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ISSN 1514-3465

 

Possibilidades e limites do ensino dos esportes a partir 

da perspectiva crítico-superadora. Um estudo de campo

Possibilities and Limits of Teaching Sports from the 

Critical-Overcoming Perspective. A Field Study

Posibilidades y límites de la enseñanza de los deportes desde

la perspectiva crítico-superadora. Un estudio de campo

 

Luiz Matheus Ramos*

lmramos@educacao.riopreto.br

Willer Soares Maffei**

willer.maffei@unesp.br

 

*Licenciado e Bachalerado em Educação Física

pelo Centro Universitário de Rio Preto

Mestrado em Educação Física Escolar

pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP)

Atualmente é professor efetivo junto ao Centro Municipal Educacional Especializado

de Avaliação e Atendimento Interdisciplinar “Gato de Botas”

SME/São José do Rio Preto- SP

**Licenciado em Educação Física pela Universidade Estadual de Maringá

Mestrado em Ciências da Motricidade - Área de Pedagogia do Movimento

pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho

Doutor em Educação área de Formação de Professores pela UNIMEP/ Piracicaba

Atualmente é professor Assistente Doutor

junto à Universidade Estadual Paulista "Julio de Mesquita Filho" (UNESP)

Credenciado junto ao Programa de Mestrado Profissional

em Educação Física em Rede Nacional (PROEF)

Pertence ao quadro de Avaliadores de Curso do INEP/MEC

e do Conselho Estadual de Educação de São Paulo

(Brasil)

 

Recepção: 09/10/2020 - Aceitação: 25/03/2021

1ª Revisão: 11/03/2021 - 2ª Revisão: 20/03/2021

 

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Citação sugerida: Ramos, LM., e Maffei, W.S. (2021). Possibilidades e limites do ensino dos esportes a partir da perspectiva Crítico-Superadora. Um estudo de campo. Lecturas: Educación Física y Deportes, 26(276), 139-153. https://doi.org/10.46642/efd.v26i276.2628

 

Resumo

    Pesquisa qualitativa caracterizada como estudo de campo, objetivou investigar possibilidades e limitações do processo de ensino do esporte, composto pela formação, elaboração de uma unidade didática e avaliação da prática pedagógica, sistematizado a partir dos fundamentos da perspectiva Crítico-Superadora e do método dialético de ensino. Os dados foram obtidos por meio da transcrição das entrevistas realizadas durante os encontros formativos e avaliação da prática pedagógica. Para organização e inferência dos dados, utilizou-se a técnica da Análise de Conteúdo. A análise das informações possibilitou observar que, as professoras demonstraram capacidade técnica relacionada ao trato do conhecimento e ao processo didático-metodológico para o ensino dos esportes a partir da perspectiva crítica, porém, foram resistentes frente à implementação da propositura Crítico-Superadora. Além disso, ainda que identificassem as influências relacionadas à normalização e organização escolar, não demonstraram resistir às interferências advindas de tais situações. Logo, para que as professoras implementem o ensino dos esportes a partir da perspectiva crítica e confrontem as interferências advindas da normalização e da organização escolar, é necessário que seja garantida formação ampla, continuada e fundamentada pela teoria crítica. Também é necessário valorizar os momentos de reflexão diagnóstica, judicativa e teleológica sobre o contexto educacional em que a prática pedagógica se desenvolve, possibilitando assim, tratar o conhecimento e o processo didático-metodológico para o ensino do esporte de forma que contribua para enfrentar os problemas sócio-político-culturais provenientes da sociedade capitalista.

    Unitermos: Educação Física. Pedagogia. Ensino. Esportes.

 

Abstract

    Qualitative research characterized as a field study, it aimed to investigate possibilities and limitations of the sport teaching process, consisting of training, preparation of a didactic unit and evaluation of pedagogical practice, systematized from the perspective foundations. Critical-Overcoming and the dialectical method of teaching. The data were obtained through the transcription of the interviews carried out during the formative meetings and the evaluation of the pedagogical practice. For the organization and inference of the data, the Content Analysis technique was used. The analysis of the information made it possible to observe that the teachers demonstrated technical capacity related to the treatment of knowledge and the didactic-methodological process for teaching sports from a critical perspective, however, they were resistant to the implementation of the Critical-Overcoming proposition. In addition, even though they identified the influences related to school standardization and organization, they did not show resistance to the interferences arising from such situations. Therefore, in order for teachers to implement sports education from a critical perspective and confront the interferences arising from normalization and school organization, it is necessary to guarantee broad, continuous and substantiated training based on critical theory. It is also necessary to value the moments of diagnostic, judicial and teleological reflection on the educational context in which the pedagogical practice develops, thus making it possible to treat the knowledge and the didactic-methodological process for teaching sports in a way that contributes to facing the problems socio-political-cultural from the capitalist society.

    Keywords: Physical Education. Pedagogy. Teaching. Sports.

 

Resumen

    Investigación cualitativa caracterizada como estudio de campo, tuvo como objetivo investigar las posibilidades y limitaciones del proceso de enseñanza del deporte, consistente en la formación, elaboración de una unidad didáctica y evaluación de la práctica pedagógica, sistematizada desde los fundamentos de la perspectiva Crítica-Superadora y del método dialéctico de enseñanza. Los datos se obtuvieron a través de la transcripción de las entrevistas realizadas durante los encuentros formativos y la evaluación de la práctica pedagógica. Para la organización e inferencia de datos se utilizó la técnica de Análisis de Contenido. El análisis de la información permitió observar que los docentes demostraron capacidad técnica relacionada con el tratamiento del conocimiento y el proceso didáctico-metodológico para la enseñanza del deporte desde una perspectiva crítica, sin embargo, se mostraron reticentes a la implementación de la propuesta Crítico-Superadora. Además, aunque se identificaron influencias relacionadas con la estandarización y organización escolar, no mostraron resistencia a las interferencias derivadas de tales situaciones. Por lo tanto, para que los docentes implementen la educación deportiva desde una perspectiva crítica y enfrenten las interferencias derivadas de la normalización y organización escolar, es necesario garantizar una formación amplia, continua y fundamentada basada en la teoría crítica. También es necesario considerar los momentos de reflexión diagnóstica, valorativa y teleológica sobre el contexto educativo en el que se desarrolla la práctica pedagógica, posibilitando así tratar el conocimiento y el proceso didáctico-metodológico para la enseñanza del deporte de una manera que contribuya a afrontar los problemas sociopolítico-culturales de la sociedad capitalista.

    Palabras clave: Educación Física. Pedagogía. Enseñanza. Deportes.

 

Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 26, Núm. 276, May. (2021)


 

Introdução 

 

    Em relação ao trato do conhecimento e ao processo didático-metodológico utilizado para o ensino dos esportes, Borba, e Mendes (2018) e Bracht (2011) apontam enquanto problemática, a recorrente subordinação do referido conteúdo da cultura corporal aos valores e códigos contidos na sociedade capitalista. Além disso, de acordo com Neira (2016), as diferenças culturais, produzidas pelas desigualdades sociais e reforçadas pelo projeto educativo hegemônico por meio de currículos desvinculados com a realidade sócio-político-cultural, poderia interferir na produção de representações e identidades dos discentes e docentes.

 

    Especificamente em relação ao professor, uma atuação neutra frente este sistema corrompido poderia acarretar uma prática pedagógica fundamentada em uma teoria educacional tradicional, que de acordo com Libâneo, e Santos (2010, p. 60.), [...] “se articula com uma multiplicidade de conceitos diluídos no senso comum e práticas funcionais, ou seja, práticas que melhor respondem aos afazeres cotidianos.

 

    Juntamente com a prática pedagógica referenciada a partir dessa perspectiva tradicional, os aspectos relacionados a normalização (sistema de normas, padrões, registros, regimentos e modelos de gestão, etc.) e organização escolar (organização sob a forma de horários, turnos, jornadas, séries, sessões, etc.) também estariam alinhadas, de acordo com Govender (2020), com mecanismos de dominação que se manifestam de uma forma sutil através da doutrinação sistematizada pelo projeto educativo hegemônico posto atualmente.

 

    Essas influências veladas, atuariam significativamente na perspectiva de Educação Física Escolar possível de se aplicar nesse modelo de ensino, impactarias a autonomia docente, e ocasionariam um [...] “movimento de esfacelamento da tensão entre o processo de espiritualização e socialização que é inerente à formação cultural e que não pode ser reconciliado de forma utópica e à força” (Gomes, 2015, p. 149). Ainda, de acordo com Gasparin (2012, p. 45) essas interferências acabariam por comprometer uma conexão do conteúdo “com a prática social na busca de compreensão e encaminhamento das questões sociais a serem resolvidas”.

 

    Diante deste quadro preocupante, compreende-se a urgência real de seguir uma teoria educacional capaz de levar o docente a desempenhar práticas pedagógicas de resistência a este processo alienante formador de sujeitos individualistas, intolerantes e autoritários, ou seja, como aponta Miranda Mesa (2018, p. 6), proporcionar uma formação que possibilite o professor realizar uma atividade educativa pautada em pressupostos teóricos que contemplem a “emancipação, consciência histórica, autocrítica e comunicação em sala de aula”.

 

    Assim, mesmo existindo outras abordagens críticas,compartilha-se da compreensão de Harris et al. (2015), que consideram que a perspectiva Crítico-Superadora,é uma das proposituras da Educação Física mais completas, pois embasada na pedagogia Histórico-Crítica (método dialético de ensino), permite ampliar a concepção a respeito dos conteúdos que compõem a cultura corporal, especificamente o esporte, de modo a selecioná-lo para o trabalho na escola levando em consideração a interdependência entre os temas e os problemas sócio-político-culturais atuais em prol da transformação dos sujeitos e suas realidades, para que desse modo, de acordo com Saviani (2018), o professor consiga assumir sua função enquanto agente transformador da realidade educacional.

 

    Em função desta percepção, levanta-se a seguinte questão: diante desse projeto educativo hegemônico que interfere no trato com o conhecimento e influenciam diretamente a prática pedagógica docente, é possível implementar conscientemente o ensino dos esportes a partir da perspectiva Crítico-Superadora?

 

    Assim, o objetivo central deste estudo é, investigar as possibilidades e limitações do processo de ensino dos esportes de duas professoras de Educação Física,sistematizado a partir dos fundamentos da perspectiva Crítico-Superadora, do método dialético de ensino e composto por ação formativa, elaboração e desenvolvimento de uma unidade didática e avaliação da prática pedagógica realizada.

 

Metodologia 

 

    A pesquisa pressupõe abordagem qualitativa e os dados predominantemente caracterizam-se como descritivos. Foi realizada em uma escola que atende alunos do 6º ao 9º ano do ensino fundamental,na qual se investigou o processo de ensino dos esportes desenvolvido por duas professoras de Educação Física e compostos por três momentos fundamentais: a) encontros formativos entre o pesquisador e as professoras tendo como base as teorias críticas da educação e do ensino da Educação Física, b) elaboração e desenvolvimento de uma unidade didática, sistematizadas a partir dos pressupostos teóricos da proposição Crítico-Superadora e do método dialético de ensino e c) avaliação da prática pedagógica, momento que foram ministradas cinco aulas (correspondentes a unidade didática) para cada uma das duas turmas de alunos participantes da pesquisa.

 

    Para a escolha da escola, seguiu-se o entendimento defendido pela perspectiva Crítico-Superadora, sobre a necessidade em responder aos interesses imediatos e históricos da classe trabalhadora através do ensino Educação Física no âmbito escolar, visando com isso atingir a hegemonia popular. Assim, realizou-se a pesquisa em uma instituição escolar localizada em uma comunidade composta pela classe trabalhadora, que sofre com as consequências advindas do contexto de desigualdade social e luta por condições dignas de sobrevivência como o direito ao emprego, alimentação, saúde, habitação e a educação.

 

    Na escolha das professoras que participaram da pesquisa, buscou-se seguir os critérios de: a) disponibilidade de tempo para participar dos encontros formativos, entrevistas e intervenções e b) capacidade de se expressar sobre o fenômeno esporte e a compreensão sobre o mesmo. Desse modo, foram escolhidas duas professoras de Educação Física, atuantes na escola onde realizou-se a investigação, pois ambas contemplavam em sua grade horária semanal, um período reservado para os encontros formativos e, no decorrer das entrevistas, apresentaram ter a capacidade de se expressar sobre estratégias de ensino e as dimensões de conhecimento advindas do conteúdo esporte.

 

    Para escolha das turmas de alunos foram observados os critérios: a) turmas atribuídas às professoras participantes da pesquisa e b) a necessidade de as professoras ministrarem aulas nas turmas desde o início da pesquisa para que a elaboração da sequência de aulas fosse direcionada para a prática social desses alunos. Com isso, a Professora 1 escolheu desenvolver a prática pedagógica para uma turma de 7º ano, e a Professora 2 escolheu trabalhar com uma turma de 9º ano.

 

    Salienta-se que, a participação na pesquisa deu-se mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido pelas professoras, Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCE) por pais ou responsáveis dos alunos e Termo de Assentimento Livre e Esclarecido (TALE) por alunos participantes da pesquisa. Destaca-se ainda, que a pesquisa está registrada com o Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAAE) 40940615.3.0000.5398.

 

    A sistematização das ações planejadas e desenvolvidas pelos pesquisadores, seguiram os pressupostos metodológicos do estudo de campo, que de acordo com Minayo (2016), desenvolve-se por meio de três fases: a) a fase exploratória, onde ocorreu os encontros formativos nos quais foram propostas às professoras reflexões sobre a prática pedagógica, motivadas pelo estudo de artigos selecionados pelo pesquisador, que discutiam pressupostos teóricos críticos relacionados a teoria educacional e de ensino da Educação Física. Essa fase foi realizada por meio de quatro encontros com duração aproximada de duas horas cada, ocorridos durante o horário reservado à formação pedagógica das professoras na escola, e culminaram na construção da unidade didática, elaborada a partir dos fundamentos da proposição Crítico-Superadora e o método dialético de ensino, b) a fase do trabalho de campo, em que as professoras, por meio da prática pedagógica, ministraram a unidade didática composta por cinco horas-aula para cada turma, escolhida anteriormente pelas professoras participantes, sendo uma turma do 7º ano e uma turma do 9º ano e c) a fase do tratamento dos materiais, onde ocorreu a ordenação, classificação e análise dos dados, de acordo com o referencial teórico da pesquisa.

 

    Para levantamento de informações utilizou-se da técnica de entrevista semiestruturada, cujo roteiro de entrevista foi elaborado pelos próprios autores. Os dados foram obtidos por meio da transcrição da gravação de vídeo das entrevistas realizadas nos encontros formativos (fase exploratória) e após o desenvolvimento da unidade didática, durante a avaliação da prática pedagógica (fase do trabalho de campo). Para interpretação e inferência dos dados, utilizou-se a técnica da Análise de Conteúdo (Bardin, 2011), sendo que, a sistematização para análise do material coletado seguiu as seguintes etapas de trabalho: a) Pré-análise; b) Exploração do material e c) Tratamento dos resultados.

 

Resultados 

 

Pré-análise 

 

    Visando escolher e preparar o material a ser explorado, de acordo com os critérios de representatividade e pertinência, realizou-se a leitura exaustiva de todas as transcrições das entrevistas realizadas durante os quatro encontros formativos (fase exploratória) e ao final do desenvolvimento das cinco aulas da unidade didática, onde ocorreu a avaliação da prática pedagógica de ambas professoras (fase de campo). Desse modo, observou-se grande representatividade e pertinência dos termos relacionados ao problema de investigação e objetivos da pesquisa, tanto em relação ao trato do conhecimento com o conteúdo pertencente à cultura corporal, ao esporte e também ao processo didático-pedagógico para seu ensino. A leitura flutuante serviu também como direcionadora dos passos seguintes da pesquisa.

 

Exploração do material 

 

    Por meio da leitura mais aprofundada das transcrições das entrevistas iniciou-se o processo de separação das informações, sendo que, aquelas pertinentes ao objetivo da pesquisa foram recortadas do texto e, para essa ação, foram utilizados critérios de seleção, exclusão mútua, pertinência, objetividade e fidelidade. Em seguida, as informações geradas foram agrupadas por critério semântico, ou seja, considerou-se o sentido das palavras-chaves expresso nas falas dos entrevistados sem interferência do pesquisador. As palavras-chaves geraram unidades de registro e, quando reagrupadas, geraram categorias temáticas definidas de acordo com os pressupostos da perspectiva Crítico-Superadora que tratam sobre o confronto entre os pilares da dinâmica curricular (trato com o conhecimento, normalização escolar e organização escolar) e evidenciadas na fase seguinte, gerando quatro categorias temáticas: trato com o conhecimento do conteúdo esporte; processo didático-metodológico utilizado no ensino dos esportes; interferência da normalização e organização escolar; avaliação da prática pedagógica. Nos quadros apresentados a seguir estão alguns recortes das falas das docentes que constituíram as unidades de registro que compõem as categorias temáticas.

 

Quadro 1. Unidades de registro e categorias temáticas

Categorías Temáticas

Unidades de Registro

Trato com o conhecimento do conteúdo Esporte

Individualidade / diferença / possibilidades / questionar / escolher / refletirem

Processo didático-metodológico para o ensino dos Esportes

Conscientizar / todos participem / críticas / crítico / abordagem / inconscientemente

Interferência da normalização e organização escolar

Cumprir / interferindo /seguir

Avaliação da prática pedagógica

Não dá / não é viável / complicado

Fonte: Elaboração própria

 

Trato com o conhecimento do conteúdo Esporte 

 

    Ao analisar a categoria temática sobre o trato com o conhecimento do conteúdo de ensino, percebe-se que ambas professoras demonstram selecionar, organizar e sistematizar o conteúdo esporte, tendo o aluno como protagonista das ações pedagógicas, mediante a realidade social. Essa situação é evidenciada nas falas a seguir:

 

    “Respeitamos a individualidade de cada aluno diante de uma atividade. Diante disso, propusemos algumas reflexões sobre a forma de realizar alguma atividade, a compreensão e respeito a diferença de todos” (Professora 1).

 

    “Por meio do conhecimento da vida deles, tentar mostrar o outro lado. Outras formas de reagir diante das situações” (Professora 2).

 

    A forma de lidar com o conteúdo esporte, retratado pelas professoras, está em concordância com os princípios curriculares que orientam o professor no trato com o conhecimento. Sobre isso, Soares et al. (2013, p. 31) afirmam a necessidade de “compreender o sentido e o significado do mesmo para a reflexão pedagógica escolar” para que deste modo seja possível, adquirir “subsídios para a compreensão dos determinantes sócio-históricos do aluno”, e consequentemente, ter a competência para “adequar o conteúdo à capacidade cognitiva e à prática social do aluno, ao seu próprio conhecimento e às possibilidades enquanto sujeito histórico”.

 

    Ainda, levando em consideração o esporte enquanto conhecimento historicamente produzido e culturalmente acumulado, identifica-se também que, as professoras sistematizam esse conteúdo da cultura corporal a partir de uma concepção de currículo ampliado, que leva em consideração na organização curricular a lógica dialética, demonstradas nas falas a seguir:

    “É uma luta mostrar para eles que existem mais possibilidades, mostrar o que eles gostam, para que serve, como profissão, lazer ou melhorar a saúde” (Professora 1).

 

    “Questionar, mostrar que existe outras coisas além do que eles estão acostumados a assistir na televisão ou a jogar no bairro. Mostrar que existe outras possibilidades para que eles possam escolher. Mostrar que existe outras opções, e fazer eles refletirem sobre se isso é melhor” (Professora 2).

    De acordo com Soares et al. (2013, p. 27-28), para tratar o conhecimento a partir da lógica dialética, se faz necessário ter como eixo “a constatação, a interpretação, a compreensão e a explicação da realidade social e contraditória”. Deste modo, as professoras ao se apropriarem dos conhecimentos advindos do conteúdo esporte, demonstram o tratar metodologicamente, de modo a confrontá-lo com o saber que o aluno traz do seu cotidiano.

 

Processo didático-metodológico para o ensino dos Esportes 

 

    Sobre a categoria temática relacionada ao processo didático-metodológico para o ensino dos esportes, percebe-se que as docentes parecem seguir uma metodologia a partir de uma perspectiva crítica para nortear o processo de ensino dos esportes, quando demonstram levar o aluno a percepção da totalidade de suas atividades, permitindo assim, uma articulação de suas ações mediante a reflexão da realidade social na qual estão inseridos, como se verá a seguir:

    “Eu me organizo pelo plano, tendo a melhor forma para que todos participem, e que garanta que eles aprendam o mínimo, mais não fico presa a nenhuma abordagem” (Professora 1).

 

    “Sim é isso mesmo, não tem como falar, vou só melhorar a coordenação motora e ponto, é impossível. A gente tem que conscientizar no geral mesmo, no total” (Professora 2).

    Mesmo que as professoras tenham demonstrado seguir uma teoria educacional de cunho crítico no processo didático-metodológico para o ensino dos esportes, ao dar prosseguimento na análise, percebe-se que ambas, não demonstram ter uma plena consciência sobre a real teoria que sistematiza de fato sua prática pedagógica, quando citam:

    “Em relação as abordagens da Educação Física, eu penso que já fiz um pouco de cada, mais que hoje em dia a gente dá aulas mais críticas do que antes” (Professora 1).

 

    “Acho que na prática a gente acaba pegando inconscientemente. A gente tenta estimular o lado crítico do aluno, ainda mais nos dias de hoje” (Professora 2).

    Deste modo, ainda que não seja possível mensurar a real consciência das ações pedagógicas depreendidas pelas professoras, compreende-se que ambas, levam em conta no processo didático-metodológico para o ensino dos esportes, princípios metodológicos que possibilitam a ampliação das dimensões do conhecimento do conteúdo esporte, exemplificados nas situações que demonstram uma conexão do conteúdo com a prática social na busca de compreensão e encaminhamento das questões sociais a serem resolvidas.

 

Interferência da normalização e organização escolar 

 

    Ao analisar a categoria temática relacionada a interferência da normalização e organização escolar, percebe-se que ambas professoras foram capazes de identificar como a normalização e organização escolar interferem no trato com o conhecimento do conteúdo esporte, demonstrado nas falas a seguir:

    “Porque junto das nossas aulas a gente tem que cumprir o máximo que está no plano, e sem deixar de cumprir também os projetos da escola e isso acaba interferindo muito” (Professora 1).

 

    “Você entra naquela questão que, a gente tem que seguir algo para todo mundo com a justificativa da unificação do conteúdo. É onde você deixa de lado as especificidades do aluno e da comunidade” (Professora 2).

    Sobre essa influência advindas da normalização e organização escolar, Soares et al. (2013, p. 42), explica que é de se esperar o descompasso entre os pilares da dinâmica curricular (trato com o conhecimento, organização e normalização), justamente por compreender que o projeto educacional hegemônico (capitalista) não se vincula “aos interesses do outro pólo da luta da transformação social: os interesses de classe das camadas populares”.

 

    Assim, ainda que as professoras tenham demonstrado capacidade de refletir sobre as situações que causam problemas ou dificuldades durante as aulas, não se pode afirmar que as mesmas estão devidamente esclarecidas sobre as possíveis causas que determinam e regem o projeto educacional vigente na escola e nem como essa influência velada pode interferir no trato com o conhecimento do conteúdo esporte, justamente por identificar a ausência de relatos que caracterizam ações de resistência e confronto frente as interferências advindas da normalização e organização escolar.

 

Avaliação da prática pedagógica 

 

    A análise da categoria temática referente à avaliação da prática pedagógica, pode contribuir para o esclarecimento referente às motivações ideológicas que produzem as situações de conformismo, frente as problemáticas identificadas anteriormente pelas próprias docentes.

 

    Ainda que, em determinados momentos, os conteúdos analisados anteriormente pressuponham posicionamento crítico das professoras, em outros, se contradizem, principalmente quando os relatos evidenciam posicionamentos didático-pedagógicos, nos quais, apresentam certa resistência/dificuldade de pensar/agir a partir dos fundamentos da perspectiva Crítico-Superadora, quando citam que:

    “Na minha visão, eu pude refletir sobre minha prática, porque as vezes a gente fica no automático e as vezes fazemos as coisas sem prestar muita atenção. Sem dar o devido valor daquela atividade que poderia ter na mudança da vida da criança. Então, me ajudou bastante, só que de uma hora para outra trabalhar só desse jeito, aqui não dá” (Professora 1).

 

    “Mas pegando como exemplo a unidade didática que a gente desenvolveu, não é viável. Trabalhar um tema ou outro, acho que dá, mas se a gente conseguir fazer isso com todos os temas e todos os esportes que a gente precisa, acaba ficando complicado” (Professora 2).

    Essa ação contraditória apresentada pelas professoras, pode ser explicada, pela falta de reflexão crítica sobre a prática pedagógica que, consequentemente, acaba por interferir na definição do seu projeto político-pedagógico. Esse projeto, de acordo com Soares et al. (2013, p. 15), visa orientar “[...] a relação que estabelece com os seus alunos, o conteúdo que seleciona para ensinar e como o trata científica e metodologicamente, bem como os valores e a lógica que desenvolve nos alunos”. Assim, considera-se relevante que o docente reflita sobre o contexto social-político-cultural da sociedade, para que enquanto agente transformador da realidade, possa de maneira intencional e diretiva relacionar os conteúdos a serem ensinados com os problemas e contradições sociais.

 

Discussões 

 

    Em relação ao trato com o conhecimento esporte, percebe-se que, as professoras, mesmo que de maneira inconsciente, organizam e sistematizam o conhecimento referente ao esporte de acordo com uma direção teórica que, de certa maneira, as orienta como selecionar e abordar este conteúdo da cultura corporal.

 

    Sobre essa fragilidade apresentada pelas professoras na compreensão da teoria que embasa a prática pedagógica, Climaco, Santos Junior, e Taffarel (2018), ao investigarem aulas de professores(as) de Educação Física (EF) na Educação Básica da Rede Estadual da Bahia, identificam a existência de dificuldades para inserir e contextualizar os conteúdos pertencentes a cultura corporal.

 

    Essa questão, relacionada a falta de esclarecimento frente a teoria educacional norteadora da prática pedagógica docente, foi identificada também na pesquisa de Harris et al. (2015, p.143) que buscou analisar as produções do conhecimento relacionados ao ensino do esporte a partir da perspectiva Crítico-Superadora. Na pesquisa, um dos artigos analisados, colabora com a confirmação sobre problemática dos professores relacionada ao “conhecimento muito difuso quanto à cultura corporal” e a perspectiva Crítico-Superadora.

 

    Sendo assim, compreendesse que seja de grande relevância que o professor tenha plena consciência sobre qual teoria educacional embasa o processo educativo, especificamente de como serão tratados os conteúdos que pertencem a cultura corporal, para que essa prática teoricamente fundamentada possibilite a formação humana direcionada para a transformação da sociedade pautada no capital.

 

    Ao analisar os relatos das professoras, sobre o processo didático-metodológico para o ensino dos esportes, percebe-se que ambas demonstram assumir sua função enquanto agente transformador da realidade educacional, ao estruturar as possibilidades de diálogo e discussões relacionando o conhecimento e o aluno.

 

    Sobre esse caminho didático-metodológico a partir da perspectiva Crítico-Superadora, Somariva (2015) em sua pesquisa, elaborou e aplicou um programa de aulas relacionado às questões de gênero no trato do conteúdo futebol para uma turma do 6.º ano do Ensino Fundamental de uma escola da rede pública de ensino. Nesse percurso, o autor identifica que a condição de captar a natureza específica do projeto educacional hegemônico possibilitou que a prática pedagógica não passasse de mecanismos de adaptação da classe dominante e se transformasse em uma dominação ideológica.

 

    Ainda, de acordo com a pesquisa bibliográfica realizada por Harris et al. (2015, p. 142), foi constatado que diversos autores que produziram conhecimento relacionados ao ensino dos esportes a partir de uma perspectiva Crítico-Superadora, apontam que essa metodologia de ensino constitui uma forma efetiva de resistência frente ao projeto educacional hegemônico pois possibilita “o movimento político de construção de uma Cultura para as Massas”, ao privilegiar os conhecimentos que dão “prioridade à coletividade em relação à individualidade”, contribuindo assim para“ o desenvolvimento da consciência crítica”.

 

    Desde modo, infere-se que os conteúdos da cultura corporal alicerçados nos pressupostos teóricos críticos, proporcionam um enfrentamento das problemáticas sócio-político-culturais provenientes da sociedade e do ambiente escolar e, assim, possibilitam uma transformação da realidade social e educacional.

 

    Sobre a interferência da normalização e organização escolar em relação ao trato com o conhecimento, as professoras foram capazes de identificar situações cotidianas, relacionadas a interferências advindas da gestão educacional e falta de condições físicas e materiais para desempenhar a prática pedagógica. Porém, ao dar prosseguimento a análise, fica aparente que ambas professoras não tomam nenhuma atitude contundente visando a superação dessas situações relatadas, evidenciando com isso uma situação de conformismo.

 

    Sobre essa falta de esclarecimento das professoras, Alves (2018) na tentativa de implementar o ensino da Educação Física por meio de pressupostos teóricos críticos, identifica que a lógica do projeto educativo hegemônico, construído historicamente a favor do interesse dos dominantes, limita o professor a exercer uma ação docente reprodutivista e acrítica, na medida que o impede a buscar uma formação continuada devido à carga burocrática imposta sobre eles. Além disso, a autora aponta que as tendências determinadas pelas políticas educacionais distorcem a função social do professor e retiram sua autonomia por intermédio da imposição de objetivos e métodos pré-estabelecidos por consultores dos projetos educacionais capitalistas.

 

    Harris et al. (2015, p. 144)ao analisarem as produções acadêmicas em sua pesquisa bibliográfica, colaboram com a compreensão que “uma escola que tem como base o capitalismo” impossibilita o docente a implementar uma proposta pedagógica crítico-superadora, devido “a dificuldade gerada pela falta de organização na escola e até mesmo pela administração”.

 

    Diante disso, pode-se inferir que o conformismo apresentado pelas docentes frente as interferências advindas da normalização e organização escolar pode ser imputado possivelmente pelo pouco tempo desprendido para a realização dos encontros formativos, onde foi abordado produções científicas relacionadas a teria educacional e de ensino da Educação Física a partir dos fundamentos teóricos críticos. Desde modo, torna-se evidente, enquanto possibilidade de ruptura contra-hegemônica, a necessidade de se garantir momentos formativos que possibilitem o docente a compreender como se dá os mecanismos ideológicos que influenciam e interferem a inclusão de práticas pedagógicas pautadas através de teorias educacionais críticas.

 

    A análise relacionada a fala das professoras ao avaliarem a prática pedagógica sistematizada pelos fundamentos da perspectiva Crítico-Superadora, aplicada a seus alunos, aponta evidentes contradições quando comparadas a relatos anteriores relacionadas ao trato com o conhecimento e ao processo didático-metodológico para o ensino dos esportes levantadas durante o momento dos encontros formativos. Mesmo que anteriormente tenham apresentado um possível direcionamento do trabalho por meio de pressupostos teóricos críticos, após a prática pedagógica, demonstram uma contundente negação a implementação da propositura Crítico-Superadora em relação ao contexto de suas realidades pedagógicas.

 

    Colaborando com essa situação apresentada pelas professoras, em sua pesquisa, Harris et al. (2015, p. 143), identificam diversas produções acadêmicas que citam resistência dos professores frente a implementação da propositura Crítico-Superadora para o ensino dos esportes, mesmo esses passando por formações teóricas sobre a referida perspectiva de ensino da Educação Física. Entre elas, os docentes citam problemáticas relacionadas ao “medo de perder a autoridade diante de outros professores e dos alunos”, “medo de romperem com o paradigma biológico esportivo” e “dificuldade de articulação entre teoria e prática”.

 

    Essas recorrentes problemáticas apresentadas pelos docentes podem estar relacionadas, de acordo com Hernández et al. (2016), com a compreensão real do contexto educacional, podendo vir a prejudicar sobremaneira uma possível mudança qualitativa em relação aos processos de formação. De acordo com os autores, para projetar as situações de aprendizagem, o professor necessita articular o domínio científico do conteúdo e teorias educacionais com os problemas de uma sociedade que apresenta uma pluralidade democrática em um mundo globalizado e independente.

 

    Ainda segundo Hernández et al. (2016), o docente precisa aceitar enquanto processo de formação a necessidade do estudo sobre os principais problemas do contexto, para assim além de apropriar-se em profundidade dos conteúdos da disciplina, saber como conduzir a mediação com os alunos para que eles aprendam partindo de seus conhecimentos prévios e aplicando estratégias didáticas relevantes, de acordo com as competências, conteúdos e problemas levantados.

 

    Assim, infere-se que, a falta de uma reflexão diagnóstica e judicativa sobre o contexto que se insere a prática pedagógica docente pode ter prejudicado uma ação teleológica das professoras, no sentido de compreender qual o projeto de sociedade que esperam formar, qual interesse classista pretende defender, quais valores éticos, morais e políticos pretendem ensinar e de que maneira pretendem articular este projeto de sociedade no decorrer de suas aulas.

 

Conclusões 

 

    Diante da interferência externa advinda da normalização e da organização escolar que, alinhada ao projeto educativo hegemônico, poderia dificultar a prática pedagógica do professor devido a influência no trato com o conhecimento e no processo didático-metodológico para o ensino do esporte, levantou-se a seguinte questão: é possível implementar conscientemente o ensino dos esportes a partir dos fundamentos da propositura Crítico-Superadora?

 

    Frente às constatações levantadas por meio da pesquisa, onde investigou-se as possibilidades e limitações do processo de ensino dos esportes de duas professoras de Educação Física, compostos especificamente pelos momentos de formação, elaboração da unidade didática e avaliação da prática pedagógica, sistematizada a partir da perspectiva Crítico-Superadora e do método dialético de ensino, chegou-se as seguintes conclusões provisórias: para que o professor implemente de forma consciente o ensino dos esportes a partir de uma perspectiva crítica e confronte as interferências advindas da normalização e organização escolar, é necessário que seja garantido uma formação ampla e continuada, fundamentada por uma teoria educacional que rompa com a visão estigmatizada de ensino crítico,que valorize os momentos de reflexão diagnóstica e judicativa sobre o contexto educacional que se insere a prática pedagógica e possibilite tratar o conhecimento e o processo didático-metodológico para o ensino dos esporte de uma forma que contribua para o enfrentamento das problemáticas sócio-político-culturais provenientes da sociedade capitalista.

 

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Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 26, Núm. 276, May. (2021)