Lecturas: Educación Física y Deportes | http://www.efdeportes.com

ISSN 1514-3465

 

Fatores de risco para doenças crônicas em 

jogadoras de futebol amador do Sul da Bahia

Risk Factors for Chronic Diseases in Female Amateur Soccer Players in South of Bahia

Factores de riesgo de enfermedades crónicas en jugadoras de fútbol aficionadas al sur de Bahía

 

Camila Fabiana Rossi Squarcini*

cfrsquarcini@uesc.br

Juliana dos Santos Sacramento**

julianasacramento97@outlook.com

Stephanie Cartagena Machado***

stephh.cartagena@gmail.com

Marcia Morel****

mmorel@uesc.br

David Ohara*****

dohara@uesc.br

 

*Professora Adjunto do Departamento de Ciências da Saúde

da Universidade Estadual de Santa Cruz

Docente Permanente do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem (PPGENF/UESC)

Docente do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família (UESC)

Doutora em Educação Física pelo Departamento de Educação Física

da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

Mestre em Ciências pelo Departamento de Psicobiologia

da Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP

Especialista em Educação Inclusiva pela Pontifícia Universidade Católica - PUC/SP

Graduada em Educação Física pela Universidade Estadual Paulista

Júlio de Mesquita Filho - UNESP

**Graduada em Licenciatura em Educação Física

pela Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC

Participa do projeto de pesquisa Avaliação do perfil

das praticantes de futebol feminino de Ilhéus e Itabuna – BA

***Graduanda em Educação Física pela Universidade Estadual de Santa Cruz

Bolsista FAPESB/UESC. Bolsista CAPES/UESC, no Programa Institucional de Bolsa

de Iniciação à Docência (PIBID)

****Professora Adjunto do Departamento de Ciências da Saúde

da Universidade Estadual de Santa Cruz

Atualmente é diretora do Departamento de Ciências da Saúde (UESC)

Doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro

Mestre em Educação Física e Cultura pela Universidade Gama Filho

Graduada em Educação Física pela Universidade Gama Filho

*****Professor Visitante do Departamento de Ciências da Saúde

da Universidade Estadual de Santa Cruz - BA

Docente Permanente do Programa de Pós-Graduação em Educação Física (UESB/UESC)

Docente Permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde (PPGCS/UESC) 

Docente Colaborador do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem (PPGENF/UESC)

Graduado em Educação Física (UEL) concluiu o mestrado e doutorado

em Educação Física pelo Programa de Pós-Graduação Associado UEM/UEL

na linha de Atividade Física Relacionada à Saúde

Realizou estágio de doutorado sanduíche

na Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa – Portugal

Coordena o Grupo de Estudo e Pesquisa em Atividade Física

e Comportamento Sedentário (GEPAFCS)

(Brasil)

 

Recepção: 16/04/2020 - Aceitação: 14/02/2021

1ª Revisão: 20/01/2021 - 2ª Revisão: 21/01/2021

 

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https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt

Citação sugerida: Squarcini, C.F.R., Sacramento, J. dos S., Machado, S.C., Morel, M., e Ohara, D. (2021). Fatores de risco para doenças crônicas em jogadoras de futebol amador do Sul da Bahia. Lecturas: Educación Física y Deportes, 25(274), 31-47. https://doi.org/10.46642/efd.v25i274.2160

 

Resumo

    Embora o Brasil seja um país de tradição no futebol, pouco se tem investigado acerca dos aspectos relacionados à saúde de jogadores, sobretudo no que tange o futebol feminino. Com isso, o objetivo do estudo foi descrever o perfil dos fatores de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), de comportamento sedentário e sócio demográfico de jogadoras amadoras de futebol para mulheres. Participaram do estudo 41 jogadoras residentes em Ilhéus e Itabuna (BA), com 26, 8 ± 7, 3 anos de idade. Foi aplicado um questionário para avaliar informações sócio-demográficas (idade, sexo, nível de escolaridade, renda familiar), fatores de risco para o desenvolvimento das DCNT (nível de atividade física, tabagismo, consumo de álcool, consumo alimentar, sobrepeso/obesidade) e comportamento sedentário. Observou-se que 46,3% das jogadoras se autodeclararam pardas, 73,2% com Ensino Médio completo e que apresentaram renda familiar média inferior a dois salários mínimos. Sobre os fatores de risco, as jogadoras foram classificadas como ativas fisicamente (100%), sem hábito de fumar (92,7%), consumidoras de frutas e legumes (95,1%) e que apresentaram padrões antropométricos normais (63,4%). Entretanto, reportaram o consumo abusivo de álcool (51,2%) e dispêndio de grande parte do tempo livre em comportamento sedentário (75,6%). Conclui-se que as jogadoras apresentam em sua maioria bons indicadores de saúde, entretanto o consumo abusivo de álcool e o comportamento sedentário são indicadores preocupantes.

    Unitermos: Mulheres. Esporte. Comportamento sedentário. Fatores de risco.

 

Abstract

    Notwithstanding Brazilian soccer tradition, little has been investigated about the country soccer players’ health profile, especially with regards to women soccer players. In light of that, this study aimed to assess and describe the risk factor profile of women amateur soccer players, specifically with regard to the development of chronic noncommunicable diseases (CND), their sedentary behavior and socio demographic profile. Accordingly, the study covered 41 players resident of Ilhéus and Itabuna (both in the State of Bahia), all of approximately 26.8 ± 7.3 years of age. A questionnaire has been applied to assess socio-demographics information (age, sex, education level, and family income), risk factors for development of NCDs (level of physical activity, smoking habits, alcohol consumption, food consumption and overweight/obesity) as well as their sedentary behavior. The study shows that 46.3% of the players self-declared to be brown, 73.2% had completed high school and had an average family income of less than two minimum wages by month. With regard to risk factors, the players have been classified as physically active (100%), essentially without smoking habits (92.7%), most consumers of fruits and vegetables (95.1%) and many were identified as having normal anthropometric patterns (63.4%). However, many player reported to have abusive alcohol consumption (51.2%) as well as to spend most part of their free time in sedentary behavior (75.6%). Thus, the study concludes that women soccer players essentially present good health indicators, notwithstanding the worrisome abusive alcohol consumption and sedentary behavior indicators.

    Keywords: Women. Sport. Sedentary behavior. Risk factors.

 

Resumen

    Si bien Brasil es un país de tradición en el fútbol, ​​poco se ha investigado sobre aspectos relacionados con la salud de las jugadoras, especialmente en lo que respecta al fútbol femenino. Así, el objetivo del presente estudio fue describir el perfil de factores de riesgo para el desarrollo de enfermedades crónicas no transmisibles (ECNT), comportamiento sedentario y perfil sociodemográfico de futbolistas amateurs para mujeres. El estudio incluyó a 41 jugadoras residentes en Ilhéus e Itabuna (BA), de 26,8 ± 7,3 años. Se aplicó un cuestionario para evaluar información sociodemográfica (edad, sexo, nivel educativo, ingresos familiares), factores de riesgo para el desarrollo de ENT (nivel de actividad física, tabaquismo, consumo de alcohol, consumo de alimentos, sobrepeso/obesidad) y comportamiento sedentario . Se observó que el 46,3% de las jugadores se declararon morenas, el 73,2% había terminado el bachillerato y tenía un ingreso familiar promedio menor a dos salarios mínimos. En cuanto a los factores de riesgo, las jugadoras fueron clasificadas como físicamente activas (100%), sin fumar (92,7%), consumidores de frutas y verduras (95,1%) y que presentaban patrones antropométricos normales (63,4%). Sin embargo, refirieron abuso de alcohol (51,2%) y dedican gran parte de su tiempo libre a conductas sedentarias (75,6%). Se concluye que las jugadoras tienen en su mayoría buenos indicadores de salud, sin embargo el abuso de alcohol y el sedentarismo son indicadores preocupantes.

    Palabras clave: Mujeres. Deporte. Comportamiento sedentario. Factores de riesgo.

 

Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 25, Núm. 274, Mar. (2021)


 

Introdução 

 

    Atualmente tem sido comum observar diversos movimentos sociais, especialmente nas redes sociais, a exemplo do #MeToo, que instiga a sociedade a analisar situações de vulnerabilidade e a refletir a partir daí possíveis transformações. Essas mudanças acabam influenciando no direcionamento não apenas das redes sociais como também no progresso da ciência, da medicina e da saúde. Como exemplo, a Lancet, reconhecido periódico científico mundial, criou o movimento #LancetWomen, cuja proposta é estimular discussões para o progresso da igualdade de gênero em todo o mundo, sendo observado ao longo dos anos o aumento na quantidade e na qualidade dos dados sobre o gênero. (Shannon et al., 2019)

 

    Apesar do progresso e visibilidade das mulheres, seu papel ainda está em desvantagem aos dos homens, como nas questões relacionadas à saúde. E, nesse sentido, a proposta é conseguir, trazer mais evidências e inovar diante dos atuais discursos. (Shannon et al., 2019)

 

    Diante desse cenário, como estaria a questão da mulher e sua saúde quando se trata do esporte mais popular no Brasil, o futebol?

 

    Analisando a história do desenvolvimento do futebol para mulheres, tem sido observado marcas de preconceito, proibição e desafio (Salvini et al., 2015). Este cenário foi constituído muito pela função de valores do século XX que estavam voltados para a manutenção do estereótipo da mulher/sexo frágil, dona do lar, boa mãe e boa esposa. (Teixeira, e Caminha, 2013)

 

    Ao ponto de ser implementado no Brasil, em 1941, o Decreto-Lei nº 3.199, que proibiu a mulher de praticar algumas atividades esportivas, incluindo o futebol, criando um atraso no desenvolvimento técnico e profissional desta modalidade para esse público alvo. Este decreto durou cerca de 39 anos quando foi revogado pelo Conselho Nacional de Desportos que compreendeu o esporte como sendo um estímulo para as mulheres. (Franzini et al., 2005, Salvini, e Marchi Júnior, 2016)

 

    Após este período, o futebol para mulheres no Brasil foi ganhando notoriedade. Diversas equipes sugiram sendo o Esporte Clube Radar um dos destaques da época ao conquistar títulos nacionais e internacionais. Em 1988, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) realizou a primeira ‘convocação’ da seleção Brasileira de Futebol Feminino, na qual o Radar representou o Brasil em competições pelo mundo. (Morel, e Salles, 2006)

 

    Mesmo com o crescente número de mulheres que aderiram a prática do futebol, sejam motivadas pela prática de uma atividade física habitual saudável, pelo momento de lazer ou ainda visando o rendimento, ainda foi possível perceber ações discriminatórias da sociedade que podem ser traduzidas, por exemplo, na desvalorização midiática e na necessidade constante de busca de reconhecimento. (Ventura, e Hirota, 2007)

 

    No que se refere as pesquisas científicas acerca do futebol para mulheres, percebe-se que a produção e veiculação do conhecimento científico voltado para tal tema não tem acompanhado o crescimento da modalidade, tendo como fatores primordiais a escassez de grupos e linhas de pesquisa sobre a temática e a pouca relevância atribuída ao futebol para mulheres como objeto de estudo. (Salvini et al., 2014)

 

    Porém, o espaço conquistado pelas mulheres no âmbito esportivo e acadêmico científico pode ser comprovado a partir de publicações nacionais com o objetivo de atribuir cientificidade ao treinamento (Silva et al., 1999, Oliveira, 2006), destacar as características fisiológicas para aprimoramento do desempenho esportivo e da prevenção ou tratamento das lesões (Leite, e Cavalcanti Neto, 2003; Dias, 2016), melhorar o desempenho de atletas consideradas de elite (Queiroga et al., 2008; Almeida et al., 2011), abordar a questão do preconceito de gênero no contexto esportivo (Salvini, e Marchi Júnior, 2016; Teixeira, e Caminha, 2013; Terossi et al., 2009, Viana, 2008), discutir a inserção do futebol para mulheres na mídia (Silva, 2015; Santos, e Medeiros, 2012; Martins, e Moraes, 2007; Mourão, e Morel, 2005), investigar os fatores motivacionais para a prática do futebol por mulheres (Pires, 2017, Rossi et al., 2016) e discutir sobre o futebol de mulheres na prática pedagógica. (Darido, 2002)

 

    Contudo, não há estudos científicos nacionais que dissertem sobre as questões relacionadas à saúde das mulheres praticantes de futebol, ou que descrevam qual o perfil desta população no que se refere às doenças crônicas degenerativas não transmissíveis (DCNT).

 

    As DCNT são as principais responsáveis por mortes no mundo (71% do total de mortes), especialmente nos casos prematuros (responsável por 80% das mortes prematuras no mundo) e, a fim de combater tais doenças, estudos tem direcionado para os fatores de risco, especialmente os modificáveis, caso da inatividade física, dieta não saudável, consumo de cigarro e consumo nocivo de álcool (World Health Organization - WHO, 2020a). No Brasil, um estudo epidemiológico analisou o comportamento de mulheres e observou que 53,9% apresentou sobrepeso, 20,7% obesidade, 51,7% praticaram atividade física insuficiente, 14,2% eram inativas fisicamente, 61,9% gastaram seu tempo livre em comportamento sedentário. Ainda, de maneira positiva, apenas 6,9% das mulheres eram fumantes, e 11,0% faziam uso abusivo de álcool. (Brasil, 2019)

 

    Mas como é o comportamento de jogadoras de futebol? Elas apresentam semelhanças às mulheres brasileiras? Com isso, este estudo teve como objetivo do estudo foi descrever o perfil dos fatores de risco para o desenvolvimento de DCNT, de comportamento sedentário e sócio demográfico de jogadoras amadoras de futebol para mulheres.

 

Métodos 

 

    Trata-se de um estudo de abordagem quantitativa, do tipo descritivo transversal. Este estudo faz parte de um projeto maior intitulado “Avaliação do perfil das praticantes de futebol feminino de Ilhéus e Itabuna – BA”, submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CAEE nº 03946818.9.0000.5526).

 

    A coleta de dados foi realizada entre maio e junho de 2019 nas cidades de Ilhéus (BA) e Itabuna (BA), no qual foram convidadas para participar as jogadoras de futebol que estivessem treinando em um time de futebol de uma das cidades. Ilhéus e Itabuna estão localizadas no Sul da Bahia e apresentaram uma população estimada de 162.327 e de 213.223 habitantes, respectivamente. (Brasil, 2020)

 

    Adotou-se o método da amostra por conveniência, utilizando-se o modelo de “bola de neve”, que consiste na técnica de recrutamento com base na rede social em que um grupo inicial indica outros grupos e assim sucessivamente (Heckathorn, 2011). Sendo assim, o trabalho foi iniciado com um time em Ilhéus.

 

    Como critério de inclusão, adotou-se: apresentar idade igual ou superior a 18 anos, ser jogadora de um time amador de futebol de um dos municípios e apresentar o termo de consentimento livre esclarecido assinado após serem esclarecidas acerca dos objetivos do estudo e procedimentos os quais seriam submetidas. Por se tratar de um estudo com o viés de descrição, não foi adotado critério de exclusão.

 

    Ao todo foram encontrados 3 times em Ilhéus e 3 em Itabuna. Destes, 60 jogadoras foram contatadas e 41 participaram do estudo.

 

    Para a determinação dos fatores de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis foram utilizados os seguintes indicadores: inatividade física, hábito de fumar, consumo de álcool, consumo alimentar, sobrepeso/obesidade (Quadro 1). (WHO, 2020b, 2020c)

 

    Igualmente, a fim de caracterizar o grupo, foi mensurado alguns indicadores sócios demográficos, que foram extraídos majoritariamente do Censo Demográfico Brasileiro (Brasil, 2020a) (ver Quadro 1).

 

    Os questionários eram entregues na primeira visita ao campo de futebol ao qual elas treinavam. As atletas eram informadas que poderiam preencher os questionários no ato ou devolvê-lo após uma semana. As dúvidas sobre os questionários, quando surgiram, foram esclarecidas por uma equipe treinada.

 

    Para a análise dos dados foi realizada a apreciação descritiva dos dados para caracterizar a população, sendo adotados: distribuição de frequência, média e desvio-padrão.

 

Quadro 1. Instrumento de análise para avaliar o perfil de jogadoras de futebol

 

Instrumento de Análise

Nível de Atividade Física

Variável nominal dicotômica - classificado em: sim ou não, conforme a recomendação de atividade física de, pelo menos, 20 minutos de atividade física vigorosa por, pelo menos, 3 dias na semana; pelo menos de 30 minutos de atividade física moderada ou caminhada em pelo menos 5 dias na semana; ou de qualquer uma dessas atividades físicas que somadas darão pelo menos 150 minutos de atividade física por, pelo menos, 5 dias na semana. Foi utilizado o International Physical Activity Questionnaire – IPAQ em sua versão longa, validado para o português. (Matsudo et al., 2001)

Hábito de fumar (se é ou não fumante)

Variável nominal dicotômica - classificado em: sim ou não, conforme resposta referida para a pergunta: “O(a) sr(a). fuma?”, contida no VIGITEL (Brasil, 2018). Neste caso, não foi levado em consideração frequência ou duração.

Consumo abusivo de álcool (frequência semanal)

Variável nominal dicotômica - classificado em: sim ou não, conforme a resposta referida para a pergunta: “Nos últimos 30 dias, a sra. chegou a consumir quatro ou mais doses de bebida alcoólica em uma única ocasião?”, contida no VIGITEL (Brasil, 2018). Conforme indicação do instrumento, o consumo abusivo de bebidas alcoólicas para mulheres é de quatro ou mais doses em uma única ocasião, pelo menos uma vez nos últimos 30 dias. Considerando: a dose como sendo uma lata de cerveja, uma taça de vinho, uma dose de cachaça, uísque ou outra bebida destilada.

Consumo Alimentar (consumo regular de frutas, hortaliças)

Variável nominal dicotômica - classificado em: sim ou não, conforme a pergunta: “Em quantos dias da semana o(a) sr(a). costuma comer frutas?”, “Em quantos dias da semana o(a) sr(a). costuma tomar suco de frutas natural?” e “Em quantos dias da semana o(a) sr(a). costuma comer pelo menos um tipo de verdura ou legume (alface, tomate, couve, cenoura, chuchu, berinjela, abobrinha – não vale batata, mandioca ou inhame)?”. Foi considerada consumo regular aqueles que consumiam pelo menos em 5 dias da semana as frutas e as hortaliças. (Brasil, 2018)

Antropometria

Variável nominal. Variável auto referida em que a massa corporal (dada em quilogramas) foi dividida pela altura ao quadrado (dado em metros). Com base no cálculo, a classificação foi: sobrepeso (valores entre 25, 00 kg/m² e 29,99 kg/m²); obesidade (valores maiores ou iguais a 30,00 kg/m²); abaixo do peso (valores inferiores a 18,50 kg/m²); peso normal (valores entre 18,50 kg/m² e 24,99 kg/m²); não sabe. O cálculo foi com base no Índice de Massa Corporal – IMC referido (World Health Organization, 2020c).

Comportamento Sedentário

Variável nominal dicotômica - classificado em: 3 ou mais horas ou menos que 3 horas, conforme a somatória dos resultados das perguntas: “Em média, quantas horas por dia você costuma ficar assistindo à televisão?” e “Em média, quantas horas do seu tempo livre (excluindo o trabalho) este uso do computador, tablet ou celular ocupa por dia?” (Matsudo et al., 2001)

Sócio Demográfico

- Idade: variável discreta - dado em anos. (Brasil, 2020a)

- Estado civil: variável nominal - classificado em: branca, preta, parda, amarela ou indígena. (Brasil, 2020a)

- Escolaridade: variável nominal - classificado em: Analfabeto ou Fundamental I incompleto, Fundamental I completo ou Fundamental II incompleto, Fundamental II completo ou Médio incompleto, Médio completo ou Superior incompleto, Superior completo. (Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa, 2020)

- Renda familiar: Variável discreta - Obtido com a pergunta “Qual a renda mensal da sua família?” O cálculo foi realizado com base no salário mínimo de 2019 de R$ 998,00. (Brasil, 2020b)

 

Resultados 

 

    No que se refere aos indicadores sócio demográficos, conforme apresentado na Tabela 1, o presente estudo diz respeito as jogadoras com média de idade de 26,8 ± 7, 3 anos, que se reconhecem, em sua maioria, como pardas, com Ensino Médio completo e que tem uma renda familiar média inferior a dois salários mínimos.

 

Tabela 1. Perfil sócio demográfico de jogadoras de futebol (n=41)

Indicador

Resultado

Idade (anos)

26,8 ± 7,3

Cor da pele

 

Branca

Preta

Parda

Amarela

14,6%

34,1%

46,3%

5,0%

Escolaridade

 

Fundamental I completo/ Fundamental II incompleto

Fundamental II completo/ Médio incompleto

Médio completo/ Superior incompleto

Superior completo

7,3%

14,6%

73,2%

4,9%

Renda familiar (salários mínimos)

1,6 ± 1,3

Fonte: Próprios autores. Nota. Idade e Renda familiar expressas em média e desvio-padrão

 

    No que se refere aos fatores de risco para desenvolvimento de doenças crônicas, conforme apresentado na Tabela 2, embora tenha sido reportado consumo abusivo de álcool por mais de 50% da amostra, é possível observar que as participantes, em sua maioria, são fisicamente ativas, não fumam, apresentam hábito regular para o consumo de frutas e legumes e apenas uma pequena proporção apresentam sobrepeso ou obesidade.

 

    Sobre a antropometria, o IMC referido apresentou média de 22,4 ± 3,1 kg/m², conferindo uma classificação dentro dos padrões de normalidade. Destaca-se ainda que para além dos 12% acima dos padrões recomendados, 10 jogadoras (24,4%) não souberam informar seu peso e/ou altura.

 

Tabela 2. Perfil das jogadoras de futebol sobre os fatores de risco para 

desenvolvimento de doenças crônicas e comportamento sedentário (n=41)

Fatores de risco

Resultado

Fisicamente ativa

 

Sim

100,0%

Não

-

Hábito de fumar

 

Sim

7,3%

Não

92,7%

Consumo abusivo de álcool

 

Sim

51,2%

Não

46,3%

Não respondeu

2,4%

Consumo regular de frutas e hortaliças

 

Sim

95,1%

Não

-

Não respondeu

4,9%

Sobrepeso e Obesidade (IMC)

 

Abaixo do peso

-

Normal

63,4%

Sobrepeso

7,3%

Obesidade

4,9%

Não respondeu

24,4%

Comportamento sedentário

 

Assistir televisão: ≥ 3 horas

43,9%

Assistir televisão: < 3 horas

56,1%

Tempo livre: ≥ 3 horas

75,6%

Tempo livre: < 3 horas

24,4%

Fonte: Próprios autores

 

    Entretanto, ao observar o comportamento sedentário (Tabela 2) chama a atenção o fato de as jogadoras passarem grande parte do tempo na posição sentada, tanto no tempo livre (75,6%), quanto assistindo televisão (43,9%). Sobre o tempo assistindo televisão, vale destacar que não foi considerado nesta variável o tempo utilizando computador, tablet ou celular, conforme indicativo do instrumento utilizado.

 

Discussão 

 

    Este estudo descreveu o perfil de jogadoras de futebol sobre fatores de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis, o comportamento sedentário e o perfil sócio demográfico. As investigações nacionais que abordam a temática das jogadoras de futebol atualmente têm se concentrado fora da área da saúde.

 

    Assim, partindo da proposta de investigar fatores de risco relacionados com a saúde, foi possível observar que dos fatores mais comuns indicados pela WHO (WHO, 2020c) e que foram investigados nesse estudo, 51,2% das jogadoras apresentam alto consumo alcoólico. Os demais fatores encontram-se dentro dos padrões recomendados.

 

    Tal valor encontrado para o consumo alcoólico é superior a porcentagem de mulheres que reportaram consumir álcool em uma pesquisa nacional (10,3%) brasileira (Brasil, 2019). Este fato pode estar associado, pelo menos em parte, pelo nível de competição das jogadoras (amador). Segundo Ferreira (2007), os jogos amadores têm características de promoção de lazer e sociabilidade. Desta forma, após os jogos há confraternizações entre as equipes e a bebida alcoólica pode ser consumida por elas também neste momento, pois na cultura brasileira consumir bebida alcoólica para comemorar e celebrar é um ato social que estabelece identidade entre grupos. Vale destacar que, outros fatores podem influenciar negativamente o consumo abusivo de álcool, como contexto social familiar, não avaliados neste estudo.

 

    Outro destaque desta pesquisa, reside no fato de as jogadoras embora sejam consideradas fisicamente ativas, despendem muito tempo em comportamento sedentário. Estudo com atletas que disputavam a Premier League do Futebol Inglês (Weiler et al., 2015) também apontou tempo excessivo em comportamento sedentário no tempo livre (500.6 ± 59.0 minutos/dia) sugerindo que mesmo atletas de elite, os quais, em geral, atendem ou excedem as recomendações mínimas de atividade física propostos pelas instituições relacionadas à saúde, não estão livres do comportamento sedentário como fator de risco. Segundo evidências recentes, permanecer muito tempo em comportamento sedentário pode ser considerado fator de risco independente da atividade física. (Stamatakis et al., 2019; Rezende et al., 2016)

 

    Neste caso, há evidência que o tempo em comportamento sedentário está associado positivamente à mortalidade, ou seja, quanto maior for o tempo passado sentado, maior o risco de morte por todas as doenças, por doenças cardiovasculares, por câncer e há aumento na incidência de doenças cardiovasculares e de câncer. (Biswas et al., 2015; Wilmot et al., 2012; Proper et al., 2011)

 

    Destaca-se ainda que o tempo sentado e tempo assistindo televisão está associado significativamente com biomarcadores de risco cardio-metabólicos para a saúde como o Índice de Massa Corporal, a circunferência da cintura, a pressão arterial sistólica, o colesterol os triglicerídeos e os índices glicêmicos, independente do sexo. (Thorp et al., 2010)

 

    Sobre o hábito de consumir regularmente frutas e hortaliças, que as jogadoras apresentaram, são essenciais para uma dieta saudável, diminuindo o risco de doenças cardiovasculares e determinados tipos de câncer. (Lock et al., 2005; Bazzano et al., 2003; Riboli, e Norat, 2003)

 

    De acordo com Van Duyn, e Pivonka (2000) e Rolls (2004), as frutas, legumes e verduras são alimentos ricos em nutrientes de poucas calorias, sendo assim seu consumo favorece a manutenção da saúde ou a perda de peso de forma saudável.

 

    A partir dos parâmetros do Índice de Massa Corporal (IMC), a maioria está dentro dos padrões recomendados, possivelmente por serem fisicamente ativas e apresentarem um consumo grande de frutas e hortaliças. Entretanto, apesar da fragilidade do IMC no sentido de verificar a distribuição da composição corporal, ele tem sido uma ferramenta conveniente em estudos populacionais em função dos demais métodos serem menos acessíveis ou inviáveis para determinadas pesquisas. (Oliveira et al., 2010; Cervi et al., 2005; Rezende et al., 2007)

 

    Em relação ao tabagismo, 92,7% das participantes afirmaram não fumar, resultado positivo como indicador de saúde, uma vez que, segundo Malcon, Menezes, e Chatkin (2003) o tabagismo está entre as principais causas evitáveis de doenças. Destaca-se neste indicador que o Brasil apresenta leis (Brasil, 2020c; 2020d) que restringem o uso do tabaco e sua propaganda, podendo ser motivos que justifiquem o baixo consumo.

 

    Algumas limitações deste estudo devem ser consideradas. Algumas variáveis de fatores de risco proposta pela WHO (2020c) não foram avaliadas nesse estudo, a exemplo da pressão arterial, colesterol, diabetes mellitus, entre outros, em função da inviabilidade de acesso aos instrumentos necessários para a correta medição das variáveis. Além disso, não foi possível obter dados suficientes para calcular o consumo de frutas e hortaliças conforme recomendado e a opção de utilizar o IMC referido e não o mensurado.

 

    Contudo, esta pesquisa traz uma discussão inédita relacionada a um grupo social pouco estudado, especialmente no que se refere à área da saúde. Assim, para além de indicar a presença de um fator de risco para as DCNT (consumo excessivo de álcool) e alto tempo de tela no momento de lazer, a grande potencialidade do estudo está em colaborar no caminho da igualdade de gênero na ciência e na medicina uma vez que é um estudo apenas com mulheres. Por isso, a partir desse estudo, um amplo conjunto de possibilidades podem ser desencadeadas a partir do seu aprofundamento (investigando melhor o consumo do álcool e o comportamento sedentário no momento de lazer), ou do desenvolvimento de investigações de perfil de jogadoras em outras realidades.

 

Conclusões 

 

    Conclui-se com essa pesquisa que as jogadoras de futebol feminino de Ilhéus (BA) e Itabuna (BA) apresentam bons indicadores de saúde, como níveis adequados de atividade física, consumo regular de frutas e hortaliças, peso normal e não são fumantes. Entretanto, dois indicadores são preocupantes, o consumo abusivo de álcool e o comportamento sedentário, pois consistem em importantes fatores de risco à DCNT e mortes por todas as causas.

 

    Desta forma, mais pesquisas a respeito desta temática torna-se essencial para a melhor compreensão, sobretudo, dos determinantes na adoção de fatores de risco modificáveis, visando posteriormente a elaboração de um planejamento afim de melhorar a qualidade de vida dessas mulheres.

 

Referências 

 

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Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 25, Núm. 274, Mar. (2021)