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Comparação dos níveis de flexibilidade e composição corporal de 

escolares da EEF Dr. Edvard Teixeira Férrer de Juazeiro do Norte, CE

Comparación de los niveles de flexibilidad y composición corporal
de escolares de la EEF Dr. Edvard Teixeira Férrer de Juazeiro do Norte, CE

Comparison of flexibility levels and body composition of school
EEF Dr. Edvard Teixeira Ferrer de Juazeiro do Norte, CE

 

*Docente

**Discente

Faculdade Leão Sampaio – Curso de Licenciatura em Educação Física

Juazeiro do Norte, Ceará

(Brasil)

José de Caldas Simões Neto*

Allan Vinícius Sampaio Gomes*

José Rodrigo Silva de Melo**

ncaldas_22@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O estudo dos níveis de flexibilidade e da composição corporal em escolares tem relevante importância para orientar e alertar os estudantes e a comunidade escolar sobre sua capacidade de movimentação articular e sua composição corporal, buscando conscientizá-los sobre os riscos dos níveis de flexibilidade inadequados que podem resultar no aumento da probabilidade da ocorrência de lesões músculo-esquelético, ou ainda tornar impossível a realização de determinados movimentos. Sendo também a obesidade atualmente uma das maiores preocupações na área da saúde pública, se encontrando presente nos mais diferentes indivíduos. Esta pesquisa é de caráter transversal, descritiva, de campo e quantitativa. Neste estudo a amostra foi composta por 166 estudantes, com idades entre 10 e 17 anos, de ambos os sexos, regularmente matriculadas do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental, distribuídos em 95 meninos e 71 meninas. Utilizou-se nesta pesquisa o Teste de IMC, uma Calculadora, Balança Digital e uma fita métrica para calculá-lo e um Banco de Wells. Conclui-se então que quanto mais a composição corporal fica próxima de níveis normais, o nível de flexibilidade encontra-se dentro de padrões considerados bons para a faixa etária de cada individuo.

          Unitermos: Avaliação física. Índice de massa corporal. Flexibilidade. Escolares.

 

Abstract

          The study of levels of flexibility and body composition in school is of great significance to guide and warn the students and the school community about their ability to articulate and move your body composition, seeking to make them aware of the risks of inadequate levels of flexibility that can result the increased likelihood of musculoskeletal injuries, or even make it impossible to perform certain movements. Obesity also being currently one of the major concerns in the area of public health, this lying in the most different individuals. This research is a cross-sectional, descriptive, field and quantitative character. In this study, the sample consisted of 166 students, aged between 10 and 17 years, of both sexes, regularly enrolled from 6th to 9th grade in elementary school, over 95 boys and 71 girls. Was used in this research to test IMC, a Calculator, digital scale and a tape measure to calculate it, in Bank of Wells. It is concluded that the more body composition is close to normal levels, the level of flexibility is within the standards considered good for the age of each individual.
          Keywords: Physical assessment. Body mass index. Flexibility. School.

 

Recepção: 12/08/2015 - Aceitação: 19/10/2015

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 20, Nº 209, Octubre de 2015. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O desenvolvimento humano ocorre de maneira gradual, desde a fecundação do óvulo até a morte do indivíduo, nesse período o organismo passa por diversas adaptações fisiológicas. A infância é uma fase crucial para aquisição de hábitos saudáveis, sendo que os pais têm papel decisivo na orientação de seus filhos sobre o estilo de vida de qualidade.

    É na área escolar que a criança tem o primeiro contato com o ambiente social fora do convívio familiar. Tendo como ponto de partida que, no ambiente escolar, tanto a criança quanto o adolescente terão a oportunidade de desenvolver varias habilidades motoras e psicológicas, levando em conta que, o desenvolvimento é um processo dinâmico que se inclui em um sistema auto-organizado bem amplo, onde o individuo apresenta características variadas no seu amadurecimento (Gallahue e Ozmun, 2005, p. 166).

    Com o avanço das tecnologias as crianças deixaram de lado o convívio com atividades lúdicas e acabaram optando por utilizar computadores e jogos eletrônicos, diminuindo o interesse por atividade física, o que nos últimos anos vem preocupando entidades que controlam a saúde da população.

    Nos últimos anos, a prática regular de atividade física tem se mantido abaixo dos níveis considerados satisfatórios, especialmente entre adolescentes, acarretando um elevado índice de sedentarismo nesta faixa etária. As opções de lazer sedentário têm crescido consideravelmente, como por exemplo, videogames cada vez mais sofisticados e jogos de internet em rede, substituindo as tradicionais brincadeiras de rua da infância. As representações epidemiológicas deste fato têm sido alvo de investigações na população brasileira (Tassitano, Bezerra, Tenório et al 2007. apud Melo, Oliveira, Almeida, 2009, p.49).

    Nesse sentido é evidente que o aumento do sedentarismo e consequentemente da obesidade derivam da inatividade física e da falta de uma alimentação equilibrada, porém essa realidade vem se modificando significamente, pois com o aumento do poder aquisitivo das famílias e com maior acesso a informação, está se difundindo cada vez mais a importância do exercício físico bem orientado acompanhado com alimentação balanceada.

    O índice de massa corporal (IMC) é atualmente utilizado como padrão Internacional para classificação de sobrepeso e obesidade. Esses são fatores de risco para doença arterial coronariana, hipertensão arterial, diabetes mellitus e outras patologias de grande preocupação para a Saúde Pública, e quanto mais sedo detectadas estas doenças maiores a chances de recuperação. (Scalet et al, 2005)

    A composição corporal e a flexibilidade tem um papel importante na vida diária das pessoas. A composição corporal pode ser definida como a estruturação do organismo de acordo com o conteúdo dos diferentes tecidos, células, estruturas bioquímicas e atômicas e suas interações dinâmicas de equilíbrio e funcionamento orgânico.[...] A avaliação da composição corporal permite a identificação de riscos à saúde e o monitoramento de modificações que ocorrem nas diferentes faixas etárias.[...]” (Nacif, 2007 apud Santos, 2011, pág. 03).

    O estudo dos níveis de flexibilidade e da composição corporal em escolares tem relevante importância para orientar e alertar os estudantes e a comunidade escolar sobre sua capacidade de movimentação articular e sua composição corporal, buscando conscientizá-los sobre os riscos dos níveis de flexibilidade inadequados que podem resultar no aumento da probabilidade da ocorrência de lesões músculo-esquelético, ou ainda tornar impossível a realização de determinados movimentos. Sendo também a obesidade atualmente uma das maiores preocupações na área da saúde pública, se encontrando presente nos mais diferentes indivíduos. (Rassilan, Guerra, 2006).

    Segundo Guedes e Guedes (1997) apud Batistelli, Nantes e Ferreira (2011), um programa regular que visa avaliar variáveis relacionadas ao crescimento, composição corporal e desenvolvimento motor comparando os resultados obtidos com seus respectivos indicadores referenciais, poderá auxiliar na detecção de futuros problemas voltados para a saúde de crianças e adolescentes.

    Técnicas antropométricas permitem ao avaliador determinar possíveis alterações corporais e posturais que ao longo do tempo podem evoluir para níveis anormais, com isso induzindo o individuo a procurar profissionais qualificados que posam corrigir essas variações corporais e posturais adquiridas através do estilo de vida sedentário.

    Estudos apontam que a flexibilidade também esta relacionada com a saúde corporal, sendo através desta que vários movimentos do nosso dia a dia são executados.

    A flexibilidade é importante para a saúde geral e a aptidão física, sendo muito utilizada nos programas de reabilitação. Essa maleabilidade é fundamental nas atividades profissionais e nas tarefas diárias e a sua redução, acompanhada do envelhecimento, pode acarretar a perda total da independência dos movimentos. (Rassilan, Guerra, 2006, pág. 03)

    Pessoas com excesso de peso podem vir a apresentar menor mobilidade em determinadas articulações, sendo que movimentos que exigem o recrutamento de grandes grupos musculares promovem maior impacto articular ocasionando lesões ósteo-mio-articular e posteriormente doenças crônico-degenerativas tais como artrite e artrose.

Materiais e métodos

    O presente estudo foi realizado com estudantes da escola municipal Dr. Edvard Teixeira Férrer, localizada no bairro Franciscanos em Juazeiro do Norte, Ceará, Brasil, e seus alunos são, em sua maioria, pertencente a classes sociais baixa.

    A amostra foi composta por 166 estudantes, com idades entre 10 e 17 anos, de ambos os sexos, regularmente matriculadas do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental, distribuídos em 95 meninos e 71 meninas.

    Esta pesquisa é de caráter transversal, descritiva, de campo e quantitativa. Pesquisa transversal é caracterizada pela analise de mais de uma variável ao mesmo tempo. A pesquisa descritiva procura descrever e analisar de forma sucinta e clara, fenômenos sem interferir nas variáveis (Cervo e Bervian, 2002). Pesquisa de campo é utilizada para coletar informações sobre um problema a ser estudado (Marconi e Lakatos, 2010).

    Utilizou-se nesta pesquisa o Teste de IMC para verificação da composição corporal, que é calculado pela seguinte formula: peso dividido pela altura ao quadrado (peso/altura²), tendo o auxilio de uma Calculadora de marca Maxmidia de modelo MAX-8990, uma Balança Digital de marca G – TECH de modelo Glass 3S e uma fita métrica de marca Sanny. Um Banco de Wells. Todos os testes foram aplicados e analisados tendo com base os protocolos do manual do PROESP – BR para verificação da flexibilidade.

    A coleta de dados foi executada pelos próprios pesquisadores, no horário das aulas regulares dos alunos, nas dependências da escola durante as aulas de Educação Física. Onde foi apresentada a proposta da pesquisa na instituição e entregue os TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido aos alunos para que os mesmo levassem a seus responsáveis para que houvesse a autorização legal para a pesquisa.

    Primeiramente, foi realizado a anamnese dos participantes onde verificou-se nome e idade dos indivíduos, em seguida, realizou-se a verificação da estatura de cada um, em seguida a pesagem e logo após o teste de flexibilidade no banco de Wells, onde todos os dados foram sendo anotados em pequenas fichas para facilitação da leitura e tabulação.

    Os dados coletados foram tabulados e analisados no programa Office Excel 2007, onde utilizou-se de formulas e de duas tabelas do manual do PROESP – BR.

Quadro 1. Valores críticos do IMC para definição do estado nutricional de crianças e adolescentes

Flexibilidade (Teste de Sentar-e-alcançar com Banco)

Tabela 1. Valores de referência para avaliação da flexibilidade para o sexo masculino

 

Tabela 2. Valores de referência para avaliação da flexibilidade para o sexo feminino

Fonte: PROESP-BR 2007

Análise e discussão

    Estão dispostos abaixo as analises do índice de massa corporal (IMC) e do teste de flexibilidade com o banco de Wells, divididos por sexo e idade, seu total na amostra e suas respectivas médias. Estando esta amostra dividida em 95 indivíduos do sexo masculino (57%) dos participantes e 71 indivíduos do sexo feminino (43%), totalizando uma amostra no total de 166 escolares.

Tabela 3. Distribuição freqüência da faixa etária

Fonte: Dados da pesquisa. 2014

    Nesta tabela podemos observar a faixa etária dos indivíduos e seu número absoluto, acompanhados de seu valor em porcentagem, onde a amostra em questão possui um aluno com 10 anos de idade (0,60%), quatro alunos com 11 anos (2,41%), quarenta alunos com 12 anos, (24,10%), sessenta e sete alunos com 13 anos (40,36%­), quarenta alunos com 14 anos (24,10%), oito alunos com 15 anos (4,82%), cinco alunos com 16 anos (3,01%) e apenas um aluno com dezessete anos de idade (0,60%).

Tabela 4. Média das variáveis

Fonte: Dados da pesquisa, 2014

    Nesta tabela são apresentados as médias das variáveis estudadas onde a media para o IMC para o masculino (M) é de 19,2, para o feminino (F) 20,0, média geral (MG) 19,6. Média da idade: M=13,2 – F=13,1- MG=13,1. Média em altura: M= 1,58m – F=1,57m –MG=1,57M. Média no peso: M= 48,2kg – F=49,6kg – MG=48,9kg. Média da flexibilidade: M=26,1cm – F=26,5cm – MG=26,3cm. Onde os resultados das médias mostram um equilíbrio entre os sexos com pouca oscilação.

    No gráfico 1 é exposto a situação do IMC na divisão por gênero, onde para o sexo masculino 80% (n=76) da amostra esta classificada com o IMC normal, 20% (n=19) com sobrepeso, não foram observados para o sexo masculino indivíduos com baixo peso e obesidade. No sexo feminino 69% (n=49) apresentou índices normais do IMC, 27% (n=19) esta com sobrepeso, 4% (n=3) exibe baixo peso, não foram encontrados índices de obesidade para esse sexo.

Gráfico 1. Estado nutricional por gênero

Fonte: Dados da pesquisa, 2014

    Na situação geral do IMC a classificação ficou da seguinte forma: baixo peso: 2%, (n = 3). Peso normal: 75% (n = 125). Com sobrepeso 23% (n = 38). Na amostra estudada não foi detectada nenhum aluno com obesidade, é importante registras que alunos que apresentavam visualmente características da obesidade se recusaram a realizar os testes ergométricos.

Gráfico 2. Estado nutricional geral dos discentes

Fonte: Dados da pesquisa, 2014

    No gráfico abaixo é exposto à classificação do nível de flexibilidade onde se faz um comparativo de ambos os sexos e suas respectivas classificações. O sexo masculino, como pode ser visto, mostra um maior numero de indivíduos classificado pelo teste como bom 31%, (n= 30) quando comparado com o sexo feminino, onde o mesmo representa praticamente a metade, 15%. (n=11)

Gráfico 3. Nível de flexibilidade dos discente por gênero

Fonte: Dados da pesquisa, 2014

    Outro ponto a destacar quanto ao gráfico acima, é a quantidade de indivíduos que encontram-se classificados como razoáveis, onde o sexo feminino se destaca com 32% (n=23) do sexo masculino com 24% (n=23). Indivíduos classificados como muito bom, 18% (n=17) masculino e 23% (n=16) do sexo feminino.

    Destaca-se também outro fato, a classificação de fraco e muito fraco em ambos os sexos, onde no sexo masculino 13% (n=12) e 14% (n=13) classificam-se como fraco e muito fraco respectivamente, e no sexo feminino, 14% (n=10) fraco e 16% (n=11) muito fraco, sendo que mais chama a atenção é o fato da proximidade da quantidade de indivíduos quanto à classificação.

    No Gráfico 04 abaixo mostra a quantidade bruta total da situação em que a amostra geral encontra-se quanto a sua flexibilidade, onde: 24 (14,45%) dos indivíduos da amostra total encontram-se classificados como muito fraco; 22 (13,25%) estão classificados como fraco; 46 (27,71%) classificados como razoável; 41 (24,69%) classificados como bom; 33 (19,87%) classificados como muito bom, nenhum dos indivíduos apresentou nível de excelência no teste de flexibilidade.

    A maioria da amostra encontra-se com classificação de razoável para bom, totalizando 87 (52,40%) indivíduos nessa classificação, configura mais da metade da amostra classificado como razoável e bom. Também encontram-se 33 (19,87%) indivíduos classificados como muito bom, fazendo com que a maioria da amostra esteja com uma classificação desejável.

Gráfico 4. Níveis gerais de flexibilidade dos discentes

Fonte: Dados da pesquisa, 2014

    O estudo de Lima (2011) aponta que:

    [...] o excesso de peso interferiu na flexibilidade da criança, foi observado que as crianças classificadas na zona de peso normal tiveram os melhores resultados nos níveis de flexibilidade, enquanto as crianças classificadas na zona de risco de sobrepeso e sobrepeso tiveram resultados menores no nível de flexibilidade. Quanto maior o grau de peso (excesso de peso e obesidade), menor a média de flexibilidade, e quanto menor o grau de peso (peso normal), maior o nível de flexibilidade (Lima, 2011, pag. 26).

    Considerando o estudo citado, pode-se observar uma semelhança nos resultados da presente pesquisa, onde foi detectado que na amostra o nível de flexibilidade é influenciado pela composição corporal.

Conclusão

    Neste estudo constatou-se que a maioria da amostra se encontra em seus níveis normais quanto à composição corporal, também verificou-se que mais de 50% da amostra esteve classificada como Razoável e Bom no teste de flexibilidade, o que significa que a maioria dos estudantes que apresentam IMC normal apresenta também níveis de flexibilidade bons, confirmando que as variáveis desse estudo então estritamente ligadas, quanto maior o nível de composição corporal, menor os níveis de flexibilidade.

    Ressaltando que houve algumas exceções onde indivíduos que foram classificados com sobrepeso, pelo IMC, obtiveram resultados satisfatórios, acima do esperado, no teste de flexibilidade, porém essas exceções demonstram ser irrelevantes, devido à quantidade de indivíduos avaliados que se encontram nessa categoria.

    Conclui-se então que quanto mais a composição corporal fica próxima de níveis normais, o nível de flexibilidade encontra-se dentro de padrões considerados bons para a faixa etária de cada individuo. Assim fica claro que a pratica de atividade aliada a uma boa alimentação, alem de evitar excesso de peso contribui também para o aumento da flexibilidade, importante para realização de tarefas diárias.

Bibliografia

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Lecturas: Educación Física y Deportes - ISSN 1514-3465 - © 1997-2015 Derechos reservados