necessidade da criação de medidas de saúde pública em defesa dos objetivos de desenvolvimento sustentável, considerando que pandemia poderá gerar consequências relacionadas a dificuldades alimentares e a PAF adequadas. (Campos Fernandes, 2020)

 

    Além disto, a PAF leve ou moderada está relacionada com o gasto energético, e este com a alimentação, fatores estes que combinados podem auxiliar na perda de peso e melhor funcionamento do sistema imunológico, o que pode diminuir o risco de agravo da COVID-19, assim como auxiliar no controle e prevenção de outras doenças. (Khoramipour et al., 2020)

 

    Os dados do presente estudo também revelaram associações entre a renda com a idade, e com a escolaridade dos indivíduos, corroborando com Bonadia (2008), que analisou a relação histórica entre as variáveis e concluiu que quanto mais jovem e com melhor nível de escolaridade maior tende de ser a renda, embora ter havido uma diminuição da desigualdade de renda no Brasil entre 2002 e 2015 os fatores idade e escolaridade continuam associados a uma renda mais elevada. (Ferreira, 2019)

 

    Práticas sedentárias e diminuição da PAF entre jovens saudáveis de classes média a alta, e com alto grau de escolaridade também foram apontados por Rahman et al. (2020), corroborando assim com o perfil dos indivíduos que participaram do presente estudo, pois jovens adultos, com alto grau de escolaridade e com renda média, se faziam presentes na maioria desses participantes.

 

    O grupo apresenta níveis inadequados tanto de AF, quanto de tempo de tela, e isso relacionado com a situação da pandemia expõe a população a riscos ainda maiores, uma vez que esse comportamento pode levar ao desencadeamento de outras doenças relacionadas com os fatores de risco para o COVID-19, salientando a necessidade de acompanhamento médico para a prática de AF envolvendo este grupo, de acordo com França et al. (2020) o risco de agravo durante a prática pode ser alto, em casos extremos, o praticante pode vir a óbito.

 

    Verificou-se também que apesar de relatarem alguma DCNC, 78,3% dos indivíduos não estavam em acompanhamento médico, o que é uma taxa maior que a apontada pela Organização Panamericana de Saúde durante a pandemia de COVID-19, que foi de 50%. (OPS, 2020)

 

    O estudo apresenta como limitações a dificuldade de acesso à Internet de um grupo significativo de pessoas, a dificuldade de pessoas de baixa escolaridade e de idosos em manipular e compreender as tecnologias digitais, além da resistência de muitas pessoas em relação ao preenchimento dos questionários online.

 

Conclusões 

 

    O presente estudo mostra associação significativa entre PAF e IA, bem como inatividade física (tempo de tela) e IA, durante o período de isolamento social por COVID-19, em pessoas com DCNC participantes do Inquérito de Bem-Estar realizado no estado de São Paulo.

 

    Foi encontrado um percentual alto de indivíduos com níveis baixos de PAF, considerando o indicado pela OMS para adultos.Tendo em vista que já é estabelecido que a PAF está relacionada à manifestação de sintomas de DCNC, e que este grupo de pessoas têm sido considerado como de maior risco para a COVID-19, tem-se que há risco aumentado de agravos do quadro a curto, médio e longo prazo.

 

    Dessa forma, sendo necessário que mesmo em condições e isolamento social, políticas públicas viabilizem a realização de PAF e de outras medidas que diminuam as condições de IA.

 

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Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 26, Núm. 284, Ene. (2022)