efdeportes.com

Recomendações de exercícios físicos, para idosos portadores 

de osteoporose, sob a visão dos profissionais da saúde

Ejercicios físicos recomendados para personas mayores, portadoras
de osteoporosis, según la consideración de los profesionales de la salud

 

*Graduada em Educação Física (FURB)

Especialista em Natação e Atividades Aquáticas (UGF)

Mestrando em Educação (FURB). Professora do curso de Educação Física da FURB

**Graduado em Educação Física (PUC-Campinas)

Especialista em Natação e Atividades Aquáticas (UGF)

Mestrando em Educação (FURB)

***Graduada em Educação Física (FURB)

Milena Engels de Camargo*

Denis Augusto de Camargo**

Tamiris dos Passos***

Bruna Gonçalves de Jesus***

mi_engels@yahoo.com.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Atualmente uma das principais causas de morbidade e mortalidade que afetam a população idosa, é a osteoporose. Considerando a importância do exercício físico, e sendo os profissionais da área da saúde responsáveis em preservar, manter e recuperar a saúde dos indivíduos é de extrema importância que cada vez mais busquemos a especialização dos profissionais que atuam nesta área, assim como sua atualização contínua e verificação dos seus níveis de conhecimento. O propósito deste estudo foi verificar as recomendações de exercícios físicos, para idosos portadores de osteoporose, e ainda, identificar o exercício físico com maior incidência de recomendações em cada uma das áreas da saúde e os motivos pelos quais os profissionais recomendam o exercício físico. Verificamos que a atividade com maior número de recomendações entre os profissionais da área da saúde é a hidroginástica, apesar de que os maiores benefícios aos idosos portadores de osteoporose, atuando diretamente na densidade mineral óssea (DMO), poderiam ser obtidos através do treinamento resistido com pesos (TRP).

          Unitermos: Osteoporose. Idosos. Recomendações de exercícios físicos.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 195, Agosto de 2014. http://www.efdeportes.com

1 / 1

Introdução

    O envelhecimento deve ser tratado como um processo complexo de variáveis compreendendo que o organismo humano é modificado desde o nascimento até o fim da vida. De acordo Balsamo e Simão (2005), “existem fatores intrínsecos (genética, sexo, circulação, metabolismo etc.), e extrínsecos (ambiente, sedentarismo, hábitos de vida como tabagismo, drogas etc.) que influenciam o estilo de vida do individuo pressupondo que cada um envelhece de maneira diferente”.

    Nesta fase da vida as alterações orgânicas e fisiológicas estão em processo de declínio. Atualmente uma das principais causas de morbidade e mortalidade que afetam a população idosa, é a osteoporose, segundo Russo et al. (2002) essa doença “é caracterizada por diminuição da massa óssea, com conseqüente aumento do risco de fraturas. Além das fraturas, a doença pode provocar deformidades na estrutura óssea, levando à limitação das atividades diárias”, como caminhar, levantar da cadeira, varrer o chão ou pegar um transporte público, o que se constitui em uma ameaça à sua independência.

    A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 200 milhões de mulheres e homens sofram de osteoporose em todo o planeta. O elevado custo econômico causado por fraturas e a alta incidência de mortalidade relacionada à osteoporose, tem causado grande preocupação em termos de saúde pública, e neste momento aflora a necessidade de cuidados, e prevenção desta doença.

    Considerando a importância do exercício físico, e sendo os profissionais da área da saúde responsáveis em preservar, manter e recuperar a saúde dos indivíduos é de extrema importância que cada vez mais busquemos a especialização dos profissionais que atuam nesta área, assim como sua atualização contínua e verificação dos seus níveis de conhecimento.

    Portanto, este estudo tem como objetivo principal verificar as recomendações de exercícios físicos, para idosos portadores de osteoporose sob a visão de profissionais da saúde. Além de identificar o exercício físico, com maior incidência de recomendações em cada uma das áreas da saúde e analisar os motivos pelos quais os profissionais recomendam o exercício físico, para um idoso portador de osteoporose.

O envelhecimento

    Existem muitas teorias sobre o envelhecimento, mas nenhuma delas por si só consegue explicar todas as alterações que acompanham este processo, porém, sabe-se que o envelhecimento difere-se de pessoa para pessoa. Há também diversos fatores que influenciam neste processo, como o tempo, a hereditariedade e o meio ambiente, e outros aspectos, tais como a dieta, estilo de vida, e o hábito de praticar exercícios físicos que podem afetar ou melhorar a qualidade de vida.

    Com o tempo, até os indivíduos livres de doenças tem o risco de se tornarem frágeis, já que as reservas fisiológicas decaem e afetam a capacidade funcional. As perdas de reserva fisiológica que contribuem mais diretamente com a fragilidade física são as da capacidade aeróbia, resistência cardiovascular, força, resistência motora/esquelética e integridade neural (BALSAMO e SIMÃO, 2005).

    As habilidades motoras diminuídas são resultados mais óbvios do processo de envelhecimento, e contribui para a fragilidade. Esse declínio é mediado por alterações na composição corporal que levam a perdas na massa muscular e na densidade óssea (BALSAMO e SIMÃO, 2005). A perda dessas duas composições corporais faz com que dificultem as atividades diárias do idoso, como levantar de uma cadeira, abrir uma janela, aumentando o risco de quedas, fraturas e incapacidade funcional.

    A influência da atividade física sobre os processos de envelhecimento, segundo Matsudo & Matsudo e Weineck apud Dantas e Oliveira (2003) “é um fato inegável. O esporte é considerado o melhor meio de envelhecer de maneira saudável, quando observado na relação entre inatividade corporal e a redução da capacidade de desempenho no homem que está envelhecendo”.

A osteoporose

    O número de pessoas que chegam à terceira idade tem aumentado nas últimas décadas. Umas das razões que contribuiu para este aumento foi o controle de doenças infecto-contagiosas. Paralelamente, com o aumento da expectativa de vida, houve também um aumento significativo em relação às doenças crônico-degenerativas, entre elas a osteoporose.

    A osteoporose é uma doença cada vez mais comum, tornando-se um dos maiores problemas de saúde pública. Conforme Dantas e Oliveira (2003) “É uma doença do tipo incapacitante, crônica e não contagiosa que se caracteriza pela perda dos níveis ótimos de cálcio dos ossos”.

    A osteoporose pode ser classificada em primária e secundária. A osteoporose primária é aquela relacionada ao envelhecimento, podendo ser do tipo senil, aonde predomina a redução da formação óssea ou pós-menopáusica, aonde ocorre o aumento na reabsorção óssea. A osteoporose secundária é causada por doenças crônicas e/ou pelo o uso de medicamentos, que alteram o metabolismo ósseo, acarretando perda da massa óssea (ZALLI et al., 2012).

    Segundo Balsamo e Simão (2005) “A massa óssea aumenta durante a infância e adolescência, atingindo seu pico entre 18 e 20 anos, quando se estabiliza e, posteriormente, diminui progressivamente, em ambos os sexos, entre 35 e 40 anos, com um declínio maior na mulher após a menopausa”.

    “O decréscimo da DMO está relacionado não somente ao envelhecimento, mas também à genética, aos níveis hormonais, ao estado nutricional, hábitos e estilo de vida e ao nível de atividade física do individuo [...]”. (BALSAMO e SIMÃO, 2005).

    Segundo Barbanti (1990), os ossos, assim como os músculos, tendem a se tornar mais fortes e resistentes quanto mais forem usados e exercitados.

A osteoporose e o exercício físico

    Estudos mostram que o exercício físico é um importante fator na manutenção da massa óssea. A força mecânica proporcionada pelo exercício físico regular estimula a atividade osteoblástica (atividade da célula responsável pela formação da matriz óssea e da mineralização ósseo), por meio do efeito piezoelétrico, que pode ser inicialmente, explicado pela Lei de Wolff. Que segundo Balsamo e Simão (2005):

    É um fenômeno que mostra a relação entre função e forma do osso, demonstrando que os ossos formam-se e remodelam-se de acordo com a resposta as forças mecânicas aplicadas. Com isso estabelece-se uma ligação entre o nível de atividade física e o volume de massa óssea. Além disso, verificou-se que a atividade e o estresse mecânico dos ossos são resultantes da tensão muscular e, como conseqüência pode acarretar o aumento da DMO.

    A importância deste estímulo mecânico foi confirmada em estudos com astronautas russos e americanos. As evidências encontradas mostram que os astronautas, após um longo período no espaço, apresentavam alterações na estrutura músculo-esquelética, uma perda de cálcio ósseo e atrofia muscular, decorrente da falta de estimulo mecânico em virtude da ausência da gravidade. “Os benefícios da atividade física para a massa óssea estão associados diretamente à tensão muscular (estresse mecânico), envolvendo a musculatura específica acionada” (BALSAMO e SIMÃO, 2005).

    Além do consenso dos autores em relação à prática das atividades físicas, é importante destacar que “os benefícios são obtidos desde que seja mantida uma regularidade e uma intensidade adequada, porém, no momento em que está for suspensa, a massa óssea retorna a seus níveis anteriores e os efeitos benéficos são perdidos” (BANDEIRA et al.; MATSUDO & MATSUDO; POWER & HOWLEY apud DANTAS e OLIVEIRA, 2003).

Metodologia

    A população alvo deste estudo foi formada por profissionais da saúde, que atuam em diferentes áreas, sendo elas da Educação Física, Medicina e Fisioterapia residentes na região do Vale do Itajaí/ SC. A amostra foi selecionada de forma intencional. Constituiu-se por 45 profissionais da área da saúde de ambos os sexos. Sendo eles 15 Profissionais de Educação física de diferentes áreas de atuação, 15 Médicos de diferentes áreas de atuação e 15 Fisioterapeutas. Os sujeitos autorizaram sua participação mediante assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido.

    A coleta de dados foi realizada através de um questionário, elaborado para avaliar o nível de recomendações de exercícios físicos a idosos portadores de osteoporose, sob a visão dos profissionais da saúde. Este Questionário foi desenvolvido pelos autores e posteriormente validado para a realização da pesquisa. O questionário contém três perguntas, a primeira classificada como fechada, subdividida em cinco itens a serem respondidos (A, B, C, D e E), onde os respondentes selecionaram a alternativa que representasse o nível de recomendação respectivo a cada exercício físico. A segunda pergunta é uma combinação de múltipla escolha, com resposta aberta, aonde os respondentes citaram um exercício físico do quadro, assim como a duração, freqüência, e intensidade do respectivo exercício, e a terceira pergunta, classificada como aberta, consiste em descrever o motivo pelo qual o profissional acredite que este seja o exercício mais adequado a um idoso portador de osteoporose. Após a assinatura do termo de Consentimento Livre e Esclarecido, foi entregue e apresentado o questionário que os mesmos preencheram, sem interferência do pesquisador. Os questionários foram recolhidos e guardados para análise dos resultados. Para a análise dos dados foi realizada inicialmente uma tabulação e classificação destes. Foram feitos gráficos ilustrativos que demonstram os resultados da análise.

Análise e discussão dos resultados

    Os resultados encontrados nos gráficos 1, 2 e 3 referente à questão um, apontam os níveis de recomendações dos exercícios físicos para idosos portadores de osteoporose pelos profissionais da saúde, de acordo com suas respectivas áreas de atuação. Sendo que a alternativa “muito inadequada” representa que o exercício é inadequado para o idoso portador de osteoporose e possui risco à integridade biológica, enquanto que a alternativa “muito adequada” representa que o exercício é adequado para o idoso portador de osteoporose e não possui nenhum tipo de risco. A alternativa “possivelmente” representa que os benefícios do respectivo exercício superam os riscos, mas existe probabilidade de risco à integridade biológica quando os princípios da prescrição de exercícios não são respeitados.

    De acordo com os resultados obtidos e apresentados no gráfico 1, observa-se o exercício TRP como o mais adequado sob a visão dos profissionais de educação física.

    De acordo com os resultados obtidos e apresentados no gráfico 2, observam-se os exercícios Pilates e Hidroginástica como os mais adequados sob a visão dos médicos.

    De acordo com os resultados obtidos e apresentados no gráfico 3, observa-se o exercício Hidroginástica como o mais adequado sob a visão dos fisioterapeutas.

    Nas questões dois e três, foi solicitado aos profissionais que indicassem uma modalidade de exercício físico, assim como, sua freqüência, duração, intensidade, e o motivo pelo qual acreditam ser o mais recomendado a um idoso portador de osteoporose.

    Na área da Educação Física, o exercício mais recomendado pelos profissionais de educação física foi o TRP, com nove indicações, seguido pela hidroginástica, caminhada/corrida e pilates com duas indicações cada. A média geral da freqüência recomendada para a prática do exercício é de três vezes na semana, com duração média de 45 minutos, e intensidade moderada. Os motivos pelos quais os profissionais de educação física recomendam o TRP são pela “melhora significativa da densidade óssea e da lubrificação articular”, “aumento da osteogênese”, “a sobrecarga gerada pelo TRP produz o efeito piezoelétrico, o que favorece a entrada de cálcio nos ossos, contribuindo para o aumento da densidade mineral óssea”, “promover e manter o desenvolvimento muscular, auxiliando na redução da perda óssea e mantendo a autonomia e capacidade funcional do idoso”.

    Na área da Medicina, o exercício mais recomendado pelos médicos foi à hidroginástica, com oito indicações, seguido pela caminhada/corrida com quatro indicações, e o pilates, ginástica de academia e TRP com uma indicação cada. A média geral da freqüência recomendada para a prática do exercício é de três vezes na semana, com duração média de 30 a 40 minutos, e intensidade moderada. Os motivos pelos quais os médicos recomendam a hidroginástica são “por ser um exercício que oferece resistência”, “trabalhando grandes grupos musculares”, “estimula o osso incorporando cálcio nas suas estruturas”, “minimiza o impacto e promove atividade muscular sem o risco de sobrecarga e comprometimento ósseo”, “menos riscos de acidentes” e “promover socialização”.

    Já na área da Fisioterapia, o exercício mais recomendado pelos fisioterapeutas foi o pilates, com seis indicações, seguido pela hidroginástica com cinco indicações, caminhada/corrida com três indicações, e o TRP com uma indicação. A média geral da freqüência recomendada para a prática do exercício é de duas a três vezes na semana, com duração média de 45 a 60 minutos, e intensidade moderada. Os motivos pelos quais os fisioterapeutas recomendam o pilates são por ser “um exercício de baixo impacto, que aumenta a força muscular e mobilidade articular”, “melhora a densidade óssea pelo trabalho de equilíbrio estático e dinâmico”, “melhora a postura, flexibilidade, resistência e bem estar” e “diminui o risco de quedas e fraturas ósseas”.

    A escolha do exercício físico para idosos é um aspecto complexo, pois considerando que muitos deles são sedentários, há muito tempo, a perda de aptidão pode impossibilitar a prática de alguns exercícios que poderiam ser prazerosos.

    Dantas e Oliveira (2003) citam que:

    Além da falta de aptidão, outros fatores podem influenciar, limitando a escolha da atividade, como: osteoporose, artrose, instabilidades articulares, arteriosclerose, diabetes, e hipertensão. Portanto, um programa de atividade física para idosos deve levar em consideração a eficiência, a segurança e os aspectos motivacionais.

    De acordo com os profissionais de educação física o exercício físico mais recomendado a pessoas idosas portadoras de osteoporose é o TRP, conhecido popularmente como musculação. Segundo Dantas e Oliveira (2003) “O treinamento de força desenvolve e mantém a estrutura muscular e óssea, sendo este um importante fator na prevenção e reabilitação de doenças crônico-degenerativas, nas disfunções físicas, no controle de peso e metabolismo da obesidade, e da osteoporose”. Santarém (1999) “Também coloca que os exercícios com pesos constituem o mais eficiente estímulo conhecido para o aumento da massa óssea”.

    Plaper (1996) cita que esses benefícios ocorrem pelo fato da musculação ser uma atividade física que tem como princípio o aumento progressivo das cargas. Dessa forma, é mais efetiva para estímulo osteogênico do que aquelas atividades cuja base do treinamento é somente o número de repetições de exercícios.

    Demonstra-se que o treinamento de sobrecarga com pesos pode ser eficiente, todavia, deve ser direcionado com cautela, já que em certos casos, o trabalho será voltado para pessoas sujeitas a fraturas. Além disso, a musculação ou treinamento de sobrecarga com pesos é uma atividade de fácil controle de intensidade, com uma boa margem de segurança cardiológica e, ainda, proporciona uma melhora na coordenação motora, equilíbrio, força muscular, independência e autonomia, auxiliando, com isso, na prevenção de fraturas que é o maior agravante da osteoporose (DANTAS e OLIVEIRA, 2003).

    Para os médicos, o exercício físico mais recomendado para idosos portadores de osteoporose foi a Hidroginástica, porém, encontram-se poucos trabalhos demonstrando seus reais benefícios em relação ao estímulo da DMO.

    Conforme os autores Matsudo & Matsudo; Mazo et al.; Sova apud Balsamo e Simão (2005) citam:

    Os benefícios da hidroginástica podem ser explicados pela pressão nos tendões, ligamento e periósteo, sendo que o estímulo da DMO ocorre na junção osteotendínea. Os exercícios que envolvem pressão sobre a estrutura óssea e são contra a resistência, como movimentos de empurrar e puxar, podem estimular o desenvolvimento ósseo. Dessa forma, atuam, positivamente, nos pacientes com osteoporose.

    A hidroginástica pode reduzir a perda da massa óssea devido ao aumento da contração muscular, porém, de acordo com Baum (1999), “para que ocorram os benefícios, seria necessário que os exercícios fossem realizados de forma razoavelmente rigorosa na água, trabalhando os músculos em intensidade suficiente para minimizar a perda da massa óssea”.

    Para Campion (2000) “a hidroginástica tem sido direcionada principalmente para pacientes com osteoporose, por ser um exercício com pouco risco de queda”.

    Já para os fisioterapeutas, os exercícios mais recomendados são o Pilates e a hidroginástica. O pilates por ser uma modalidade de exercícios recente no mercado contém poucos estudos que abordam sua relação com a osteoporose.

    Segundo Reis, Mascarenhas e Lyra (2011) “Os benefícios do Método Pilates para os idosos incluem aumento da densidade óssea, melhoria da flexibilidade nas articulações e postura, aumento da capacidade respiratória e cardiovascular, proporcionando satisfação total aos praticantes que desejam obter melhoria da qualidade de vida”.

    Para Silva e Mannrich (2009) “O método pode ser utilizado na reabilitação em diferentes populações, incluindo gestantes e idosos; e também com diferentes finalidades, entre elas tratamento da lombalgia, correção postural, ganho de massa óssea e de força no período pós-operatório”. Silva e Mannrich (2009) ainda dizem que, “o método pode ser adaptado aos cuidados necessários em cada população e disfunção, apresentando poucas contraindicações e permitindo a progressão de acordo com o indivíduo acompanhado”.

Considerações finais

    Ainda existe muita contradição permeando as recomendações de exercícios físicos e sua indicação aos indivíduos com osteoporose como pode ser verificado através deste estudo, porém tem-se o consenso de que o exercício físico tem sua importância quanto à prevenção e controle da osteoporose.

    Se considerarmos de forma geral, incluindo todas as áreas da saúde relacionadas neste estudo, obtém-se a Hidroginástica como a atividade mais recomendada para idosos portadores de osteoporose com 15 indicações, seguido de TRP com 11 indicações. Por isso verificamos a importância de analisar a relação entre os níveis de recomendação e as atividades relacionadas como mais adequadas e seus motivos atribuídos.

    A hidroginástica é uma estratégia para o estímulo da DMO, porém, para que ocorram os benefícios, seria necessário que os exercícios fossem realizados de forma razoavelmente rigorosa na água, trabalhando os músculos em intensidade suficiente para minimizar a perda da massa óssea. Vale ressaltar que o ambiente aquático é um ambiente seguro para a realização de exercícios físicos aos portadores de osteoporose, ou seja, sem a possibilidade de quedas.

    As evidências científicas demonstram que o treinamento resistido com peso TRP, atua de forma direta sobre a DMO, possivelmente por ser uma forma de exercício físico em que se podem desempenhar os estímulos específicos de maneira mais fácil e intensa. O TRP também influência de forma indireta, na melhora do equilíbrio, força, mobilidade, coordenação e a marcha, conseqüentemente reduzindo a possibilidade de quedas.

    Tendo vista os estudos e a pesquisa realizada, apesar de verificarmos que a atividade com maior número de recomendações entre os profissionais da área da saúde é a hidroginástica, verifica-se que benefícios maiores aos idosos portadores de osteoporose, atuando diretamente na DMO, poderiam ser obtidos através do TRP.

Referências

  • BALSAMO, S.; BOTTARO, M. Os benefícios dos exercícios com pesos no tratamento e prevenção da osteoporose: uma revisão. Revista Euro-AM, v.2, n.2, p.143-148, 2000.

  • BALSAMO, S.; SIMÃO R. Treinamento de força: para osteoporose, fibromialgia, diabetes tipo 2, artrite, reumatóide e envelhecimento. São Paulo: Phorte, 2005.

  • BANDEIRA, F. MACEDO, G. CALDAS, G. GRIZ, L. FARIA, M. Osteoporose. São Paulo: Medici, 2000.

  • BARBANTI, J. V. Aptidão física: um convite à saúde. São Paulo: Manole, 1990.

  • BAUM, G. Aquaeróbica: manual de treinamento. São Paulo: Manole, 1999.

  • CAMPION, R. M. Hidroterapia: Princípios e pratica. São Paulo: Manole, 2000.

  • DANTAS, E. H.M.; OLIVEIRA, R. J. Exercício, Maturidade e Qualidade de Vida. Rio de Janeiro: Shape, 2003.

  • IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em www.ibge.gov.br/ Acesso em: 13 de maio de 2013.

  • MATSUDO, S. M. Envelhecimento e Atividade Física. Londrina: Midiograf, 2001.

  • MATSUDO, S. M.; MATSUDO, V. K. R. Prescrição e benefícios da atividade física na terceira idade. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, v. 5, n.4, p. 19-30, 1992.

  • MATSUDO, S. M.; MASTUDO, V. K. R. Osteoporose e Atividade Física. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, v.5, n.3, p. 33-60, 1991.

  • OMS. Organização Mundial de Saúde. Programa de envelhecimento ativo: uma política de Saúde. Brasília; Organização Pan-Americana de Saúde; 2005.

  • PLAPER, G. P. Osteoporose e exercícios. Revista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de São Paulo. 52(3): 163-170, 1997.

  • POWERS, S. K.; HOWLEY, T. Fisiologia do Exercício. 3.ed. São Paulo: Manole, 2000.

  • REIS, L. A.; MASCARENHAS, H. M.; LYRA, J. E. Avaliação da qualidade de vida em idosos praticantes e não praticantes do Método Pilates. C&D - Revista Eletrônica da Fainor, Vitoria da Conquista, v.4, n.1, p.38-51, 2011.

  • RUSSO, L. A. T. et al. Osteoporose: mais de 100 respostas para suas perguntas. Rio de Janeiro: Record, 2002.

  • SANTARÉM, J. M. Treinamento de força e potência. In: GORAYEB, N.; BARROS, T. O Exercício: preparação fisiológica, avaliação médica, aspectos especiais e preventivos. São Paulo: Editora Atheneu, 1999.

  • SILVA, A. C. L. G.; MANNRICH, G. Pilates na reabilitação: uma revisão sistemática. Fisio. Mov. V.22, n.3, p. 449-455, 2009.

  • SIMÃO, R. Fisiologia e Prescrição de exercícios para grupos especiais. São Paulo: Phorte, 2004.

  • SOVA, R. Hidroginástica na Terceira Idade. São Paulo. Manole, 1998.

  • WEINECK, J. Biologia do Esporte. São Paulo: Manole, 2005.

  • ZALLI, M. et al. Geriatria para Clínicos: Medicina Aplicada à Terceira Idade. Rio de Janeiro: Revinter, 2012.

Outros artigos em Portugués

  www.efdeportes.com/
Búsqueda personalizada

EFDeportes.com, Revista Digital · Año 19 · N° 195 | Buenos Aires, Agosto de 2014  
© 1997-2014 Derechos reservados