ISSN 1514-3465

 

Contornos da produção científica sobre atletas 

transgêneros na mídia brasileira: uma revisão de literatura

Outlines of Scientific Production about Transgender 

Athletes in Brazilian Media: a Literature Review

Esquemas de producción científica sobre atletas transgénero en los

medios de comunicación brasileños: una revisión de la literatura

 

Gabriel Frazão Silva Pedrosa*

bielslz@hotmail.com

Diego Ramos do Nascimento**

personalnascimento@gmail.com

Rafael Marques Garcia***

rafa.mgarcia@hotmail.com

Erik Giuseppe Barbosa Pereira****

egiuseppe@eefd.ufrj.br

 

*Bacharel em Enfermagem pela Estácio

Especialização em Microbiologia Avançada pela FCV

e em Educação e Saúde Infantil pelo IBF

Atualmente é graduando do curso de Educação Física

pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ. Membro do Grupo

de Estudos em Corpo, Esporte e Sociedade - GECOS
**Doutorando em Educação Física pelo PPGEF/UFRJ

Participante do Grupo de Estudos em Corpo, Esporte e Sociedade, o GECOS

e do Laboratório de Estudos Corpo, Esporte e Sociedade, o LAbCOESO

Professor no Centro Universitário Brasileiro – UNIABEU/RJ.

***Doutorando em Educação Física pelo PPGEF/UFRJ

Licenciado, Bacharel e Mestre em Educação Física pela UFRJ

Participante do Grupo de Estudos em Corpo, Esporte e Sociedade, o GECOS

e do Laboratório de Estudos Corpo, Esporte e Sociedade, o LAbCOESO

****Doutor em Ciências do Exercício e do Esporte pela UERJ

Líder do Grupo de Estudos em Corpo, Esporte e Sociedade, o GECOS

Professor adjunto da EEFD/UFRJ.

Universidade Federal do Rio de Janeiro

(Brasil)

 

Recepção: 05/05/2020 - Aceitação: 06/06/2020

1ª Revisão: 28/05/2020 - 2ª Revisão: 04/06/2020

 

Este trabalho está sob uma licença Creative Commons

Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional (CC BY-NC-ND 4.0)

https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt

Esta pesquisa foi realizada a partir dos recursos financeiros destinados 

aos Bolsistas de Iniciação Científica por intermédio do CNPQ

 

Citação sugerida: Pedrosa, G.F.S., Nascimento, D.R. do, Garcia, R.M., & Pereira, E.G.B (2020). Contornos da produção científica sobre atletas transgêneros na mídia brasileira: uma revisão de literatura. Lecturas: Educación Física y Deportes, 25(265), 96-111. Recuperado de: https://doi.org/10.46642/efd.v25i265.2218

 

Resumo

    O objetivo deste artigo foi compreender como vem sendo tratada a presença de atleta trans na mídia brasileira. Este estudo se caracterizou como uma Revisão Sistemática de Literatura, seguindo as diretrizes PRISMA e aplicando nossos instrumentos de coleta na base de dados do Google Acadêmico. Como resultados, encontramos 11 trabalhos, sendo 08 artigos publicados em revistas e/ou anais de congressos, 02 teses e 01 monografia. A abordagem dominante foi de cunho qualitativo e descritivo, concentrando-se na região Sul e Sudeste do Brasil. A leitura dos documentos revelou que, embora se proponham a discutir sobre trans, predominou-se o estudo de gêneros à luz das identificações homem e/ou mulher, sempre sob uma ótica binária, o que demonstra uma incongruência da temática com as catalogações na base de dados. Foi possível perceber, ainda, que na mídia existe uma linha tênue entre inclusão de uma temática a ser abordada de forma correta e segregação por apresentar falhas em discursos que venham a comprometer a visibilidade das pessoas trans, sobretudo no que se refere à inserção de atletas desta identificação no cenário esportivo.

    Unitermos: Pessoas transgênero. Mídia. Esportes. Brasil.

 

Abstract

    The objective of this article was to understand how the presence of trans athletes in the Brazilian media has been treated. This study was characterized as a Systematic Literature Review, following the PRISMA guidelines and applying our collection instruments in the Google Scholar database. As a result, we found 11 papers, with 8 articles published in magazines and/or conference proceedings, 2 theses and 1 monograph. The dominant approach was of a qualitative and descriptive nature, focusing on the South and Southeast regions of Brazil. Reading the documents revealed that, although they proposed to discuss trans issues, the study of genders predominated in the light of the identifications man and/or woman, always from a binary perspective, which demonstrates an incongruity of the theme with the cataloging data in the database. It was also possible to notice that in the media there is a fine line between inclusion of a theme to be approached correctly and segregation for presenting flaws in discourses that may compromise the visibility of trans people, especially with regard to the inclusion of athletes with this identification in the sports scene.

    Keywords: Transgender persons. Media. Sports. Brazil.

 

Resumen

    El objetivo de este artículo fue comprender cómo se ha tratado la presencia de atletas trans en los medios brasileños. Este estudio se caracterizó como una revisión sistemática de literatura, siguiendo las pautas de PRISMA y aplicando nuestros instrumentos de recolección en la base de datos de Google Académico. Como resultado, encontramos 11 textos, con 8 artículos publicados en revistas y/o actas de conferencias, 2 tesis y 1 monografía. El enfoque dominante era de naturaleza cualitativa y descriptiva, centrándose en las regiones del sur y sudeste de Brasil. La lectura de los documentos reveló que, aunque propusieron discutir temas trans, el estudio de los géneros predominó a la luz de las identificaciones hombre y/o mujer, siempre desde una perspectiva binaria, lo que demuestra una incongruencia del tema con la catalogación en la base de datos. También fue posible notar que en los medios existe una línea muy fina entre la inclusión de un tema que debe abordarse correctamente y la segregación por presentar fallas en los discursos que pueden comprometer la visibilidad de las personas trans, especialmente con respecto a la inclusión de estos atletas en la escena deportiva.

    Palabras clave: Personas transgénero. Medios de comunicación. Deportes. Brasil.

 

Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 25, Núm. 265, Jun. (2020)


 

Introdução

 

    A presença de atletas transgênero1 (trans) nos esportes vem ganhando de forma gradativa seu espaço no cenário mundial. Muito disso se deve ao fato da disseminação de informações através dos meios tecnológicos de grande alcance, também conhecidos como meios de massa, ou também um instrumento muito comum na maioria dos lares, a televisão (Grespan & Goellner, 2014). Mas, eis que surge uma questão: como se dá a publicidade desta problemática?

 

    O avanço tecnológico da mídia e por conseguinte dos meios de comunicação trouxeram efeitos não muito positivos para a sociedade pós-moderna. O processo de industrialização e comercialização por intermédio da mídia do lazer, do tempo ocioso, da saúde e consequentemente do esporte exerceram uma reversão do entendimento esclarecido destes aspectos, que são de grande importância para todo o meio social (Pereira, 2015). O poder ideológico que a mídia conquista a cada dia lhe dá o pleno direito de antepor como a divulgação deve ser processada e com qual interesse comercial divulgar tal informação (Surdi & Kunz, 2009).

 

    A mídia transformou-se em um veículo de comunicação que tem como propósito o de divulgar de forma intensa e massificada diversos produtos em larga escala, para que possa atingir um público numeroso e indistinto sem que venha a levar em consideração sua individualidade. É possível citar como mídia a televisão, rádio, jornal, outdoors, etc. (Grespan & Goellner, 2014). Pires (2002) afirma que não se está equivocado relacionar o termo mídia aos veículos de comunicação, mas não abrange a totalidade que ela se cobre em nossa sociedade atualmente. Para o autor ela ainda se encontra mergulhada na cultura de consumo e é comandada pelo mercado. (Surdi & Kunz, 2009)

 

    Inicialmente, a relevância deste trabalho se justifica pela escassez de estudos específicos relacionados às representações dadas a atletas transgênero na mídia. Este grupo experimenta condições desfavoráveis no esporte e ainda sofre por ter direitos essenciais cerceados, culminando para o status de minoria discriminada. (Grespan & Goellner, 2014; Coelho et al., 2018)

 

    No âmbito das ciências sociais a discussão entre esporte e mídia vem ganhando cada vez mais espaço no cenário acadêmico. Seu interesse é resultado das transformações decorrentes da mundialização dos bens culturais, o que permite automaticamente, um emaranhado de conceitos e modelos para compreensão desses dois fenômenos (Pereira, 2015). Entretanto, ainda assim, são deixadas de lado pautas de grande relevância para o meio acadêmico e social, que se referem às pessoas transgênero. (Brito & Pontes, 2015)

Assim sendo, este trabalho tem por objetivo compreender como vem sendo tratada a abordagem de atleta trans na mídia brasileira, buscando responder à seguinte questão: de que forma se dão as representações desses atletas pelas lentes midiáticas no país?

 

Métodos

 

    Este estudo caracteriza-se como uma Revisão Sistemática de Literatura. Sua elaboração teve como base as diretrizes PRISMA2, que estabelecem como suporte de evidência a composição de um mínimo de itens a serem analisados durante uma revisão sistemática.

Uma revisão sistemática é uma revisão de uma pergunta formulada de forma clara, que utiliza métodos sistemáticos e explícitos para identificar, selecionar e avaliar criticamente pesquisas relevantes, e coletar e analisar dados desses estudos que são incluídos na revisão. (Galvão, Pansani & Harrad, 2015)

 

    Revisões sistemáticas se tornaram extremamente importantes na produção de conhecimento científico, pois têm a capacidade de demonstrarem o estado da arte de determinando tema, além de serem utilizadas como ponto de partida de pesquisas relacionadas. O valor da revisão sistemática vai depender do que foi feito, do que foi descoberto e da clareza do relato, devem ser abrangentes e não tendenciosas na sua preparação. (Galvão & Pereira, 2014; Galvão, Pansani & Harrad, 2015)

 

    A seguir apresentaremos as etapas percorridas para obtenção, organização e utilização dos dados selecionados.

 

Etapa 1 – Definição dos termos de busca

 

    Para a realização das buscas bibliográficas na base de dados científicos adotada para este estudo, utilizamos os descritores em língua portuguesa que acreditamos serem os ideais para obtenção dos resultados que pudessem contemplar o objetivo dessa pesquisa. Conforme afirmam Brandau, Monteiro & Braile (2005), para uma correta indexação dos estudos, os descritores são de extrema importância e precisam ser bem definidos. Assim, utilizamos os termos: “atletas transgênero”, “mídia” e “esporte”, acrescidos do caractere booleano ‘AND’.

 

Etapa 2 – Consulta nas bases de dados

 

    A base de dados utilizada para extração do material foi o Google Acadêmico. A escolha dessa base deu-se em razão de possuir caráter transdisciplinar, por possuir registros ampliados sobre os termos pesquisados e uma fácil interface de busca.

 

Etapa 3 – Exportação dos dados

 

    O produto das buscas oriunda da base de dados fora exportado manualmente e armazenado na ferramenta de gerenciamento de referências bibliográficas EndNote, possibilitando, assim, a criação de um conjunto único com todos os artigos selecionados para a realização das etapas seguintes.

 

Etapa 4 – Aplicação de critérios de seleção

 

    A pesquisa foi realizada por dois investigadores entre fevereiro e março de 2020. Nesta etapa foram aplicados os seguintes critérios de inclusão: 

  1. estudos publicados nos últimos cinco anos; 

  2. inclusão de artigos publicados em português (este em função do idioma da autoria e por ser idioma oficial do Brasil) e; 

  3. disponíveis para leitura na íntegra.

    Quanto aos critérios de exclusão, adotamos os seguintes: 

  1. artigos duplicados (repetidos); 

  2. artigos não condizentes com a temática ou indisponíveis para leitura na íntegra; e 

  3. artigos publicados em outros idiomas que não o de inclusão; e 

  4. fora do período de tempo proposto.

Etapa 5 – Padronização dos dados

 

    Os itens/categorias elencadas no software selecionado, de modo a possibilitar essa organicidade, foram definidos de acordo com os objetivos da corrente pesquisa. Para tanto, preferiu-se utilizar o software Microsoft Excel v. 2013 for Windows 8 para catalogação manual das informações analíticas provenientes dos estudos encontrados.

 

    Para minimizar um risco de viés, a seleção e extração foi realizada de forma interativa e colaborativa a partir dos autores, sendo discutidos os possíveis conflitos em interpretações individuais.

 

Etapa 6 - Análise dos dados

 

    Após catalogados, encontramos um total de 355 estudos. No primeiro momento, excluímos os artigos duplicados, os artigos que não convergiam com nosso objeto de estudo e aqueles que contemplavam um dos critérios de exclusão. Resultou-se, então, em 28 estudos. Destes, 02 foram excluídos por se tratarem de projetos de pesquisa. Assim, realizamos a leitura exploratória nos 26 artigos. Por fim, chegamos a 11 estudos que receberam uma leitura analítica para aplicação dos itens necessários para construção desta revisão. O procedimento por ora explicado encontra-se ilustrado no fluxograma abaixo.

 

Fluxograma 1

Fonte: os autores

 

Resultados

 

    De acordo com a diretriz estabelecida pelo método PRISMA, cabe a explicitação de um quadro descritivo das principais características encontradas durante as buscas, onde pretende-se abordar as formas como as quais o estudo foi desenvolvido, as personagens, a definição do instrumento resultado da pesquisa, meio e ano de publicização, e os autores da(s) referida(s) obra(s).

 

    A presente seção, a seguir, tem por objetivo apresentar os dados encontrados com a análise dos 11 artigos encontrados, conforme quadro abaixo e, posteriormente, organizaremos e dividiremos os principais temas abordados em cinco categorias para a melhor organização e compreensão.

 

Quadro 1. Apresentação dos estudos encontrados

Título

Autor

Formato/ Ano

Objetivo

Abordagem metodológico-epistemológica3

Enunciações de masculinidade em narrativas de jovens atletas de voleibol: leituras em

horizonte queer

Brito

Tese (UERJ) /2018

Problematizar os processos de significação da masculinidade entre jovens adolescentes atletas de voleibol e estudantes da educação básica, que se identificavam como gays e bissexuais, a partir da produção e discussão de narrativas que abordassem essa temática relativamente aos diferentes espaços-tempos do esporte e da escola.

Realizou-se revisão da produção acadêmica do campo de estudos sobre homens e masculinidades, nas áreas de Educação e Educação Física, em publicações de periódicos da década (2007-2016). Problematizou a categoria de masculinidade em estudantes/atletas no contexto escolar e do voleibol, com base nos estudos pós-estruturalistas, dentre eles, as teorias queer.

A luta como “ofício do corpo”: entre a

delimitação do subcampo e a construção

de um habitus do mixed martial arts em

mulheres lutadoras

Salvini

Tese (UFPR) /2017

“Analisar as estratégias de funcionamento do subcampo do Mixed Martial Arts (MMA) frente ao campo esportivo a partir da posição que as mulheres lutadoras ocupam nessa estrutura.”

“Embasamento em entrevistas com agentes que vivenciam o MMA na cidade de Curitiba e informações de áudio, vídeo, matérias veiculadas em websites especializados, além da inserção a campo.

Abordagem majoritariamente estruturalista com base nos conceitos de Pierre Bourdieu sobre habitus, capital e representação simbólico”.

Diferença e igualdade nas relações de gênero no esporte

Costa; Santos

Artigo (Revista Holos) /2018

Discutir as concepções de igualdade e diferença de gênero defendidas por Joan Wallach Scott e relacioná-las ao universo do esporte.

Pesquisa bibliográfica de cunho teórico analítico, majoritariamente trazendo ideais pós-estruturalistas a partir de reflexões de Joan Scott.

Homens trans e atividade física: a

Construção do corpo masculino

Serrano; Caminha; Gomes

Artigo (Revista Movimento) /2019

Analisar a relação dos homens trans com as atividades físicas no processo de "masculinização".

Entrevista semiestruturada e um questionário socioeconômico, analisados com base na proposta de Bicudo para a análise fenomenológica de oito homens trans. Faz um diálogo interessante entre estudos culturais, estruturalistas e pós-estruturalistas ao congregar autores/as dessas áreas, tais como Le Breton, Judith Butler, Guacira Louro e Berenice Bento.

A trajetória pessoal de Tifanny Abreu no esporte de alto rendimento

Garcia; Pereira

Artigo (Revista Movimento) /2019

Compreender a trajetória pessoal de Tifanny Abreu em seu processo de inserção e permanência no voleibol de alto rendimento.

Estudo de caso descritivo e qualitativo. Propõe-se uma metodologia queer de análise, à luz de um arcabouço pós-estruturalista, refletindo sobre a desestabilização que o corpo trans promove na esfera esportiva.

O homem trans na publicidade: uma análise do anúncio unlimited courage, da marca Nike

Girardi; Edral

Artigo (Anais do

Congresso Brasileiro de Ciências da Comunica-ção) / 2018

Analisar com cunho qualitativo como o homem transgênero está sendo representado na publicidade.

Analisa-se a campanha publicitária Unlimited Courage, da marca Nike, por meio dos discursos presentes no anúncio publicitário, tendo como abordagem os Estudos Culturais e teorias interdisciplinares pós-estruturalistas, abordando autores/as como Judith Butler, Paul Preciado e Stuart Hall.

"Tifanny Abreu is still one of the guys" – uma discussão sobre transgeneridade no espaço do voleibol

Brito; Pontes

Artigo (Anais do Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte) /2015

Analisar como alguns artefatos da mídia internacional apresentaram em suas reportagens o caso de uma atleta brasileira transgênero, que atua em uma equipe masculina de voleibol no Campeonato Nacional da Holanda.

Análise de Conteúdo para sistematizar os dados de reportagens da mídia internacional. Propõe uma discussão desestabilizadora da representação da atleta, com aporte nos estudos pós-estruturalistas.

Preconceito no esporte: casos do voleibol.

Silva; Moura; Lopes

Artigo (Revista Campo do Saber) / 2018

Identificar o preconceito existente no esporte voleibol com atletas homossexuais e transexuais e se esse preconceito é reflexo da sociedade.

Revisão narrativa. Embora traga autores/as da Educação Física que trabalhem sob uma ótica pós-estruturalista, como Leandro Brito, Erik Pereira e Wagner Camargo (este último da Antropologia), a discussão dos dados atém-se a uma abordagem mais estruturalista das identificações não heterossexuais.

Além do masculino/feminino: gênero, sexualidade, tecnologia e performance no esporte sob perspectiva crítica

Camargo; Kessler

Artigo (Revista Horizontes Antropoló-gicos) / 2016

O objetivo deste artigo, em suma, é tensionar o modelo esportivo mainstream a partir de considerações sobre a presença de corpos não legitimados (no caso aqui, de mulheres, pessoas com deficiência, transgêneros, bissexuais, gays ou lésbicas), que insistem em existir e criam modos de participação em variados espaços esportivos.

A partir de experiências etnográficas no mundo esportivo, este texto articula dados empíricos e reflexão teórica a partir de um referencial interpretativo pós-crítico e pós-estruturalista, dialogando com autores/as como Judith Butler, Beatriz Preciado (hoje Paul), John Caudwell, Le Breton e Adrienne Rich.

Revista Maria Lenk: jogue e se informe como quiser

Bitencourt; Granado; Carli

Monografia (UFOP) /2018

O objetivo deste trabalho é propor uma revista impressa com foco no conteúdo esportivo.

Apresenta um viés estruturalista da constituição das identidades. Embora trabalhe com Judith Butler, o texto não se adensa em discussões pós-estruturalistas.

Celebridades & suas transas: do trans espetáculo à confissão da sexualidade no jornalismo

Santana

Artigo (Anais do Encontro de estudos multidisci-plinares em cultura) /2016

Apresentar como a cobertura de celebridades, feita por dois jornais de grande circulação, em Salvador, pode ser contextualizada às questões ligadas a gênero e sexualidade.

Trabalha sob a ótica pós-estruturalista, inclusive teorizações queer, ao trazer autores/as como Michel Foucault, Judith Butler e Sara Salih.

Fonte: Os autores

 

    Destes 11 estudos, 04 (Brito, 2018; Brito & Pontes, 2015; Garcia & Pereira, 2019; Silva, Moura & Lopes, 2018) trazem como palco a modalidade voleibol, reforçando o pensamento do senso comum de que neste esporte, as manifestações não heterossexuais, que envolvem materializações taxativas de mulheres, homossexuais e pessoas transgênero é melhor permitida, absorvida e possibilitada de subsistência (Brito, 2018). Neste sentido, a representação do voleibol na mídia possui caráter ímpar, já que se difere das outras modalidades por ser, de fato, um espaço que reconhece a pluralidade das diferenças, o que pode ter caráter ambíguo de análise, já que, por um lado, pode ser a porta de inserção e permanência aos desviantes, ao mesmo passo que fortifica uma identidade estigmatizada que reforçaria práticas dissonantes daquilo que se espera ao esporte de um modo geral.

 

    Cabe frisar que destes trabalhos, apenas Brito & Pontes (2015) e Garcia & Pereira (2019) trazem discussões aprofundadas da representação de uma atleta trans pela mídia (inter)nacional. Os demais trabalhos abordam aspectos de outra ordem, tais como focalizar na representação da mulher cis (Salvini, 2017); em atletas homossexuais ou bissexuais do voleibol (Brito, 2018); em homens e seu processo de representação masculinizada, seja social ou midiática (Serrano, Caminha & Gomes, 2019; Girardi & Edral, 2018, respectivamente); e em variadas identificações que não apenas as transgênero, o que diminui seu potencialmente investigativo-reflexivo. (Camargo & Kessler, 2016; Santana, 2016)

 

    Também, percebe-se uma incorreta indexação dos termos e seus descritores, já que o material levantado sinaliza orientações não heterossexuais como abarcadas pela personificação transgênero, o que não pode ser generalizado. Como exemplo, há forte menção às retratações homossexuais, porém que nada auxiliam ou contribuem para a discussão que aqui almejávamos propor. Ou seja, a plataforma de dados disponibiliza os trabalhos a partir da menção dos termos ou da proximidade da temática, que se aglutina, em uma nuvem maior, nos estudos de gênero e sexualidade no esporte e mídia.

 

    Cabe ressaltar que os estudos de Brito (2018), Costa & Santos (2018), Garcia & Pereira (2019), Brito & Pontes (2015), Camargo & Kessler (2016) e Santana (2016) trabalham analítico-teoricamente com as perspectivas pós-estruturalistas, sendo que alguns destes adensam-se nas teorizações queer, tais como Garcia & Pereira (2019), Santana (2016) e Brito (2018) – este último, em função do formato do texto (tese de doutorado) é o que mais se aprofunda nas teorizações queer, todavia, não discute densamente sobre atletas trans, citando apenas os casos mais conhecidos no cenário internacional, especialmente o da atleta de voleibol Tifanny Abreu, que foi melhor investigado por Brito & Pontes (2015) e Garcia & Pereira (2019).

 

    Já Salvini (2017), Silva, Moura & Lopes (2018) e Bitencourt, Granado & Carli (2018) concentram suas discussões com base em vertentes estruturalistas, discutindo sobre as categorias mais normalizadores dos gêneros. E como estudos “híbridos”, já que se utilizam de mais de uma vertente, temos os trabalhos de Serrano, Caminha & Gomes (2019) e Girardi & Edral (2018), aglutinando discussões dos estudos culturais com o pós-estruturalismo.

 

    Por último, cabe sinalizar que nos trabalhos investigados, identificamos forte proposição interpretativa de operar com as instabilidades transgênero, incluindo as já fixadas identidades masculinas e femininas, ou seja, mulher trans e/ou homem trans. Se construirmos uma escala, houve poucas abordagens sobre a não binariedade e/ou outras identificações plurais de gênero e sexualidades. Isso reforça o dado de que as pesquisas, embora se proponham em dialogar sobre a transgeneridade, concentram-se apenas nos dispositivos da transexualidade do corpo (Bento, 2014), limitando, portanto, a pluralidade do trato com as operações trans desestabilizadoras do próprio binarismo cisgênero.

 

Discussão

 

Categoria 1. Discriminação e preconceito no esporte

 

    O esporte faz parte de um importante cenário midiático ao qual se encontra atualmente, assim sendo, uma boa parte da teorização sociológica advinda do esporte tem-se baseado na dinâmica e na ideologia de atividades inerentes à cultura esportiva. A mídia, em especial a televisão e o jornal impresso, desempenham um papel importante na produção, reprodução e ampliação de muitas das questões associadas ao esporte no mundo moderno (Grespan & Goellner, 2014). De tal modo, percebe-se a estima em examinar tanto os fatores políticos, quanto as estruturas econômicas da relação mídia-esporte, bem como suas representações (Santos Junior, 2011).

 

    Para Gomes (2010, p. 13 apud Coelho et al., 2018) a “visibilização cada vez maior da população trans se enquadra em um projeto político de emancipação, relacionado à publicização de suas necessidades específicas, suas histórias, suas posições sociais”.

 

    De tal modo como mulheres, negros e homossexuais fizeram e fazem até hoje, as pessoas trans procuram reverter um quadro de submissão e invisibilidade que ainda vivenciam dentro da sociedade contemporânea (Bento, 2014). Se for tomado como base a partir de uma rota cronológica, as pessoas trans vêm por último neste conjunto de grupos minoritários em busca da libertação de padrões hegemônicos pautados pelo autoritarismo das maiorias, com isso, a sua forma de representatividade dentro dos mais diferentes setores sociais é de extrema importância, haja visto que esta população ainda sofre com a ausência de execução de direitos básicos como: saúde, educação e emprego (Coelho et al., 2018).

 

    Coelho et al. (2018) classificam as manifestações de discriminação e preconceito como sendo ferramentas opressoras de grupos maioritários em detrimento das minorias. Neste contexto, em especial os sujeitos incluídos no meio LGBT, que esperariam encontrar no esporte um meio de equilíbrio das desigualdades impostas a estes, haja visto que o esporte se manifesta como uma excelente ferramenta auxiliadora no processo de socialização e inclusão dos indivíduos.

 

    Brito (2018) e Silva, Moura & Lopes (2018) relatam de maneira breve em seus estudos a hostilização ao atleta Michael que ocorreu durante o primeiro jogo da partida da semifinal da Superliga 2010/2011 entre Cruzeiro e Vôlei, que era transmitido ao vivo em televisão aberta. Os xingamentos eram os mais diversos, entre eles “bicha” e “viado”, tudo na tentativa de desmoralizar o atleta. Após o ocorrido, o jogador em questão, veio a assumir-se gay de maneira publicamente, com o intuito de divulgar de forma mais aberta o debate sobre a homofobia presente nos esportes brasileiros.

 

    O fato acima mencionado causou grande repercussão na mídia tanto nacional, como na internacional ao demonstrar a associação do esporte com a mídia na objetificação e fonte de informações e conhecimentos amplamente divulgados para a sociedade. Bem como, discussões sobre a mídia recorrer a especialistas para difusão de conhecimentos acerca de determinada temática e, a forma como a mídia pode contribuir para a discriminação no meio esportivo através da sua repercussão nos mais diversos meios midiáticos, o que tende a contribuir em duas vertentes para disseminação do conhecimento à sociedade acerca dos planos de fundo existentes no cenário esportivo.

 

    O estudo de Santana (2016) retrata a forma de espetacularização da sexualidade de personagens famosos ou subcelebridades no meio jornalístico. Neste caso, uma atleta assumiu-se como homossexual, e todas as reportagens posteriores ao fato, centralizavam-na de acordo com sua orientação sexual. Até mesmo, subcelebridades eram tidas como destaque de discordância dos meios de gênero ao serem apresentadas como transexuais.

 

    Neste tópico torna-se evidente a necessidade da mídia em se discutir a privacidade do sujeito rompendo até seus direitos para como forma de publicização que tente construir uma visão alheia relacionada a sexualidade do indivíduo. Haja visto que, a mídia possui a capacidade de formular novos ideais, valores e comportamentos.

 

    Freire (2017), sobre a discussão anterior, assim contempla:

    A mídia possui papel essencial, espaço político com capacidade de formar valores, propagar ideias e influenciar comportamentos. A mídia desempenha, historicamente, um papel duplo: por um lado, pode atuar como instrumento estratégico na construção de uma cultura de respeito aos direitos humanos; por outro, muitas vezes, reproduz e legitima violações desses direitos, fortalecendo, assim, a constituição de uma sociedade baseada no preconceito e na opressão. (Freire, 2017, p. 8)

Categoria 2. Hegemonia Masculina

 

    A dualidade nas relações de poder constituídas a partir de uma determinada figuração, caracteriza que o grupo que é detentor de uma hegemonia defende a sua posição e reafirma o seu carisma grupal a partir de uma contínua relação de oposição àqueles que representariam um risco à pureza do grupo. Talvez por isto, determinados assuntos são subjugados e direcionados a somente parte integrante de um grupo, proporcionando chances de produzirem implicações de diferentes maneiras. (Pinto & Bergamin, 2016)

Bitencourt, Granado & Carli (2018) e Camargo & Kessler (2016), revelam em seus apontamentos que o meio esportivo vai contra a homogeneidade imposta pela mídia e parte da sociedade, ao realizar importantes competições esportivas exclusivas voltadas ao público LGBTI+. A partir de uma transmissão destes jogos em uma emissora de televisão, e disponibilizada em serviços de reprodução streaming de vídeos, o Gay Games foi abordado como uma importante competição esportiva a ser realizada por gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros. Sendo assim, possível contrastar a hegemonia masculina e padronizada dos esportes, permitindo que mais pessoas pudessem conhecer a realidade do meio. Ainda que, em alguns casos, a referência dada ao meio LGBT dava-se exclusivamente a assuntos abordados só a um específico grupo integrante da causa, contribuindo para concepções que implicassem sua carreira de atleta de forma positiva ou negativa.

 

Categoria 3. A normatividade em foco

 

    A discussão acerca dos padrões normativos dentro do esporte representado na mídia continua e, nos estudos de Brito & Pontes (2015), bem como, Girardi & Edral (2018) relata-se sobre a ascensão das pessoas transgênero no esporte por meio da sua inserção representada pela mídia de uma maneira bastante positiva. Entretanto, em alguns momentos, tal meio ainda conta com o poder de distorcer os princípios da identidade de gênero, trazendo em diversos momentos, uma imagem distorcida, gerando então, personificação equivocada da imagem destas atletas. Onde, é apresentado modelos de maneira isolada com o intuito de transparecer um sistema hierárquico onde fala no lugar dos sujeitos, que em algumas situações são tidos como “invisíveis”.

 

    Algo que também é entendido por Costa & Santos (2018), discute-se sobre os conceitos de masculinidade e feminilidade presentes no meio esportivo e validadas para a visibilidade na mídia. O que tem reforçado a resistência à visibilidade de “dissonâncias” - que viriam a ser pessoas transcendentes a concepção de hegemonia e de manutenção e subversão das relações de poder no contexto esportivo e nas demais formas da mídia, por esta apresentar-se em sua maioria pela dominância masculina. Através de uma perspectiva acerca de comentários em blogs sobre inserção de uma atleta transgênero como lutadora de MMA é possível perceber a dominação e legitimidade da dicotomia de gênero que são representadas pela mídia. (Salvini, 2017)

 

    Os padrões normativos de gênero e sexualidade a qual uma atleta transgênero não se enquadraria nos moldes dominantes da grande massa, implicaria entender a não visibilização do fato a ser tratado pela mídia brasileira, haja visto que, o que se encontra evidenciado é possível identificar relações de manutenção e subversão das relações de poder no contexto esportivo. Enquanto que, na mídia estrangeira, reportagens já abordam o processo transicional a qual atletas enfrentam.

 

    É necessário ater-se de cuidados ao apresentar em qual meio for, uma pessoa transgênero, uma vez que, podem surgir comentários que deslegitimam em sua maioria essas pessoas e, se fundamentam a partir de enunciados de exclusão, desumanização e distorção e, que por sua vez, vêm a se apropriar de discursos sociais que percebem a pessoa transexual como antinatural ou antimoral. Em relação totalmente contrária aos discursos que reconhecem os direitos das pessoas transgênero. (Vieira Júnior, 2018)

 

Categoria 4. Uma Educação Popular

 

    A discussão através da mídia, em essencial ao que se refere no campo da Educação Física por sua aproximação com questões do corpo e esporte, é entendido por Serrano, Caminha & Gomes (2019) e Garcia & Pereira (2019) que a mídia empenha um importante e decisivo papel de condução da opinião popular, uma vez que a Educação Física possui uma visibilidade de demandas sociais contemporâneas para tal. O que pode em muitas vezes, implicar em percepções equivocadas acerca das pessoas transgênero se acaso não forem tomados os devidos cuidados necessários para evitar a propagação de informações equivocadas, sobretudo a mídia esportiva, que estabelece importantes relações de representação acerca desse segmento, haja visto que, a mídia tende a recorrer a especialistas para difusão de conhecimentos acerca de determinada temática. (Brito, 2018)

 

    O reconhecimento que pondera sobre a mídia e suas ações são além de tudo significativas e passam a ideia de uma credibilidade muitas vezes tida como inquestionável, por adotarem na grande maioria das vezes, um modo coloquial de repassar informação. Ainda mais, quando surge o aval de especialistas para a legitimação das verdades narradas, que contribuem significativamente para o conhecimento da população em massa telespectadora da televisão. (Dodo, 2018)

 

    Por fim, destacamos que as limitações dos estudos frutos dos resultados relacionam-se em não abordar de maneira sólida, uma metodologia qualitativa que permita maior discussão dos resultados, abordando-os de maneira relativamente superficial, sobretudo no que tange discussões sobre as representações e implicações da mídia sobre a pessoa transgênero

 

Conclusões

 

    A presente pesquisa atendeu aos requisitos na construção deste estudo, realizando análise dos referenciais bibliográficos e seguindo paulatinamente todos os itens essenciais a construção de uma revisão sistemática de literatura de acordo com o PRISMA.

 

    Foi possível compreender que na mídia, existe uma linha tênue entre inclusão de uma temática a ser abordada de forma correta e segregação por apresentar falhas em discursos que venham a comprometer a visibilidade das pessoas transgênero. Sobretudo, no que se refere a inserção de atletas transgênero no cenário esportivo.

 

    O presente estudo contou com limitações no que tange a sua área tangencial de discussões que possivelmente mais pesquisas viessem a estar contempladas em estudos não relacionados a faixa temporal objetivada em questão. Todavia, o mesmo não apresenta risco de viés, ao constatar através da dissertação do mesmo.

 

    Mais estudos podem ser realizados acerca desta temática para compreensão e avaliação do dinamismo que as ciências humanas permitem perceber. Faz-se necessário para tanto, que sejam incentivadas maiores discussões sobre a visibilidade das pessoas transgênero no esporte e na mídia.

 

Notas

  1. A identidade de gênero se refere à experiência de uma pessoa com o seu próprio gênero. Pessoas transgênero possuem uma identidade de gênero que é diferente do sexo que lhes foi designado no momento de seu nascimento. Uma pessoa transgênero, ou trans, pode identificar-se como homem, mulher, trans-homem, trans-mulher, como pessoa não-binária, com outros termos ou com nenhum deles (Brasil, 2017).

  2. PRISMA is an evidence-based minimum set of items for reporting in systematic reviews and meta-analyses. Cf.: http://www.prisma-statement.org/.

  3. Inclinamos nosso olhar para depreender a epistemologia analítica dos estudos, em resumo, às vertentes estruturalistas e pós-estruturalistas. Conforme nos situa Brandão (2015, p. 33), “Foucault afirma que o estruturalismo é um tipo de pensamento formal e que, fora dos domínios da linguística ou da mitologia comparada, poucos autores saberiam dizer exatamente o que significa”. Em adição, “o estruturalismo se debruça sobre a análise sincrônica das estruturas” (p. 44). Já o pós-estruturalismo, juntamente dos neo-estruturalismo ou super-estruturalismo “[...] são críticas feitas por dentro do próprio estruturalismo, ou seja, são argumentos de certa forma estruturalistas feitos ao próprio estruturalismo e que, por fim, ilustram certas inconsistências que são fundamentais em seu método [...] Não pode ele, portanto, ser reduzido a um método, uma teoria ou a uma escola; talvez seja mais apropriado referir-se a ele como sendo um movimento de pensamento que inaugura um novo olhar e uma nova prática acerca da teoria crítica [...] Em contrapartida, o pós-estruturalismo pretende – devido à clara aproximação com Nietzsche – se filiar com um discurso de “crítica da verdade” e, consequentemente, enfatizando uma pluralidade de interpretação (p. 40). E continua: “Deste modo, tanto o estruturalismo quanto o pós-estruturalismo sugerem uma interferência direta do contexto sócio-cultural na formação da autoconsciência” (p. 42). Para maior aprofundamento dessas correntes, recomendamos a leitura de Brandão

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Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 25, Núm. 265, Jun. (2020)