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A inclusão da Orientação nas aulas de Educação Física. 

Uma visão dos professores da cidade de Foz do Iguaçu

La inclusión de la Orientación en las clases de Educación Física. Una visión de los profesores de la ciudad de Foz do Iguazú

 

Bacharel em Ciências Militares pela Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN, Resende, RJ)

Graduado em Educação Física e Pós Graduado em Treinamento Esportivo

pela Faculdade União das Américas (UNIAMÉRICA, Foz do Iguaçu, PR)

Gilson Tomelin

gilsontomelin@hotmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          O presente artigo tem com o objetivo apresentar o esporte Orientação aos professores de Educação Física do município de Foz do Iguaçu e observar sua viabilidade em suas aulas. Tema já discutido por outros autores em trabalhos científicos como Ferreira (1999), Pasini (2003), Blaia (2008) e Oliveira (2008), resolveu-se apresentar e discutir a modalidade quanto conteúdo das aulas de Educação Física. Para isso foram aplicadas aulas com módulos de teoria e prática de Orientação para 86 professores da rede de ensino publica e particular de Foz do Iguaçu. Desses, lecionam para todas as faixas etárias, englobando o ensino fundamental, ensino médio e ensino superior. Por fim, não diferente dos demais estudos e com grande aceitação, verificou-se que a orientação não é somente mais um conteúdo, mas uma verdadeira ferramenta pedagógica para o ensino.

          Unitermos: Desporto Orientação. Educação. Ferramenta pedagógica.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 189, Febrero de 2014. http://www.efdeportes.com/

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1.     O contexto da temática e sua relevância regional

    Desde sempre, através de meios e métodos expeditos, a Orientação foi utilizada em todos os deslocamentos terrestres e marítimos com o objectivo de ir o mais rápido possível de um local para outro. Conforme Friedmann (2009) a origem da palavra orientação vem de Oriente, que significa a direção do Sol nascente, a parte do céu onde nasce o Sol. Os dicionários costumam listar muitos significados para a palavra orientação. Os que mais se encaixam em nosso contexto costumam ser definições do tipo “determinar uma posição ou direção em relação aos pontos cardeais” e “determinar uma direção a seguir, a fim de atingir um destino específico”. Além destes significados, a palavra orientação pode descrever um esporte bastante peculiar, cuja atividade mais característica costuma ser orientação.

    De acordo com a Confederação Brasileira de Orientação (2007), a corrida de Orientação cresce no universo escolar por sua capacidade de unir, sobremaneira aspectos físicos e cognitivos, o que pode possibilitar a participação dos estudantes em condições de igualdade. Pela necessidade de conhecer a leitura precisa do mapa, avaliação e escolha da melhor rota, uso ou não da bússola, concentração sob tensão, tomada rápida de decisão, entre outras.

    A Orientação pedestre é uma modalidade de endurance que, envolve grande componente mental e físico (PASINI, 2007). Como o próprio nome sugere, ela é praticada a pé, sendo, portanto, a mais viável para utilização no meio escolar.

    Em 1998, a Orientação foi incluída nos currículos escolares do município de Cachoeira do Sul – RS e atualmente encontra-se incluído como disciplina de algumas escolas e Universidades - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), inclusive com nível pós-graduação – curso de especialização em Orientação - na Universidade Paranaense (UNIPAR), através da resolução do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CONSEPE) Nº 16/2007, de 12/09/2007.

    Após a criação da CBO em 1999, foi desenvolvida pela sua diretoria, a Política Nacional para o Desenvolvimento do Esporte Orientação (PNDO), tendo como proposta a vertente pedagógica do esporte o Projeto Escola da Natureza, que visa inserir nos currículos escolares, em todos os níveis, o desporto Orientação, como atividade capaz de agir na formação integral de crianças, jovens e adultos dentro de uma perspectiva de educação continuada.

    Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) do ensino fundamental de Educação Física (1998) já alerta quanto a utilização do trabalho interdisciplinar e o PCN do Ensino Médio - Parte I (2000, p. 7 e p. 21) trata em “evitar a compartimentalização, mediante a interdisciplinaridade e incentivar o raciocínio e a capacidade de aprender” e ainda traz que “na perspectiva escolar, a interdisciplinaridade não tem a pretensão de criar novas disciplinas ou saberes, mas de utilizar os conhecimentos de várias disciplinas para resolver um problema”.

    Em 2010, foi implantado O Programa Mais Educação, instituído pela Portaria Interministerial nº 17/2007 e pelo Decreto n° 7.083, de 27 de janeiro de 2010, integra as ações do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), como uma estratégia do Governo Federal para induzir a ampliação da jornada escolar e a organização curricular, na perspectiva da Educação Integral. O Programa Mais Educação visa fomentar, por meio de sensibilização, incentivo e apoio, projetos ou ações de articulação de políticas sociais e implementação de ações sócio-educativas oferecidas gratuitamente a crianças, adolescentes e jovens. As atividades fomentadas foram organizadas em 10 (dez) macrocampos, agregando atividades específicas. E dentro do Macrocampo 3. ESPORTE e LAZER, temos como a atividade específica a 3.18 ORIENTAÇÃO (p. 25), na qual traz ao Orientação com uma atividade multidisciplinar, objetivo permanente dos PCN.

    Deste modo, a opção pela Linha de Pesquisa “A inclusão da Orientação nas aulas de Educação Física: uma visão dos professores da cidade de Foz do Iguaçu”, da Graduação em Licenciatura em Educação Física da Faculdade União das Américas – UNIAMÉRICA se relaciona com os projetos propostos pela CBO e pelo Ministério da Educação, especificamente no que diz respeito à implantação da Orientação nas aulas de Educação Física na cidade de Foz do Iguaçu. Assim, o estudo oportuniza refletir sobre o pensamento dos professores desta cidade, os quais serão os difusores das atividades em suas respectivas escolas.

2.     Problemática, objetivos e as finalidades da pesquisa

    Diante de vários estudos científicos que tratam a respeito da inclusão da Orientação no meio escolar em todos os níveis através de Ferreira (1999), Pasini (2003), Oliveira e Barroso (2008) e Sant’Anna (2009), este autor sendo praticante da atividade e estar envolvido diretamente com a divulgação do esporte através do Clube de Orientação Cataratas do Iguaçu (COCI), resolveu fazer um estudo específico que trate da iniciação esportiva de orientação com os professores da rede de ensino da cidade de Foz do Iguaçu. Procurou-se verificar como seria essa aceitação e se realmente seria viável esta implantação

    Os objetivos são de relatar as observações dos professores das escolas da cidade de Foz do Iguaçu a par da inclusão da Orientação nas suas aulas. Para isso foi apresentando o desporto Orientação para os educadores da cidade de Foz do Iguaçu, verificando a percepção e aceitação dos educadores a respeito da modalidade apresentada, findando com a discussão e levantando novas metodologias a serem aplicadas a par da aplicabilidade da Orientação no meio escolar.

3.     Discussão teórica referente à inclusão da Orientação na escola

    A Orientação, como atividade, acompanha o homem desde sua origem. No entanto, como esporte, surgiu nos países nórdicos há mais de cem anos, com o propósito de realizar-se uma atividade física ao ar livre, mantendo a mente do praticante ocupada em toda a sua execução e contribuindo para a educação ambiental, conforme a CBO (2000).

    Os termos "orienteering e orientation" em inglês possuem significados diferentes, mas em português ambos são traduzidos como "orientação".

    Quando o esporte orientação chegou aos países de língua latina estes países tiveram dificuldades com o termo genérico "orientação" e passaram a usar "Corrida de Orientação" ou "La Carrera de Orientación". Após a filiação destes países na IOF esta entidade internacional de administração Esporte Orientação e detentora da marca orienteering recomendou que retirassem do nome do esporte as palavras "corrida e carrera", mas os antigos continuaram a usar estes termos e as vezes os mais jovens pesquisadores incluem em suas obras estes termos, retirados de referências bibliográficas desatualizadas.

    Conforme a CBO (2012), a definição de Orientação é um esporte no qual os competidores navegam de forma independente através do terreno. Os competidores devem visitar uma série de pontos de controle marcados no terreno no menor tempo possível, auxiliados somente por mapa e bússola. O percurso, definido pela localização dos pontos de controle, não é revelado aos competidores antes de suas partidas.

    Como modalidade desportiva, a Orientação nasce na Suécia através do Major Ernst Killander em 1918, portanto o “Pai da Orientação”, que preocupado com o desinteresse dos jovens pela corrida, associou ao “cross-country” a escolha do percurso entre um ponto e outro. Killander formulou os princípios básicos da competição nesta modalidade, incluindo as regras, os tipos de provas, os escalões etários, o critério para escolha dos postos de controlo e a forma de como se deve organizar um evento a este nível. Baseado na divisão, em três partes, da distância de uma maratona, adicionou-lhe a componente de leitura e interpretação do mapa por forma a salvaguardar os objetivos que a originaram – o equilíbrio das componentes cognitiva e física.

    No Brasil, o Esporte de Orientação chega através dos militares que, em 1970, foram à Europa observar as competições de Orientação do CIMS (International Military Sports Council). Em 1971, eram realizadas as primeiras competições neste país e, em 1974 foi incluído no Currículo da Escola de Educação Física do Exército e neste mesmo ano surge a primeira publicação técnica brasileira sobre este desporto. Em 1984, foi realizado em Curitiba, o XVII Campeonato Mundial Militar de Orientação que, contribuiu para o desenvolvimento do desporto entre os militares e civis brasileiros (FERREIRA, 1999).

    Em 02 de maio de 1992 na cidade de Santa Maria/RS foi realizada a primeira competição oficial de Orientação, o “I campeonato gaúcho de orientação”, que contou com a participação de 275 atletas. Em 1994 a WWOP enviou ao Brasil o sueco Arto Rautiainen que colaborou na confecção de um mapa que foi usado em 1995 para a realização do I Campeonato Sul Americano de Orientação e serviu de estímulo para a realização de competições regionais no Brasil (CBO, 2004).

    Em 1995, uma equipe brasileira participou, na cidade de ONESTAD, Suécia, das Clínicas de Orientação patrocinadas pela IOF e dos “5 dias de Orientação da Suécia”, evento Oficial da IOF, ocasião em que trouxeram uma cópia do programa OCAD 4, para confecção de mapas de Orientação, que implementou a produção de mapas específicos para o esporte, o maior impedimento de expansão do esporte no Brasil. Em 13 de janeiro de 1996, foi fundada a Federação Gaúcha de Orientação (FGO), na cidade de Caxias do Sul/RS. Em 1998 a FGO organizou o I Campeonato Brasileiro Universitário de Orientação em Santa Maria/RS.

    O ano de 1999 foi um ano agraciado com vários eventos significativos para o Esporte Orientação no Brasil, logo no início, no dia 11 de janeiro, na cidade de Guarapuava/PR, foi fundada a CBO, sendo eleito como primeiro presidente o Sr José Otavio Franco Dornelles, a qual passou a administrar o desporto Orientação no Brasil, em 24 de Abril, o Clube de Orientação Lobo Bravo (COLB) de Guarapuava/PR, organizou a I Etapa do Campeonato Brasileiro de Orientação. Na reunião do Conselho da IOF, realizada de 2 a 7 de agosto, na cidade de Inverness, Escócia, UK, o Brasil foi aprovado como Membro de Pleno Direito da IOF, em 26 de setembro, o Brasil participou da Taça do MERCOSUL com uma equipe de 83 atletas de ambos os sexos, de 10 a 56 anos, de 09 a 10 de outubro, o Brasil participou da Copa dos Países Latinos realizada em Santiago de Compostela, Espanha, com uma equipe de seis atletas. Sendo concedida, em 20 de Dezembro de 2000, durante Assembléia Geral do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), a vinculação à CBO.

    Desde então vários estudos vem sendo realizados a respeito da inclusão do desporto a partir do nível fundamental até o ensino superior nos ambientes escolares. Face à abrangência do desporto, a Confederação Brasileira de Orientação, ao definir sua doutrina de trabalho, o dividiu em três vertentes: competitiva, ambiental e pedagógica. A vertente competitiva constitui-se num conjunto de ações destinadas a formação do atleta, à busca da vitória, e ao trabalho dos clubes, com o principal escopo de determinar o crescimento da orientação. A vertente ambiental diz respeito à produção das normas de proteção ambiental da competição, às regras e às ações educativas que envolvem organizadores e atletas, tendo como objetivo assegurar o mínimo de impacto ao meio. Nesta situação, onde o campo de atuação é o meio natural e o praticante é levado respeitar o habitat dos animais e as áreas sensíveis, cria-se uma relação intima do homem com a natureza. A vertente pedagógica corresponde ao conjunto de ações que visam colocar o desporto Orientação a serviço do aluno. Nesse caso, procura-se a melhor qualidade do ensino e a motivação do aluno, não importando a performance; mas, sim, a participação, visando a formação do indivíduo para o exercício da cidadania e para a prática do lazer (PASINI, 2004, p.46 a p. 50)

    Passemos a analisar daí a vertente pedagógica, a qual é trabalhada em vários estudos científicos a par da inclusão da Orientação no ambiente escolar. Segundo Blaia (2008) a corrida de orientação pode ser utilizada como ferramenta motivadora não só na educação física, mas também, em outros campos do conhecimento devido ao seu potencial interdisciplinar. Esta atividade permite sua utilização tanto no contexto do jogo como também do esporte, em contexto recreativo, competitivo e pedagógico. Mas, sua principal característica é a possibilidade de alunos de diferentes níveis escolares ou mesmo de características físicas diferentes, interagirem no mesmo instante por estarem envolvidos não só atributos físicos ou só cognitivos. Evidenciou também, a potencialidade deste esporte para o trato dos conteúdos da educação física. Ao planejar, o professor pode pensar em atitudes, conceitos e procedimentos que levam em conta o aluno como ser integral e não como um mero recebedor de conceitos.

    Não podemos também deixar de citar a vertente ambiental, tendo em vista os PCN (1998, p. 39) traz como tema transversal o meio ambiente no que diz respeito ao cuidado de si mesmo como um elemento integrante do meio ambiente e à sua responsabilidade. Dentro do projeto pedagógico de cada escola, por meio das aulas de Educação Física, inclui-se essa dimensão no trabalho cotidiano, com a utilização tanto dos espaços da escola como das área próximas, tais como parques, praças e praias, espaços possíveis para as práticas. Representam o meio ambiente com o qual o indivíduo se relaciona e são oportunos para o desenvolvimento das propostas de trabalho, pois viabilizam a discussão sobre a adequação de espaços para a prática da cultura corporal, seja em locais mais próximos da natureza, seja nos centros urbanos.

    Pensando assim em meio ambiente, não tem como não falar em Orientação, na qual o campo de jogo do desporto é o meio ambiente. A vida selvagem não pode ser perturbada, bem como o solo e a vegetação não podem sofrer danos. Normalmente é possível encontrar maneiras para evitar interferências e danos quando organizamos eventos grandes em áreas sensíveis, desde que o organizador coloque em prática as Normas de Proteção Ambiental da Competição e as Ações Educativas do Esporte.

    Por fim, pesquisar e analisar a inclusão da Orientação no meio escolar é trazer contribuições para a educação, em especial às aulas de Educação Física. Segundo Pasini (2002), a Orientação tem evoluído no Mundo e no Brasil, angariando cada vez maior número de praticantes. É um desporto que contribui significativamente para a formação do cidadão, incutindo-lhe princípios éticos e de responsabilidade, desenvolvendo a inteligência, a moral e contribuindo para o aprimoramento físico e da saúde mental.

4.     Percursos metodológicos, sujeitos e fontes de pesquisa

    O método utilizado foi o dedutivo-comparativo com a aplicação de um questionário, com questões abertas, fechadas e mistas. Segundo GIL (2008), através dele chega-se a conclusões puramente através da sua lógica. A pesquisa foi desenvolvida com o objetivo de proporcionar visão geral, de tipo aproximativo, acerca da utilização da Orientação no meio escolar, tendo em vista o tema escolhido é pouco ou, na maioria das vezes, inexplorado.

    Foi realizado um curso de iniciação esportiva sobre o Esporte Orientação. para professores da rede de ensino da cidade de Foz do Iguaçu, buscando uma base para o posterior preenchimento do questionário proposto pelo autor. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade Assis Gurgacz (FAG), de Cascavel-PR, pelo parecer nº 227/2012.

    A população utilizada foram 86 (oitenta e seis) professores do ensino do município de Foz do Iguaçu tanto de escolas particulares, quanto as da rede de ensino publica (estadual, municipal e federal). Quanto ao período de docência, foi feita com professores do ensino fundamental, médio e superior. A fim de facilitar o aprendizado e apresentação dos trabalhos, dividiu-se os trabalhos e apresentados em 3 (três) oportunidades distintas, nas quais foram realizadas as mesmas atividades.

5.     Análise e discussão dos dados da pesquisa

    A pesquisa foi realizada após exposições através de aulas-palestras sobre a orientação proposta pela CBO (2004), adaptado, como plano de aula, abordando a apresentação do desporto (aspectos históricos tipos de provas e características do desporto) e iniciação desportiva (direção e distância, interpretação dos símbolos dos mapas de Orientação, orientação do mapa, ponto de ataque, direção de segurança e interpretação do relevo). Em seguida, será realizada uma prática com os professores em três oficias: uma primeira com a aferição do passo duplo: caminhando e correndo; a segunda o contato com a bússola, identificando suas partes e reconhecer o ângulo chamado “azimute”; e uma terceira tendo o contato com o mapa e material de orientação: escalas, identificar o cartão de controle, prisma, uniforme e equipamentos. Por fim, o auge da atividade, com a execução de um percurso escola de orientação.

    Após a execução da atividade foi aplicado o questionário de autoria do próprio pesquisador, tendo com base trabalhos científicos baseados nas pesquisas de Pasini (2004) a par da inclusão da Orientação no meio escolar, em especial nas aulas de Educação Física. Gil (2008) afirma que a análise tem como objetivo organizar e sumariar os dados de forma tal que possibilitem o fornecimento de resposta ao problema proposto, no caso a inclusão da Orientação no meio escolar.

    Iniciou-se sobre o conhecimento da Orientação quanto esporte. Esse foi um dos dados mais expressivos e confirmando no levantamento bibliográfico (tabela 1).

Tabela 1. Conhecimento da Orientação quanto desporto

Fonte: questionário de pesquisa do autor

    Dos 86 professores que responderam o questionário, 87% (75) disseram que nunca tinham ouvido falar no desporto, e muito menos imaginavam da sua existência. Isso demonstra que o esporte é pouco divulgado, como é descrito na revisão bibliográfica.

    Foi questionado então o que acharam do esporte (tabela 2), e obtiveram-se os seguintes resultados.

Tabela 2. O que acharam sobre a orientação

Fonte: questionário de pesquisa do autor

    Observa-se a grande aceitação da atividade pelos professores. Mesmo aqueles que nunca tinham ouvido falar, foram unânimes na aceitação da atividades, com menções “excelente” (79) e “muito bom” (7).

    Partiu-se para a parte pedagógica dos questionamentos. Quanto a atividade interdisciplinar do esporte e já comprovada em outros estudos científicos, os resultados não foram diferentes. Todos os 86 professores identificaram a interdisciplinaridade e associaram as seguintes disciplinas na atividade (tabela 3).

Tabela 3. Freqüência das disciplinas identificadas na orientação

Fonte: questionário de pesquisa do autor

    Destes dados, temos a confirmação da interdisciplinaridade na modalidade. A orientação é uma valiosa ferramenta pedagógica para o meio escolar, também confirmada por unanimidade entres os professores.

6.     Considerações finais

    Após a exposição dos resultados e a análise separadamente dos dados e sua interpretação chegamos a conclusão que definitivamente a inclusão da orientação é viável nas aulas de Educação Física na visão dos professores da cidade de Foz do Iguaçu.

    Não diferente de outros resultados obtidos em outros trabalhos científicos sobre o tema, a orientação caracteriza-se como uma ferramenta pedagógica inovadora e motivadora para o complemento às aulas pelo seu potencial interdisciplinar. Não só complementar, mas pode ate mesmo ser incluída como conteúdo definitivo a disciplina. Isto se faz viável tendo em vista os PCN focarem a interdisciplinaridade nas escolas, tanto para o ensino infantil, fundamental, médio e superior.

    Os educadores participantes da pesquisa focaram as dificuldades quanto ao manuseio da bússola e também dos mapas. Daí a proximidade com a disciplina de geografia ser importante também. Assim, a orientação poderia ser uma atividade e um conteúdo não só trabalhado na educação física, mas complementada em mais disciplinas e findada com o desporto. Como atividade inovadora, estimula nos seus executantes o desenvolvimento de atividades, por vezes, menos interessantes, aliadas à ludicidade e ao desafio na procura de pontos, como uma espécie de caça ao tesouro. A competitividade realça-se no momento que associamos o trabalho físico e da mente com a pretensão de auxiliar a superação da fragmentação do conhecimento e a ligação entre as disciplinas e as experiências vivenciadas.

    Por fim, deixa-se aberto a novos estudos da inclusão da atividade como conteúdos em outras disciplinas, não somente a educação física quando tratado puramente de desporto. Assim, a ferramenta pedagógica “orientação”, fica sendo mais uma opção inovadora ao meio escolar.

Referências

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