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ISSN 1514-3465

 

Imagem corporal de idosos praticantes de atividade física: uma revisão integrativa

Body Image of Elderly People who Practice Physical Activities: An Integrative Review

Imagen corporal de personas mayores practicantes de actividad física: una revisión integradora

 

Fábio Brum*

fabiobrumt@gmail.com

José Henrique dos Santos**

henriquejoe@hotmail.com

 

*Doutorando em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares

pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)

Mestre em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares

pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)

Especialista em Psicopedagogia Institucional

pela Faculdade Internacional Signorelli (FISIG)

Especialista em Planejamento, Implementação e Gestão da Educação a Distância

pela Universidade Federal Fluminense (UFF)

Graduado em Licenciatura Plena em Educação Física

pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)

Atualmente é professor de Educação Física na Rede Municipal de Ensino

da Cidade de Mendes-RJ e Psicopedagogo

na Secretaria Municipal de Educação da Cidade de Vassouras-RJ

**Doutor em Ciências da Educação e Motricidade Humana

pela Universidade Técnica de Lisboa

Atualmente é professor Associado IV da UFRRJ

Líder do Grupo de Pesquisa em Pedagogia de Educação Física e Esporte (GPPEFE), 

Coordenador do Programa de Mestrado Profissional em Educação Física

em Rede Nacional da UFRRJ (PROEF)

Membro da Comissão de Estágio Supervisionado

do Curso de Educação Física da UFRRJ

Coordenador do PIBID Educação Física UFRRJ/CAPES

(Brasil)

 

Recepção: 30/05/2020 - Aceitação: 24/06/2022

1ª Revisão: 17/06/2022 - 2ª Revisão: 18/02/2022

 

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https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt

Citação sugerida: Brum, F., y Santos, J.H. dos (2023). Imagem corporal de idosos praticantes de atividade física: uma revisão integrativa. Lecturas: Educación Física y Deportes, 28(299), 194-215. https://doi.org/10.46642/efd.v28i299.2299

 

Resumo

    Introdução: A percepção da imagem corporal de um indivíduo é marcada por diversas transformações de caráter físico, psicológico e social, e o processo de envelhecimento contribui significativamente para mudanças na elaboração da autoimagem do corpo. Mesmo que ativos fisicamente, a idealização da imagem corporal perfeita impacta de diferentes formas a vida dos sujeitos mais velhos. Objetivo: O objetivo do presente estudo foi buscar na literatura estudos que investigaram a imagem corporal de idosos praticantes de atividade física. Método: O estudo de revisão integrativa da literatura incluiu artigos publicados de Janeiro de 2016 a Dezembro de 2021. A pesquisa foi realizada nas bases de dados Scopus, Medline, EBSCO host e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) com a utilização dos seguintes descritores: body image, body perception, body satisfaction, physical activity, walking, physical exercise, water aerobics, aging, elderly e old man. Após aplicação dos critérios de inclusão e exclusão foram selecionados 10 estudos para a amostra final. Resultados: Os resultados encontrados revelaram que na maioria das populações investigadas existe ainda um alto índice de insatisfação com a imagem corporal. No entanto, a intervenção com exercícios físicos regulares auxiliou na melhorada percepção da autoimagem. Conclusão: Conclui-se que a prática corporal desenvolve um papel fundamental na percepção positiva da autoimagem das pessoas idosas ativas fisicamente. Sendo que outros fatores como renda, escolaridade, ocupação, local de residência, estado nutricional, dentre outros devem ser levados em consideração para mudança real na aparência física e melhora na visão da imagem corporal desta população.

    Unitermos: Imagem corporal. Atividade física. Idosos.

 

Abstract

    Introduction: The perception of body image of an individual is marked by several changes of physical, psychological and social character, and the aging process contributes significantly to changes in the elaboration of the body's self-image. Even if physically active, the idealization of the perfect body image impacts the lives of older subjects in different ways. Objective: The aim of the present study was to search in the literature studies that investigated the body image of elderly practitioners of physical activity. Method: The integrative literature review study included articles published from January 2016 to December 2021.The survey was conducted in the Scopus, Medline EBSCO host and Virtual Health Library (VHL) database using the following descriptors: body image, body perception, body satisfaction, physical activity, walking, physical exercise, water aerobics, aging, elderly and old man. After application of the inclusion and exclusion criteria, 10 studies were selected for the final sample. Results: The results found revealed that in most of the investigated populations there is still a high rate of dissatisfaction with body image. However, the intervention with regular physical exercises helped to improve the perception of self-image. Conclusion: It is concluded that body practice plays a fundamental role in maintaining the self-image of physically active elderly people. Since other factors such as income, schooling, occupation, place of residence, nutritional status, among others, must be taken into account for a real change in physical appearance and improvement in the vision of the body image of this population.

    Keywords: Body image. Physical activity. Elderly.

 

Resumen

    Introducción: La percepción de la imagen corporal de una persona está marcada por diversas transformaciones físicas, psicológicas y sociales, y el proceso de envejecimiento contribuye significativamente para elaborar la autoimagen del cuerpo. Incluso si son físicamente activos, la idealización de la imagen corporal perfecta impacta la vida de sujetos mayores de diferentes maneras. Objetivo: El objetivo fue buscar en la literatura estudios que investigaran la imagen corporal de personas mayores practicantes de actividad física. Método: El estudio de revisión integrativa de literatura incluyó artículos publicados entre enero 2016 y diciembre 2021. La investigación se realizó en las bases de datos Scopus, Medline, EBSCO host y Virtual Health Library (BVS) utilizando los siguientes descriptores: body image, body perception, body satisfaction, physical activity, walking, physical exercise, water aerobics, aging, elderly e old man. Después de aplicar los criterios de inclusión y exclusión, se seleccionaron finalmente 10 estudios. Resultados: Los resultados encontrados revelaron que en la mayoría de las poblaciones investigadas aún existe un alto índice de insatisfacción con la imagen corporal. Sin embargo, la intervención con ejercicios físicos regulares ayudó a mejorar la percepción de la autoimagen. Conclusión: Se concluye que la práctica corporal juega un papel fundamental en la percepción positiva de la autoimagen de las personas mayores físicamente activas. Ya que otros factores como ingreso, educación, ocupación, lugar de residencia, estado nutricional, entre otros, deben ser tomados en cuenta para un verdadero cambio en la apariencia física y mejora en la visión de la imagen corporal de esta población.

    Palabras clave: Imagen corporal. Actividad física. Persona mayor.

 

Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 28, Núm. 299, Abr. (2023)


 

Introdução 

 

    O chegar da idade madura ou popularmente conhecida como terceira idade potencializa uma série de concepções acerca do corpo e de suas funcionalidades que podem tornar esse período da vida vazio, improdutivo e sem metas a serem alcançadas (Secchi, Camargo, e Bertoldo, 2009) . Entretanto, a capacidade da pessoa idosa deve ser reconhecida pelas suas práticas, experiências construídas e vivenciadas e não no sentido vazio produzido por representações extrínsecas a ela (médicos, família, mídia, mercado de consumo, etc.).

 

    Segundo Schilder (1994, p. 7) , a imagem corporal tem por característica principal a “figuração de nosso corpo formada em nossa mente, ou seja, o modo pelo qual o corpo se apresenta para nós”. Dessa forma, a imagem corporal é resultado das relações ativas do corpo com outros corpos, bem como com o ambiente externo (ex.: sociedade, cultura, meios de comunicação e outros meios influenciadores em potencial da imagem corporal). (Alves, Pinto, Alves, Mota, e Leirós, 2009)

 

    Nessa perspectiva, a concepção insatisfatória da imagem corporal que frequentemente se apresenta marcante entre os mais jovens, também impacta os mais velhos. Mesmo que em proporções diferentes e mais ou menos complexas, a propagação do corpo deslumbrante e jovem no mundo contemporâneo é difundida constantemente, tanto entre homens e mulheres jovens como entre as pessoas maduras. (Secchi et al., 2009)

 

Imagem 1. A atividade física favorece a melhora da capacidade funcional do idoso, 

promovendo independência e autonomia, e enriquece a autoestima e a imagem corporal

Imagem 1. A atividade física favorece a melhora da capacidade funcional do idoso, promovendo independência e autonomia, e enriquece a autoestima e a imagem corporal

Fonte: Pexels.com

 

    Observa-se que o fato de ser idoso está mais relacionado à percepção que a pessoa tem de si mesma do que propriamente a idade cronológica que ela possui. Isso nos conduz a pensar que quando percebemos que mesmo envelhecendo estamos buscando ser ativos para obter mais saúde e qualidade de vida, torna-se possível viver essa etapa da vida de forma mais sadia, prazerosa e sublime. (Van Dongen, Haveman-Nies, Doets, Dorhout, e de Groot, 2020)

 

    Nesse contexto, ao relacionar os efeitos da atividade física para um viver saudável, ressalta-se a importância na manutenção da capacidade funcional do idoso, sendo ela responsável por dar suporte físico para executar suas atividades diárias (Silva, e Dias, 2017). Além de a atividade física promover a melhora da capacidade funcional do idoso, esta é relevante no sentido de conceber meios de potencializar a independência e a autonomia, fator que possui relação positiva com a autoestima e a imagem corporal. (Bavoso, Galeote, Montiel, e Cecato, 2017)

 

    Constata-se que as principais atividades físicas realizadas pela população idosa são: hidroginástica, caminhada, dança, as quais ocupam lugar de destaque entre as atividades de academias e clubes, e também de outros espaços especializados em atividade física, bem-estar e qualidade de vida para essa população. (Lima et al., 2019; Park, Han, e Kang, 2014)

 

    O que chama mais a atenção atualmente é o fato de que poucos homens idosos participam de atividades em programas para terceira idade, e que a maioria das mulheres idosas que participam expõe em sua fala a questão sobre o cuidado com o corpo, a vaidade e a estética (Anderson, Eyler, Galuska, Brown, e Brownson, 2002). Esse cenário é também visto na maioria das pesquisas com esse público, onde a maioria da amostra geralmente é do sexo feminino (Fonseca et al., 2014; Pereira, Teixeira, Borgatto, e Daronco, 2009; Vale, Novaes, e Dantas, 2005) . Ademais, a maioria das mulheres também se preocupam mais com a aparência e com a beleza do que os homens. (Morgado, Ferreira, Andrade, e Segheto, 2009)

 

    Embora essas sejam uma constatação empírica e até cultural, os estudos acerca da percepção da imagem corporal em idosos têm crescido de algumas décadas pra cá, tanto no cenário internacional como no nacional (Anderson et al., 2002; Pereira et al., 2009) . No entanto, algumas pesquisas de revisão sobre o tema realizadas se prenderam apenas em investigar o nível de imagem corporal e/ou autoestima em idosos (Copatti, Kuczmainski, Sá, e Ferretti, 2017; Silva, e Caminha, 2012), e não a relação desses com o exercício físico, especificamente, em idosos ativos.

 

    Nesse sentido, a pesquisa buscou levantar algumas questões, como: de que maneira a cultura dos “corpos perfeitos” afeta a imagem corporal de idosos fisicamente ativos? E qual seria a relação da atividade física sobre a imagem corporal desta população?

 

    Como a população idosa só tende a crescer, ampliar o conhecimento nesta área se torna relevante para que professores de Educação Física e outros profissionais da saúde possam construir programas de intervenção que tragam benefícios tanto a nível físico como psicológico dessas pessoas, pois a informação sobre a imagem corporal durante o processo de envelhecimento pode auxiliar profissionais e até a própria família no cuidado, na sistematização de atividades e no direcionamento de ações que visem melhor compreender os sentimentos e os comportamentos dos seres humanos nessa etapa da vida. (Giné-Garriga, Roqué-Fíguls, Coll-Planas, Sitja-Rabert, e Salvà, 2014)

 

    Sendo assim, se torna relevante o esclarecimento sobre as reais benesses da prática de atividades físicas, que vão muito além do estar mais belo, mais forte, mais apresentável e jovial. A apreciação do corpo não deve ser o único motivo para ser ou se tornar ativo, torna-se necessário apresentar outras perspectivas e olhares para o corpo além da estética, do tamanho e forma corporal, considerando as múltiplas dimensões da saúde e do bem-estar de uma vida mais autônoma e cheia de energia (Zhang et al., 2020). Dessa forma, o objetivo do presente estudo foi levantar na literatura estudos que investigaram a imagem corporal de idosos praticantes de atividades físicas.

 

Métodos 

 

    A revisão integrativa é um estudo mais amplo, sendo que sua principal característica reside no fato de que a investigação pode ocorrer de forma simultânea com a inclusão de estudos com abordagens metodológicas quantitativas, qualitativas ou mistas, propiciando uma leitura e compreensão mais completa de uma temática específica. (Souza, Silva, e Carvalho, 2010). Além disso, é um método no qual se pode analisar os dados da literatura tanto sob o ponto de vista do arcabouço teórico de dado objeto como sobre a perspectiva empírica com evidências científicas da área investigada. (Mendes, Silveira, e Galvão, 2008)

 

    Foram resgatados artigos da base de dados internacional Scopus e Medline EBSCO host e da nacional Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) mediante o fluxograma PRISMA (Figura 1), no período correspondente de janeiro de 2016 a dezembro de 2021.

 

Figura 1. Fluxograma dos processos de seleção final da amostra

Figura 1. Fluxograma dos processos de seleção final da amostra

Fonte: Autores

 

    Levando-se em consideração a elaboração da pergunta da pesquisa, a seleção das palavras-chave vinculada à temática e o objetivo dessa investigação foi utilizada a seguinte sentença de busca no idioma inglês, com os respectivos descritores e operadores booleanos: (("body image" OR "body perception" OR "body satisfaction") AND ("physical activity" OR "walking" OR "physical exercise" OR "water aerobics") AND ("aging" OR "elderly" OR "old man")).

 

    A fim de se evitar a conveniência na amplitude de seleção dos estudos, foram considerados os seguintes critérios para inclusão: 1) artigos originais; 2) trabalhos disponíveis em formato completo e com acesso livre; 3) estudos nos idiomas: inglês, espanhol e português; 4) estudos com amostra de idosos; 5) definição de estudo acerca da imagem corporal em idosos praticantes de atividades físicas. E para exclusão: 1) artigos de revisão, dissertação e/ou tese; 2) estudos com populações especiais; 3) estudos com portadores de doenças; e 4) estudos que não abrangessem o escopo da temática.

 

    Todo o processo de extração dos dados foi realizado pelos pesquisadores deste estudo de forma independente. Primeiramente, realizou-se a busca dos descritores no título, resumo e palavras-chave. Após aplicação dos critérios, foi realizada a leitura completa dos textos pré-selecionados nas três bases de dados.

 

    Na etapa de seleção da amostra final dos artigos, avaliaram-se os estudos na íntegra com intuito de interpretar os resultados através de uma releitura dos artigos selecionados para se extrair as informações principais de cada estudo. Nessa fase, no caso de surgimento de eventuais divergências na inclusão dos artigos, buscou-se para definição consenso,revisitação e reavaliação nas etapas anteriores.

 

Resultados 

 

    Na busca inicial foram encontrados 4.743 documentos. Depois com a aplicação dos filtros: artigo original, texto completo, com acesso livre, idiomas inglês, espanhol e português e ano,759 documentos foram resgatados nas três bases de dados. Após a leitura do título, resumo e palavras-chave 14 estudos foram localizados, sendo dois excluídos por conta da duplicata. Por fim, depois da leitura na íntegra do texto completo, mais dois estudos foram excluídos por não atenderem a temática proposta no objetivo da investigação, sendo 10 estudos selecionados para a amostra final.

 

    No Quadro 1, pode-se observar que os artigos são oriundos de quatro países: Brasil (seis estudos) - 60%; Canadá (um estudo) - 10%; Noruega (um estudo) - 10%; Itália (um estudo) - 10%; e Espanha (um estudo) - 10%. No total, os artigos foram publicados no período correspondente de 2016 até 2021.

 

Quadro 1. Caracterização dos estudos recuperados nas bases de dados

Autores

Origem

Amostra

Título

Objetivo

Souto et al. (2016)

Brasil

♂ = ----

♀ = 300

20-83 anos

Imagem corporal em mulheres adultas vs. meia-idade e idosas praticantes e não praticantes de hidroginástica.

Comparar a imagem corporal de mulheres adultas vs. meia-idade e idosas praticantes e não praticantes de hidroginástica.

Bailey et al. (2016)

Canadá

♂ = ----

♀ = 10

56-75 anos

Exploring the complexities of body image experiences in middle age and older adult women within an exercise context: The simultaneous existence of negative and positive body image.

Explorar e compreender amplamente as experiências positivas e negativas da imagem corporal de mulheres de meia idade e idosas no contexto do exercício.

Raso et al. (2016)

Brasil

♂ = ----

♀ = 700

60-77 anos

Body image in a representative sample of overweight, obese and normal weight active older women living in the community: Associations with body composition, physical fitness and function.

Examinar as relações entre a composição corporal e a função física e a imagem corporal em uma amostra representativa de idosas fisicamente ativas com excesso de peso.

Brito et al. (2016)

Brasil

♂ = ----

♀ = 22

Média de 67 anos

Flexibilidade, imagem corporal e índice de massa corporal de idosas praticantes de alongamento no centro Desportivo municipal (CDM) Santa Maria/2015.

Avaliar o nível de flexibilidade, o índice de massa corporal (IMC) e a imagem corporal de um grupo de idosos praticantes de alongamento.

Rica et al. (2018)

Brasil

♂ = ----

♀ = 50

≥ 60 anos

Does resistance training improve body image satisfaction among the elderly? A cross-sectional study.

Avaliar se o treinamento resistido (TR) pode promover a satisfação corporal em idosas.

Oliveira et al. (2018)

Brasil

♂ = 70

♀ = 104

60-70 e ≥ 70 anos

Factors associated with body image dissatisfaction of the elderly who practice weight training.

Identificar os fatores associados à insatisfação com a imagem corporal de idosos praticantes de musculação.

Fougner et al. (2019)

Noruega

♂ = ----

♀ = 16

70-85 anos

Aging and exercise: Perceptions of the active lived-body.

Explorar como mulheres idosas, que frequentam regularmente aulas de ginástica, percebem seus corpos e os corpos dos outros.

Federici et al. (2019)

Itália

♂ = 192

♀ = 260

50-98 anos

The effect of physical activity on the perception of body image and well-being during aging.

Avaliar a influência do nível de atividade física na percepção da imagem corporal e bem-estar em indivíduos adultos e idosos.

Oliveira et al. (2020)

Brasil

♂ = ----

♀ = 70

≥ 60 anos

Comparação da motivação, autoestima e imagem corporal de idosas praticantes de hidroginástica.

Comparar a autoestima, a autoimagem e a motivação para a prática de hidroginástica de idosas de acordo com as condições de saúde.

Martínez-Rodríguez et al. (2021)

Espanha

♂ = ----

♀ = 34

≥ 65 anos

Benefits of adding an aquatic resistance interval training to a nutritional education on body composition, body image perception and adherence to the Mediterranean diet in older women.

Avaliar o efeito da adição do treinamento intervalado de resistência aquática a uma intervenção nutricional na composição corporal, percepção da imagem corporal e adesão à dieta mediterrânea em mulheres idosas.

Notas: ♂ = Masculino; ♀ = Feminino; ---- = Não teve amostra para a categoria. Fonte: Os autores

 

    O Brasil foi o país com o maior número de estudos publicados (6 = 60%). O continente europeu foi o que obteve a maior variedade de estudos publicados em países diferentes (3 = 30%). O ano de 2016 foi o que apresentou maior número de publicações (4 = 40%).

Um dando expressivo observado no quadro diz respeito à amostra dos estudos serem majoritariamente compostas por mulheres, sendo que oito estudos (80%) não continha amostra do sexo masculino.

 

Quadro 2. Caracterização dos estudos recuperados nas bases de dados

Artigo

Instrumentos

(Imagem corporal)

Periódico

Classificação do periódico

(Qualis-CAPES)

Resultados

Souto et al. (2016)

Escala de Silhuetas Stunkard, Sørensen, e Schulsinger (1983)

Motricidade

B2

Foram encontradas diferenças entre a insatisfação com a imagem corporal atual vs. ideal em todos os grupos de idosos do estudo.

Bailey et al. (2016)

Roteiro de entrevista adaptado

Lamarche, Kerr, Faulkner, Gammage, e Klentrou (2012); Bailey et al. (2015); Wood-Barcalow et al. (2010)

Body Image

A1

Imagens corporais negativas e positivas foram vivenciadas simultaneamente, com experiências expressas em baixos níveis de insatisfação.

Raso et al. (2016)

Escala de Silhuetas padronizadas

Sørensen, e Stunkard (1993)

Medical Express

C

As idosas fisicamente ativas apresentaram elevada insatisfação com a imagem corporal atual independente do IMC.

Brito et al. (2016)

Questionário próprio

Salusvita

C

A maioria das idosas rejeita sua imagem corporal atual, querendo padrões melhores.

Rica et al. (2018)

Escala de Silhuetas Stunkard, Sørensen, e Schulsinger (1983)

Clinics

A3

O grupo de idosas treinadas com exercícios resistidos obteve maior satisfação corporal do que o grupo de idosas não treinadas.

Oliveira et al. (2018)

Questionário BSQ

Di Pietro, e Silveira (2009)

Fisioterapia em Movimento

B3

A maioria dos idosos praticantes de musculação não apresentou insatisfação corporal.

Fougner et al. (2019)

Roteiro próprio de entrevista semiestruturada

Physiotherapy Theory and Practice

A4

Entre as idosas, a prática de ginástica em grupo contribui para um aumento percebido das habilidades físicas, autoimagem e autoestima.

Federici et al. (2019)

Escala de Silhuetas Stunkard, Sørensen, e Schulsinger (1983)

Journal of Physical Education and Sport

B3

Os níveis de atividade física estiveram associados positivamente com a percepção da imagem corporal entre os idosos pesquisados.

Oliveira et al. (2020)

Escala de Silhuetas Stunkard, Sørensen, e Schulsinger (1983)

Saúde e Pesquisa

A3

As idosas praticantes de hidroginástica apresentaram leve insatisfação corporal.

Martínez-Rodríguez et al. (2021)

Questionário BSQ

Cooper, Taylor, Cooper, Christopher, e Fairbum (1987)

Nutrients

A1

A adição do treinamento intervalado de resistência aquática a uma intervenção nutricional não foi suficiente para alterar a percepção da imagem corporal das idosas.

Notas: BSQ = Body Shape Questionnaire; IMC = Índice de Massa Corporal. Fonte: Os autores.

 

    O instrumento mais empregado nos estudos para avaliar a imagem corporal dos idosos foi a Escala de Silhuetas Stunkard, Sørensen, e Schulsinger (1983) e a Escala de Silhuetas padronizadas Sørensen, e Stunkard (1993), correspondendo a 50% dos instrumentos envolvidos nas investigações.

 

    Por mais que a variedade nos periódicos dos estudos levantados tenha sido elevada, não se repetindo nenhuma produção em mais de um periódico, houve prevalência do extrato A na classificação dos periódicos, totalizando 50% das produções (cinco estudos), seguidos pelo extrato B (três estudos) e extrato C (dois estudos).

 

Discussão 

 

    Pelo fato de o envelhecimento ser um fenômeno atual na maioria dos países, especialmente nos subdesenvolvidos, o interesse e o conhecimento sobre os fatores que afetam a percepção dos idosos de seus corpos através da prática de atividades físicas têm sido muito recentes. Poucos estudos têm se debruçado sobre essa temática, sendo que a maioria tem se prendido na análise quantitativa por meio de testes padronizados de desempenho motor e funcional para avaliar a força, flexibilidade, aptidão aeróbia, agilidade, dentre outros. (Pereira et al., 2009; Vale et al., 2005)

 

    Dessa forma, a relação das atividades físicas com a percepção subjetiva da qualidade de vida e do bem-estar com o corpo durante o envelhecimento tem ficado em segundo plano, sobretudo, no exame das suas implicações na vida das pessoas idosas. Poucos estudos têm sido levantados sobre essa temática, e inserido no meio científico investigações que tratam dessa análise qualitativamente e de forma mais aprofundada. (Bailey, Cline, e Gammage, 2016)

 

    A concepção de satisfação com a imagem corporal na velhice ainda é considerada um tabu no meio social moderno, em virtude da sociedade contemporânea ter como marca o descarte daquilo que é ultrapassado, velho e sem serventia.

 

    Nessa direção, mediante a comparação da insatisfação da imagem corporal entre mulheres adultas vs. meia-idade e idosas vs. praticantes vs. não praticantes de hidroginástica, Souto et al. (2016) não encontraram diferenças significativas entre esses grupos, indicando que nem a idade e nem a prática da hidroginástica são fatores determinantes na percepção que as mulheres têm de sua imagem corporal. Entretanto, cada grupo individualmente apresentou diferença significativa entre a imagem corporal atual e desejada, sendo sugestivo de insatisfação com imagem corporal que possui.

 

    Raso et al. (2016) encontraram resultados semelhantes, em que 70% das voluntárias fisicamente ativas relataram insatisfação com a imagem corporal atual, mesmo entre aquelas que se enquadravam na categoria de peso normal.

 

    Segundo este estudo, a faixa de pontuação de insatisfação variou de 60% a 82% no grupo de peso normal. Nas mulheres idosas fisicamente ativas a prevalência de insatisfação com a imagem corporal ocorreu independente do IMC, mediado pela idade e associado à piora da aptidão física.

 

    Nesta conjectura, é preciso auxiliar os idosos a perceberem seu organismo como ativo e funcional sem a necessidade de compará-los a outros padrões, a fim de que expressem maiores níveis de satisfação consigo mesmo e com o seu corpo, ao mesmo tempo em que poderão se sentir úteis para concretizar ações em seu meio social e familiar. (Nascimento et al., 2012)

 

    Brito et al. (2016) trouxeram a constatação de que as idosas que praticam alongamento apresentaram uma boa qualidade nos valores do IMC e na flexibilidade em relação à idade, mostrando o quão importante é para a saúde corporal dessas mulheres a prática do exercício físico.

 

    Para os autores, mesmo que a maioria das idosas investigadas rejeite sua imagem corporal atual, querendo padrões melhores, a atividade física é de suma importância para este grupo, pois ajuda a melhorar a flexibilidade para realizarem suas atividades diárias com melhor preparo, ao mesmo tempo em que a melhora da imagem corporal de tais mulheres é relativamente um dos motivos por ingressarem na prática do alongamento, justamente para melhorar esta percepção.

 

    É totalmente compreensível que as idosas ativas conheçam melhor o seu corpo devido o contato diário com as atividades físicas, o que faz com que reconheçam melhor suas individualidades e avaliem com maior rigor onde precisam ou querem melhorar algo em seu corpo.

 

    O aumento no campo científico-investigativo sobre o efeito e a influência das atividades físicas para o corpo têm ganhado relevância na literatura, ao analisar qual atividade traz mais benefício ao indivíduo idoso (Federici et al., 2019) . Entende-se que atividades que promovam a capacidade aeróbia constitui dentro das capacidades físicas elemento fundamental das variáveis que auxiliam o idoso quanto a sua capacidade funcional (Nascimento et al., 2012). No entanto, observa-se que outros componentes se associam a capacidade aeróbia dentro do âmbito funcional, sendo eles: força, flexibilidade, coordenação e agilidade. (Zago, e Gobbi, 2003)

 

    Rica et al. (2018) dividiram aleatoriamente 40 mulheres idosas em um grupo não treinado (GNT) e um grupo treinado com exercícios resistidos (GER), para avaliarem se a satisfação com a imagem corporal melhoraria com a prática do treinamento resistido.

 

    Não foram encontradas diferenças entre as silhuetas atual (5,45±0,24) e ideal (4,7±0,12) no grupo GER. No entanto, o grupo GNT apresentou diferença significativa (p£0,01) entre as silhuetas atual (10,4±0,43) e ideal (5,6±0,26). A silhueta atual foi significativamente diferente entre os grupos GNT e GER (p£0,002). A satisfação corporal esteve presente em 90% dos participantes do grupo GER, e a diferença foi 15% menor do que no grupo GNT. Os autores concluíram que o treinamento resistido em mulheres idosas pode promover satisfação com sua imagem corporal.

 

    Os exercícios físicos impactam na capacidade funcional dos sujeitos idosos, visto que possui diversas implicações nas funções motoras, psicológicas e consequências relevantes na execução das atividades diárias. Seus efeitos não são reduzidos apenas aos fatores biológicos ou físico-motores, esta também se relaciona às condicionantes extrínsecas da saúde, tais como: cultura, renda, escolaridade, ocupação, local de residência, dentre outras. (Federici et al., 2019)

 

    Contrariando os achados da maioria dos estudos desta revisão, Oliveira et al. (2018) averiguaram que a maioria dos idosos investigados (82,2%) não apresentou insatisfação corporal. A maioria dos participantes apresentou boa percepção de saúde (43,1%); autopercepção corporal normal (70,7%); tempo de musculação de 6 meses a 2 anos (34,5%) e acima de 2 anos (34,5%); e frequência de musculação de 3 a 4 vezes por semana (63,8%).

 

    Os autores destacaram, no entanto, que os mais idosos e as mulheres apresentaram 1,110 (IC 95% = 1,003 a, 251) e 3,120 (IC 95% = 1,019 - 9,554) vezes mais chances de estarem insatisfeitos com a imagem corporal quando comparados a indivíduos idosos mais jovens e homens.

 

    Por outro lado, atribui-se ao sexo feminino uma superioridade em relação aos homens quanto ao nível de capacidade funcional na velhice (Silva, e Dias, 2017). Para mudança desse quadro, Santos et al. (2016, p. 145) recomendam que as “ações estejam atreladas as atividades físicas de âmbito cultural de forma a favorecer uma maior adesão, sobretudo do sexo masculino, ampliando os benefícios a todos os idosos envolvidos”.

 

    O processo de independência funcional influencia tanto nos aspectos motores como nos aspectos psicológicos, muito em parte devido ao grau de dependência que um idoso pode possuir quando comparada com outra pessoa. Dentre os fatores que abrangem a qualidade de vida das pessoas idosas está a percepção positiva da saúde e o estado funcional do corpo, os quais são compostos por múltiplos fatores. (Fougner et al., 2019)

 

    Isto porque para Fougner et al. (2019), embora a atividade física seja um resultado desejável e que o treinamento contribua para uma sensação de bem-estar experimentada por meio do aumento percebido das habilidades físicas, autoimagem e autoestima, o impacto positivo mais importante do exercício para os idosos parece estar associado à possibilidade de realizá-lo em grupo, fato que foi relacionado na referida investigação ao aumento do pertencimento social, bem-estar, habilidades e capacidades físicas.

 

    Ao considerar a multidimensionalidade dos fatores que influenciam os cuidados com o corpo, a percepção de saúde, a utilização de medicamentos, o histórico de quedas e a frequência da prática de atividade física impactam nos motivos que levam as pessoas idosas a procurarem melhorar sua autoestima e a satisfação com sua imagem corporal (Oliveira et al., 2020). Ademais, as pessoas idosas com histórico de quedas tendem a apresentar menor índice de autoestima e maior insatisfação corporal do que aquelas sem histórico de quedas.

 

    Com relação aos efeitos senescentes nas concepções corporais dos indivíduos idosos, compreende-se que para minimizar seus efeitos negativos na percepção da autoimagem e na insatisfação corporal, apenas a administração de exercícios físicos regulares não é suficiente, são necessárias ações que também visem à orientação nutricional e as dietas adequadas ao seu nível socioeconômico e cultural. (Martínez-Rodríguez et al., 2021)

 

    De uma maneira geral, nos estudos levantados os idosos ativos ainda apresentam, em sua grande maioria, alto nível de insatisfação com sua imagem corporal. Todavia, a melhora na percepção da autoimagem nas populações investigadas ocorreu após as intervenções com exercícios físicos regulares.

 

    A busca pela prática de alguma atividade física não serve somente para se modificar hábitos que atuem contra os efeitos deletérios do envelhecimento, mas também como forma de alcançar uma maior satisfação com sua atual condição corporal (Fonseca et al.,2014).

No entanto, historicamente, em especial no mundo ocidental, constrói-se uma imagem do idoso que na maioria das vezes é permeada por preconceitos quanto às perdas e transformação da imagem, colocando-o em uma posição diminuta e inferior (Bailey et al., 2016). Por vezes, se esquece que o idoso também constrói uma imagem de si, e estas são singulares e individuais, e refletem na realização do ser idoso.

 

    Mais do que as práticas de atividades físicas em meio aquático ou terrestre, aeróbicas, de força, de equilíbrio, etc., é preciso enxergar que a imagem e satisfação corporal que os idosos constroem de seu próprio corpo são constituídas de forma única e complexa, sendo que outros fatores são talvez até mais relevantes nessa percepção do que o próprio senso de estar ou ser ativo. (Fougner et al., 2019)

 

    Pode-se perceber nos estudos compilados que os fatores socioeconômicos e culturais, como a renda, escolaridade, o local de habitação, as condições para o lazer e o estado nutricional são fatores que interferem na construção da imagem corporal dos sujeitos idosos. Essas têm impacto significativo na sua satisfação corporal e na forma como agem para alcançá-las.

 

    Nessa direção, se torna necessário deslocar o ‘foco da lente’ para além do que a ‘pedagogia moderna’ de atividades para a melhor idade institui para os mais velhos, que surgem ano após ano nas universidades e vão até os programas de ginástica e dança para a terceira idade, em que consideram apenas que a prática de atividades físicas é o suficiente para melhorar a percepção da imagem corporal dos idosos que buscam ser ativos. (Vilhena, Novaes, e Rosa, 2014)

 

Conclusões 

 

    Importa aqui compreender que a vida dos idosos e suas percepções (corporal, saúde, qualidade e satisfação com a vida) estão diretamente relacionadas às oportunidades de condições e estilos de vida. Para o bem-estar geral das pessoas idosas, destaca-se o contato com seus pares, amigos, os mais jovens, com o praticar de exercícios e o compartilhar de novas experiências; pois essas relações podem implicar de forma positiva na saúde e qualidade de vida dos mesmos. No tocante à satisfação ou insatisfação com a imagem corporal, essas podem influenciar a forma como os idosos se percebem no meio em que estão inseridos, aceitos, acolhidos, satisfeitos ou não.

 

    O avanço tecnológico e científico na área da saúde tem permitido vivenciar uma expressiva longevidade dos indivíduos, diminuição da mortalidade e surgimento de métodos para promoção da saúde física e psicossocial. Nesse sentido, observa-se que com o acréscimo no número de idosos acompanhado dos questionamentos a respeito da sua função na sociedade faz-se importante a investigação e a criação de programas de intervenção com práticas corporais em favor do envelhecimento ativo, os quais tenham por objetivo prevenir e retardar o surgimento de incapacidades e de sentimentos de preocupação com o corpo. Ao mesmo tempo, esses devem ser conduzidos sob orientação profissional de qualidade, dentro dos devidos cuidados éticos para o bem-estar físico, psíquico e social dos participantes.

 

    As variáveis que compõem a qualidade de vida de uma pessoa idosa perpassam não apenas pelas mudanças morfofisiológicas. A imagem corporal influencia o psicológico devido ao impacto nos sentimentos de confiança e de autoaceitação que permeiam as modificações orgânicas durante o curso da vida. Acredita-se que o modo de busca por uma satisfação corporal associa-se com uma visão positiva de sua imagem corporal, sendo esta, atribuída a valores mediados por padrões sociais.

 

    A imagem corporal dos idosos não possui apenas relação direta com a inatividade física, pois seu processo de distorção resulta tanto dos efeitos deletérios ocasionados por patologias e perda de capacidade funcional, como de comparações com padrões da sociedade atual.

 

    A prática corporal por sua vez, desenvolve um papel fundamental na manutenção da imagem corporal. Os efeitos dos diversos tipos de exercícios físicos durante a terceira idade auxiliam na independência de tomada de decisão e na manutenção funcional, que são promovidas ao adotar um estilo de vida ativo, e, portanto, ocasionam mudanças positivas na aparência física e melhora na percepção da autoimagem corporal.

 

    Portanto, é preciso refletir acerca das variáveis que condicionam o público idoso ao estabelecimento de contextos que forneçam um estilo de vida com capacidades físicas, mentais e sociais preservadas. Relacionam-se a isso, ações de políticas públicas que contemplem melhores condições de vida, e que estas conduzam os indivíduos a uma vida mais saudável, a qual incremente benefícios reais na percepção da sua imagem corporal.

 

    As limitações da pesquisa se prendem ao escopo de busca ter sido limitado apenas aos últimos cinco anos, não podendo dessa forma generalizar os resultados para uma representação mais ampla. Por outro lado, favorece o desvelar da produção científica mais atual acerca da temática, haja vista o aumento da expectativa de vida da população no mundo e o crescente aumento das problemáticas advindas dessa realidade.

 

    Como sugestão final, recomendam-se estudos de revisões e/ou de trabalhos de campo que investiguem a influência da atividade física na percepção da imagem corporal dos idosos e sua possível relação com doenças, como a depressão, visto que esta tem sido considerada o mal do século e tido acréscimo considerável de casos, principalmente, entre os indivíduos mais velhos.

 

Agradecimento 

 

    Agradecimento ao apoio concedido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.

 

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Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 28, Núm. 299, Abr. (2023)