efdeportes.com

Incidência de displasia broncopulmonar 

em prematuros: uma revisão integrativa

La incidencia de displasia broncopulmonar en niños prematuros: una revisión integradora

Bronchopulmonary dysplasia incidence in premature infants: an integrative review

 

*Academica do Curso de Fisioterapia das Faculdades INTA

**Professora Co-orientadora das Faculdades INTA

***Professora Orientadora das Faculdades INTA

(Brasil)


Renata Céfora Torres Lopes

Francisca Rocha Carneiro Liberato

Francisca Maria Aleudinelia Monte Cunha

aleudinelia@yahoo.com.br

 

 

 

 

Resumo

          A Displasia Broncopulmonar é uma patologia considerada enfermidade crônica, progressiva que agrava o parênquima pulmonar e as vias aéreas, em conseqüência do uso prolongado da ventilação com pressão positiva intermitente e a toxidade por altas concentrações de oxigênio contínuo por mais de 28 dias pós-natal. O estudo presente teve o intuito de mostrar através de uma revisão integrativa a incidência de displasia broncopulmonar em recém-nascidos expostos a ventilação mecânica. O presente estudo trata-se de uma revisão inte­grativa da literatura, a qual é considerada método de pesquisa que possibilita a busca, a avaliação crítica e a síntese do estado do conhecimento sobre determi­nado assunto.

          Unitermos: Displasia broncopulmonar. Ventilação mecânica.

 

Abstract

          Bronchopulmonary dysplasia is a condition considered chronic illness, progressive aggravating the pulmonary parenchyma and the airways as a result of prolonged use of intermittent positive pressure ventilation and the toxicity of high concentrations of oxygen continuously for more than 28 days post Christmas. This study aimed to show through an integrative review the incidence of bronchopulmonary dysplasia in infants exposed to mechanical ventilation. This study deals with an integrative literature review, which is considered research method that enables the search, critical evaluation and synthesis of knowledge of the state on a given subject

          Keywords: Bronchopulmonary dysplasia. Mechanical ventilation.

 

Recepção: 27/10/2015 - Aceitação: 06/01/2016

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 20, Nº 213, Febrero de 2016. http://www.efdeportes.com/

1 / 1

1.     Introdução

    No Brasil, segundo os dados obtidos em 2001 pela Rede Brasileira de Pesquisas Neonatais, para os recém-nascidos com peso ao nascimento inferior a 1.500 g a incidência da Displasia Broncopulmonar (DBP) varia entre 3,3% a 30%, com média de 18,4%; quando se refere apenas àqueles com peso entre 500 e 750 g, a incidência aumenta e é estimada em torno de 70% a 85%7 (Brasil, 2009).

    Esta patologia é considerada uma enfermidade crônica, progressiva que agrava o parênquima pulmonar e as vias aéreas, em conseqüência do uso prolongado da ventilação com pressão positiva intermitente e a toxidade por altas concentrações de oxigênio contínuo por mais de 28 dias pós–natal, com alterações radiológicas (Oliveira, 2002).

    A DBP tem sido considerada uma doença de etiologia não totalmente estabelecida, sendo resultante de múltiplos fatores que atuam sobre um sistema pulmonar imaturo, sujeito a várias agressões e, ao mesmo tempo, com mecanismos de defesa ainda não completamente desenvolvidos. Em contrapartida, o único consenso unânime refere-se à imaturidade pulmonar como fator de risco para o desenvolvimento da Displasia Bronco Pulmonar (Cunha; Mezzacappa; Ribeiro, 2003).

    A ventilação mecânica nas unidades de terapia intensiva (UTI) tem sido um marco que promove mais condições de sobrevida aos Recém-Nascidos, não apenas como suporte de vida, como também com profilático isto tem levado ao aparecimento de seqüelas pulmonares como a (DBP) e doenças neurológicas (Oliveira, 2002).

    Porém existem vários critérios de análise da função respiratória para o emprego da VM, porém, em caso de urgência em que não seja possível esta avaliação, o melhor indicador para sua utilização é o quadro clínico do paciente. Faz-se necessário, se otimizar as técnicas e as estratégias ventilatórias, para reduzir os problemas a ela relacionados (Oliveira, 2002; Reinaux et al, 2011).

    Com os avanços tecnológicos no tratamento da insuficiência respiratória do neonato, houve uma alteração na apresentação fisiopatológica da DBP, mas não ocorreu diminuição na incidência da doença. Atualmente, de acordo com a patologia podemos classificá-la em DBP clássica e DBP nova ou atípica.

    Geralmente os neonatos que desenvolveram a DBP clássica foram submetidos a altos parâmetros ventilatórios nos primeiros dias de vida, apresentam hipertensão pulmonar importante, com diminuição da saturação periférica de oxigênio arterial (SpO2) a manipulação, crises de broncoespasmos, atelectasias e infecções de pondero repetição. Podem também apresentar seqüelas em outros órgãos, como cor pulmonale, dificuldade na alimentação, evoluindo com dependência crônica de O2, baixo ganho-estatural e, atraso no desenvolvimento neuropsicomotor (Sarmento, 2007; Comaru et al, 2007).

    Sabemos hoje dos avanços dos estudos envolvendo RNPT, que ao nascerem prematuros necessitam de suporte ventilatório por se encontrarem incapazes de fazem trocas gasosas. E por outro lado existe uma grande incidência de RNPT em VM que evoluem com Displasia Broncopulmonar.

    Esse trabalho vai contribuir para confirmar a incidência da bronco displasia nos neonatos com menos de 28 semanas, que são submetidos à ventilação mecânica com alta oferta de O2, causando danos durante muitos anos da vida desse bebê. Existem técnicas que ajudam na melhora do quadro da displasia.

    Tivemos como objetivos mostrar a incidência de doenças displasia bronco pulmonar em prematura através de uma revisão integrativa

2.     Metodologia

    O presente estudo trata-se de uma revisão inte­grativa da literatura, a qual é considerada método de pesquisa que possibilita a busca, a avaliação crítica e a síntese do estado do conhecimento sobre determi­nado assunto (Mendes, 2008).

    O método de investigação fundamentado na revisão integrativa busca manter os padrões de clareza, rigor e replicação dos estudos primários.

    Assim, para a realização da revisão devemos obedecer seis etapas utili­zadas neste estudo: 1. Elaboração da pergunta norte­adora; 2. Busca na literatura; 3. Coleta de dados; 4. Análise crítica dos estudos incluídos; 5. Discussão dos resultados e 6. Apresentação da revisão integrativa (Souza, 2010).

    Para a seleção dos artigos foram consultadas as bases de dados de literatura científica e técnicas: Literatura Latino-Americana e de Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Electronic Library Online (SCIELO) no período de agosto a setembro de 2015. Os descritores foram selecionados a partir dos objetivos da pesquisa, sendo: prematuridade, displasia boncopulmonar e ventilação mecânica. A busca considerou as publicações dos últimos dez anos; sendo assim foram pesquisados artigos do período de 2005 a 2015. Foram critérios de exclusão: artigos repetidos, artigos não acessíveis em texto completo, resenhas, anais de congresso, monografias, teses, editoriais, artigos que não abordaram diretamente o tema deste estudo e artigos publicados fora do período de análise.

    Foram elaborados dois quadros para organização da análise dos artigos contendo os itens: autores, ano, título, tipo de estudo, objetivo e uma variável de interesse. No que se refere à importância da prematuridade na Displasia Bronco Pulmonar, a análise em sua maioria se fez em termos quantitativos, sumarizando os dados para formar as categorias à importância da fisioterapia em prematuros com (DBP). Os resultados serão discutidos e sustentados com outras literaturas pertinentes.

3.     Resultados e discussão

    O estudo foi elaborado através da análise de 8 artigos. Dos artigos selecionados para a amostra, dois (25%) foram localizados somente na base de dados LILACS; seis (75%), no SCIELO. Dos artigos um foi publicado em 2006, três em 2007, dois em 2009, dois em 2010, um em 2011, um em 2012. Todos possuíam mais de um autor que variam entre professores universitários, doutores, mestres, enfermeiros e médicos. Os objetivos dos estudos são diversificados e avaliam pontos diferentes mais que ao fim encontra-se o mesmo resultado referente à incidência de displasia boncopulmonar em prematuros após a exposição à ventilação mecânica. Os tipos de estudos eram dois transversais, dois quantitativos, dois analises uma regressão logística e uma pesquisa retrospectiva. Os quadros abaixo estão demostrando as principais características dos estudos avaliado. Sendo demostrado tema, ano, objetivo, autores, tópicos importantes e metodologia.

    No quadro 1 podemos descrever o título do artigo, seus autores, tipos de estudo e os objetivos.

Quadro 1. Artigos selecionados sobre incidência de displasia broncopulmonar

em prematuros, segundo título, autores, objetivo e tipo de estudo.

Titulo

Autores

Objetivo

Tipo de estudo

Análises histopatológica e morfometria no diagnóstico da “nova” displasia broncopulmonar e comparação clinico patológica com a forma clássica da doença

Cristina Terumy Okamoto, João Augusto Bahr, Larissa Luvison Gomes da Silva, Lúcia de Noronha

O objetivo deste trabalho é demonstrar as alterações histopatológicas e morfometrias em amostras de pulmões de RN prematuros que foram a óbito com evidencia clínica de “nova” DBP comparando-as com grupo controle e forma clássica da DBP e correlacionar estas formas com o tempo de uso de oxigênio e fatores de risco da DBP

Quantitativo

Ruptura prematura das membranas amnióticas no pré-termo: fatores associados à displasia broncopulmonar

Danielle Dias Gonçalves, Luiz Guilherme Pessoa Da Silva, Gláucio De Moraes Paula, Olga Bonfim, Maria Elizabeth Lopes Moreira, Augusta Maria Batista Assunção, Valeria Seild Figueira.

Identificar os fatores obstétricos e neonatais associados ao desfecho de displasia broncopulmonar em pacientes com amniorrexe prematura no pré-termo.

Analise 213 prontuários do Instituto Fernandes Figueira.

Influência de fatores maternos e neonatais no desenvolvimento da displasia broncopulmonar

Marcela Raquel de Oliveira Lima, Maria do Amparo Andrade, Ana Paula Guimarães de Araújo, José natal Figueroa, Lívia Barboza de Andrade

Analisar as características epidemiológicas da displasia broncopulmonar (DBP) e suas relações com condições maternas e neonatais em uma unidade neonatal.

Estudo transversal, descritivo e analítico.

Prevalência e fatores associados à displasia broncopulmonar em hospital de referência para microrregião de Minas Gerais

Brunnella Alcantara Chagas de Freitas, Mirene Peloso, Guilherme Lobo da Silveira, Giana Zarbato Longo

Avaliar a prevalência e os fatores associados à displasia broncopulmonar em uma unidade de terapia intensiva neonatal.

Estudo transversal

Displasia broncopulmonar: incidência, fatores de risco e utilização de recursos em uma população sul-americana de recém-nascidos de muito baixo peso

Jose L. Tapia, Daniel Agosti, Angelica Alegri, Jane Standen, Marisol Escobar, Carlos Grandi, Gabriel Musante, Jaime Zegarra, Alberto Estay, Rodrigo Ramírez, Grupo Colaborativo NEOCOSUR

Determinar a incidência de displasia broncopulmonar, os fatores de risco e a utilização de recursos em uma ampla população sul-americana de recém-nascidos de muito baixo peso ao nascer.

Análise multivariada de Poisson com variância robusta.

Modelo preditivo para displasia broncopulmonar ao final da primeira semana de vida

Carlos A. Bhering1, Christieny C. Mochdece, Maria E. L. Moreira, José R. Rocco, Guilherme M. Sant’Anna

Desenvolver um modelo preditivo capaz de identificar, ao final da primeira semana de vida, os recém-nascidos prematuros com maior probabilidade de evoluir para displasia broncopulmonar (DBP).

Regressão logística

Tempo de ventilação mecânica e desenvolvimento de displasia broncopulmonar

Ana Damaris Gonzaga, Bettina B. Duque Figueira, José Marconi A. Sousa, Werther Bruno W De Carvalho

Verificar a associação entre o tempo de uso da ventilação mecânica e o desenvolvimento de displasia broncopulmonar em recém-nascidos com peso de nascimento ≤1500 g.

Pesquisa retrospectiva

Incidência de reinternação de prematuros com muito baixo peso ou nascidos em um hospital universitário

Letícia Mayumi Hayakawa, Kayna Trombini Schmidt, Edilaine Giovanini Rossetto, Sarah Nancy Deggau Hegeto de Souza, Talita Maria Bengozi.

Este estudo investigou a incidência de reinternação e os fatores associados em prematuros nascidos com muito baixo peso em um hospital universitário

estudo descritivo, retrospectivo e de natureza quantitativa

    O quadro 2 é onde podemos demostrar a parte mais significa do estudo, pois mostra alguns resultados dos estudos já feito para evidenciamos a real situação da incidência da displasia broncopulmonar em prematuros. O quadro conte título, ano e variável de interesse.

Quadro 2. Artigos selecionados sobre fatores associados à displasia broncopulmonar, descrevendo título, ano e variável de interesse.

Titulo

Ano

Variável de interesse

Tempo de ventilação mecânica e desenvolvimento de displasia broncopulmonar

2007

O avanço na medicina perinatal, incluindo a introdução do surfactante exógeno, o uso do corticóide pré-natal e a melhora nos cuidados intensivos neonatais, tem se relacionado a um aumento importante na sobrevida de recém-nascidos prematuros de muito baixo peso. Entretanto, a esse benefício se contrapõe o aumento concomitante da incidência de displasia broncopulmonar (dbp), permanecendo essa patologia como a maior complicação nos prematuros.

Tempo de ventilação mecânica e desenvolvimento de displasia broncopulmonar

2007

A principal constatação deste estudo foi a associação da ventilação pulmonar mecânica prolongada com o desenvolvimento de dbp. E o que é mais importante: a chance dessa complicação estar diretamente relacionada à utilização da ventilação pulmonar mecânica por tempo superior a sete dias, chegando a ser 16 vezes maior quando esse período ultrapassa 15 dias. Alguns fatores podem ter influenciado este achado, como o menor peso de nascimento dos recém-nascidos. No entanto, esse fato isoladamente não o justifica, uma vez que essa diferença de peso não ocorreu entre os grupos nas duas primeiras semanas.

Reinternação de prematuros com muito baixo peso nascido

2010

Neste estudo, 56,3% das causas de reinternação foram por afecções respiratórias, o que significava 18,8% do total da amostra estudada. Estudo realizado no rio de janeiro corrobora estes dados; 25,8% dos 97 rnmp acompanhados no primeiro ano de vida foram internados nesse período e 53% sofreram morbidade respiratória. em outro estudo realizado com 238 bebês com displasia broncopulmonar (dbp), 49% foram reinternados mais que duas vezes, enquanto a taxa de hospitalização da população sem displasia foi de 23% (309 de 1.359).

Ruptura prematura das membranas amnióticas no pré-termo: fatores associados à displasia broncopulmonar

2010

Atualmente, a dbp é pouco freqüente em recém nascidos com peso ao nascimento maior que 1.200 g ou em gestações que excedem 30 semanas. Técnicas ventilatórias mais gentis, terapia com glicocorticoide antenatal e tratamento com surfactante têm minimizado injúrias pulmonares graves na maior parte dos recém-nascidos. Entretanto, alguns pacientes de muito baixo peso ao nascimento, que inicialmente tiveram mínima ou nenhuma doença pulmonar, mas evoluíram com necessidades crescentes de oxigênio e ventilação nas primeiras semanas de vida e progressão para dbp, possivelmente podem ter sido expostos à corioamnionite crônica. Muitos desses recém-nascidos não apresentam cultura traqueal positiva ou pneumonia congênita. Assim como o cérebro, a lesão pulmonar que evolui para dbp pode ocorrer após exposição a níveis elevados de citocinas inflamatórias no líquido amniótico ou a uma resposta inflamatória sistêmica.

Ruptura prematura das membranas amnióticas no pré-termo: fatores associados à displasia broncopulmonar

2010

Com o aumento significante na sobrevivência de recém-nascidos criticamente doentes, a dbp se tornou uma complicação extremamente importante em neonatos submetidos a cuidados intensivos. Um trabalho realizado com 118 recém-nascidos com idade gestacional entre 24 e 34 semanas, cujas mães cursaram com rppmo, no serviço de neonatologia e pediatria do Hospital Nord, em Marselha, revelou uma incidência de dbp de 30% entre recém-nascidos menores de 28 semanas, sem associação estatisticamente significante com a presença de corioamnionite, embora a presença de graves alterações ultrasonográficas cerebrais estivessem ligadas à maior incidência de dbp (28,5 versus 5,8%, p=0,01).

Ruptura prematura das membranas amnióticas no pré-termo: fatores associados à displasia broncopulmonar

2010

A análise univariada dos fatores neonatais selecionados para o desenvolvimento de dbp revelou forte associação entre este diagnóstico e o tempo de ventilação mecânica acima de 10 dias (or: 54,0 [11,5- 278,2] p=0,000). O peso ao nascimento também foi dicotomizado para este desfecho, sendo que tanto o peso ≤1.000 g (or: 4,8 [1,3-17,5] p=0,010) quanto o peso ≤1.500 g (or: 14,0 [1,8-300,5] p=0,003) apresentaram associação estatística com a dbp. A idade ao nascimento inferior a 30 semanas revelou significativa associação com a doença pulmonar estudada (or: 6,3 [1,2-43,0] p=0,017).

Influência de fatores maternos e neonatais no desenvolvimento da displasia broncopulmonar

2011

A incidência de dbp na amostra estudada foi de 17,6%. Quando analisada com relação ao pn, observa-se que os rns entre 501 a 999 g apresentaram incidência de 44,7%, e entre os rns com 1.000 a 1.499 g de 8%. A incidência da dbp pode ser mais bem representada quando se estratifica mais detalhadamente o pn, conforme descrito na tabela 1. Entre os rns que desenvolveram a dbp, a média de dias de uso de avmi, vni e oxigênio foi, respectivamente, 17,6 dias, 16,2 dias e 46,1 dias, sendo significativamente maior que a média de dias de utilização desses suportes nos rns que não desenvolveram a doença.

Prevalência e fatores associados à displasia broncopulmonar em hospital de referência para microrregião de minas gerais

2012

A dbp ocorreu em 27,3% da população estudada (n=24). Avaliaram-se características maternas e dos prematuros e sua associação ao desenvolvimento da doença.

Displasia broncopulmonar: incidência, fatores de risco e utilização de recursos em uma população sul-americana de recém-nascidos de muito baixo peso

2006

De um total de 2.785 recém-nascidos com peso entre 500 a 1.500 g dentro do período de estudo, 1.840 sobreviveram (73,8%). Desses, 1.825 tinham prontuários completos para análise dos dados. A média de incidência de dbp nos sobreviventes foi de 24,4%, em uma faixa de 8,6 a 44,6%.

Displasia broncopulmonar: incidência, fatores de risco e utilização de recursos em uma população sul-americana de recém-nascidos de muito baixo peso

2006

Confirmando as expectativas, quanto maior a ig maior a sobrevivência sem dbp. A mortalidade aumenta após a 32ª semana em crianças com atraso no crescimento. Vários estudos indicam que rnmbp com atraso no crescimento tem pior desfecho em comparação com recém-nascidos de tamanho adequado para a idade gestacional.

Modelo preditivo para displasia broncopulmonar ao final da primeira semana de vida

2007

No período do estudo, nasceram 386 crianças que preencheram os critérios de inclusão. Foram excluídas: 124 crianças por óbito antes de 28 dias de vida (32,1% do total), 12 por malformação congênita, duas por infecção congênita e uma cuja mãe foi hiv positivo. Excluindo os malformados, a taxa de mortalidade foi de 29% (n = 112). Ao final, foram incluídas 247 crianças com pn = 1.083±237 g e ig = 29,1±2,4 semanas em média (± dp). Sessenta e oito rn (27,5%) evoluíram para dbp, com a seguinte classificação: leve, n = 35 (51,4%); moderada, n = 20 (29,4%); e grave,n=8 (11,7 %). Cinco (7,3 %) crianças não puderam ser classificadas, pois, após o diagnóstico de dbp, foram a óbito antes do momento da classificação. Vinte e oito (11,3 %) chegaram na 36ª semana de ig. A tabela 1 mostra as principais características dos períodos peri e neonatal dos rn que evoluíram ou não para dbp e as diferenças significativas entre essas populações.

Análises histopatológica e morfométrica no diagnóstico da “nova” displasia broncopulmonar e comparação clinicopatológica com a forma clássica da doença

2009

A respeito dos avanços tecnológicos e da prevenção de doenças respiratórias no período neonatal, a displasia broncopulmonar (dbp) continua sendo a principal complicação nos recém-nascidos (rn) prematuros que necessitam de suporte ventilatório e/ou oxigenioterapia prolongados. Ela foi primeiramente descrita por Northway como uma lesão pulmonar crônica em conseqüência de doença da membrana hialina (dmh), ventilação mecânica prolongada e agressiva com altas concentrações de oxigênio. Esta forma de dbp severa que leva a insuficiência respiratória grave, hipertensão pulmonar e alterações radiológicas características, como enfisema, atelectasia e fibrose, é classificada atualmente como dbp clássica.

Análises histopatológica e morfométrica no diagnóstico da “nova” displasia broncopulmonar e comparação clinicopatológica com a forma clássica da doença

2009

As formas “nova” e clássica de dbp são de etiologia multifatorial, porém distintas entre si. Estas diferenças tanto clínicas quanto anatomopatológicas foram identificadas neste estudo. A dbp clássica apresentou após 21 dias de oxigenioterapia, em média, alterações anatomopatológicas características, já amplamente descritas na literatura.

    Os estudos mostram que a ventilação mecânica é um avanço tecnológico que aumentou a sobrevida de prematuros, contudo, traz com si, de forma negativa, o aumento na incidência de displasia boncopulmonar, quando a ventilação mecânica e inserida em excesso.

    A displasia boncopulmonar foi descrita em um dos estudo como uma lesão pulmonar crônica em conseqüência de doença da membrana hialina, ventilação mecânica prolongada e agressiva com altas concentrações de oxigênio.

    Na maioria dos estudos foi observado que o tempo em que o prematuro se encontra exposto a ventilação mecânica é o indicador de maior significância para o acometimento da displasia boncopulmonar. Pois foi visto que a parti do sétimo de dia de ventilação mecânica já se ver o desenvolvimento da doença o que pode ser mais freqüente quando a terapia vai até 15 dias ou mais. Em outro estudo verse que este tempo vai para 10 dias.

    Foi descrito também que os dois indicadores relevantes para o desenvolvimento da doença é o baixo peso ao nascer e idade gestacional inferior a 30 semanas.

    Os prematuros de peso maior que 1500 kg e com idade gestacional superior a 30 semanas tendem a diminuir as chances de desenvolver a doença pois tem outras alternativas para o tratamento de disfunções respiratórias.

    O número de recidivas as internações também e visível nestes prematuros que excedem o uso de ventilação mecânica.

4.     Considerações finais

    Em fim com avaliação dos estudos previamente realizados por outros pesquisadores de diferentes ramos da medicina e em diferentes ambiente. Foi concluído que a incidência de prematuros que desenvolvem displasia boncopulmonar após a exposição de ventilação mecânica excessiva ainda é significativa, contudo esta terapia e necessária, e vale ressalta que foi com a implementação deste procedimento que aumentou a sobrevida dos prematuros.

    Conclui-se também que os fatores peso menor que 1500 g e idade gestacional menor que 30 semanas influenciam no aumento da incidência da doença, pois prematuros com peso maior que 1500 g e ou idade gestacional maior que 30 semanas, possuem outras alternativas para tratamento de disfunções respiratórias.

Bibliografia

  • Bancalari, E. (2006). Displasia broncopulmonar: um velho problema de Cara Nova. J. Pediatr. (Rio De J.). v. 3, n.1, p. 55-54.

  • Bhering, Carlos A. et al (2007). Modelo preditivo para displasia broncopulmonar ao final da primeira semana de vida. Jornal de Pediatria. v. 83, n. 2. p: 163-170.

  • Cunha, Gicelle S., Mezzacappa Filho, Francisco E. e Ribeiro, José D. (2003) Fatores maternos e neonatais na incidência de displasia broncopulmonar em recém-nascidos de muito baixo peso. J. Pediatr. v. 79, n. 6, p. 550-556.

  • Freitas, Brunnella Alcantara Chagas de (2012). Prevalência e fatores associados à displasia broncopulmonar em hospital de referência para microrregião de Minas Gerais. Rev Bras Ter Intensiva. V. 24, n. 2, p.179-183.

  • Gonçalves, Daniel Dias et al. (2010) Ruptura prematura das membranas amnióticas no pré-termo: fatores associados à displasia broncopulmonar. Rev Bras Ginecol Obstet. V. 32, n 10, p: 497-503.

  • Gonzaga, Ana Damaris, Figueira; Duque, Sousa, Bettina B.; Marconi, José A., Carvalho e Werther, Bruno W. de (2007). Tempo de ventilação mecânica e desenvolvimento de dysplasia broncopulmonar. Rev Assoc Med Bras. V.53, n.1, p: 64-7.

  • Hayakawa, Letícia Mayumi (2010). Incidência de reinternação de prematuros com muito baixo peso nascidos em um hospital universitário. Esc Anna Nery Rev Enferm. v. 14 n.2, p: 324-329.

  • Lima, Marcela Raquel de Oliveira et al.(2011). Influência de fatores maternos e neonatais no desenvolvimento da displasia broncopulmonar. Rev Assoc Med Bras; v. 5, n. 4, p: 398-403.

  • Okamoto, Cristina Terumy et al. (2009). Análises histopatológica e morfométrica no diagnóstico da “nova” displasia broncopulmonar e comparação clinicopatológica com a forma clássica da doença. J Bras Patol Med Lab. v. 45 n. 2 p. 155-160..

  • Tapia, Jose L. et al. (2006). Displasia broncopulmonar: incidência, fatores de risco e utilização de recursos em uma população sul-americana de recém-nascidos de muito baixo peso. Jornal de Pediatria, v. 82, n. 1, p: 15-20.

Outros artigos em Portugués

www.efdeportes.com/

EFDeportes.com, Revista Digital · Año 20 · N° 213 | Buenos Aires, Febrero de 2016
Lecturas: Educación Física y Deportes - ISSN 1514-3465 - © 1997-2016 Derechos reservados