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ISSN 1514-3465

 

O uso dos estádios de futebol durante a pandemia da COVID-19

The Use of Soccer Stadiums During the COVID-19 Pandemic

El uso de estadios de fútbol durante la pandemia de COVID-19

 

Rômulo Meira Reis*

romulomreis@hotmail.com

Silvestre Cirilo dos Santos Neto**

silvestrecirilo@yahoo.com.br

Pedro Ramos Losso***

pedrolosso09@gmail.com

Lamartine Pereira Da Costa****

lamartine@terra.com.br

Silvio de Cássio Costa Telles*****

silviotelles@terra.com.br

 

*Doutor em Ciências do Exercício e do Esporte

pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Mestre em Ciências do Exercício e do Esporte

Especialista em Administração e Marketing Esportivo

pela Universidade Gama Filho

Graduado em Capoeira, Educação Física e Administração de Empresas

Gestor Esportivo no Departamento de Competições

da Confederação Brasileira de Futebol,

na Coordenação de Estádios e Segurança

Oficial de Integridade da CBF. Membro de Grupo de Trabalho do Ministério do Esporte

para aprimoramento de laudos técnicos e melhorias em Estádios de Futebol

Professor no Curso Superior Tecnólogo em Gestão Desportiva e do 

Lazer da FACHA Professor Pós-Graduação em Ciências do Futebol

da Universidade Federal do Rio de Janeiro

Líder do Grupo de Pesquisa em Gestão, Esporte, Cultura e Lazer (GPGEL)

e Integrante do Grupo de pesquisa em Escola, Esporte e Cultura (GPEEsC)

**Doutor em Ciências do Exercício e do Esporte pela UERJ

Mestre em Gestão e Estratégia em Negócios pela UFRRJ

Especialista em gestão da administração pública pela Universidade Castelo Branco

e em Ciências do Treinamento de alto nível pela UFRRJ

Graduado em educação física pela UFRRJ

***Graduado em Educação Física pela Universidade Estácio de Sá e

Graduação em Educação Física pela Universidade Federal do Rio de Janeiro

Especialização em Ciências da Performance Humana

pela Universidade Federal do Rio de Janeiro

Atualmente é aluno de mestrado na Universidade Estadual do Rio de Janeiro

Atua como professor de educação física - Colégio Everest e Colégio MOPI

****Graduado em Ciências Navais pela Escola Naval

Licenciatura em Educação Física pela EsEFEx

Especialização Ergonomia pela FGV-RJ

Doutorado em Filosofia pela Universidade Gama Filho-UGF

Livre Docente em Gestão do Esporte pela UERJ

Atualmente é professor colaborador na UERJ

Programa de Pós Graduação em Ciências do Esporte

*****Graduado em Educação Física pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Mestrado e Doutor em Educação Física e Cultura pela Universidade Gama Filho

Atualmente é professor adjunto da Universidade Federal do Rio de Janeiro

e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro nos cursos de mestrado e doutorado

(Brasil)

 

Recepção: 06/08/2020 - Aceitação: 11/02/2021

1ª Revisão: 21/01/2021 - 2ª Revisão: 09/02/2021

 

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https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt

Citação sugerida: Reis, R.M., Neto, S.C. dos S., Losso, P.R., Costa, L.P. da, e Telles, S. de C.S. (2021). O uso dos estádios de futebol durante a pandemia da COVID-19. Lecturas: Educación Física y Deportes, 26(276), 154-174. https://doi.org/10.46642/efd.v26i276.2511

 

Resumo

    A pandemia do novo coronavírus atingiu duramente a humanidade. Em relação ao esporte não poderia ser diferente, todas as modalidades, inclusive megaeventos esportivos como os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 foram parados. Com o futebol, a FIFA e Associações Membro adiaram ou cancelaram suas atividades, caracterizando uma espécie de lockdown esportivo. Afetados diretamente neste processo estão os estádios ou arenas que também pararam. Contudo, em meio a pandemia percebe-se que algumas destas instalações foram requisitadas para fazer parte do combate à COVID-19. Assim, o presente ensaio tem como objetivo examinar como foram utilizados os estádios voltados a prática do futebol no período de lockdown esportivo. O estudo é delimitado pelo período temporal entre o mês março e a primeira quinzena julho de 2020. Os resultados mostram estádios públicos e privados recrutados para combater a COVID-19 no mundo utilizados como: hospitais de campanha, abrigos ou centros de isolamento de pessoas, depósitos de doações médicas e pontos de atendimento de diagnóstico para ampliar a assistência de saúde pública. As considerações finais apontam para a versatilidade dos estádios que se converteram para servir a saúde e a população, reforçando o entendimento de que os torcedores retornarão seguramente somente com o desenvolvimento de uma vacina ou tratamento contra o vírus.

    Unitermos: Estádios. Coronavírus. COVID-19.

 

Abstract

    The new coronavirus pandemic has hit humanity hard. Regarding sport it could not be different, all modalities, including mega sporting events such as the Tokyo 2020 Olympic Games were stopped. With soccer, FIFA and Member Associations postponed or canceled their activities, featuring a kind of sports lockdown. Directly affected in this process are the stadiums or arenas that have also stopped. However, in the midst of the pandemic, it realized that some of these facilities were requested to be part of the fight against COVID-19. Thus, the present study aims to examine how stadiums aimed at practicing soccer during the sports lockdown period were used. The study is delimited by the time period between March and the first half of July 2020. The results show public and private stadiums recruited to combat COVID-19 in the world used as: field hospitals, shelters or isolation centers, deposits of medical donations and diagnostic service points to expand public health care. Final considerations point to the versatility of the stadiums that have been converted to serve health and the population, reinforcing the understanding that fans will surely return only with the development of a vaccine or treatment against the virus.

    Keywords: Stadiums. Coronavirus. COVID-19.

 

Resumen

    La pandemia del nuevo coronavirus ha impactado duramente a la humanidad. En cuanto al deporte no podía ser diferente, se han suspendido todas las modalidades, incluidos los megaeventos deportivos como los Juegos Olímpicos de Tokio 2020. En el fútbol, ​​la FIFA y las Asociaciones Miembro pospusieron o cancelaron sus actividades, presentando una suerte de suspensión deportiva. Directamente afectados en este proceso son los estadios o arenas que también han parado. Sin embargo, en medio de la pandemia, se verifica que algunas de estas instalaciones fueron solicitadas para ser parte de la lucha contra el COVID-19. Así, el presente ensayo tiene como objetivo examinar cómo se utilizaron los estadios destinados a la práctica del fútbol en el período de encierro deportivo. El estudio está delimitado por el período de tiempo comprendido entre marzo y la primera quincena de julio de 2020. Los resultados muestran estadios públicos y privados tomados para combatir el COVID-19 en el mundo, utilizados como: hospitales de campaña, albergues o centros de aislamiento, depósitos de donaciones médicas y puntos de servicio de diagnóstico para ampliar la asistencia sanitaria pública. Las consideraciones finales apuntan a la versatilidad de los estadios que se han reconvertido al servicio de la salud y la población, reforzando el entendimiento de que la afición seguramente volverá solo con el desarrollo de una vacuna o tratamiento contra el virus.

    Palabras clave: Estadios. Coronavirus. COVID-19.

 

Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 26, Núm. 276, May. (2021)


 

Introdução 

 

    Na China, no fim do ano de 2019 apareceu na cidade de Wuhan um novo vírus da família coronavírus, o (SARS-CoV-2), capaz de causar em seres humanos infecções respiratórias desde um simples resfriado a síndromes respiratórias agudas através da doença COVID-19 (Ministério da Saúde, 2020).

 

    Em 2020, o vírus atingiu a Ásia, Oceania e África, chegando até a Europa, sendo Itália e Espanha os países mais afetados. Após, chegou rapidamente aos Estados Unidos, Canadá e México (Bianchini, 2020; Braun, 2020). No continente Sul-americano, em março, casos confirmados surgem no Equador, Paraguai, Argentina, Chile e Brasil (Hallal, 2020).

 

    Diante do quadro, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declara pandemia e a solução dos líderes mundiais se concentrou em: quarentena em casa, cancelamento de eventos, shows e atividades que tenham aglomeração de pessoas, ampliação dos serviços de saúde, fechamentos de portos, aeroportos e vias terrestres (Folha de São Paulo, 2020a). Como consequência, o sistema capitalista e produtivista quase parou, atingindo indústrias, comércios, serviços, entre outras áreas.

 

    Com o esporte, os problemas surgem em fevereiro, quando os clubes de futebol Atalanta e Valencia fizeram uma partida válida pela UEFA Champions League ainda com portões abertos, ou seja, com a presença de público na Itália. Esse jogo ficou reconhecido como o “jogo zero”, descrito como uma bomba biológica para o surto do coronavírus. (Hannon, 2020)

 

    Em março de 2020, a COVID-19 começa a impor restrições pelo mundo. A Fórmula 1 se viu às voltas com a indecisão sobre a realização do Grande Prêmio (GP) da Austrália (Richards, 2020). Nos Jogos Olímpicos, seletivas para Tóquio 2020 foram canceladas (McKnight, 2020). A situação se agrava, os Jogos Olímpicos e Paralímpicos 2020 são adiados para 2021 (McCurry; Ingle, 2020). A Fórmula 1 cancelou três GPs, adiou sete corridas e a modalidade parou (F1, 2020). O tradicional Torneio de Wimbledon foi cancelado pela primeira vez desde a 2ª Guerra Mundial (Carayol, 2020). A Federação Internacional de Voleibol (FIVB), que havia adiado sua principal competição em março, comunicou que cancelou a edição 2020 da Volleyball Nations League (VNL) (FIVB, 2020). No universo das lutas, a edição do Ultimate Figthing Championship (UFC) Brasília foi realizada com portas fechadas, e a organizadora confirmou adiamento de futuras edições. (Wagner, 2020)

 

    Em abril, os Estados Unidos se tornam o eixo central da doença e as ligas americanas de basquete (NBA), basebol (MLB), futebol americano (NFL), hóquei sobre o gelo (NHL), futebol (MLS) e o desporto universitário (NCAA) fecharam as portas. Os impactos econômicos para indústria esportiva foram estimados em USD 15 bilhões somente entre os meses de março e abril. (Sportsvalue, 2020)

 

    No futebol, a Federação Internacional de Futebol (FIFA) decretou o adiamento de suas competições e torneios classificatórios para Copa do Mundo FIFA 2022 Catar (FIFA, 2020). Grandes ligas europeias foram as primeiras a sentirem os impactos diretamente, Itália e Espanha, cancelaram e adiaram partidas válidas pela Lega Série A (Itália) e La Liga (Espanha) (La Liga 2020; Lega Série A, 2020). A inglesa Premier League parou, os franceses com a Ligue 1 optaram por encerrar a competição consagrando o Paris Saint-Germain campeão (Premier League, 2020). Na Holanda, a Eredivisie, a Real Associação dos Países Baixos (KNVB), decidiu encerrar o campeonato, porém sem declarar o campeão da temporada.

 

    Na América do Sul, a Confederação Sulamericana de Futebol (CONMEBOL) foi a primeira a reconhecer os fatos e adiou partidas da Copa Libertadores e Copa Sulamericana (CONMEBOL, 2020; ESPN, 2020). Logo em seguida, os campeonatos nacionais da Argentina, Paraguai, Uruguai, Equador, Chile, Venezuela, Colômbia e Bolívia foram parados e/ou adiados por completo.

 

    A COVID-19 ultrapassou fronteiras e, simplesmente, provocou uma espécie de lockdown na indústria do esporte. Lockdown1 significa a paralisação dos fluxos, principalmente aqueles que envolvem os deslocamentos, segundo Alexandre Robazza, gerente de relacionamento do Sebrae-SP, em matéria do jornal O Estado de São Paulo, a adoção do lockdown em alguns lugares do mundo foi tomada como resposta à batalha contra a pandemia que assola o mundo atualmente.

 

    Por outro lado, os sul coreanos com a K-League 1 e 2, e os alemães com a Bundesliga e Bundesliga II adiaram seus jogos em um primeiro momento, contudo, em uma ação ousada no mês de maio retomaram as partidas dentro de um protocolo médico e sem a presença de público, servindo como referência para as demais ligas de futebol e esportes (Duarte, 2020). Tal ação desencadeou reações em países como: Espanha, Inglaterra, Japão, Itália, Rússia, Bulgária, Romênia, Suécia, Suíça, Áustria, Croácia e Estados Unidos, que em junho e julho retomaram as partidas de suas ligas também sem público. Não obstante, em todos estes casos é prematuro realizar qualquer avaliação.

 

    No Brasil, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) sequer pôde iniciar o Campeonato Brasileiro de Futebol, parou a Copa do Brasil e em efeito cascata, os Campeonatos Estaduais em andamento pararam. Permanecendo a dúvida: o que será feito com essas competições? Dessa forma, a discussão permeou redução de salários, demissões, protocolos de saúde, retorno aos jogos, contratos de atletas, formatos de disputa e ajuda financeira da CBF aos clubes como: isenção das taxas de registros e transferências; R$ 19 milhões para serem distribuídos entre os clubes participantes do Campeonato Brasileiro da Série C e D, Campeonato Brasileiro Feminino A1 e A2, e para federações estaduais; e abertura de uma linha de crédito de até R$ 100 milhões para os clubes da Série A e B. (CBF, 2020a, 2020b, 2020c)

 

    Como uma possível “reação” o Rio de Janeiro foi o primeiro campeonato estadual a retornar. No dia oito do mês de julho, Santa Catarina retomou suas atividades de portões fechados e no dia onze declara adiamento das demais rodadas devido a notificação da vigilância sanitária estadual (FCF, 2020). O Campeonato Cearense recomeçou no dia treze de julho (Diário do Nordeste, 2020). Em nível nacional, a CBF estabeleceu o retorno do Campeonato Brasileiro para os dias oito e nove de agosto e anuncia que a Copa do Nordeste será em sede única no Estado da Bahia (CBF, 2020d; Siqueira e Machado, 2020). Estas ocorrências sinalizaram uma possível tendência a ser seguida no país.

 

    Não menos importantes dentro do sistema futebol estão os estádios ou arenas, palcos do espetáculo futebolístico por todo mundo, que captam receitas, geram empregos indiretos e fornecem entretenimento, ficaram completamente parados, pois dependem da modalidade e atividades em geral para se manter ativos. Todavia, em meio a pandemia percebemos que algumas destas instalações foram requisitadas para fazer parte do plano de combate à COVID-19, como por exemplo, o Estádio do Pacaembu, que serviu de abrigo para um hospital de campanha da Prefeitura de São Paulo. Outro estádio que está servindo de base é o Presidente Vargas, localizado em Fortaleza, no estado do Ceará, que recebeu um hospital de campanha com 204 leitos de média e baixa complexidade. (Araújo; Paulino, 2020; Rodrigues, Almeida, e Goulart, 2020)

 

    Nesse ensejo, o objetivo deste ensaio é examinar como foram utilizados os estádios voltados a prática do futebol no período de lockdown esportivo pelo mundo.

 

Método 

 

    Este ensaio de natureza qualitativa tem como características uma abordagem descritiva exploratória (Gil, 2002). Assim, empregamos as técnicas da pesquisa documental e pesquisa bibliográfica seguindo os passos recomendados por Sá-Silva, Almeida, e Guindani (2009), tendo como delimitação o período temporal entre mês de março até a primeira quinzena de julho de 2020.

 

    A pesquisa bibliográfica tem como base fontes primárias como livros, capítulos, artigos ou anais de congressos. A pesquisa documental recorre a documentos ou materiais que não sofreram tratamento analítico, tais como: relatórios, reportagens midiáticas, memorandos, cartas, ofícios, fotos, slides, sites especializados, entre outros (Sá-Silva, Almeida, e Guindani, 2009). Desse modo, selecionamos o material, quantificamos, catalogamos e separamos os dados relativos ao tema. Em seguida, realizamos a leitura, produzimos as inferências, descrições e discussões na seção “uso dos estádios durante a pandemia”.

 

O uso dos estádios durante a pandemia 

 

    No período pesquisado podemos observar que a COVID-19 progrediu impondo restrições ao futebol, fechando estádios para os torcedores, forçando aqueles que retomaram suas atividades a seguirem uma série de regras e imposições de saúde,ou seja, modificando os modos de torcer ganhando uma nova conotação em termos de uso. Por isso, subdividimos a seção em contra a COVID-19 e “portas abertas?”.

 

Contra a COVID-19 

Ásia, Europa e África 

 

    Na Coreia do Sul o Estádio Olímpico de Seul foi transformado em local de testes atendendo pessoas que chegam a pé ou de carro com sistema “drive thru”. Além disso, o estádio funcionou como local de quarentena para pessoas que não tinham para onde ir (Ruptly, 2020). Com a reabertura da K-League 1 o estádio também tem recebido partidas do clube local, o Seul F.C.

 

    Na Europa o Signal Iduna Park, do clube alemão Borussia Dortmund, teve seu espaço externo utilizado como centro de testes provisório, com o retorno da Bundesliga teve de ser desativado (Bundesliga, 2020). Os ingleses do Tottenham foram os primeiros na Premier League a abrir as portas contra o coronavírus, disponibilizando o estacionamento do Tottenham Hotspur Football Stadium para servir como local de testes rápidos, mantendo as atividades mesmo depois do retorno das competições. (Veal, 2020)

 

    O Estádio Principality, no País de Gales, um dos seis estádios do Reino Unidos a receber a qualificação máxima da UEFA em termos de infraestrutura, foi transformado em hospital de campanha com 2000 leitos, para dar suporte ao NHS (National Health Service), o sistema público de saúde do país (BBC, 2020). Ainda no Reino Unido, o Amex Stadium, do Brighton & Hover Albion foi convertido para receber testes do COVID-19 através do sistema “drive thru” como apoio ao NHS (Reuters, 2020). Na Espanha, “os galácticos” do Real Madrid entraram na luta contra a COVID-19, cedendo o Santiago Bernabéu para servir como depósito de doações médicas. (Globo Esporte, 2020a)

 

    O continente africano também aderiu a outras formas de torcer e transformou o Teslim Balogun Stadium, em Lagos/Nigéria, em centro para abrigo e isolamento de pessoas suspeitas ou com a doença (TVC News, 2020). No Quênia, o Machakos Stadium, em decisão governamental, converteu suas instalações, inclusive o gramado, para servir como hospital, aumentando a capacidade de atendimento da província. (CGTN Africa, 2020)

 

 

Kenya's Machakos County turns local stadium into COVID-19 isolation facility (video), CGTN Africa

 

    Na África do Sul, o Estádio Caledônia foi transformado em abrigo para os sem teto, com capacidade para receber até 2000 pessoas. Entretanto, a estrutura montada sofreu com problemas de ordem sanitária após uma forte chuva no local, sendo desativada (Ndlazi, 2020; Thompson, 2020). Continuando pela África do Sul, Kgophane (2020) descreve que o FNB Stadium, legado da Copa do Mundo de 2010, na cidade de Johanesburgo, foi reservado para virar hospital de campanha caso fosse necessário. A capacidade seria de 1500 leitos para atender aos três níveis de gravidade da infecção pelo coronavírus, contudo, esta ação não se concretizou.

 

Américas 

 

    Nas Américas, Thompson (2020) afirma que pela primeira vez na história as províncias canadenses e os 50 estados americanos declararam estado de emergência simultaneamente. Dezenas de estádios e arenas foram requisitados pela Guarda Nacional, porém nenhuma dessas instalações pertence às franquias de futebol. No entanto, o caso mais nítido voltado ao futebol é o da Universidade de Columbia, em Nova York, que transformou o estádio em hospital de campanha, com cerca de 280 leitos para pacientes de média complexidade (Barone, 2020). No Havaí, território norte americano, o Waipi’o Peninsula Soccer Stadium, usado pela equipe feminina da Universidade do Havaí foi transformado em local de testes no sistema “drive thru” (Honolulu.gov, 2020). Partindo para a América do Sul, no Uruguai, o estádio Centenário recebeu moradores de rua e desabrigados a fim de conter o avanço da COVID-19. (Gazeta do Povo, 2020)

 

Brasil 

 

    No Brasil identificamos utilizações nos Estados de São Paulo, Ceará, Rio de Janeiro, Roraima, Distrito Federal e Pará, servindo como hospitais de campanha para ampliar a capacidade de atendimento dos serviços de saúde, locais de tratamento para pacientes com alta, média e grande complexidade, leitos para Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) ou abrigo de moradores de rua. (Catraca Livre, 2020; Diário do Vale, 2020; Folha de São Paulo, 2020b; Magri, 2020; SEEL, 2020; Souza 2020)

São Paulo 

 

    Em abril de 2020, o hospital de campanha do Pacaembu foi inaugurado com o objetivo de atender pacientes de baixa complexidade. A unidade foi construída em 10 dias com estrutura temporária no gramado e instalações internas do estádio, cobrindo um espaço de 6.300 m², com 200 leitos, sendo oito de UTI, sob a administração do hospital Albert Einstein (G1, 2020e). Magri (2020) explica que o Pacaembu funcionaria como hospital de retaguarda, com as pessoas passando o tempo de recuperação até sua estabilização, portanto, o complexo esportivo permanece fechado ao público.

 

    Em meio a pandemia, esse hospital foi fechado no final de junho. O prefeito da cidade, Bruno Covas, alegou que no período de quatro semanas foi observada uma estabilização no número de casos dentro do sistema de saúde, o que não justificaria mantê-lo aberto para poucos atendimentos. Todavia, o custo da instalação no curto período de funcionamento foi estimado em R$ 23 milhões. (Pereira, 2020)

 

    Localizado na cidade de Santo André, interior de São Paulo, o Estádio Bruno José Daniel, que recebe os jogos do time local (Santo André), foi designado para servir como o segundo hospital de campanha da cidade. Dessa forma, a obra em estrutura temporária instalada no gramado possui 1.400 m², amplia os serviços de saúde do município em 120 leitos, destes 10 são para UTI (Souza, 2020). O objetivo do hospital é atender pessoas com baixa, média e alta complexidade que podem estar com o vírus ou mesmo sob suspeita, fazendo exames de diagnóstico (testes rápidos) em laboratório próprio do hospital para prosseguir com os devidos tratamentos (Souza, 2020). A ação faz parte do planejamento da prefeitura da cidade para combater a pandemia, que no dia 11 de junho inaugurou o terceiro hospital de campanha na Universidade Federal do ABC (UFABC) com mais 110 leitos. (Diário do Grande ABC, 2020)

 

    Isto posto, com o possível retorno do campeonato paulista para o final de julho, o Santo André mesmo com a melhor campanha, estará sem seu estádio para continuidade da competição. Por hora, o clube prevê retornar aos treinos presenciais em um hotel na cidade vizinha, Vargem, com piscina, academia e campo para treinamento. (Fragoso, 2020)

 

Ceará 

 

    Em abril de 2020, a Prefeitura de Fortaleza inaugurou o seu hospital de campanha, estruturado no gramado do Estádio Presidente Vargas, que recebeu uma base de concreto para sediar a instalação. A unidade foi equipada inicialmente com 204 leitos, em 27 dias de montagem, no mês de maio o hospital receberia mais 100 leitos, ultrapassando a marca de 300 leitos (G1, 2020b). Entretanto, não encontramos confirmação sobre a entrega dos 300 leitos à população como planejado.

 

    Importante destacar que a instalação do hospital ocorreu sobre uma base de concreto armado no gramado, primeiro caso deste tipo encontrado. Esta composição, por um lado permite o funcionamento do hospital e a fixação da estrutura para atender melhor as pessoas. Por outro, gera danos a estrutura do solo do gramado, aos sistemas de irrigação e drenagem, o qual precisará ser reconstruído caso o estádio deseje retornar as atividades normais, acarretando, portanto, em mais custos a serem arcados pela proprietária do estádio.

 

    Em termos de efetividade e utilização verificamos que o hospital funcionou com taxa de ocupação de 90%, disposto em uma área construída de 3.500m² (G1, 2020c). Sobre os custos, até as datas de delimitação desse estudo, não há prestação de contas oficial da prefeitura, porém Vasconcelos (2020) através de informações de representantes da própria prefeitura, indicou que a obra física do hospital de campanha custou cerca de R$ 5 milhões.

 

Rio de Janeiro 

 

    Em março de 2020, o Governo do Estado do Rio de Janeiro prometeu a construção de oito hospitais de campanha, sendo um deles no Maracanã. A projeção inicial era adicionar 200 leitos ao sistema de saúde da cidade com o hospital do Maracanã (Secretaria de Saúde, 2020). Em maio, na inauguração do hospital realizada no dia nove, foi informado que seriam abertos 170 leitos, sendo 50 voltados a UTI, cujo custo da obra não foi revelado, mas o objetivo era atender aos pacientes em estado grave. (G1, 2020a)

 

    Isto posto, Cerqueira (2020) afirma que o hospital de campanha foi construído na área externa ao estádio, porém dentro do complexo do Maracanã, que ficou pronto em 38 dias. Os pacientes seriam encaminhados para lá através da Central Estadual de Regulação. Em junho, o Governo do Estado fez uma intervenção no hospital passando a gestão para a Fundação Estadual de Saúde após reclamações e denúncias da população sobre os serviços prestados. (Resende, 2020)

 

    Até o período temporal de análise desta pesquisa o hospital estava instalado e em funcionamento, ocupando inclusive instalações do estádio para médicos e enfermeiros. Como o hospital foi montado dentro do complexo do Maracanã e o Campeonato Carioca retornou as atividades em julho, esta ação acaba por representar riscos à saúde de atletas, funcionários do estádio, arbitragem, atletas, delegações e quaisquer outros que trabalhem durante as partidas, porque os profissionais de saúde possuem contato direto com pacientes contagiados.

 

    Afastada da capital, a cidade de Volta Redonda converteu o Estádio Raulino de Oliveira em hospital de campanha de média complexidade, com 114 leitos. Inaugurado em abril de 2020, o hospital foi preparado para receber aqueles pacientes intermediários vindos das unidades de emergência do município. A prefeitura informou que o custo mensal da unidade ficaria em torno de R$ 850 mil. (Diário do Vale, 2020; G1, 2020d; Prefeitura de Volta Redonda, 2020)

 

    Mesmo com o retorno do Campeonato Carioca, a prefeitura da cidade decidiu manter o estádio como hospital de campanha. Com isso, a equipe local, Volta Redonda, transferiu seus jogos para o Maracanã, e caso o Campeonato Brasileiro da Série C, competição coordenada pela CBF, tenha retorno, o clube provavelmente não irá jogar em sua casa.

 

Roraima 

 

    Na cidade de Boa Vista, capital do Estado de Roraima, o Estádio Flamarion Vasconcelos (Canarinho) recém reformado em 2020 para receber uma partida entre São Raimundo x Cruzeiro, válida pela Copa do Brasil, em fevereiro de 2020, tornou-se um hospital de campanha.

 

    Inaugurado em abril, a unidade serviu de apoio ao Hospital Geral de Roraima (HGR), absorvendo pacientes de baixa complexidade, liberando o HGR para o atendimento aos pacientes da COVID-19. Seu funcionamento inicial se deu com 58 leitos para atendimento, com perspectiva de ampliação para 120 leitos (Santana, 2020). Neste ensejo, destacamos que não encontramos informações sobre custos de instalação, manutenção ou prestação de contas.

 

Distrito Federal 

 

    Situado na cidade de Brasília, o hospital de campanha do Distrito Federal foi inaugurado em 22 de maio de 2020. Suas instalações ficam no nível central do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, conhecido como hospitality, ocupando uma área de 6.000 m², visando facilitar a ligação dos equipamentos aproveitando toda a infraestrutura do local. (Filgueira, 2020).

 

    A obra de adequação custou R$ 5,9 milhões, o hospital conta com 197 leitos, sendo 20 de suporte avançado e quatro de emergência, tendo atendido mais de 300 pacientes em seu primeiro mês de operação. (Correio Braziliense, 2020)

 

Pará 

 

    Devido ao risco da COVID-19 avançar pelo Estado, o Governo do Estado do Pará, no dia 22 de março, decidiu abrir os portões do Estádio Olímpico do Pará, o Mangueirão, para abrigar os moradores de rua e em situação de vulnerabilidade da cidade de Belém. (SEEL, 2020)

 

    Sob a coordenação da Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (SEEL), o Estádio visa abrigar mais de 600 pessoas, cujo procedimento para ingresso ocorre a partir do cadastramento e encaminhamento feito pela Secretaria de Estado de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (SEASTER). (SEEL, 2020)

 

    Além disso, o estádio está funcionando como central de doações para assistir as primeiras pessoas que procuraram o estádio. Em pouco tempo receberam doações de alimentos e produtos de higiene, tendo destaque para uma rede de supermercados que doou 1000 cestas básicas, e para loja de departamentos Magazine Luiza que enviou 1000 colchões e 1000 travesseiros para de uso das pessoas durante todo o período de permanência no estádio. (SEEL, 2020)

“Portas abertas?” 

 

    A partir dos dados coletados conseguimos notar ligas de futebol que “abriram as portas” tiveram que se adaptar ao novo ambiente imposto pela pandemia. Dessa forma, encontramos ações voltadas para gerar a presença de torcidas, visando causar um ambiente similar ao estádio ocupado, por exemplo: bonecas infláveis com cartazes simulando torcedores na Coreia do Sul; torcedores virtuais ao vivo são interligados a telões; lonas cobrindo os assentos inferiores gerando marketing e propaganda para os clubes e anunciantes; sistemas de som com cânticos de torcidas e vaias contra o adversário visando proporcionar o fator casa para o clube mandante; bandeiras e faixas decorativas por todo o estádio; instalação de banners com fotos de torcedores; banners totalmente digitais em LED com patrocínios, marcas dos clubes e fotos de torcedores; e logicamente, não poderiam faltar as homenagens póstumas as vítimas da COVID-19 através do minuto de silêncio. (FOX Sports, 2020; Globo Esporte 2020b)

 

    Diante deste cenário notamos que os protocolos de saúde dos estádios têm adotado grandes espaços entre atletas no bancos de reservas, assim, delegações e jogadores têm sido posicionados em cadeiras no nível inferior do estádio, delegados e oficiais de partida com máscaras durante todo o tempo, higienização de bolas, gandulas e maqueiros mascarados, comemorações de gols sob controle mantendo o distanciamento e ausência de contato e até proibição para cuspir no chão e para as tradicionais trocas de camisas. Além disso, jogadores e comissões técnicas são submetidos a testes de COVID-19 (PCR) a cada cinco dias para atestarem suas condições de jogo. (Duarte, 2020; Premier League, 2020)

 

    Em relação a imprensa, detectamos que está posicionada fora da área gramada, as entrevistas no decorrer do intervalo, quando acontecem, estão mantendo certo distanciamento (3 metros), narradores e comentaristas estão trabalhando em suas casas, coletivas de técnicos 100% online e uso obrigatório de máscaras para aqueles que estão em atuado no estádio. (FOX Sports, 2020)

 

    Entretanto, entendemos que por trás deste retorno existe a preocupação em manter o sistema econômico-financeiro que há no futebol funcionando (Reis et al., 2014). Desta forma, busca garantir os direitos de transmissão, as placas de publicidade no campo de jogo, os anúncios, patrocínios, naming rights comercializados, audiência televisiva, as propriedades comerciais dos clubes (camisas, backdrop, redes sociais, etc.) (Reis et al., 2014), e claro o intuito de oferecer “entretenimento” as pessoas que estão isoladas em suas casas.

 

    Em contrapartida, outros estádios mudaram sua rotina, as práticas agora acontecem com torcida única, ou seja, insolitamente, contra o vírus que atingiu em cheio a humanidade.

 

Conclusões 

 

    O exame elaborado neste ensaio está longe de esgotar o tema que a cada dia de pandemia avança e ramifica novas formas ou contornos. Assim disposto, encontramos as seguintes ações voltadas ao combate da COVID-19: hospitais de campanha, abrigos ou centros de isolamento de pessoas, depósitos de doações médicas e pontos de atendimento de diagnóstico, estes oriundos em sua grande maioria por iniciativas governamentais para ampliar a assistência de saúde pública, com o apoio de instalações privadas como são os casos na Europa, os quais realçam a versatilidade dos estádios, mostrando outras possibilidades de emprego para com a sociedade.

 

    Em nível Brasil, destacamos que as informações encontradas são poucas, de origem midiáticas em sua maioria e não permitem aprofundarmos os temas, assim, esse caráter dificulta o avanço, análises e entendimentos em termos científicos, limitando o artigo em descrições e uma sondagem exploratória. Além disso, a falta de clareza com gastos, custos e orçamentos é um item presente nos casos encontrados,pontos que podem ser objetos de estudos futuros.

 

    O “retorno seguro” ao futebol permitindo assim o uso da atividade fim para que o estádio foi concebido têm se expandido na Europa, inclusive atendendo as ligas italiana e espanhola, provavelmente chegará às ligas americanas e se tornará uma tendência mundial. No Brasil, a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro criou um protocolo próprio aderindo a esta tendência e retomou o campeonato estadual. A Federação de Futebol de Santa Catarina também aderiu ao movimento, e a CBF determinou o retorno do Campeonato Brasileiro para início de agosto (Siqueira e Machado, 2020). Nesse contexto, entendemos que essas ações merecem maiores investigações e avaliações com o decorrer do tempo, sobretudo, como serão operacionalizadas.

 

    No entanto, sugerimos que os reais motivos para movimentar o retorno das atividades dos estádios e esportes em geral, sejam, corporativos, televisivos, políticos, técnicos, clubísticos ou econômicos, deveriam apurados.

 

    Por fim, sejam quais forem os desdobramentos desta pandemia causadora do lockdown mundial acreditamos que sem uma vacina ou tratamento eficaz não teremos um retorno seguro aos estádios com torcedores, como também este período será lembrado e registrado pela história revelando como os estádios se converteram para servir à saúde.

 

Nota 

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Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 26, Núm. 276, May. (2021)