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O professor em situação de estágio nas aulas 

de Educação Física: a compreensão dos alunos

El profesor en situación de pasantía en las clases de Educación Física: la comprensión de los alumnos

 

*Graduanda do curso de Licenciatura em Educação Física

Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC

**Doutor em Educação

Docente da Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC

Bruna Silvestre Estevam*

Vidalcir Ortigara**

vdo@unesc.net

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          O objetivo do presente estudo foi analisar a compreensão dos alunos do Ensino Médio sobre os professores em situação de estágio obrigatório, tendo como indicadores quatro temas: planejamento, conteúdos, motivação e interação entre meninas e meninos. Para a coleta de dados realizamos uma entrevista com 12 alunos de duas escolas estaduais do município de Içara (SC). O resultado do estudo nos revelou que os alunos gostam das aulas de Educação Física ministradas por professores em situação de estágio, participam das aulas e as consideram motivantes, pois as aulas têm planejamento, diversidade de conteúdos e por todos participarem juntos das aulas.

          Unitermos: Educação Física. Estágio. Ensino Médio.

 

Recepção: 14/12/2014 - Aceitação: 17/02/2015

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 202, Marzo de 2015. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A Educação Física escolar é compreendida como uma área que trata da cultura corporal e que tem como objetivo introduzir e unificar o aluno nesse campo, tentando ajudar na formação de um ser independente. Nessa perspectiva o aluno estará sendo habilitado para usufruir esportes, jogos, danças, lutas, ginásticas e de todo tipo de atividade que busque o seu bem-estar e desenvolvimento enquanto ser humano.

    Esse estudo surgiu das inúmeras situações que acontecem nas escolas, em que os professores de outras disciplinas, e até mesmo os alunos, consideram a Educação Física como se fosse uma disciplina descontextualizada em relação à formação do aluno, e que pode ainda ser substituída por uma “bola”.

    Durante a realização dos estágios, nas observações pudemos perceber que os alunos, no decorrer das aulas com os professores da escola, não participavam ativamente das aulas de Educação Física e não davam importância para a disciplina. Mas durante a atuação enquanto estagiária os mesmos participavam de todas as atividades em todas as aulas. Então surgiu a curiosidade de estudar e analisar o que os alunos pensam dos acadêmicos em situação de estágio.

    Nosso objetivo foi analisar o olhar dos alunos do Ensino Médio sobre as aulas de Educação Física ministradas por estudantes em situação de estágio obrigatório, sobretudo em relação à participação e a motivação dos alunos para as aulas, os conteúdos ensinados, as estratégias utilizadas, a estrutura das aulas e a atitude do estagiário e do professor.

    Para o estudo foi realizada uma pesquisa de campo. A pesquisa ocorreu com escolas da Rede Estadual situadas no município de Içara (SC), que tiveram estagiários no segundo semestre de 2013 e no primeiro semestre de 2014. Nesse critério encontraram-se duas escolas. Como o objetivo do trabalho era pesquisar o Ensino Médio, optamos em abordar os alunos do segundo e terceiro ano por entender que eles já estão mais adiantados nas discussões em relação à Educação Física. Também consideramos que nesses anos é a etapa em que se encerra a Educação Básica do aluno, cujo objetivo é aprofundar os conhecimentos obtidos durante toda vida escolar, por meio de capacidades adquiridas que auxiliem o aluno a ser elaborador do conhecimento.

    A coleta dos dados foi mediante uma entrevista com doze alunos dos segundo e terceiro anos do Ensino Médio. Num primeiro momento perguntamos quem queria participar da entrevista e, num segundo momento, entre os que se colocaram à disposição fizemos o sorteio de três alunos por turma. Para fazer nossa entrevista solicitamos autorização por escrito dos pais ou responsáveis pelo aluno, e um termo de consentimento, esse para ser assinado pelo próprio estudante1.

    Para os alunos que estavam dispostos a participar da entrevista e trouxeram a autorização e o termo assinado, agendamos um dia para a realização da entrevista. A entrevista ocorreu durante a aula de Educação Física, posteriormente a uma breve explicação dos objetivos.

    A entrevista abordou alguns temas, dentre eles: planejamento; conteúdo; motivação; interação entre meninas e meninos e informações didáticas relacionadas às aulas de Educação Física ministradas pelo professor em situação de estágio e pelo professor da escola.

Análise e discussão dos dados

    Através dos resultados que obtivemos revelou-se que nem todos os alunos do Ensino Médio participam das aulas de Educação Física ministradas pelos professores da escola, mas quando perguntamos dos professores em situação de estágio a participação nas aulas era freqüente e assídua por todos os envolvidos. Isso ficou explícito, por exemplo, na seguinte fala: “Sempre tem uns que não fazem, mas quando foi o estagiário, todo mundo participou” (Aluno 6, Escola B). Diante dessa resposta nos perguntamos por que os alunos participam mais das aulas ministradas pelos professores em situação de estágio? O que eles acham desses professores?

    Para responder essas questões, após analisarmos as entrevistas, verificamos que quatro temas ou situações podem nos dar as pistas necessárias para suas respostas: o planejamento, o conteúdo, a motivação e a interação entre meninos e meninas.

    O planejamento é importante para estarmos organizando qualquer atividade, pois os profissionais devem se planejar para fazer intervenções com qualidade durante todo o processo de ensino. O planejamento é um documento que deve nos ajudar a definir algumas questões como, objetivos, conteúdos, recursos materiais assim como o tempo previsto para alcançar tal resultado.

    O professor que planeja e usa esse planejamento como um material de trabalho, demonstra mais interesse nas questões de prever e organizar as ações que vão acontecer no futuro, e isso é percebido pelos alunos. Conforme Vasconcellos (2000, p. 79), “planejar é antecipar mentalmente uma ação ou um conjunto de ações a serem realizadas e agir de acordo com o previsto. Planejar não é, pois, apenas algo que se faz antes de agir, mas é também agir em função daquilo que se pensa.”

    Nas duas escolas as entrevistas nos mostram que os professores tinham um planejamento, mas não tinha um objetivo a alcançar. Já os professores em situação de estágio tinham um planejamento com um objetivo a ser alcançado. Ao analisarmos as falas dos alunos podemos ver essa diferença. Escolhemos duas respostas em que os alunos explicitam objetivamente a diferença entre as aulas do professor e do estagiário:

    Professor: a gente tem duas aulas (aulas faixa), então ele sempre faz uma atividade dinâmica na primeira aula e na segunda ele libera vôlei ou futsal.

    Estagiário: ele explicava na sala, depois fazíamos a prática. Ele sempre explicava bem certinho, quantas vezes fossem necessárias. (Aluno 1, escola B).

    Professora: Na maioria é futsal, ela não organiza uma aula, pegamos a bola, vamos jogar futsal ou vôlei quando o outro professor está no ginásio.

    Estagiário: Foi bem boa, porque cada dia ela dava um tópico pra nós aprendermos. Um dia ela falava de uma coisa outro dia de outra, as corridas ela fazia conosco, ela era bem organizada. (Aluno 6, escola A).

    Podemos concluir que os alunos gostam das aulas de Educação Física, mas eles querem um planejamento, uma aula organizada, com um objetivo a ser alcançado. Desse modo o que vimos no estudo foi que o professor da escola não tem um objetivo, mas o professor em situação de estágio tem um planejamento com um objetivo e isso faz com que os alunos gostem mais das aulas e conseqüentemente do professor estagiário.

    Vimos que para os professores de Educação Física realizarem um bom trabalho de planejamento e desenvolvimento do ensino é importante que se considere o que os alunos pensam e dizem. Durante todo o processo de ensino encontramos muito desafios, diante disso vimos que o planejamento terá que ter algum efeito para os alunos, sempre buscando soluções para aquelas questões em que fizemos os alunos pensar e refletir, podendo torná-los mais críticos e reflexivos e não obedientes ao processo de educação. Assim, ao término do planejamento, todo empenho será valido, pelo professor saber que os alunos não apenas evoluíram nos seus dados e aprendizagem, mas por saberem que os envolvidos estarão conscientes de que eles precisam aprender, não só porque têm um professor presente nas aulas, mas porque precisam melhorar para si mesmos.

    Devemos planejar nossa ação pedagógica tendo como indicadores o tipo de homem que queremos formar e também qual sociedade pretendemos ajudar a construir. Esses indicadores estarão nos ajudando a definir o objetivo que queremos alcançar, em que este será o ponto para sabermos qual conteúdo iremos trabalhar e qual método de ensino iremos utilizar.

    Nesse sentido, outro ponto significativo que os alunos nos explanaram foi referente aos conteúdos, pois quando questionados foram unânimes em afirmar que os mesmos se repetem em todas as aulas. Quando perguntamos o que seu professor mais ensina, nas duas escolas as respostas ficaram focadas em voleibol, futsal, handebol e basquete. Mas ao analisarmos as respostas vimos que na verdade os professores não ministram esses conteúdos aos alunos, apenas deixam os alunos “livres” para que joguem uma das modalidades.

    Segundo Kunz (1994), o esporte como conteúdo hegemônico impede o desenvolvimento de objetivos mais amplos para a Educação Física, tais como o sentido expressivo, criativo e comunicativo. Os Parâmetros Curriculares Nacionais da área da Educação Física (BRASIL, 1998) sugerem que as atitudes, os conceitos e os procedimentos dos conteúdos sejam trabalhados em toda a dimensão da cultura corporal, envolvendo, dessa forma, o conhecimento sobre o corpo, esportes, jogos, lutas, ginásticas, atividades rítmicas e expressivas.

    O próprio aluno sente necessidade de um professor que se faça presente nas aulas, não apenas em corpo, mas um professor que queira ensinar, professar o conhecimento. Vimos na fala de uma aluna que não participa das aulas por achar que a professora deveria fazer algo diferente nas aulas, que a professora deveria “dar aula”:

    Por exemplo, cada um faz o que quer, tem os meninos que gostam de jogar basquete, eles pegam a bola de basquete e ficam jogando. Tem gente que gosta de jogar, vôlei, futsal. Só que nunca tem time pra fazer handebol, então acho que a professora deveria pegar a aula pra ela e estar dando o conteúdo handebol pra ter alguma coisa diferente ou outra modalidade que seja diferente. (Aluna 4, Escola B)

    Na mesma questão eles nos responderam sobre o professor em situação de estágio, em que afirmaram que todos participam das aulas por considerarem o conteúdo importante. Todos falaram que o professor estagiário trouxe coisas novas, até o que eles nem sabiam que existia.

    Aprendi a corrida orientada, na verdade nem sabia que existia isso, aprendi as regras da corrida orientada, a bússola. (Aluno 6, escola A).

    Olha! As aulas dele, ele fazia vôlei, então ele dava aula prática, teórica e trazia atividades diferentes para nós estarmos aprendendo o vôlei. (Aluno 2, escola B).

    Os professores estão negando o conhecimento ao aluno. O professor em situação de estágio chega à escola com conteúdo novo ou até mesmo o voleibol, que é um conteúdo rotineiro na escola, mas de forma diferente, em que para os alunos passou a ser algo novo. O estagiário não chega negando o esporte que é um conteúdo “adorado” pelos alunos, mas trazendo a necessidade do aluno que é aprender. Não se trata, como ressalta Castellani Filho (1993, p. 13), de excluir o esporte como conteúdo da Educação Física escolar, mas reconhecer o esporte "como uma prática social, resultado de uma construção histórica que, dada à significância com que marca a sua presença no mundo contemporâneo, caracteriza-se como um dos seus mais relevantes fenômenos sócio culturais", mas não o único.

    Entretanto, quando perguntamos o que os alunos mudariam nas aulas de educação Física, nos responderam que é o conteúdo. Sugerem que os professores da escola tragam modalidades esportivas diferentes, como: futebol americano, o handebol de areia e atletismo. Escolher o conteúdo é uma tarefa na qual se deve pensar sempre de um modo geral, pensar em todos os temas: jogos, danças, esporte, ginástica, lutas, dentre outros.

    A partir disso, podemos concluir que o professor da escola, de certa forma, está negando o conhecimento ao aluno, e o professor em situação de estágio faz a diferença para o aluno, pois o aluno percebe que é importante conhecer novos conteúdos ou novas formas de aprender o esporte, e é isso que os alunos falaram que os estagiários vêm fazendo.

    Ainda podemos inferir que a escola é um ambiente que disponibiliza varias práticas e é dever do professor fazer isso acontecer, não é esclarecedor que o professor diga apenas que os alunos não gostam ou não participam das práticas, pois ele está ali para aprender e vivenciar o que estiver ligado à cultura corporal.

    Dos temas que elencamos aparece também a motivação, que é algo que tem uma aproximação com o conteúdo e com o planejamento, pois é o professor que, muitas vezes, faz o aluno gostar do conteúdo ou não, uma vez que são inúmeras as atitudes do professor que podem motivar o aluno ou não à participação. O professor como ator principal e condutor das aulas deve proporcionar aos alunos atividades pedagógicas em que o aluno vislumbre seu objeto de conteúdo, fazendo com que os alunos participem das aulas, mesmo aqueles menos habilidosos. A ludicidade pode permear a atividade e estar presente na abordagem dos temas por ser uma características da Educação Física Escolar.

    Deste modo, aula de Educação Física é um espaço no qual se deve oportunizar a todos os alunos, e não somente àqueles ditos “mais habilidosos”, possibilitando ao aluno uma maior motivação e interesse em participar das aulas.

    O ensino da Educação Física deve capacitar os alunos a tratar dos conteúdos esportivos nas mais diversas condições, dentro e fora da escola, e para que tenham condições de criar, no presente ou no futuro, sozinhos ou em conjunto, situações esportivas de modo crítico, determinadas autonomamente ou em conjunto. (MATTOS; NEIRA, 2000, p. 85).

    Daolio (2005, p. 76) ressalta a importante função do professor de Educação Física:

    Na escola, a criança poderá encontrar no professor de Educação Física ainda outra função de “salvação”, não mais da instituição, mas da própria individualidade. De fato, vários professores afirmam como função da Educação Física auxiliar o desenvolvimento de crianças tímidas e retraídas, dando a elas condições de enfrentar com segurança a vida futura.

    Se analisarmos a citação anterior podemos compreender a importância e a responsabilidade que o professor de Educação Física tem na formação de seu aluno, por talvez ser a disciplina que mais permite uma relação social e afetiva relevante entre eles.

    Porém, se analisarmos as falas dos alunos participantes, os professores da escola não estão desempenhando sua função. Os próprios alunos não se sentem motivados à prática das atividades. Mas, quando se tratava do professor em situação de estágio as respostas eram diferentes, pois para eles, além do estagiário se fazer sempre presente nas aulas, estava sempre os ajudando e isso se constituía em fator de motivação para eles.

    Acho que a motivação tem que vir da gente, porque não adianta fazer uma coisa que não gosta só porque é obrigada.

    Professora: eu sempre participo porque gosto, mas em algumas vezes não me sinto motivada.

    Estagiária: além de eu gostar de estar fazendo as aulas dela, ela sempre estava convidando, perguntando se assim estava boa, ajudando, e isso acho que nos motivava a fazer a aula. (Aluno 1 Escola A)

    Percebemos que para os alunos é nas aulas de Educação Física a realidade social se lhes apresenta de forma mais explícita, é nessas aulas que aprendem aperceber as regras, os companheiros, adversários, vencer e perder, cumprir horários.

    Concluímos que o elemento motivador dos alunos são os próprios professores, sendo o mais citado entre eles a falta de opção de outras modalidades esportivas e outros conteúdos.

    Para finalizarmos as análises, aparece a interação entre meninos e meninas, em que os alunos expressam a necessidade de sua abordagem. Vimos na fala de um dos alunos que solicita que o professor trabalhe com todos juntos: “um pouco de mais trabalho em grupo, tipo quando é futebol, as meninas não jogam, porque os meninos são muito agressivos, então que ele faça mais trabalhos em grupo” (Aluno 1, Escola B).Podemos perceber que o professor da escola não aborda as questões de gênero, pois segundo os alunos, eles querem participar das atividades juntos, mas como o professor não orienta as aulas, sempre acaba sendo a mesma atividade, sendo que as meninas não participam porque os meninos são agressivos ou desdenham as meninas por serem menos habilidosas.

    Quando perguntamos o que mudariam das aulas, teve uma das respostas que chamou muito atenção: “A forma dos jogos, porque tem jogo que é só os meninos, tem jogos que é só as meninas, juntar os dois é uma coisa diferente” (Aluno 1, Escola A). Perante essa resposta fica evidente que os alunos gostam de fazer as atividades juntos, basta que o professor tematize o que significa essa convivência, ou seja, que os professores façam planejamentos de aulas que procure abordar as questões de gênero.

    Quando perguntamos do professor em situação de estágio, as respostas eram diferentes, pois eles sempre participavam juntos de todas as atividades, o estagiário levava para eles conteúdos diferentes ou formas diferentes de ensinar o que já é popular e o professor da escola deixava-os “livres”, para escolher o que quisessem. Isso ficou evidente na fala de um dos alunos: “Com a professora, cada um faz o que quer. E a estagiária, com ela sim, todos participaram juntos” (Aluno 6, Escola A).

    Concluímos que para os alunos, não basta ter aula de Educação Física, para ficar parado ou simplesmente sair da sala. Os alunos querem participar das atividades, e todos juntos, meninos e meninas. Muitas vezes não é que o aluno não queira participar, ele quer que o professor organize ou direcione sua aula para que todos participem juntos.

    Assim vimos que é indispensável que os professores abordem com seus alunos as questões de gênero nas aulas de Educação Física, onde eles podem estar fazendo atividades coletivas com todos, e sempre tematizando de que é preciso respeitar as diferenças.

    Quando falamos nas questões de gênero vimos que sempre se mostrou difícil de ser abordada na escola, porém o professor deve saber que é possível oferecer alternativas para que os alunos vejam que os gêneros não são problema nas aulas, mas sim escolhas que podem unir ainda mais a turma, e que eles possam instalar algo melhor e mais produtivo nas aulas.

    Como afirma Altmann (1998, p. 111),

    Sendo gênero uma categoria relacional, há de se pensar sua articulação com outras categorias durante aulas de educação física, porque gênero, idade, força e habilidade formam um ”maranhado de exclusões” vivido por meninas e meninos na escola.

    Deste modo os professores devem tematizar à questão de gênero com práticas que levem o aluno a entender que todos ocupam o mesmo lugar na sociedade e também na escola, e todos possuem os mesmos direitos independente das habilidades que possuem ou do gênero.

Conclusão

    Os alunos gostam das aulas de Educação Física, mas eles querem um planejamento, uma aula organizada, com um objetivo a ser alcançado. Desse modo o que vimos no estudo foi que o professor da escola não planeja e, portanto, não tem um objetivo. O professor em situação de estágio tem um planejamento com um objetivo e isso faz com que os alunos gostem mais das aulas.

    A partir disso, podemos concluir que há uma diferença entre o professor da escola e o professor em situação de estágio, pois o professor da escola de certa forma está negando o conhecimento ao aluno, e o professor em situação de estágio faz a diferença, pois o aluno percebe que é importante conhecer os conteúdos ou novas formas de aprender o esporte, e é isso que os estudantes nos mostraram que os estagiários vêm fazendo.

    Ainda podemos inferir que a escola é um ambiente que disponibiliza várias práticas pedagógicas e é dever do professor fazer isso acontecer, onde para os alunos o professor em situação de estágio foi elemento motivador desse processo, sendo que o professor da escola não os motivava. O mais citado entre eles foi a falta de opção de outras modalidades esportivas e outros conteúdos, principal sugestão dos alunos. Para os alunos, não basta ter aula de Educação Física, sendo essas para ficar parado ou simplesmente sair da sala, os alunos querem participar das atividades, e todos juntos, meninos e meninas, na interação de gêneros

    Ao final desse processo de pesquisa, podemos concluir que os alunos do Ensino Médio, gostam mais das aulas dos professores em situação de estágio, por esses professores não estarem negando o conhecimento, mas sim estarem ensinando vários conteúdos da Educação Física e de forma prazerosa.

Notas

  1. Os alunos com 18 ou mais anos de idade assinaram somente o termo de consentimento livre e esclarecido.

Referências

  • ALTMANN, Helena. “Rompendo fronteiras de gênero: Marias (e) homens na educação física”. Dissertação – Programa de Pós-Graduação em Educação. Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, 1998.

  • BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. Educação Física, 3º e 4º ciclos, v.7. Brasília: MEC, 1998.

  • CASTELLANI FILHO, L. Pelos meandros da Educação Física. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v.14, n.3, p. 119-125, 1993.

  • DAOLIO, Jocimar. Da cultura do corpo. 9ed. Campinas: Papirus, 2005.

  • KUNZ, Elenor. Transformação didático-pedagógica do esporte. Ijuí: UNIJUÍ, 1994.

  • MATTOS, Mauro Gomes de; NEIRA, Marcos Garcia. Educação Física na adolescência: construindo o conhecimento na escola. São Paulo: Phorte Editora, 2000.

  • VASCONCELLOS, Celso dos S. Planejamento Projeto de Ensino Aprendizagem e Projeto Político-Pedagógico. Cadernos Libertad-1. 7 ed. São Paulo, 2000.

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