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Os esportes radicais e de aventura no 

contexto escolar: uma revisão da literatura

Los deportes extremos o de aventura en el contexto escolar: una revisión de la literatura

 

*Mestre. Professor do Departamento de Educação Física

da Universidade Regional de Blumenau – FURB, Blumenau-SC

**Graduado em Educação Física. Universidade Regional

de Blumenau – FURB, Blumenau-SC

(Brasil)

Giovanni Dalcastagné*

Eduardo Roberto Schwammle**

Joice Raquel Brehmer**

gio.dalcastagne@gmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Este artigo teve como objetivo discutir, por meio de uma revisão da literatura, os Esportes Radicais e de Aventura e suas possibilidades educacionais no contexto escolar. O método utilizado foi o de revisão de literatura e incluiu consulta nas bases de dados Scielo, Lilacs, Portal de Periódicos Capes e Google Acadêmico, a partir dos termos: Esportes Radicais, Esportes de Aventura, Esportes na Natureza, Atividades Físicas de Aventura na Natureza, Educação Física escolar, escola e educação. Com base na pesquisa, é possível perceber que os Esportes Radicais e de Aventura são conteúdos valiosos para serem ministrados nas aulas de Educação Física escolar, destacando que são práticas que atraem os olhares de crianças e adolescentes e, dessa forma, facilitam sua inserção no âmbito escolar.

          Unitermos: Esporte Radical. Esporte de Aventura. Educação Física. Escola.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 195, Agosto de 2014. http://www.efdeportes.com

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Introdução

    O presente artigo pretende discutir, por meio de uma revisão de literatura, a inserção dos Esportes Radicais e de Aventura no contexto escolar e suas possibilidades educacionais. Para isso, considera-se necessário repensar os processos educacionais em função das profundas mudanças ocorridas na sociedade, contemplando assim práticas inovadoras que possam proporcionar novas perspectivas ou mesmo promover rupturas aos conteúdos tradicionalmente abordados na escola.

    A Educação Física escolar vem elaborando sua historicidade no cenário educacional brasileiro desde o século XIX, a partir de múltiplas contingências políticas e pedagógicas. A sua inserção e valorização no sistema educacional atendeu a certas demandas culturais e ideológicas que, não obstante, manifestou de forma recorrente uma não consensualidade acerca de seus propósitos e, sobretudo, à especificidade do objeto de ensino e da aprendizagem (CORREIA, 2012).

    Segundo Betti, Ferraz e Dantas (2011), os objetivos e as direções imprimidos aos processos educacionais escolares sofrem alterações conforme mudam os contextos sócio-históricos (econômico, político, cultural, científico), as mentalidades e os interesses envolvidos. Assim, espera-se que as mudanças nos propósitos e direções sejam acompanhadas das mudanças relacionadas às práticas escolares cotidianas, o que nem sempre acontece, ou muitas vezes acontece lentamente.

    Para que a Educação Física escolar possa se tornar interessante aos olhos dos alunos, é preciso repensar o contexto das aulas de Educação Física e aproximá-lo da realidade desses jovens (SOUZA; FREIRE, 2008), e atualmente um aspecto que tem chamado à atenção de muitos jovens são as atividades de risco, conhecidas como Esportes Radicais, nas quais são praticadas como lazer, esporte ou educação, em que o movimento é o elemento central dessa cultura (PEREIRA; ARMBRUST; RICARDO, 2008).

    Velozo e Daolio (2013) em seu estudo sobre “o skate como prática corporal e as relações de identidade na cultura juvenil”, apontam que a escola, como ambiente de mediação de significados, não pode se furtar de um tratamento reflexivo sobre o skate, e ampliamos aqui a discussão para os Esportes Radicais em geral, como uma importante prática corporal constituinte da cultura corporal de movimento contemporânea.

    Diante deste cenário, é possível se deparar com incertezas e desafios práticos e teóricos. Assim, a partir dessas considerações preliminares, é relevante efetuar um levantamento da produção do conhecimento sobre os Esportes Radicais e de Aventura e seus aspectos pedagógicos e educacionais.

Procedimentos metodológicos

    Este estudo se caracteriza como sendo uma revisão de literatura, que segundo Noronha e Ferreira (2000), são aqueles estudos que analisam a produção bibliográfica em determinada área temática, dentro de um recorte de tempo, fornecendo uma visão geral ou um relatório do estado-da-arte sobre determinado tópico, destacando novas ideias, métodos, subtemas que têm recebido maior ou menor ênfase na literatura selecionada.

    Para atingir o objetivo estabelecido, inicialmente foi necessário identificar e selecionar os estudos sobre os Esportes Radicais e de Aventura na escola. Esta seleção foi realizada por meio de uma busca nas bases de dados Scielo, Lilacs, Portal de Periódicos Capes e Google Acadêmico, a partir dos termos: Esportes Radicais, Esportes de Aventura, Esportes na Natureza, Atividades Físicas de Aventura na Natureza, Educação Física escolar, escola e educação. Após efetuar um primeiro levantamento considerando os títulos que apresentavam alguma referência à temática proposta, realizou-se uma leitura dos resumos para assim definir os estudos selecionados. Foram considerados artigos (estudos de revisão, estudos empíricos, relato de experiência e artigo de opinião) publicados entre 2005 e 2012.

    Com base nos procedimentos estabelecidos, foram selecionados 06 artigos que contemplavam os Esportes Radicais e de Aventura no contexto escolar.

Apresentação dos estudos selecionados

    Partindo do objetivo proposto, a seguir destaca-se a distribuição e síntese dos estudos que abordam em seu conteúdo os Esportes Radicais e de Aventura como possibilidade educacional no âmbito escolar.

    Em primeiro momento, para facilitar a organização e compreensão da produção do conhecimento em Educação Física, mais especificamente no que diz respeito aos Esportes Radicais e de Aventura no contexto escolar, o quadro 1 apresenta os estudos selecionados.

Quadro 1. Estudos selecionados

Síntese dos estudos sobre Esportes Radicais e de Aventura no contexto escolar

    Marinho e Schwartz (2005) com seu artigo “Atividades de aventura como conteúdo da educação física: reflexões sobre seu valor educativo” tiveram como objetivo propor uma reflexão sobre as possibilidades de inserção de atividades de aventura como conteúdo dos programas de aulas na área da Educação Física, no sentido de se fomentar a educação ambiental e para o lazer.

    As autoras mencionam que há um interesse por tais práticas e que as mesmas têm recebido um crescente número de adeptos de diferentes formações culturais, faixas etárias, níveis sociais e campos de atuação profissional. Elas vêm, embora timidamente, porém de forma cada vez mais recorrente, recebendo atenção de profissionais de diferentes áreas e sendo inseridas nos contextos escolar e universitário, sejam por meio de cursos de extensão à comunidade e aos alunos ou como disciplinas optativas.

    Afirmam ainda, que a partir do contexto da Educação Física, o compartilhamento da natureza e seus elementos como espaço privilegiado para o desenvolvimento de atividades de aventura, pode representar uma forma significativa de aproximação da sociedade a esse ambiente e de fomentar mudanças de valores e atitudes referentes à educação para o lazer e às ideais preservacionistas.

    O estudo de Leite e Hartmann (2007) objetivou propor a Educação Ambiental e as Atividades Físicas de Aventura na Natureza como conteúdo da Educação Física escolar no ensino fundamental.

    Como procedimentos metodológicos, foi realizada uma coleta de dados utilizando-se um questionário fechado aplicado pelos pesquisadores a 134 alunos do ensino fundamental de diferentes escolas da rede pública de Maceió, Alagoas. Os dados obtidos foram distribuídos em porcentagem e apresentados sob a forma de tabelas.

    Com base nos resultados obtidos no estudo, os autores propõem as Atividades Físicas de Aventura na Natureza como complemento do conteúdo da Educação Física escolar no ensino fundamental. Essa proposta deve-se ao fato de que a maioria dos alunos, em sua pesquisa, referiu a Educação Física como a disciplina de que mais gostam. Além disso, a prática de Atividades Físicas de Aventura na Natureza é capaz de contribuir para o desenvolvimento integral do indivíduo. E os alunos entrevistados manifestaram o desejo de experimentar novos desafios e emoções, fato este que corrobora a necessidade de uma renovação educativa escolar visando uma melhoria na qualidade de ensino.

    Armbrust e Lauro (2010) em seu artigo “O Skate e suas possibilidades educacionais”, definiram como objetivo apresentar uma proposta metodológica para organização de um curso de extensão universitária para graduandos e professores de Educação Física, com a finalidade de promover reflexões sobre os processos de iniciação à prática do skate atrelado ao esporte educacional.

    Esse estudo constou de uma pesquisa bibliográfica, apoiada em levantamentos de artigos, teses, dissertações, livros e sites, em que se relacionavam a prática do skate e sua ação educativa. Houve também uma proposição de implementar uma proposta metodológica no sentido de complementar os elementos da cultura corporal a ser vivenciados na escola.

    Armbrust e Lauro (2010) afirmam que poucos cursos de graduação em Educação Física e pós-graduações discutem os assuntos dos Esportes Radicais com profundidade e suas possíveis interfaces com meios competentes para a licenciatura ou o bacharelado. Os autores acreditam ainda, que há certo despreparo profissional para empreender essas atividades, o que dificulta implantar tais práticas nos âmbitos educacionais.

    O estudo buscou alertar às instituições universitárias, que acreditam no eixo norteador dos currículos nacionais, que almejam ampliar o leque de diversidade de conteúdos e de colaborar e complementar com mais elementos da cultura corporal para efetivar o processo de desenvolvimento do ser humano nos aspectos biológico, psicológico, social e cultural, sem fazer nenhuma dicotomia do ser humano. Esse estudo também procurou corroborar os pensamentos psicomotores como agentes construtores do saber, do fazer, do ser e do conviver, por meio das relações afetivas entre professores e alunos, para que se permita a efetivação do movimento criativo e participativo de novas possibilidades educacionais.

    O estudo de Armbrust e Silva (2010) intitulado “Esportes Radicais como conteúdo da Educação Física Escolar”, teve como objetivo apresentar uma reflexão sobre as aproximações e distanciamentos dos Esportes Radicais com as propostas pedagógicas das escolas. Para empreender tal reflexão, os autores se apoiaram no pensamento complexo fundamentado em Edgar Morin.

    Os autores afirmam que com o crescimento das áreas de intervenção do profissional na área da Educação Física e dos interesses em atividades culturais e desportivas diversificadas, surge à necessidade de iniciar e aprofundar estudos sobre conteúdos emergentes como os Esportes Radicais. Diante disso, mostram também que estudar e pesquisar os Esportes Radicais pode gerar certas dificuldades, além da defasagem da literatura pertinente, sendo que os primeiros estudos para entender o início dos Esportes Radicais ocorreram nos grupos de pesquisa da área do lazer e estabelecem uma diferenciação de entendimento sobre o fenômeno.

    Para interpretação desse fenômeno e entendimento dessas atividades como conteúdos da Educação Física escolar, Armbrust e Silva (2010) utilizaram o pensamento complexo segundo Edgar Morin, buscando refletir sobre as aproximações e distanciamentos da área escolar desse fenômeno que atinge âmbito mundial e também porque o pensamento complexo permite trazer à pauta aspectos antes negados pela visão científica clássica como a imprevisibilidade, o acaso e a criatividade, os quais são elementos fundamentais para as novas construções em educação.

    O pensamento complexo entendido como algo que é ligado, conectado em conjunto com as pessoas, pode ser significativo para a riqueza humana e, os autores entendem, que a via de expansão de saberes como os promovidos pelos os Esportes Radicais no micro sistema da Educação Física escolar pode fazer a diferença na vida dos seres que aprendem e ensinam. Destacam também os Esportes Radicais como sendo mais uma ferramenta para investir na causa do bem estar do ser humano num planeta sustentável.

    Araujo et al. (2012), objetivaram em seu estudo investigar a contribuição das aulas de Educação Física no ensino fundamental I para o desenvolvimento de habilidades motoras fundamentais de crianças de duas escolas públicas da mesma região da cidade de São Paulo, e se a prática de Esportes Radicais, além das aulas de Educação Física, poderia diferenciar tal desenvolvimento.

    Para esse estudo os autores utilizaram uma amostra de quarenta e uma crianças entre nove e 11 anos, matriculadas no quarto ano do ensino fundamental I da rede estadual de ensino de duas escolas situadas em Pirituba, São Paulo, SP. O Grupo Experimental (GE) foi formado por 19 crianças (10 meninos e nove meninas) e 22 crianças (15 meninos e sete meninas) formaram o Grupo Controle (GC).

    As crianças foram filmadas realizando as habilidades motoras dos subtestes locomotor e controle de objetos do Test of Gross Motor Development (TGMD-2). Com as filmagens prontas, os autores analisaram os escores brutos atribuídos de acordo com a qualidade do movimento observado, e idade motora equivalente também foi estimada para os dois subtestes.

    Os resultados do estudo indicaram que as crianças do GE apresentaram escores brutos maiores que as crianças do GC no subteste locomotor e os dois grupos apresentaram escores brutos similares no subteste controle de objetos, mas as crianças do GE apresentaram idade motora equivalente maior que a idade cronológica no subteste locomotor enquanto que as crianças do GC não apresentaram diferença entre as duas idades, e os dois grupos não apresentaram diferenças entre idade motora equivalente e idade cronológica no subteste controle de objetos.

    Os autores afirmam que este estudo avança o conhecimento sobre os possíveis efeitos da prática estruturada no desenvolvimento motor, pois envolveu a combinação de aulas regulares de Educação Física e prática de atividades extracurriculares (Esportes Radicais). Os resultados do estudo de Araujo et al. (2012), em conjunto com resultados observados em estudos recentes, indicam claramente que crianças por volta dos 10 anos de idade têm capacidade de demonstrar proficiência motora no desempenho de habilidades motoras fundamentais, desde que tenham vivenciado experiências e atividades regulares voltadas para o desenvolvimento dessas habilidades motoras. No entanto, não são todas as crianças que têm oportunidade de vivenciar tais experiências fora do contexto escolar.

    Recentemente, Armbrust e Silva (2012) tiveram como objetivo em seu artigo “Pluralidade cultural: os esportes radicais na Educação Física escolar” apresentar uma reflexão sobre a inserção dos Esportes Radicais nas propostas pedagógicas escolares.

    Para isso os autores fizeram uma reflexão sobre as aproximações e distanciamentos dos Esportes Radicais no currículo escolar, em especial para o entendimento dessas atividades como conteúdos da Educação Física escolar. Os autores então se basearam no pensamento complexo de Edgar Morin, que permite trazer à pauta aspectos antes negado pela visão científica clássica como a imprevisibilidade, o acaso e a criatividade, que para Armbrust e Silva (2012), são elementos fundamentais para as novas construções em educação.

    Afirmam também que os Esportes Radicais vêm atraindo o interesse de crianças em idade escolar, compartilhando espaço com os conteúdos tradicionais e mostrando seu potencial educativo convergente com os objetivos da Educação Física. Em contrapartida, são identificadas resistências da parte dos educadores, que se expressam por meio de preocupações relativas à imagem de risco e imprevisibilidade envolvidos nesses conteúdos.

    Armbrust e Silva (2012) acreditam que os Esportes Radicais podem ser um excelente norteador da renovação dos conteúdos e das práticas escolares, lembrando que tais conteúdos específicos, como outros quaisquer, não deveriam ser selecionados por se pensar que possuem fins em si mesmos, mas seriam inclusos no currículo escolar aqueles que passassem pelo crivo da abrangência da sua potencialidade no sentido de promover o desenvolvimento das pessoas, propiciando apropriação e produção de conhecimentos, valores e atitudes.

Discussão dos estudos selecionados

    Tendo em vista os estudos selecionados para a pesquisa, é possível perceber uma carência na produção do conhecimento em relação aos Esportes Radicais e de Aventura como possibilidades educacionais, principalmente no contexto escolar. Essa escassez em relação aos aspectos educacionais e pedagógicos dos Esportes Radicais foi observada em estudo recente feito por Brasil, Ramos e Goda (2013), onde foi realizada uma análise da produção científica sobre surf publicada entre janeiro de 2000 e dezembro 2011. Verificou-se na pesquisa que a maior parte dos estudos sobre esse esporte incidiu sobre as categorias sócio-Antropológica, Qualidade de Vida e Saúde e Desempenho Esportivo. Em contrapartida, os artigos classificados na categoria Pedagógica corresponderam à parte menos expressiva das publicações selecionadas, sendo 7 artigos de um total de 150 selecionados, o que se aproxima de nosso estudo.

    Confirmando o exposto, Betti, Ferraz e Dantas (2011), em análise as publicações em Educação Física escolar, observaram que os trabalhos que investigaram práticas corporais e que foram submetidos a uma categorização amplamente utilizada na recente literatura acadêmica e profissional da área de Educação Física, a saber: jogo, dança, ginástica, lutas e outros, se distribuíam por todas as práticas, contudo, muito concentradas (67%) no binômio “jogo-esporte”. A categoria denominada outros, que se refere a manifestações como atividades circenses, parkour, skate, etc., apresenta apenas (2,4%) da freqüência de práticas corporais investigadas. Os autores ressaltam que tal concentração reflete a tradição das praticas pedagógicas da Educação Física escolar em nosso país. Para eles, o tal desequilíbrio pode ser visto como um indicador da premência de estudos que contemplem as outras manifestações, a qual destacamos os Esportes Radicais e de Aventura, sob o risco, inclusive, de inviabilizar a implementação de propostas curricular apresentadas em diversos Estados e municípios brasileiros nos últimos anos.

    Outro ponto a ser destacado, é a possibilidade das atividades ditas “alternativas”, como os Esportes Radicais e de Aventura, contribuírem de forma efetiva para o desenvolvimento de habilidades motoras fundamentais na infância.

    Este fato é abordado no estudo de Araujo et al. (2012), apresentado anteriormente na síntese dos estudos selecionados, onde indicou claramente que as crianças por volta dos 10 anos de idade têm capacidade de demonstrar proficiência motora no desempenho de habilidades motoras fundamentais, desde que tenham vivenciado experiências e atividades regulares voltadas para o desenvolvimento dessas habilidades motoras. Inclusive apontam sobre os possíveis efeitos da prática estruturada no desenvolvimento motor, pois envolveu a combinação de aulas regulares de Educação Física e prática de atividades extracurriculares (Esportes Radicais).

    Este estudo demonstra o quanto é importante rever e renovar os conteúdos das aulas de Educação Física escolar para assim possibilitar que crianças e adolescentes tenham mais vivências motoras, favorecendo dessa forma, um melhor desenvolvimento motor. Lembrando que grande parte das atividades realizadas nas aulas de Educação Física escolar contemplam principalmente as habilidades motoras fundamentais de manipulação e locomoção, deixando uma lacuna no que diz respeito às atividades de estabilidade/equilíbrio, que poderiam ser desenvolvidas de forma eficiente e lúdica por meio dos Esportes Radicais.

    Vale ressaltar também que a inserção dos Esportes Radicais na escola pode favorecer os processos de socialização, resolução de situação-problema, autonomia nas atividades desenvolvidas e motivação para a prática de atividades físicas.

Considerações finais

    Com base nos resultados obtidos na presente revisão de literatura, é possível perceber que os Esportes Radicais e de Aventura são conteúdos valiosos para serem ministrados nas aulas de Educação Física escolar. Cabe destacar que são práticas que atraem os olhares de crianças e adolescentes e, dessa forma, facilitam sua inserção no contexto escolar.

    Outro aspecto considerado positivo é sua contribuição para o desenvolvimento motor das crianças e adolescentes, contemplando o prazer proporcionado para os escolares com essas práticas em ambientes diversificados.

    Entretanto, sabemos que os espaços escolares disponíveis são limitados, além do preconceito e o medo por parte de professores, direção, pais e comunidade também estarem presentes. Contudo, isso não deve se caracterizar como um fator de limitação para que os Esportes Radicais sejam abordados nas aulas de Educação Física.

    Observamos por meio da presente revisão da literatura certa carência no que diz respeito aos estudos relacionados aos Esportes Radicais e de Aventura no âmbito escolar. Nesse sentido, recomendamos um olhar mais amplo sobre as diversas práticas corporais, incluindo as consideradas “alternativas” como os Esportes Radicais e de Aventura na Natureza, lembrando que elas podem colaborar efetivamente para um desenvolvimento global da criança e do adolescente sem desconsiderar o lúdico, que é fator fundamental para manter a motivação nas aulas de Educação Física escolar.

Referências

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