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ISSN 1514-3465

 

Efeito da manipulação do ambiente de treino no tempo 

de execução das ações de técnicas de futebolistas

Effect of Training Environment Manipulation on the Execution Time of Soccer Players' Technical Actions

Efecto de la manipulación del ambiente de entrenamiento en 

el tiempo de ejecución de las acciones técnicas de futbolistas

 

Guilherme Vinicius Moreira Grandim*

gui.grandim@gmail.com

Anderson Calderani Junior**

andersoncalderanijunior@yahoo.com.br

Felipe Lovaglio Belozo***

flbelozo@yahoo.com.br

Eliel Calazans Ferreira****

elielcalazans@gmail.com

Cristian Javier Ramirez Lizana+

crlizana1@gmail.com

Larissa Rafaela Galatti++

lagalatti@hotmail.com

Alcides José Scaglia+++

alcides.scaglia@gmail.com

 

*Bacharel em Ciências do Esporte

Mestre em Ciências da Nutrição e do Esporte e Metabolismo

Atualmente é membro do Laboratório de Estudos em Pedagogia do Esporte (LEPE)

pela Universidade Estadual de Campinas

Atuou como preparador físico nos últimos 10 anos com futebol em Alto Rendimento

com passagens por Inter de Limeira e Ponte Preta

Atualmente atua na função no Sport Club Corinthians Paulista

**Bacharel em Educação Física na área de Ciências do Esporte

Mestre em Ciências da Nutrição Esporte e Metabolismo

Doutor em Educação Física na área de Biodinâmica do Movimento e Esporte

pela Faculdade de Educação Física da Unicamp (2021)

Atualmente trabalha como Educador Esportivo em projetos sociais

pela prefeitura municipal de Rio Claro, SP

***Graduado em Educação Física pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas

Especializado em Treinamento Desportivo pela UNIFESP

Mestre em Ciências da Nutrição, Esporte e Metabolismo pela UNICAMP

Atualmente é gerente de esportes na cidade de Hortolândia-SP

Professor do curso de Educação Física na Faculdade NetWork

Professor responsável nos cursos de pós-graduação das faculdades FMU e Finama.

Pesquisador do Laboratório de Pedagogia do Esporte (FCA-UNICAMP)

****Graduado em Educação Física pela UNESP, Campus Presidente Prudente

Mestre em Ciências da Nutrição e do Esporte e Metabolismo na Unicamp

Tem experiência como professor de futebol, atuando no projeto de extensão da UNESP

e na Escola de Futebol do Clube Atlético do Paraná (CAPA)

+Graduado em Educação Física

Mestre em Ciências da Nutrição, Esporte e Metabolismo

pela Universidade Estadual de Campinas

Docente no curso de pós graduação em Pedagogia do Esporte da FMU

Docente no curso de pós graduação em Futebol e Futsal na Universidade 

Estácio de Sá Docente na Fundação Municipal de Ensino Superior de Bragança Paulista

Atua também como Analista de Desempenho

da Seleção Brasileira Feminina de Futebol

++Doutora e Livre Docente pela Unicamp

Pesquisadora do Grupo de Estudos em Pedagogia do Esporte (LEPE)

Docente do Curso de Ciências do Esporte da Faculdade de Ciências Aplicadas

Credenciada ao Programa de Pós-Graduação em Educação Física da FEF/UNICAMP

Parecerista e membro de corpo editorial em diferentes países, em revistas com

a International Sport Coaching Journal (ISCJ)

e da Physical Education and Sport Pedagogy (PESP)

Membro do Cômitê Científico do International Council for Coaching Excellence (ICCE). 

Tem formação como International Master Coach Developer

pela Nippon Coach Developer Academy (NCDA, Tóquio, Japão)

Tem experiência como professora visitante, palestrante e formadora

de treinadores/as em países das Américas, Europa, África e Ásia

+++Livre Docente em Pedagogia do Esporte e Pedagogia do Jogo

Doutor em Pedagogia do Movimento

Mestre em Pedagogia do Esporte

Licenciado em Educação Física

Bacharel em Educação Física

pela Universidade Estadual de Campinas

Atualmente é professor associado (M.S.5.1)

na Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA-UNICAMP)

no curso de Ciências do Esporte da UNICAMP

Corresponsável do LEPE (Laboratório de Estudos em Pedagogia do Esporte)

Líder do grupo de pesquisa LEPE-FUT

Docente pleno no programa de pós-graduação, mestrado

e doutorado da Faculdade de Educação Física (FEF) da UNICAMP

(Brasil)

 

Recepção: 28/03/2020 - Aceitação: 10/03/2022

1ª Revisão: 31/08/2021 - 2ª Revisão: 29/09/2021

 

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https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt

Citação sugerida: Grandim, GVM, Calderani Junior, A., Belozo, FL, Ferreira, EC, Lizana, CJR, Galatti, LR, e Scaglia, AJ (2022). Efeito da manipulação do ambiente de treino na tomada de decisão de futebolistas. Lecturas: Educación Física y Deportes, 27(289), 56-70. https://doi.org/10.46642/efd.v27i289.2092

 

Resumo

    Resolver problemas através de rápidas e assertivas decisões é parte importante das capacidades que um futebolista necessita dominar. O desenvolvimento dessa habilidade é possível através da utilização de jogos reduzidos nos quais são manipuladas regras e área possibilitando um ambiente enriquecedor de aprendizagem. O objetivo do estudo é analisar a manipulação do ambiente de treino com a adição de regras externas e o aumento da área por jogador analisando a tomada de decisão nas ações técnicas em sua quantidade, a qualidade e o tempo de execução. Onze jogadores de futebol pertencentes à categoria sub-20 participaram de três formatos de jogos: três contra três com goleiros (área por jogador - 60,75 m²), seis contra seis com goleiros (área por jogador - 118,8 m²) e dez contra dez com goleiros (área por jogador - 305 m²) em três condições (jogo sem regras externas, jogo com regras externas e jogo oficial). A filmagem dos jogos ocorreu por até quatro câmeras de vídeos digitais e foram analisadas em ambiente Dvideo possibilitando obter a ação dos jogadores em função do tempo. Os resultados demonstraram diferença significativa com maiores valores na quantidade e tempo das ações técnicas nas condições de inserção de regras externas (p<0,05) e em áreas menores por jogadores (p<0,05). O estudo concluiu que a utilização de treinamento com jogos manipulando o ambiente geram estímulos que possibilitam o atleta a aprimorar os acertos e velocidade das ações técnicas.

    Unitermos: Jogos reduzidos. Regras externas. Futebolistas. Área por jogador.

 

Abstract

    Solving problems through quick and assertive decisions is an important part of the skills that a footballer needs to master. The development of this ability is possible through the use of reduced games in which we manipulate rules and area, enabling an enriching learning environment. The objective of the study is to analyze the manipulation of the training environment with the addition of external rules and the increase of the area per player, analyzing the decision making in technical actions in its quantity, quality and execution time. Eleven football players belonging to the sub-20 category participated in three game formats: three against three with goalkeepers (area per player - 60.75 m²), six against six with goalkeepers (area per player - 118.8 m²) and ten against ten with goalkeepers (area per player - 305 m²) in three conditions (game without external rules, game with external rules and official game). The filming of the games took place through up to four digital video cameras and were analyzed in a Dvideo environment, making it possible to obtain the players' action as a function of time. The results showed a greater significant difference in the amount and time of technical actions in the conditions of insertion of external rules (p<0.05) and in smaller areas by players (p<0.05). The study concluded that the use of training with games manipulating the environment generates stimuli that enable the athlete to improve the correctness and speed of technical actions.

    Keywords: Small-sided games. External rules. Soccer players. Area by player.

 

Resumen

    Resolver problemas a través de decisiones rápidas y asertivas es una parte importante de las habilidades que un futbolista necesita dominar. El desarrollo de esta habilidad es posible mediante el uso de juegos reducidos en los que las reglas y el área son manipuladas, lo que permite un entorno de aprendizaje enriquecedor. El objetivo del estudio es analizar la manipulación del entorno de entrenamiento con la adición de reglas externas y el aumento del área por jugador, analizando la toma de decisiones en acciones técnicas en su cantidad, calidad y tiempo de ejecución. Once futbolistas pertenecientes a la categoría sub-20 participaron en tres formatos de juego: tres contra tres con porteros (área por jugador - 60,75 m²), seis contra seis con porteros (área por jugador - 118,8 m²) y diez contra diez con porteros (superficie por jugador - 305 m²) en tres condiciones (juego sin reglas externas, juego con reglas externas y juego oficial). Los partidos fueron filmados por hasta cuatro cámaras de video digitales y analizados en un ambiente Dvideo, lo que permitió obtener la acción de los jugadores en función del tiempo. Los resultados mostraron una diferencia significativa con valores más altos en la cantidad y tiempo de acciones técnicas en las condiciones de inserción de reglas externas (p<0,05) y en áreas más pequeñas por parte de los jugadores (p<0,05). El estudio concluyó que el uso del entrenamiento con juegos manipulando el ambiente genera estímulos que posibilitan al jugador mejorar la precisión y velocidad de las acciones técnicas.

    Palabras clave: Juegos reducidos. Reglas externas. Futbolistas. Área por jugador.

 

Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 27, Núm. 289, Jun. (2022)


 

Introdução 

 

    As investigações acerca do tempo de ação no desporto, em especial no futebol, têm crescido nos últimos anos, com ênfase nas habilidades de percepção e cognição e níveis de experiência entre jogadores (Rahimpour et al., 2021). O tempo de execução de uma ação está ligada a percepção tático-cognitivas e sua relação com a inteligência, criatividade e repertorio motor, compreendendo os elementos que compõem o jogo, selecionando as melhores respostas rapidamente e possibilitando a quem joga reconhecer, orientar e regular suas ações. (Greco, 2006; Gréhaigne, e Wallian, 2007)

 

    As resoluções dos problemas impostos pelo jogo emergem das constantes interações exercidas por diferentes constrangimentos (indivíduo, da tarefa e do envolvimento), tornando, assim, uma das capacidades mais importantes de um atleta (Araujo et al., 2006; Duarte et al., 2010; Lopes et al., 2008). O jogador em um ambiente altamente variado e complexo como ocorre no futebol precisa interpretar cada situação, realizar a solução mental do problema e resolver de forma motora os problemas, que ocorrem de forma imprevisível, caótica e aleatória. (Araújo, e Davids, 2016)

 

    Escolher qual a melhor solução está atrelado à capacidade do jogador em selecionar informações ambientais relevantes (da Silva Matias, e Greco, 2010). O vínculo entre a percepção e ação é fundamental para o jogador desempenhar um papel crucial na captação de informações do ambiente e o tempo no qual ele executa sua ação (Araújo, e Davids, 2016). É importante uma boa interação entre as componentes perceptivas e motoras, pois a ação pode ser influenciada por aspectos individuais como estratégias, conhecimento de base, conhecimentos táticos, recursos motores, localização, tempo e aspectos coletivos como relações de força e redes de competência (Duarte et al., 2010).O desenvolvimento do tempo de ação deve ser realizado dentro de um ambiente de jogo, rico em problemáticas com alta imprevisibilidade, aleatoriedade e multiplicidade de ações. (da Silva Matias, e Greco, 2010)

 

    Dessa forma, os jogos reduzidos começaram a ganhar espaço na preparação das equipes (Olthof et al., 2018) devido à sua capacidade de integrar no desenvolvimento do jogador o aspecto tático de forma conjunta aos aspectos técnicos e físicos, possibilitando ao treinador manipular diversas variáveis como área por jogador e inserção de regras externas conforme a necessidade de desenvolvimento do jogador dentro de um processo formativo (Sarmento et al., 2018). Essa manipulação do ambiente de treinamento busca integrar e consequentemente potencializar as ações técnicas aprimorando sua assertividade e principalmente reduzindo o tempo das ações realizadas nos jogos competitivos. (Praça et al., 2016)

 

    Em geral os estudos apresentam uma maior preocupação em investigar as respostas físico-motoras e fisiológicas das manipulações realizadas (Owen et al., 2014; Sampaio et al., 2014). Os estudos pouco investigam o tempo e a qualidade da ação do jogador no treinamento e nos jogos oficiais. (Davids et al., 2013)

 

    Pensando em uma metodologia de treinamento baseado nos jogos (Belozo et al., 2018; Lizana et al., 2015) é fundamental entender a capacidade do jogador quanto ao seu tempo de ação dentro do jogo, pois a qualidade e a quantidade de ações tomadas apresentam grande influência nas ações físico-motoras e consequentemente no rendimento final da equipe. Essa metodologia de treino demonstra que a manipulação do ambiente qualifica e diminui o tempo de ação dos jogadores.

O objetivo do estudo é analisar através das ações técnicas individuais o efeito da manipulação do ambiente de treino e sua relação com o jogo oficial utilizando jogos reduzidos com e sem a adição de regras externas e com aumento da área por jogador mensurando a quantidade, qualidade e tempo de execução das ações de tomadas de decisão.

 

Método 

 

Amostra 

 

    O presente estudo contou com a participação de onze jogadores de futebol (n=11) que pertenciam à categoria sub-20 (idade:19,4 ± 0,7 anos; massa corporal: 66,58 ± 7,7kg; altura:174,04 ± 6,9 cm; % de Gordura: 10,9 ± 2,9) de um clube pertencente à Primeira Divisão da Federação Paulista de Futebol durante o período competitivo. Os onze jogadores participantes da pesquisa foram selecionados a partir da escolha realizada pela comissão técnica, sendo eles os dez titulares da equipe mais um suplente que participaram do jogo oficial. Cada jogador atuou pelo menos em cinquenta por cento da partida (50%).

 

    Todos os jogadores no estudo possuíam uma prática de pelo menos quatro anos na modalidade e experiência no treinamento com jogos reduzidos. Os participantes foram confirmados no estudo após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (CAAE: 20862613.3.0000.5404 e parecer nº 421.211).

 

Delineamento experimental 

 

    Os onze jogadores foram submetidos a seis jogos de 30 minutos de forma contínua em diferentes tamanhos de área por jogador. Os jogos foram distribuídos nos formatos 3x3 + Goleiros (Dimensão: 27x18 metros / Área Total: 486 m² / Área por Jogador: 60,75 m²), 6x6 + Goleiros (Dimensão: 52x32 metros / Área Total: 1664 m² / Área por Jogador: 305 m²), 10x10 + Goleiros (Dimensão: 105x64 metros / Área Total: 6720 m² / Área por Jogador: 305 m²) realizados em duas condições: Jogo Sem Regras Externas – JSRE (apenas regras oficiais do futebol); Jogo com Regras Externas – JCRE (adição de regras externas com ênfase no princípio operacional de manutenção da posse de bola).

 

    As regras externas consistiam em: Regra 1: cinco passes seguidos no campo ofensivo (um ponto); Regra 2: transitar a bola horizontalmente nos corredores laterais (um ponto); Regra 3: marcar um gol após cinco passes no campo ofensivo (oito pontos); Regra 4: somente dois toques na bola. Não foram analisadas as ações dos goleiros no presente estudo.

 

    Os jogos foram registrados por até quatro câmeras de vídeo digitais (JVC-Everio GZ-HM690 Full HD) configuradas com resolução de 1920x1080, padrão NTSC, 30 Hz de frequência na aquisição e formato de saída AVCHD (Advanced Video Codec High Definition). As câmeras foram colocadas no ponto mais alto da arquibancada de forma fixa enquadrando todo o campo de jogo.

 

    Após a aquisição das imagens dos jogos, as filmagens foram transferidas para o disco rígido de um computador para armazenamento (Intel ® Core ™ i7-2600k, 3.40GHz, memória RAM, 16 GB, placa de vídeo NVIDIA GeForce 9500 GT) e convertidos para o formato AVI (Audio Vídeo Interleaved) com resolução de 480x640 pixels.

 

    Para retirar as informações espaciais e temporais dos jogos reduzidos foi criado um sistema de referência com eixo X (linha lateral) e eixo Y (linha de fundo). As coordenadas reais do sistema foram medidas por uma trena laser Leica Disto™ D5 (precisão de 0,001 m) e um nivelador laser Bosch GPL 5C Professional. O método DLT (Direct Linear Transformation) foi usado para a calibração e reconstrução bidimensional em ambiente digital. (Abdel-Aziz, e Karara, 2015)

 

    Para obtenção da posição dos jogadores em função do tempo e registro das ações técnicas que ocorreram nos jogos foi utilizado o Sistema Dvideo (Figueroa et al., 2003). Para as ações técnicas foram registradas a ação realizada, o jogador que realizou e o resultado da ação (certo ou errado). Foram registradas as ações de início (domínio) e termino (passe, lançamento; cruzamento e finalização) da jogada (Tabela 1). Após o armazenamento das informações geradas pela medição dos jogos criou-se um algoritmo em ambiente Matlab® capaz de organizar as informações geradas por cada jogador.

 

Tabela 1. Ações técnicas coletadas no estudo

Ações

Definição

Ações

Técnicas

Domínio

Foi considerado domínio, a recepção da bola (com diferentes partes do corpo), no primeiro contato, a fim de amortecer e conservá-la próxima de si para manter a posse. A ação foi considerada correta quando o jogador conseguiu o controle da bola.

Passe

Jogador de posse da bola transfere a mesma para um companheiro de equipe. A ação foi considerada correta se a bola chegasse ao domínio do companheiro de equipe

Lançamento

O jogador de posse transmite a bola pelo alto percorrendo grande distância no campo até chegar ao companheiro de equipe. A ação foi considerada correta quando a bola chegasse ao domínio do companheiro de equipe.

Cruzamento

Considerou-se cruzamento quando a bola foi cruzada das zonas laterais do campo na área adversária. A ação foi considerada correta quando a bola chegasse ao companheiro de equipe.

Finalização

O jogador de posse realiza o remate à baliza com o objetivo de marcar o gol. A ação foi considerada correta quando a bola atingisse a baliza sendo ou não defendida pelo goleiro.

Fonte: Autores

 

Análise estatística 

 

    A normalidade dos dados foi verificada pelo teste de Shapiro-Wilk. Para comparação das variáveis foi utilizado o teste ANOVA One-Way relacionadas ao total de ações realizadas (T), as ações certas (AC), o tempo médio de execução da ação (TM) e o intervalo entre as ações (IEA) nos formatos de jogos 3x3+G, 6x6+G e 10x10+G com adição regras externas (JCRE) e sem regras externas (JSRE) e com o Jogo Oficial (JO). Por fim, foi aplicado o post hoc de Tukey quando houve diferença significativa.

 

    A qualidade e fiabilidade dos dados intra-observador foi verificada pelo uso do Kappa de Cohen (Cohen, 1968) no qual o mesmo observador em um espaço de 15 dias observou o mesmo jogo. O valor de κ encontrado no teste variou entre 0,96 (lançamento) e 1,00 (passe, domínio, cruzamento e finalização) sendo superiores aos valores de 0,85. (Bakeman et al., 1989)

 

Resultados 

 

    Analisando os resultados obtidos pelo teste ANOVA One-way, houve diferença significativa no total de ações técnicas (T) quando comparadas as condições de adição de regras externas (JCRE) e sem regras externas (JSRE) nos formatos 3x3+GK (p<0,01) e 10x10+GK (p<0,01) e 3x3+GK (p<0,01) e 6x6+GK (p<0,01) sendo que as médias obtidas nos jogos com as regas externas (JCRE) foram superiores. Na condição de manipulação da área por jogador, as médias apresentaram diferença significativas nas condições 3x3+GK (p<0,01) vs 6x6+GK (p<0,01) vs 10x10+GK (p<0,01) para a adição de regras externas (JCRE) e sem regras externas (JSRE) com médias maiores para os campos 3x3+GK. Quando comparada as médias dos três formatos de campo com o Jogo Oficial (JO), foram encontradas diferenças entre 3x3+GK (p<0,01) e 10x10+GK (p<0,01) apenas na condição com a adição das regas externas (JCRE) com o Jogo Oficial (JO) apresentando médias menores.

 

    Na variável de acerto das ações técnicas (AC) houve diferença significativa nas condições de adição de regras externas (JCRE) e sem regras externas (JSRE) nos formatos 3x3+GK (p<0,01) e 6x6+GK (p<0,01). Na condição de manipulação da área por jogador, as médias apresentaram diferença significativas nas condições 3x3+GK (p<0,01) vs 6x6+GK (p<0,01) vs 10x10+GK (p<0,01) para a adição de regras externas (JCRE) e sem regras externas (JSRE) predomino das médias para os campos 3x3+GK. Comparando as médias dos três formatos de campo com (JCRE) e sem (JSRE) adição de regras externas e o Jogo Oficial (JO) foram encontradas diferenças entre 3x3+GK (p<0,01) e 6x6+GK (p<0,01) apenas na condição com a adição das regas externas (JCRE) com o Jogo Oficial (JO) apresentando médias menores novamente.

 

    A Figura 1 apresenta os indicadores do post hoc de Tukey para as médias das ações técnicas.

 

Figura 1. Médias e desvios padrões do total das ações técnicas (TA) e acertos (AC) nos formatos de 3x3+GK, 6x6+GK,

10x10+GK e Jogo Oficial (JO) com adição das regras externas (JCRE) e sem adição e regras externas (JSRE)

Figura 1. Médias e desvios padrões do total das ações técnicas (TA) e acertos (AC) nos formatos de 3x3+GK, 6x6+GK, 10x10+GK e Jogo Oficial (JO) com adição das regras externas (JCRE) e sem adição e regras externas (JSRE)

* Diferenças estatisticamente significativas (p<0,05) entre as condições 

de adição das regras externas (JCRE) e sem adição das regras externas (JSRE).

$ Diferenças estatisticamente significativas (p<0,05) entre os 

formatos de jogos 3x3+GK (JSRE) vs 6x6+GK (JSRE) vs 10x10+GK (JSRE).

# Diferenças estatisticamente significativas (p<0,05) entre os formatos 

de jogos 3x3+GK (JCRE) vs 6x6+GK (JCRE) vs 10x10+GK (JCRE).

% Diferenças estatisticamente significativas (p<0,05) entre os formatos de 

jogos 3x3+GK (JCRE), 6x6+GK (JCRE) e 10x10+GK (JCRE) vs Jogo Oficial (JO).

 

    Observando os resultados do tempo médio das ações (TM), houve diferença estatística significativa nas condições de adição de regras externas (JCRE) e sem regras externas (JSRE) nos formatos 3x3+GK (p<0,01), 6x6+GK (p<0,01) e 10x10+GK (p<0,01) sendo que as ações na condição de adição das regras externas (JCRE) apresenta médias inferiores. Quando manipulada a área por jogador, as médias não apresentaram diferença quando ao tempo médio da execução da ação (TM). Na comparação entre as médias dos três formatos com (JCRE) e sem (JSRE) adição de regras externas com o Jogo Oficial (JO) foram encontradas diferenças nos formatos de 3x3+GK (p<0,01), 6x6+GK (p<0,01) e 10x10 (p<0,01) apenas na condição da adição das regras externas (JCRE).

 

    Por fim, analisando a variável do intervalo médio entre as ações (IEA), houve diferença significativa apenas entre a condição de adição de regras externas (JCRE) e o Jogo Oficial (JO) nos formatos de campo de 3x3+GK (p<0,01), 6x6+GK (p<0,01) e 10x10+GK (p<0,01). Nas demais situações comparando a manipulação da área por jogador e os campos com (JCRE) e sem (JSRE) adição de regras externas não houve diferença significativa.

 

    A Figura 2 apresenta os indicadores do post hoc de Tukey para as médias em segundos das ações técnicas.

 

Figura 2. Médias e desvios padrões do tempo médio das ações (TM) e intervalo entre as ações (IEA) 

em segundos nos formatos de 3x3+GK, 6x6+GK, 10x10+GK e Jogo Oficial (JO) 

com adição das regras externas (JCRE) e sem adição e regras externas (JSRE)

* Diferenças estatisticamente significativas (p<0,05) entre as condições de 

adição das regras externas (JCRE) e sem adição das regras externas (JSRE).

% Diferenças estatisticamente significativas (p<0,05) entre os formatos de 

jogos 3x3+GK (JCRE), 6x6+GK (JCRE) e 10x10+GK (JCRE) vs Jogo Oficial (JO).

 

Discussão 

 

    O estudo teve como objetivo comparar as respostas das ações técnicas nas condições de manipulação da área por jogador e inserindo (JCRE) e retirando (JSRE) regras externas. Os resultados demonstraram diferenças significativas no total das ações realizadas (T), acertos (AC), tempo médio de ação do jogador (TM) e intervalo entre as ações realizadas (IEA) em ambas as condições.

 

    Comparando os jogos com (JCRE) e sem (JSRE) regras externas, houve diferenças significativas no total das ações (T), na assertividade (AC) e no tempo médio das ações (TM), sendo que os jogos na condição com a inserção da regra externa (JCRE) apresentam médias maiores para total (T) e acerto (AC) e menor no tempo médio da ação (TM).

 

    A inserção de regras que enfatizam a manutenção da posse da bola influencia diretamente na quantidade, qualidade e velocidade que essas ações são realizadas, principalmente pela influência da Regra 4 que impossibilita a condução da posse da bola. É necessário que o jogador tenha maior mobilidade para abertura de linhas de passe fazendo com que a bola progrida até o gol, circulando a posse com maior velocidade possível. (Belozo et al., 2018; Ferreira et al., 2019; Lizana et al., 2015)

 

    A inserção de regras externas possibilita ao jogador aprimorar suas ações técnicas de transmissão da posse da bola contextualizado ao jogo e consequentemente sua velocidade de ação e assertividade, devido ao fato de o tempo médio da ação (TM) ser menor e o total e assertividade de ações serem maiores que nos jogos sem a adição de regras externas. Essas condições de treinamento com jogos reduzidos geram situações de pressão espaço-tempo nas ações dos jogadores, fazendo com que a ação ocorra em menor tempo. (Belozo et al., 2018; Ferreira et al., 2019; Lizana et al., 2015)

 

    A manipulação da área por jogador dentro das condições de inserção de regras externas (JCRE) e sem regras externas (JSRE) também apresentou diferença significativa superior no total das ações (T) e nas ações certas (AC) sendo que os campos menores (3x3+GK > 6x6+GK > 10x10+GK) possuem maiores médias.

 

    Quando a área por jogador é manipulada diminuindo esse espaço, mais ações técnicas contextualizadas são realizadas devido ao constrangimento do espaço de jogo. O atleta tem um desenvolvimento da sua técnica individual de forma mais complexa pelo ambiente imprevisível que ocorre na relação bola-companheiro-adversário-alvo e sua relação com o espaço. (Silva et al., 2014)

 

    Essa área manipulada também exige que o jogador apresente mais ações assertivas direcionando a evolução e desenvolvimento da velocidade de ação e a técnica. Os jogadores precisam de ações individuais e coletivas mais rápidas para conseguir chegar ao campo ofensivo e pontuar antes que a defesa adversária se organize. (Belozo et al., 2018; Ferreira et al., 2019; Lizana et al., 2015)

 

    Não houve diferença significativa no tempo médio das ações (TM) e no intervalo entre as ações (IEA) quando a área por jogador foi manipulada. Isso demonstra que é necessário a inserção de regras externas (JCRE) em conjunto com a manipulação do espaço. Assim, o jogador será submetido no treinamento a um ambiente complexo, aleatório e imprevisível, exigindo do mesmo uma evolução da velocidade e assertividade das ações técnicas.

 

    Comparando o Jogo Oficial (JO) com as condições da manipulação da área por jogador e nos jogos reduzidos com (JCRE) e sem (JSRE) regras externas, houve diferença significativa maiores nas ações técnicas totais (T), certas (AC), tempo médio (TM) e intervalo entre as ações realizadas (IEA) quando inseridas as regras externas (JCRE), enquanto na condição sem as regras externas (JSRE) não apresentaram nenhuma diferença.

 

    A inserção das regras externas acaba distanciando o jogador quanto às ações técnicas em total e tempo na comparação com o jogo oficial (JO). Como meio de treinamento, principalmente visando um desenvolvimento técnico, a inserção de regras externas é importante ferramenta para o desenvolvimento contextualizado do jogador direcionando o mesmo ao centro de jogo (Machado et al., 2013), propiciando um aumento na quantidade, assertividade e velocidade das ações técnicas. Esse ambiente rico em informações e situações problemas torna possível a criação de um arcabouço de informações em forma de respostas motoras aos problemas que o jogo emerge, preparando o jogador para a competição.

 

    Manipular variáveis como área por jogador e inserir regras externas geram um ambiente de treinamento rico em informações e principalmente em desafios, possibilitando o atleta um aprimoramento técnico individual na assertividade e velocidade das ações e uma evolução nas inter-relações com os demais jogadores. (Davids et al., 2013; Duarte et al., 2010; Ferreira et al., 2019)

 

    Para futuros estudos, é sugerida uma observação mais longitudinal da amostra quando ao comportamento e evolução das ações técnicas nas mesmas condições ou mesmo inserção de outros tipos de regras e como elas influenciam as variáveis analisadas.

 

Conclusão 

 

    As diversas situações-problema criadas pelos jogos manipulados obrigam o jogador a selecionar de forma mais rápida e correta qual a ação técnica é mais consistente. Isso é possível pelo ambiente de aprendizagem gerado pelas regras externas e manipulações da área por jogador permitindo aos jogadores explorar e descobrir novas fontes de informações que o jogo proporciona a cada instante. Assim, o jogador será capaz de melhorar seu conhecimento sobre o jogo ganhando experiência para aumentar sua habilidade de resolver problemas de forma rápida e eficaz adaptando-se a novas situações.

 

    O delineamento experimental do estudo apresenta limitações quanto ao entendimento da manipulação do ambiente de treinamento sob as respostas das ações técnicas e como elas são transportadas para o jogo oficial. Os resultados apresentados no estudo corroboram que ao manipular o ambiente de jogo, emergem situações para o desenvolvimento técnico, porém não demonstram como o jogador utiliza o aprimoramento dessas ações no jogo oficial.

 

Referências 

 

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Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 27, Núm. 289, Jun. (2022)