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Atividades de aventura na Educação Infantil

Actividades de aventura en la Educación Inicial

Adventure activities in early Childhood Education

 

*Especialista em Esportes e Atividades de Aventura

**Mestre em Ciências do Movimento

***Mestre em Educação Física

Pós Graduação Lato Sensu, Esportes e Atividades de Aventura

Faculdades Metropolitanas Unidas, São Paulo/SP.

(Brasil)

Lucyara Maria Monteiro*

lucyara.aventura@hotmail.com

Luciano Andrade Bernardes**

luckylu@uol.com.br

Dimitri Wuo Pereira***

dimitri@rumoaventura.com.br

 

 

 

 

Resumo

          As Atividades de Aventura vem sendo discutidas no meio acadêmico desde a década de 1990. E desde então só aumentam os seus adeptos e interessados em diferentes ambientes e finalidades como: lazer, esporte e educação. No Brasil, a temática vem ganhando impulso e pesquisas alavancando práticas em diversos ambientes, inclusive em escolas de ensino fundamentais e médio. Porém, raramente tem sido trabalhadas como conteúdo de ensino da Educação Física e muito menos da Educação Infantil. Por isso, o objetivo dessa pesquisa é mostrar algumas justificativas e estudos para subsidiar em suas práticas pedagógicas os profissionais de Educação Física que trabalham com crianças de 0 a 5 anos.

          Unitermos: Educação Física. Educação Infantil. Atividades de Aventura.

 

Abstract

          The Adventure Activities have been discussed in academic circles since the 1990s and since then only increase their fans and interested in different environments and purposes such as leisure, sport and education. In Brazil, the theme has been growing and leveraging research practices in different environments, including basic and secondary schools. However, it has rarely been worked as a teaching content of physical education and much less from kindergarten. Therefore, the objective of this research is to show some justifications and studies to support their teaching in the physical education professionals working with children 0 to 5 years.

          Keywords: Physical Education. Early Childhood Education. Adventure Activities.

 

Recepção: 20/12/2014 - Aceitação: 05/02/2015

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 202, Marzo de 2015. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    As áreas de estudo da Infância e Educação Infantil vem apresentando um aumento qualitativo e quantitativo -principalmente- desde 1980, e o campo das Atividades de Aventura vem apresentando também um crescimento significativo desde 1990.

    Sabe-se que há diferentes propostas de terminologias para esse novo objeto de estudo: Esportes Radicais (UVINHA, 2001), AFAN - Atividades Físicas de Aventura na Natureza (BETRAN, 2003), Práticas corporais na natureza (INÁCIO et al, 2005), Esportes na natureza (DIAS, 2007), Esportes de ação (BRANDÃO, 2010), entre outras apud Pimentel, 2013.

    E apesar dessas ainda recorrentes discussões acadêmicas ocorridas a respeito de qual terminologia utilizar, optamos por Atividades de Aventura, pelo fato de a julgarmos ser mais apropriada, pois:

    Atividade de Aventura vai tratar da busca deliberada – e no tempo livre – por experiências não-usuais as quais culturalmente apreendemos como sendo aventura (corriqueiramente associada ao sair do cotidiano e entrar no imprevisto), considerando a especificidade do ambiente onde ocorram. Mais que um vocábulo “Guarda-chuva”, atividades de aventura (apesar das críticas que o termo atividade recebe da Educação Física) pode apenas tratar-se de uma solução provisória para uma comunidade que carece de discussão acumulada para alçar novos patamares conceituais. (PIMENTEL, 2013).

    Aventura tem origem no latim “adventura”, que significa o que está por vir, denotando o desconhecido, o imprevisível. (PEREIRA; ARMBRUST, 2010, p. 16).

    Também é importante que as Atividades de Aventura no Brasil vêm apresentando um aumento significativo em seu número de adeptos e interessados, tanto pela divulgação nas mídias e revistas especializadas, como por assuntos cada vez mais freqüentes em cursos, palestras e congressos, nos âmbitos do lazer, esporte e educação. Por isso, a temática ganhou impulso nos estudos acadêmicos e alavancaram práticas em diversos ambientes, inclusive em escolas de ensino fundamentais e médio, particularmente em São Paulo. (CÁSSARO, 2011).

    Mas é importantíssimo salientar que “as Atividades de Aventura raramente têm surgido como conteúdo de ensino da Educação Física e, quase sempre, têm sido tratadas como um "apêndice" recreativo e de lazer”. (MARINHO; SCHWARTZ, 2005).

Educação Infantil e Atividades de Aventura

    No âmbito da Educação Infantil são muito escassos estudos e publicações que relacionem e tratem das Atividades de Aventura.

    Lucélia (2010) através de uma revisão bibliográfica sugere que o brincar e jogar podem ser utilizados como instrumento enriquecedor no trato pedagógico do conteúdo arvorismo. Este aqui surge como um meio coerente e capaz para o desenvolvimento da criança. Ela mostra que através das atividades de arvorismo, as crianças adquirem experiências, sensações e conhecimentos que podem atingir o afetivo, o cognitivo e o motor. E sendo essa atividade em contato com a natureza, trabalhada de forma orientada e consciente, a criança de hoje, possa entender a necessidade de preservar a natureza e outras formas de vida.

    Carceroni (2006) comenta que as atividades de Aventura são uma boa alternativa para diversificar as aulas de Educação Física Infantil. A autora realizou um relato de experiência em suas aulas de educação física. O objetivo foi apresentar às crianças as Atividades de Aventura, alguns conceitos básicos, normas de segurança e possibilidades de prática como estratégia para o desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais. As Atividades de Aventura trabalhadas foram corrida de orientação e técnicas verticais. As crianças mostraram-se muito motivadas e participaram das aulas. Foi discutido o medo com as crianças e os mais corajosos auxiliaram os demais colegas. As habilidades motoras básicas locomoção e estabilização foram realizadas no desenvolvimento das aulas, e alguns alunos apresentaram melhora nas mesmas. Por fim, a autora chegou à conclusão que a proposta exposta é uma boa estratégia para desenvolver os conteúdos e atingir os objetivos da Educação Física Escolar.

    Já Espinoza, Cardozo, Neto (2009), realizaram um estudo nessa “etapa” da Educação e os resultados obtidos indicaram que a prática das Atividades de Aventura, desperta o interesse das crianças e estimula o desenvolvimento das inteligências múltiplas.

    A criança interpreta a informação que lhe é apresentada por meio da inteligência lingüística, identifica o local através da inteligência espacial, aceita a opinião dos outros para executar a tarefa utilizando a inteligência interpessoal, a satisfação de trabalhar em grupo aflora a inteligência intrapessoal, o contato com o meio ambiente através da inteligência naturalista, e quando reproduz o trabalho executado usa a inteligência pictórica, etc. (ESPINOZA, CARDOZO, NETO, 2009).

    Por isso, é importante destacar que:

    A pedagogia da aventura, atrelada à educação, está intimamente ligada ao entendimento e estimulação das diferentes inteligências que podemos proporcionar através das experiências vividas em situações de aula. Essas inteligências, apontada por Gardner (2001) apresentam uma nova reformulação nos planejamentos das disciplinas que precisam potencializar durante o período de desenvolvimento humano (PEREIRA, ARMBRUST 2010).

    Neto, Santos, Edney (2009), comentam que em 2008 realizaram aulas de Educação Física na Educação Infantil, fundamentadas em Atividades de Aventura (arvorismo e escalada). Mencionam que as citadas aulas foram realizadas na quadra poliesportiva da escola, e utilizaram cordas para a construção de estações de arvorismo, como a falsa baiana, a travessia de toras e cordas, equilíbrio com corrimão. A escalada foi realizada com estações de escada quebra peito e escada com pneus para ascensão. Os autores chegaram à conclusão que essas vivências levaram os alunos a situações de desafios, que no desempenho os direcionou à superação e elevação da auto-estima.

    Hyder (1999) apud Junior e Pereira (2006), afirma que a escalada auxilia a criança nas suas relações interpessoais (comunicação e cooperação) e nas intrapessoais (autoconfiança e auto-estima), assim como no aspecto motor e nas capacidades físicas.

    Por sua vez, Souza (2012) desenvolveu um projeto em uma Instituição de Educação Infantil no qual o objetivo foi o de proporcionar muitas vivências em Atividades de Aventura dentro dessa instituição. Segundo o autor através dessas vivências as crianças adquiriram consciência corporal, conscientização sobre o meio ambiente, desenvolvimento das suas capacidades físicas e habilidades motoras, de maneira lúdica, prazerosa e segura.

    Segundo Bruhns (1999), as Atividades de Aventura favorecem: o controle cada vez maior dos movimentos corporais; a confiança em si próprio e no outro; a superação de obstáculos; o extrapolamento de limites existentes; a sensação de poder. Além de melhorar as capacidades físicas (força, velocidade, resistência) e as motoras (coordenação motora fina e global, lateralidade).

    Pereira, Armbrust (2010), afirmam que organizar as Atividades de Aventura pedagogicamente facilita as análises e avaliações de um processo de desenvolvimento do aluno com o movimento, consigo e com o grupo. E algumas características importantes podem ser trabalhadas de forma criativa em cada uma das fases de desenvolvimento da criança (primeira e segunda infância).

    De acordo com Pereira, Monteiro (1995) apud Marinho, Schwartz (2005), o potencial educativo dessas Atividades de Aventura pode ser muito extenso, principalmente porque facilitam situações educativas com experiências pouco habituais, apresentando um forte caráter motivador, favorecendo situações carregadas de emoção, de significado e de intenção.

    E quanto mais organizadas e diversificadas forem às atividades nas aulas de Educação Física na Educação Infantil, mais significativas serão, pois a prática da Educação Física na escola tem os mesmos objetivos de outros componentes curriculares, ou seja, buscam desenvolver as potencialidades humanas (GALLARDO, OLIVEIRA, ARAVENA, 1998 apud PIMENTEL, MOREIRA, PEREIRA, 2013).

    Portanto:

    A conexão dessas experiências de aventura aos objetivos educacionais do sistema escolar pode favorecer o desenvolvimento humano em seus diversos aspectos, por envolverem processos pedagógicos específicos catalisadores de "competências cognitivas, psicomotoras e socioafetivas", sendo capazes de fomentar novas atitudes de espectro interdisciplinar (PEREIRA, MONTEIRO, 1995 apud MARINHO, SCHWARTZ, 2005).

    Além disso, o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil comenta que através de brincadeiras e jogos, podem ser planejadas articulações com outros eixos de trabalho (BRASIL, 1998, p. 45). Portanto, orienta e estimula o trabalho pedagógico interdisciplinar.

    A seguir tem exposto algumas orientações didáticas para trabalhar com Esportes Radicais de acordo com D’Angelo et al. (2010), que podem ser utilizadas também como embasamento no trato pedagógico com as Atividades de Aventura:

Fonte: Adaptação D’Angelo et al. (2010)

    Pode-se fazer uso também da idéia da aula-passeio da Pedagogia Freinet (1979), onde deve-se ficar alerta ao que aguça a curiosidade, o interesse e motivação das crianças e utilizar isso nas aulas, seja nas de Educação Física ou nas dos outros eixos de trabalho da Educação Infantil.

    Deve-se dar leveza, movimento e significar o aprendizado, levar às crianças ao conhecimento para que elas o vivencie de forma prazerosa e aprendam realmente. E não realizar o contrário, deixar as crianças estagnadas e querer que elas adquiram conhecimentos sem significado, nem importância para elas. Sobretudo, respeitar a natureza humana e infantil das crianças.

    Marinho, Seabra (2002) apud Marinho, Inácio (2007), demonstram que muitos estudos expõem aspectos referentes à reaproximação das pessoas a natureza, contextualizam as Atividades de Aventura na atualidade e indagam impactos e potencialidades. Porém, poucos refletem e discutem a formação profissional necessária, assumida e desejada em tais práticas. Fazendo-se necessário, portanto, debater sobre as Atividades de Aventura como conteúdo da formação profissional da Educação Física escolar.

    E para essas atividades serem realidade nas instituições de ensino, além de outras providências:

    Cabe ao professor de educação física se atualizar e se capacitar em cursos para elaborar seqüências pedagógicas de novas práticas corporais e reformular as atividades e conteúdos nos âmbitos educacionais. (...) E as instituições universitárias devem oferecer cursos e disciplinas voltadas aos esportes radicais, de aventura e de ação para atender esse mercado promissor (ARMBRUST, 2008).

    Além disso, é importante salientar que se faz necessária a presença de um Professor Especialista em Educação Física para trabalhar o Movimento, o jogo, a brincadeira, e portanto, também as Atividades de Aventura. Uma vez que o mesmo foi preparado e legalmente é o responsável por tratar esses conteúdos pedagogicamente na Educação Básica (BRASIL, 1996).

Considerações finais

    Foi possível verificar que há pouquíssimos estudos na Educação Infantil referindo-se às Atividades de Aventura.

    E dentre as justificativas citadas, pode-se destacar que através das Atividades de Aventura as crianças vivenciam experiências, sensações e conhecimentos, atingindo objetivos sócio-afetivos, motores e cognitivos. Além de ser um meio privilegiado de ensino e aprendizagem, é prazeroso, significativo, motivante, desenvolve as inteligências múltiplas, e podem ser trabalhadas de forma interdisciplinar através do movimento, brincadeiras e jogos lúdicos.

    Pode-se destacar que algumas das Atividades de Aventura mencionadas podem ser trabalhadas em todos os ciclos de ensino, porém no planejamento das aulas deve-se atentar sempre à faixa etária a qual irá trabalhar, além de tomar os devidos cuidados com a segurança dos alunos.

    E por ser uma área academicamente nova, sugere-se aos profissionais de Educação Física, atuantes nessa primeira etapa da Educação, a reportarem-se e basearem-se suas práticas também nas publicações existentes nos outros ciclos de ensino, adaptando as atividades, metodologia, recursos materiais, espaço físico, etc. de acordo com a faixa etária, objetivos educacionais, especificidades das crianças, particularidades da turma e da instituição a qual se objetiva trabalhar. E à buscarem sempre atualização profissional, bons cursos na área, congressos, palestras e encontros onde aprendam e aperfeiçoem a sua atuação com as crianças.

Referências bibliográficas

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  • BRASIL. Lei n. 9394/96, de 20 de Dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 dez. 1996.

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  • MARINHO, A.; INÁCIO, H. L. de D. Educação Física, meio ambiente e aventura. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, V. 28. N. 3, p. 55-70, maio 2007.

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  • PEREIRA, D.W.; ARMBRUST, I. Pedagogia da Aventura: os esportes radicais, de aventura e de ação na escola. Jundiaí: Ed. Fontoura, 2010.

  • PIMENTEL, G. G. de A. Esportes na natureza e atividade de aventura: uma terminologia aporética. Rev. Bras. Ciênc. Esporte, Florianópolis, v. 35, n. 3, p. 687-700, jul./set. 2013.

  • PIMENTEL, G. G. de A.; MOREIRA, E. C.; PEREIRA, R. S. Lazer, Meio ambiente e Educação Física Escolar: relações possíveis? Pensar a Prática, Goiânia, v. 16, n. 1, p. 1­319, jan./mar. 2013.

  • SOUZA, C. da S. Hora da Aventura. Guia Prático para Professores da Educação Infantil. São Paulo. Edição 110. Editora Escala. 2012.

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