Lecturas: Educación Física y Deportes | http://www.efdeportes.com

ISSN 1514-3465

 

Educação Física e promoção da saúde escolar: reflexão a partir da perspectiva do gestor

Physical Education and School Health Promotion: Reflection from the Manager's Perspective

Educación Física y promoción de la salud escolar: reflexión desde la perspectiva del directivo

 

Carlos Henrique de Freitas Lima*

carloshdfl@gmail.com

Mônica Mitsue Nakano**

monica.nakano@usp.br

Marta Angélica Iossi Silva***

maiossi@eerp.usp.br

Luciane Sá de Andrade****

lucianeandrade@eerp.usp.br

Marlene Fagundes Carvalho Gonçalves****

mgoncalves@eerp.usp.br

 

*Doutor em Ciências pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem Psiquiátrica

da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP-USP), Ribeirão Preto, SP

**Doutoranda em Ciências pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem Psiquiátrica

da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP-USP), Ribeirão Preto, SP

***Docente da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP-USP), Departamento

de Enfermagem Materno Infantil e Saúde Pública. Ribeirão Preto, SP

****Docente da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP-USP)

Departamento de Enfermagem Psiquiátrica e Ciências Humanas. Ribeirão Preto, SP

(Brasil)

 

Recepção: 18/06/2020 - Aceitação: 26/05/2021

1ª Revisão: 15/03/2021 - 2ª Revisão: 13/05/2021

 

Level A conformance,
            W3C WAI Web Content Accessibility Guidelines 2.0
Documento acessível. Lei N° 26.653. WCAG 2.0

 

Creative Commons

Este trabalho está sob uma licença Creative Commons

Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional (CC BY-NC-ND 4.0)

https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt

Citação sugerida: Lima, C.H.F., Nakano, M.M., Silva, M.A.I., Andrade L.S. de, e Gonçalves, M.F.C (2021). Educação Física e promoção da saúde escolar: reflexão a partir da perspectiva do gestor. Lecturas: Educación Física y Deportes, 26(278), 144-158. https://doi.org/10.46642/efd.v26i278.2355

 

Resumo

    Objetivou-se analisar a relação entre a Educação Física e a promoção da saúde no contexto escolar na perspectiva do gestor escolar. O percurso metodológico norteou-se por uma abordagem qualitativa à luz da perspectiva Histórico-Cultural de Vygotski, um estudo de caso, por meio de análise crítica de uma entrevista realizada com um gestor de uma escola estadual no Estado de Minas Gerais. Observa-se o estabelecimento de uma relação direta entre a promoção da saúde e a disciplina Educação Física no espaço escolar que converge para um protagonismo e responsabilização excessiva deste campo do saber no desenvolvimento das ações de promoção da saúde na escola. Conclui-se, que tais apontamentos revelam como os significados historicamente atribuídos à Educação Física escolar desde sua gênese, ainda se encontram presentes no imaginário social e direcionam ações ainda na atualidade.

    Unitermos: Promoção da saúde. Escola. Educação básica. Abordagem histórico-cultural.

 

Abstract

    The objective was to analyze the relationship between Physical Education and health promotion in the school context from the perspective of the school manager. The methodological path was guided by a qualitative approach based on Vygotski's Historical-Cultural perspective, a case study, through a critical analysis of an interview conducted with a manager of a state school in the State of Minas Gerais. It is possible to observe the establishment of a direct relationship between health promotion and Physical Education discipline in the school space, which converges to a leading role and excessive accountability in this field of knowledge in the development of health promotion actions at school. It is concluded that such notes reveal how the meanings historically attributed to Physical Education at school since its genesis, are still present in the social imaginary and direct actions even today.

    Keywords: Health promotion. School. Primary and secondary education. Historical cultural approach.

 

Resumen

    El objetivo fue analizar la relación entre Educación Física y promoción de la salud en el contexto escolar desde la perspectiva del directivo escolar. El camino metodológico fue guiado por un enfoque cualitativo a la luz de la perspectiva Histórico-Cultural de Vygotski, un estudio de caso, a través del análisis crítico de una entrevista realizada con un gerente de una escuela pública en el Estado de Minas Gerais. Se observa el establecimiento de una relación directa entre la promoción de la salud y la disciplina Educación Física en el espacio escolar, que converge en un protagonismo y excesiva responsabilidad de este campo de conocimiento en el desarrollo de acciones de promoción de la salud en la escuela. Se concluye que tales notas revelan cómo los significados históricamente atribuidos a la Educación Física escolar desde su génesis, siguen presentes en el imaginario social y las acciones directas aún hoy.

    Palabras clave: Promoción de la salud. Escuela. Educación básica. Enfoque histórico-cultural.

 

Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 26, Núm. 278, Jul. (2021)


 

Introdução 

 

    A percepção da escola como um espaço privilegiado para o desenvolvimento de ações relacionadas à saúde não é recente. Esta percepção ganhou força em contextos no passado em que grande parcela da população vivia em territórios cada vez mais aglomerados, em ambientes desprovidos de condições de saneamento adequadas, resultando em uma significativa parcela da população acometida por agravos à saúde decorrentes de um cenário cada vez mais insalubre. Conforme nos apontam Figueiredo, Machado, e Abreu (2010), os avatares da política de atenção à saúde na escola têm seus primeiros registros ainda no final do século XVIII e início do século XIX, com a elaboração e publicação do System einer Volllständigen Medicinischen Politizei, de autoria do médico alemão Johann Peter Frank (1745-1821). Tal obra, um guia composto de nove volumes, foi publicado na Alemanha a partir de 1779 e ficou conhecida como Sistema Frank, atribuindo ao autor o reconhecimento como o pai da saúde escolar.

 

    Para Luquez, e Sabóia (2017), a escola é uma etapa importante na realidade participativa da construção da saúde, favorecendo a reflexão e o desenvolvimento de práticas educativas de promoção da saúde na comunidade escolar.

 

    Uma vez que a saúde foi reconhecida como um tema relevante que demandaria planejamento e ações a partir de iniciativas do Estado, à instituição escolar coube ser um espaço estratégico capaz de organizar seu cotidiano e suas práticas de forma a alinhar-se com as demandas políticas e sociais da época com o objetivo de contribuir na melhoria da condição de saúde da população. O espaço escolar, portanto, passou a ser concebido como de grande potencialidade para atuar sobre um significativo número de pessoas em processo de formação de conceitos e hábitos. A partir de tal percepção, novas atribuições aos saberes escolares emergiram, envolvendo disciplinas curriculares que deveriam desenvolver temas relacionados à saúde voltados para os alunos. (Oliveira, Paiva, Melo, Brasileiro, e Souza Júnior, 2017)

 

    É neste contexto que a Educação Física, enquanto uma atividade inserida na escola, se firma como responsável por propagar os ideários higienistas e eugenistas com vistas a regenerar e fortalecer física e mentalmente as pessoas, fundamentada no paradigma biomédico voltado para a aptidão física, que se materializava por meio de abordagens e métodos da ginástica calistênica (Castellani Filho, 2013). Não por acaso, nos dias atuais, apesar de todo avanço da Educação Física escolar enquanto área do conhecimento e detentora de um saber que extrapola seu reducionismo à aptidão do corpo biológico, os sentidos e significados que lhe são atribuídos ainda surgem em diversas oportunidades, enraizados por este viés reducionista. Obviamente tal viés distancia-se dos pressupostos e de um conceito mais amplo e integral de promoção da saúde definidos na Primeira Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde na década de 1980 que compreende a promoção da saúde como o “processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria da sua condição de qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação no controle deste processo”. (Brasil, 2002, p. 19)

 

    O objetivo do presente artigo é analisar a relação estabelecida entre a promoção da saúde na escola e a disciplina Educação Física na percepção do gestor da escola.

 

    Para Gueterres, Rosa, Silveira, e Santos (2017), apesar de um aumento significativo de publicações predominantemente com abordagem qualitativa a partir de 2010, percebe-se a complexidade das práticas de educação em saúde no ambiente escolar e a fragilidade nas publicações científicas sobre tais propostas na escola conformeaponta.

 

    Tal análise justifica-se à medida que compreender como um profissional da escola, que se encontra à frente da gestão da instituição, compreende os conceitos, expectativas e relações estabelecidas entre os temas investigados, pode apontar tanto para os avanços e progressos, quanto para as incorreções e equívocos que permeiam o entendimento da Educação Física escolar enquanto campo do saber e da concepção do que venha a ser promoção da saúde na escola.

 

Metodologia 

 

    Ao se lançar a compreender a relação estabelecida entre a Educação Física, enquanto disciplina que compõe a estrutura curricular da escola, dotada de saberes historicamente construídos e a promoção da saúde na escola, como proposta capaz de potencializar a qualidade de vida dos sujeitos que compõem a comunidade escolar por meio de sua maior criticidade e maior participação nas tomadas de decisões que impactam suas condições de vida, evidencia-se a imprescindibilidade de aprofundar nesta questão, por meio de uma abordagem qualitativa, de maneira a compreender as minúcias que envolvem tal relação.

 

    Esse tipo de abordagem exige que o mundo seja examinado com a ideia de que nada é trivial, que tudo tem potencial para constituir uma pista que nos permita estabelecer uma compreensão mais esclarecedora de nosso objeto de estudo. (Bogdan, e Biklen, 2013, p. 49)

 

    Para tanto, buscou-se tecer uma análise crítica sobre as ações de promoção da saúde na escola a partir de entrevista semiestruturada realizada com uma gestora de uma escola estadual em Minas Gerais.

 

    Vale destacar que os dados aqui apresentados, integram parte de pesquisa de doutorado concluída em 2019 que se constituiu metodologicamente também de outras etapas e participantes. Este processo foi delineado em duas etapas. A primeira etapa foi delimitada territorialmente a partir das escolas estaduais pertencentes a uma Superintendência Regional de Ensino (SRE) que abrangem um total de 50 escolas. Dessas, 41 aceitaram participar e responderam um questionário enviado via e-mail institucional, buscando caracterizar as ações de promoção da saúde desenvolvidas na escola.Ressalta-se que foi solicitado que os respondentes fossem pessoas engajadas no desenvolvimento das ações de promoção de saúde vinculadas aos projetos pedagógicos desenvolvidos na escola.

 

    Para a segunda etapa, foram selecionadas seis escolas a partir das respostas obtidas por meio do questionário da primeira etapa que buscava caracterizar as escolas a partir de sua aproximação ou distanciamento com a perspectiva de uma escola promotora de saúde,considerando aspectos que abordavam desde o conceito de saúde assumido pela escola até o grau de envolvimento da comunidade escolar nas ações de saúde. Assim, foram selecionadas três escolas que apontaram maior alinhamento com a perspectiva de uma escola promotora de saúde e outras três escolas que indicavam maior distanciamento de tal perspectiva para aprofundamento no estudo.

 

    Foi realizada, então, entrevista com o mesmo participante que respondeu ao questionário na primeira etapa. Nesse sentido, a entrevista foi composta por um roteiro norteador semiestruturado (Quadro 1), que buscou investigar a compreensão do participante em relação às ações de promoção da saúde em sua escola.

 

Quadro 1. Roteiro norteador da entrevista em escolas com ações de promoção da saúde

Dados gerais do entrevistado:

Idade:

Formação:

Tempo de atuação na escola:

Função na escola e relação com a promoção da saúde:

  1. Qual sua função na escola?

  2. Qual a relação entre sua função e os projetos ligados à saúde desenvolvidos na escola?

  3. A estruturação dos projetos escolares desenvolvidos na escola busca trabalhar as necessidades dos alunos e da comunidade escolar? Em caso afirmativo, quais necessidades já foram identificadas e quais ações foram desenvolvidas?

  4. Em sua opinião, como pode ser definido o conceito de saúde?

  5. O que você entende por promoção da saúde?

  6. Em sua opinião qual a relação entre a saúde dos alunos e a escola?

  7. Você acredita que a escola é capaz de contribuir para a melhoria da condição de saúde de seus alunos? Se sim, como?

  8. Sua escola tem desenvolvido ações de promoção da saúde? (Em caso afirmativo siga as demais perguntas e em caso negativo pule para a pergunta 14)

  9. Quais são os temas relacionados à promoção da saúde que são desenvolvidos na escola?

  10. Como estes temas são desenvolvidos?

  11. A quem se destina?

  12. Quais profissionais são envolvidos na elaboração e execução dessas atividades de promoção da saúde na escola?

  13. Quais critérios são utilizados para definir as ações em promoção da saúde que são trabalhadas na escola?

  14. Os profissionais de saúde participam das ações desenvolvidas na escola? Como?

  15. As relações sociais entre os membros da comunidade escolar (alunos, professores, funcionários, pais de alunos, gestores) têm contribuído para uma melhoria na condição de saúde dos envolvidos? Se sim, como? Em caso negativo, por quê?

  16. Existe algum tema em sua opinião, que NÃO é trabalhado na escola e que deveria ser trabalhado, pois poderia contribuir para a condição de saúde dos alunos?

  17. Em sua opinião como este tema poderia ser trabalhado na escola?

  18. Quais barreiras você acredita que devam ser superadas para um melhor desenvolvimento do tema saúde junto à comunidade escolar (alunos, pais, professores, funcionários)?

  19. Em sua opinião, qual a importância de se desenvolver a promoção da saúde junto à comunidade escolar?

 

    A partir de uma análise orientada pela abordagem histórico-cultural, vislumbrou-se a possibilidade de compreender os aspectos subjetivos que permeiam as relações estabelecidas entre o sujeito e suas experiências, concebendo-as “em um movimento dialético, constituído e constituinte nas e pelas relações sociais, semioticamente mediadas”. (Zanella, Reis, Titon, Urnau, e Dassoler, 2007, p. 28)

 

    As respostas verbalizadas pelos participantes foram registradas por meio da gravação de áudio e posteriormente transcritas para a devida análise, a partir da proposta de Análise Temática de Braun, e Clarke (2006), que se constitui de seis etapas: familiarização com os dados; geração dos códigos iniciais; busca por temas; revisão dos temas; definição e nomeação dos temas; e a produção do relatório final. Tal processo resultou em seis temas: 1. O conceito de saúde e promoção da saúde; 2. Intencionalidade nas práticas educativas de saúde na escola; 3. A condicionalidade de boa saúde para êxito da função da escola; 4. As aproximações e distanciamentos entre o setor saúde e a escola; 5. Público-alvo das ações de saúde; 6. Operacionalização das ações de saúde.

 

    As reflexões a seguir foram tecidas a partir dos relatos apresentados especificamente por um dos participantes em relação ao tema “O conceito de saúde e promoção da saúde” e ao tema “Operacionalização das ações de saúde”, pela maneira como emergiram durante a construção dos dados, colocando a disciplina Educação Física como peça fundamental tanto na elaboração conceitual da promoção saúde, como para o desenvolvimento das ações de promoção da saúde no contexto de sua escola. Tal delimitação caracteriza um estudo de caso, que “consiste na observação detalhada de um contexto, ou indivíduo, de uma única fonte de documentos ou de um acontecimento específico” (Merriam, 1988, citado em Bogdan, e Biklen, 2013, p. 89), neste caso, um gestor de escola de Educação Básica. Tal recorte, justificou-se à medida que entre todos os participantes, este em específico, estabeleceu forte relação entre a disciplina Educação Física e a concretização das ações de promoção da saúde, ainda que na composição do roteiro norteador da entrevista, não fosse estabelecida esta relação previamente. A participante em questão, trata-se de uma gestora escolar, licenciada em Pedagogia, com 38 anos, sendo 18 anos na educação e um ano e meio na vice direção.

 

    Buscar a compreensão das ações de promoção da saúde na escola por meio de um ator envolvido no processo e que pela posição que se encontra na instituição pode influenciar na forma como são delineadas as ações de promoção da saúde em seu cenário de atuação, apoia-se no pressuposto de que o ser humano possui experiências singulares e a vivência de cada sujeito influencia na sua concepção de mundo, bem como nas expectativas, anseios e frustrações inerentes à sua prática pedagógica.

Destaca-se que o presente estudo foi submetido ao Comitê de Ética, atendendo em todas as suas etapas às Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas envolvendo Seres Humanos, constantes na Resolução CNS 466/12. E aprovado com número de parecer CAAE nº 67139617.4.0000.5393.

 

Resultados 

 

    O roteiro norteador da entrevista trazia entre outras, a questão da promoção da saúde no contexto escolar. A seguir são apresentados trechos que lançam luz ao papel atribuído à disciplina de Educação Física e ao professor tanto para a elaboração conceitual de promoção de saúde, como para sua operacionalização no contexto da escola na perspectiva da participante.

    Bem, essa promoção da saúde eu acho que é tudo aquilo que faz de bom grado, e com as aulas de Educação Física a gente percebe o tanto que os alunos gostam das atividades e o quanto isso é importante, e não se trata assim de meros jogos lá de uma bola, mas é de uma coisa assim que, através do que eles gostam é envolvido vários tipos de situações, pra ajudar o aluno, é... a resolver conflitos, a envolver é... com os outros colegas de uma forma mais dinâmica e atrativa, na própria atividade, no jogo e em tudo. (grifo nosso)

    Ao verbalizar sua concepção de promoção da saúde, inicialmente a participante já a relaciona com a maneira como se dá o engajamento e dedicação do profissional no decorrer de sua prática docente. Sua conceituação de promoção da saúde perpassa algo que carrega um significado que extrapola um domínio técnico ou responsabilidade para com a prática; “promover” em sua concepção é algo que vai além do cumprimento de suas funções, é uma ação que demanda maior cuidado, envolvimento, também responsabilidade, mas acima de tudo, pressupõe a presença de afetividade com a prática docente, algo que você faz de “bom grado”.

 

    Ao elaborar verbalmente a maneira como as ações de promoção da saúde são desenvolvidas na escola, a participante sustenta-se novamente na disciplina Educação Física, evidenciando o protagonismo deste campo do saber em sua concepção, para a concretização das ações de promoção da saúde naquele contexto conforme apresentado no trecho abaixo:

    [...] então, com os menores, geralmente é trabalhado em sala de aula sobre o tema, aquele bate papo de ouvir os alunos, deixar que eles mesmos falem e apresentem, agora com os maiores também sempre antes de ter os jogos, antes de ter, é trabalhado com eles em sala de aula, sabe, sempre antes o professor de Educação Física faz as orientações, é... conduz pra que haja um momento realmente de... de benefício pra todos ali, porque tem sempre aqueles alunos que não conseguem esperar a vez, que não respeita o colega, que faz bullying, então, é... geralmente o professor trabalha antes, às vezes, pode até incluir outras disciplinas, como português, quando ele observa, então, às vezes, tem muita interdisciplinaridade também apoiando esse, essa situação.

    Nesse sentido, tais ações são desenvolvidas a partir de sua organização em dois grupos: um refere-se aos alunos dos anos iniciais, outro se refere aos alunos dos anos finais do Ensino Fundamental e Médio.

 

    A sala de aula é apontada como o espaço pedagógico em que são desenvolvidas as atividades, com os alunos dos anos iniciais, a partir de uma conversa na qual os temas são por eles apresentados e o professor se comporta como um ouvinte no cenário.

 

Discussão 

 

Promoção da saúde: um conceito no imaginário do gestor da escola 

 

    O Ministério da Saúde destaca a importância de uma abordagem profissional ao se trabalhar com a promoção da saúde que supere o mero conhecimento técnico ao afirmar que

    Promover saúde é tocar nas diferentes dimensões humanas, é considerar a afetividade, a amorosidade e a capacidade criadora e a busca da felicidade como igualmente relevantes e como indissociáveis das demais dimensões. Por isso, a promoção da saúde é vivencial e é colada ao sentido de viver e aos saberes acumulados pela ciência e pelas tradições culturais locais e universais. (Brasil, 2002, p. 535)

    Para Mazetto, Bragato, Corrêa, Tosta, e Lobato (2019), ao analisar os desafios e possibilidades da promoção da saúde no espaço escolar, por meio de uma reflexão em torno do Programa Saúde na Escola, constatou-se pouca valorização dos aspectos qualitativos do programa, além do desafio no desenvolvimento de atividades que envolvam a saúde com jovens,pois requer criatividade e dinamismo para que se consiga interagir e lhes despertar o interesse necessário para o engajamento nas propostas.

 

    De fato, uma das maiores questões que envolvem o trabalho da promoção da saúde, seja ela no espaço escolar ou em outros campos de atuação, passa pelo desafio que é compreender tal perspectiva como um processo dialético de construção de diferentes saberes entre os atores envolvidos. Ao assumir esta premissa, pressupõe-se que ao trabalhar com a promoção da saúde no contexto escolar, a organização da prática pedagógica deverá ser de tal forma que permita aos envolvidos terem suas crenças, valores, dúvidas e certezas em relação à saúde, ouvidos em um espaço de acolhida, reflexão e debate que permita aos sujeitos compreenderem a inter-relação entre os vários determinantes da saúde e como estes impactam suas condições de vida para assim assumirem um maior controle sobre este processo.

 

    Vygotski (2001) salienta a importância da questão do afeto e sua relação com as funções intelectuais eminentemente humanas, ao destacar a crença das vertentes da psicologia tradicional que buscavam a separação entre essas partes. Para o autor, ao tomar este caminho tais correntes pendiam para deformações radicais da concepção do pensamento humano que acabava por dissociar-se de toda complexidade e dinâmica que é a própria vida com suas motivações e interesses e que faz do ser humano um ser pensante, que, caso assim não o fosse, acabaria por reduzi-lo em um “epifenômeno totalmente inútil, que nada pode modificar na vida e em seu comportamento”. (Vigotski, 2001, p.16)

 

    Ora, se uma das premissas do próprio conceito de promoção da saúde estabelecido em Ottawa em 1986, evoca um processo que permita ao sujeito e coletivo tomarem ciência, refletir e avançar em um maior protagonismo nos processos que envolvem suas condições de saúde e qualidade de vida (Brasil, 2002), então, faz sentido considerar que tais objetivos tenham maiores chances de serem alcançados quando, ao compreender a promoção da saúde na escola, o docente o faça ancorando-se em um conceito que englobe também a afetividade imbricada no processo.

 

    Além do aspecto afetivo, a elaboração conceitual do que venha a ser promoção da saúde na escola, pela participante, se alicerça primordialmente na disciplina Educação Física. Esta compreensão apresentada passa pela responsabilização de uma disciplina específica, a Educação Física, no que concerne à capacidade desta, de resolver conflitos por meio de possibilidades metodológicas mais atrativas aos alunos.

 

    Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN's) da Educação Física, preconizam, entre seus objetivos, que por meio do desenvolvimento de seus conteúdos específicos, os alunos sejam estimulados à predisposição ao diálogo na resolução de seus conflitos e no respeito à opinião do outro (Brasil, 1998). Mais recentemente, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) enfatiza a importância da Educação Física enquanto componente curricular que permite aos alunos o acesso a um vasto universo cultural que abrange saberes corporais, experiências estéticas, emotivas, lúdicas e agonistas (Brasil, 2018). Ademais, o mesmo documento ressalta como se dá a internalização no sujeito daquilo que ele vivencia no meio social, ao afirmar que

    A vivência da prática é uma forma de gerar um tipo de conhecimento muito particular e insubstituível e, para que ela seja significativa, é preciso problematizar, desnaturalizar e evidenciar a multiplicidade de sentidos e significados que os grupos sociais conferem às diferentes manifestações da cultura corporal de movimento. (Brasil, 2018, p. 214)

    Nesse sentido, conforme verbalizado pela participante, durante as aulas de Educação Física, “nos vários tipos de situações [...] de uma forma mais dinâmica e atrativa na própria atividade”,os alunos têm a possibilidade de vivenciarem diversas manifestações de práticas corporais em que emergem suas emoções individuais. Situações exitosas ou frustrantes são vivenciadas a partir de experiências corporais que se desenrolam com, e no coletivo, no encontro com o outro, em um espaço em que tais emoções criam situações conflitantes entre os sujeitos, cabendo ao professor mediar e intermediar as diferentes significações das emoções naquele contexto, de forma a avançar para um ambiente harmônico e que colabore para o bem-estar dos atores que ali vivem e convivem.

 

    Em uma revisão sistemática conduzida por Griebler, Rojatz, Simovska, e Forster (2017) em que se buscou analisar as evidências existentes para os efeitos da participação dos alunos na concepção, planejamento, implementação e / ou avaliação de medidas de promoção da saúde escolar, a maior parte dos estudos mostraram efeitos pessoais nos alunos referentes a um aumento da satisfação, motivação e apropriação, um aumento nas habilidades, competências e conhecimentos, desenvolvimento pessoal, efeitos relacionados à saúde e influência na perspectiva do aluno.

 

    Uma escola saudável pauta-se também pelo estímulo de responsabilidade social aos educandos, capacitando-os para a resolução de conflitos por meio do diálogo e da negociação, sendo esses fatores preventivos da violência e instrumentos para uma convivência harmônica (OPAS, 1998). Mas a saúde se configura como um tema que perpassa por todas as disciplinas, não sendo responsabilidade exclusiva de uma única disciplina, mas corresponsabilizada por meio de práticas pedagógicas significativas aos educandos.

 

    No que tange exclusivamente à Educação Física, o fenômeno saúde pode ser discutido por uma perspectiva crítico reflexiva que permita aos educandos perceberem a relação entre a própria historicidade da saúde e do corpo por meio das diversas formas culturais de manifestações corporais, não reduzindo seu campo de saber a um viés higienista ou eugenista como sucedeu em seus primórdios.

 

A Educação Física enquanto pilar para a concretização da promoção da saúde na escola 

 

    A disciplina Educação Física, aparece como alicerce para a operacionalização e concretização das ações de promoção da saúde no contexto escolar conforme apontado pela participante ao afirmar relatar como as ações em saúde se desenvolvem naquele espaço.

 

    Tal perspectiva coaduna com os pressupostos de uma abordagem em que as práticas pedagógicas se orientam por um espontaneísmo e na qual, ao professor, cabe a criação de um ambiente democrático, despido de autoridade (em que se preza a busca de uma relação de simetria e igualdade com os alunos), contentando-se a uma função moderadora entre os sujeitos em que intervém, minimamente, para um fluir criativo a partir da experiência com o ambiente. (Rego, 2012)

 

    No entanto, ao professor cabe, no exercício de sua função, atuar como elemento mediador e possibilitador das interações entre os educandos e deles com o conhecimento sistematizado, por meio do que Vygotski chamou de zona de desenvolvimento proximal (ZDP). Ou seja, um espaço de interação entre os alunos e professor, em que sejam oportunizadas condições para que, de modo colaborativo,o aluno atinja funções e capacidades que antes não tinha, para que, em um segundo momento, tenha consolidado tal conhecimento sendo capaz de resolver os problemas de forma independente. (Vygotski, 2001)

 

    Ao elencar as atividades de promoção da saúde desenvolvidas com os alunos dos anos finais do Ensino Fundamental e Médio, reafirma ações que se concretizam por meio de práticas corporais no contexto escolar, organizadas no formato de jogos entre eles, desenvolvidas pela disciplina de Educação Física, na qual são trabalhados, pelo professor, aspectos referentes às regras envolvidas, a convivência e o respeito entre os participantes, envolvendo, esporadicamente, outras disciplinas.

 

    De fato, estabelecem-se facilmente relações entre a saúde e a Educação Física ao se considerar a proximidade dos objetos dos conhecimentos nas duas áreas e ao responsabilizá-las pelos conhecimentos relativos à construção da autoestima, identidade pessoal, cuidado com o corpo, valorização dos vínculos afetivos e todas as implicações relativas à saúde da coletividade, que também se constituem nas interações no espaço escolar, conforme apontados tanto anteriormente nos PCN's (Brasil, 1998) dessa disciplina, como mais recentemente na BNCC (Brasil, 2018). Nesse sentido, a Educação Física parece assumir uma representação perante os sujeitos na escola, que a coloca como de fundamental importância para o desenvolvimento e sucesso da promoção da saúde nesse contexto, ainda que não se deva reduzir a este único objetivo este campo de conhecimento. (Guedes, e Guedes, 1997)

 

    Ademais, ainda que tomássemos como ponto de partida ou verdade inconteste que o objetivo e motor primário da Educação Física no espaço escolar fosse reduzida ao combate do sedentarismo por meio de ações de promoção da saúde focadas em mudanças comportamentais individuais, o engajamento e êxito de tais ações careceria de maior reflexão. A Educação Física é reconhecida por ser capaz de promover um ambiente lúdico e capaz de incentivar os alunos no ambiente escolar a se engajarem ativamente nos processos pedagógicos propostos. Contudo, conforme nos apontam Santos et al. (2019), as crianças e adolescentes não têm realizado atividade física na escola durante as aulas de Educação Física em quantidade e qualidade de frequência, situação que indica que os objetivos educacionais que envolvem as aulas de Educação Física e a promoção da saúde no espaço escolar, ainda carecem de maior discussão e investigação.

 

    Conforme apontado por Baez, Sampaio, Mosquera, e Stobäus (2012) é preciso ampliar a compreensão do conceito de saúde e de Educação Física para promoção de saúde que supere uma lógica simplista de combate ao sedentarismo, mas que ao contrário, seja capaz de avançar para um conceito de saúde ampliado que considere as inter-relações culturais e sociais que impactam as condições de vida das pessoas e que em nenhum momento resultará em uma descaracterização de sua especificidade ao lidar com o movimento humano.

 

    Ademais, a Educação Física é capaz de proporcionar aos alunos situações concretas de experimentação das mais diversas sensações, que se configuram em um desafio à racionalidade e que se processam em um contexto mediado por regras, gestos, relações interpessoais e atitudes pessoais que podem valorizar a construção coletiva e as regras estabelecidas pelo grupo, de forma a permitir um bem-estar coletivo e uma vivência saudável entre os sujeitos. (Brasil, 1998; 2018)

 

    No entanto, ainda que a Educação Física, com suas intervenções pedagógicas específicas relacionadas à cultura corporal do movimento, seja potencialmente reconhecida por possibilitar a construção de espaços e relacionamentos mais saudáveis, é preciso compreender a saúde como um tema que deve ser gerido por toda escola, a partir de seu conceito ampliado que avance em contribuir para melhores condições de vida da comunidade escolar, e não sob a responsabilidade de uma única disciplina, para maior efetividade no contexto considerado. (Oliveira, Martins, e Bracht, 2015)

 

    Uma vez que se compreenda a saúde como conteúdo a ser desenvolvido também mas não exclusivamente na disciplina Educação Física, o passo a seguir é refletir a própria compreensão da saúde que habita o imaginário dos docentes de Educação Física. O estudo de Ferreira, Oliveira, e Sampaio (2013) indica uma prevalência de concepções, nos professores de Educação Física, que não têm contemplado a saúde em sentido ampliado e a têm reduzido aos aspectos meramente biológicos e comportamentais do indivíduo, desconsiderando sua complexidade enquanto fenômeno. Tais apontamentos corroboram a importância de discussões acerca da saúde enquanto tema emergente no contexto escolar conforme apontado por Oliveira, Paiva, Melo, Brasileiro, e Souza Júnior (2017) e evidenciam a complexidade e as diferentes nuances que envolvem seu desenvolvimento no espaço escolar.

 

Conclusões 

 

    Ao refletir sobre a percepção de uma profissional da escola que está envolvida nos projetos desenvolvidos na instituição no que concerne a promoção da saúde naquele espaço, evidencia-se como a disciplina Educação Física assume papel determinante na solidificação da promoção da saúde, perpassando desde a elaboração conceitual verbalizada, até como este campo do saber se coloca como base para o desenvolvimento das ações de promoção da saúde na escola a partir da visão da participante.

 

    Refletir esta associação a partir de uma relação dialética permite compreender sobre como esta se estabeleceu, histórica social e culturalmente e como os significados atribuídos à Educação Física enquanto disciplina escolar e a própria instituição escolar, ainda revelam percepções que se encontram internalizadas nos indivíduos e que apontam para uma ligação quase espontânea entre a responsabilidade da Educação Física em providenciar “saúde” no espaço escolar, remontando aos objetivos atribuídos à disciplina ainda em seus primórdios.

 

    Alçar à Educação Física um papel tão proeminente no contexto escolar ao se falar em saúde, pode soar um tanto quanto atrativo a princípio, ainda mais em uma área que esforça-se ininterruptamente para se estabelecer enquanto área e campo de conhecimento na escola, justificando ilusoriamente sua presença neste cenário.

 

    Assumir tal premissa, no entanto, é esquecer que as concepções que se encontram internalizadas no sujeito, e que refletem na forma como este define suas ações e como estas carregam marcas de outrora, necessitam de uma constante vigilância, para que incorreções já superadas, pelo menos na literatura, não encontrem ressonância nos dias atuais. Tanto a Educação Física, como área detentora de um conhecimento acumulado historicamente que inclui também, mas não somente a questão do “corpo saudável”, quanto a promoção da saúde,são temas que, para a efetividade de suas ações no espaço escolar, devem ser compreendidos em sua integralidade e geridos por todos os atores da comunidade escolar.

 

Referências 

 

Baez, M.A.C., Sampaio, A.A., Mosquera, J.J.M., e Stobäus, C.D. (2012). Educação Física escolar e saúde: novos olhares frente a novos contextos. Lecturas: Educación Física y Deportes, 17(173). https://www.efdeportes.com/efd173/educacao-fisica-escolar-e-saude-novos-olhares.htm

 

Bogdan, R., e Biklen, S.K. (2013). Investigação qualitativa em Educação: Uma introdução à teoria e aos métodos (12ª ed.). Porto Editora.

 

Brasil. Ministério da Educação (1998). Parâmetros Curriculares Nacionais: Educação Física. MEC/SEF.

 

Brasil. Ministério da Educação (2018). Base Nacional Comum Curricular. MEC. http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf

 

Brasil. Ministério da Saúde (2002). A Promoção de Saúde no Contexto Escolar. Revista de Saúde Pública, 36(2), 533-535. http://www.scielo.br/pdf/rsp/v36n4/11775.pdf

 

Brasil. Ministério da Saúde (2002). As cartas de promoção da saúde. Ministério da Saúde. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cartas_promocao.pdf

 

Braun, V., Clarke, V. (2006). Using thematic analysis in psychology. Qualitative Research in Psychology, 3(2), 77-101. https://doi.org/10.1191/1478088706qp063oa

 

Castellani Filho, L. (2013). Educação física, esporte e lazer: Reflexões nada aleatórias. Editora Autores Associados.

 

Ferreira, H.S., Oliveira, B.N., e Sampaio, J.J.C. (2013). Análise da percepção dos professores de educação física acerca da interface entre a saúde e a educação física escolar: Conceitos e metodologias. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, 35(3), 673-685. https://doi.org/10.1590/S0101-32892013000300011

 

Figueiredo, T.A.M., Machado, V.L.T., e Abreu, M.M.S.A. (2010). A saúde na escola: um breve resgate histórico. Ciência & Saúde Coletiva, 15(2), 397-402. https://doi.org/10.1590/S1413-81232010000200015

 

Griebler, U., Rojatz, D., Simovska, V., e Forster, R. (2017). Effects of student participation in school health promotion: a systematic review. Health Promotion International, 32(2), 195-206. https://doi.org/10.1093/heapro/dat090

 

Guedes, D.P., e Guedes, J.E.R.P. (1997). Características dos Programas de Educação Física Escolar. Revista Paulista de Educação Física, 11(1), 49-62. https://doi.org/10.11606/issn.2594-5904.rpef.1997.138555

 

Gueterres, É.C., Rosa, E.O., Silveira, A., Santos, W.M. (2017). Educación para la salud en el contexto escolar: estudio de revisión integradora. Enfermería Global, 16(2), 464-499. https://doi.org/10.6018/eglobal.16.2.235801

 

Luquez, T., e Sabóia, V. (2017). Prácticas educativas en salud en la escuela: una revisión integrativa. Cultura de los cuidados, 0(47), 175-184. https://doi.org/10.14198/cuid.2017.47.15

 

Mazetto, D.F., Bragato, A.G.C., Corrêa, F.S.A.C., Tosta, L.R.O., Lobato, R.G.B.C. (2019). Programa saúde na escola: possibilidades e desafios na perspectiva da residência multiprofissional em saúde. Revista Família, Ciclos de Vida e Saúde no Contexto Social, 7(2), 256-262. http://dx.doi.org/10.18554/refacs.v7i2.3316

 

Oliveira, J.P., Paiva, A.C., Melo, M.S.T., Brasileiro, L.T., e Souza Júnior, M. (2017). Os saberes escolares em saúde na escola: Um estudo de revisão. Motricidade, 13(SI), 113-126. http://dx.doi.org/10.6063/motricidade.12939

 

Oliveira, V.J.M., Martins, I.R., e Bracht, V. (2015). Projetos e práticas em educação para a saúde na educação física escolar: possibilidades! Revista da Educação Física, 26(2), 243-255. http://dx.doi.org/10.4025/reveducfis.v26i2.25600

 

Organização Pan-Americana da Saúde (1998). Escuelas promotoras de la salud. Entornos saludables y mayor salud para las generaciones futuras. OPAS.

 

Rego, T.C. (2012). Vygotski: uma perspectiva histórico-cultural da educação. Editora Vozes.

 

Santos, JP, Mendonça, JGR, Barba, CH, Carvalho Filho, JJ, Bernaldino, ES, Farias, ES, Souza, OF (2019). Fatores associados a não participação nas aulas de educação física escolar em adolescentes. Journal of Physical Education, 30(e3028). https://doi.org/10.4025/jphyseduc.v30i13028

 

Vygotski, L.S. (2001). A construção do pensamento e linguagem. Tradução Paulo Bezerra. WMF Martins Fontes.

 

Zanella, A.V., Reis, A.C., Titon, A.P., Urnau, L.C., e Dassoler, T.R. (2007). Questões de método em textos de Vygotski: contribuições à pesquisa em psicologia. Psicologia & Sociedade, 19(2), 25-33. https://doi.org/10.1590/S0102-71822007000200004


Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 26, Núm. 278, Jul. (2021)